Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Culpem essa bosta de nyah o motivo por eu ter demorado. To tentando postar o cap faz séculos, mas o "minha conta" não tava abrindo no chrome. To tendo que usar a merda do explorer. Ai, me irritei .-. Enfim, boa leitura a todos.



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Olhei no relógio. Eu estava dez minutos atrasada e ainda não tinha saído de casa. Fora que eu ia ter que dar um jeito de pular a janela. Decidi ligar pra ele.

– Onde tu tá? – Perguntei.

– Desculpa o atraso. Quase tive que vender um órgão pro meu avô emprestar o carro. To chegando.

– Graças a Deus tu não tá lá. Eu to saindo de casa. Daqui a pouco chego.

– Sem problemas. – Desliguei. Abri a porta do quarto e escutei o barulho da sala. O foda é que o único caminho é pela escada. E da sala minha mãe vai conseguir me ver. Escutei a risada escandalosa de uma das amigas dela. Isso é uma coisa traumatizante. Juro!

É... O único jeito é pular a janela. Fui pra varanda e olhei pra baixo. Tirei os sapatos e joguei. Coloquei a bolsa no meu pescoço e comecei a escalar pra sair de casa. Por pouco meu vestido não rasgou. Consegui descer e corri até a garagem. Tirei o carro e fui em direção à praça. Quando cheguei, Ethan estava parado encostado no carro com as mãos no bolso. Ele faz ideia do quanto fica lindo desse jeito?

– Pelo jeito que eu me matei pra sair de casa, você tá me devendo uma. – Falei.

– Não. Já paguei não indo pro grupo. – Revirei os olhos e ele sorriu. – Você tá linda, Anne. – Naquele momento eu tive toda a certeza do mundo que eu estava mais do que vermelha. Sorri envergonhada.

– Obrigada. – Ele sorriu também. – Onde vamos?

– Primeiro vamos jantar. – Ele abriu a porta do passageiro pra mim.

– Meu carro vai ficar ali?

– Vai. Por isso eu ia te buscar em casa.

– Que seja. – Ethan entrou no carro. A música que tocava no rádio estava baixa. Olhei pra ele, que estava concentrado no transito. – Você fica bem de paletó. – Bem até demais.

– Obrigado. Como foi ontem no grupo?

– Chato. Mas eu gosto de ir. Lá eu vejo que algumas pessoas têm problemas maiores que o meu.

– Tipo, você vê que não é o centro do mundo. – Olhei pra ele. – Não foi isso que eu quis dizer.

– Você não sabe o que eu penso.

– Mas posso imaginar.

– Não é porque eu sou rica que eu acho que eu sou o que mais importa.

– Eu sei. Por isso que eu falei que não foi aquilo que eu quis dizer.

– Você me deixa confusa. – Ele sorriu. Logo paramos na frente do restaurante e o cara que trabalha lá abriu a porta pra mim. Agradeci e segui o Ethan até a entrada. Já tinha vindo aqui uma vez com meus pais. A recepcionista nos levou até uma mesa. Sentamo-nos e um garçom nos deu o cardápio.

Ethan estava sendo um perfeito cavalheiro. Ele abriu a porta do carro pra mim. Agora me ajudou a sentar à mesa. E o melhor: ele me respeitou. Em nenhum momento ele tentou pegar na minha mão ou fez alguma gracinha. Sorri.

– Eu perdi algo? – Ele perguntou risonho.

– Nada não. Já decidiu o que vai querer?

– Acho que sim. E você?

– Também. – Ethan chamou o garçom e fizemos nossos pedidos.

– O que fez hoje? - Ele perguntou.

– Na verdade, nada. Hoje é sábado. Só fiquei lendo e tentando me esquivar das visitas que estão lá em casa.

– Parentes?

– Pior! Amigas da minha mãe. – Ele fez uma careta.

– Te entendo. Às vezes os amigos da minha mãe vão lá em casa. E quem tem que ficar fazendo sala pros filhos pirralhos deles? – Ri.

– Pelo menos elas não levam filho nenhum pra minha casa.

– Apesar de que eu já estou acostumado com crianças.

– Tem algum irmão?

– Dois. Um menino e uma menina.

– Não tenho irmãos. Sempre quis ter um, mas isso não depende de mim. E... Eu não tenho jeito com crianças, apesar disso.

– Sério? Você tem cara de quem sabe cuidar de uma.

– Então, eu só tenho a cara mesmo. – Ele riu baixo. Os pratos com as comidas e as bebidas chegaram. Começamos a comer e ficamos em silêncio. Eu e o Ethan não tínhamos muito assunto. Mas, apesar disso, eu estava gostando.

Depois do jantar, que o Ethan fez questão de pagar sozinho, decidimos andar pela cidade. Acho que nunca mencionei isso, mas moramos em uma cidade litorânea, então decidimos andar pela praia.

– Tá com frio? – Ele perguntou pra mim.

– Não. Tá bom assim.

– Se estiver me fala. – Assenti. – Gosta daqui?

– Da praia? Só quando tá vazia.

– Também gosto.

– Vamos sentar? – Ele concordou e tirou a jaqueta pra eu sentar em cima. – Eu não tenho essas frescuras, Ethan.

– Menos mal, então. – Ethan deitou na areia e eu sentei do seu lado. – Terminou o livro da semana passada?

– Terminei.

– Tá lendo qual agora?

– Nenhum. To em depressão pós-leitura. É totalmente frustrante saber que um deles morreu três dias antes de libertarem o campo de concentração.

– Qual livro era?

– O diário de Anne Frank.

– Imaginei. Li uma vez. Qual versão você leu?

– A ultima. E você? – Perguntei.

– Também. É triste.

– É.

– Seu nome tem alguma coisa a ver? – Ri baixo.

– Com certeza não. Meus pais não fazem o tipo que gostam de ler ou que lembram de alguma coisa sobre a Segunda Grande Guerra que não seja o Hitler.

– Meu pai também não. Só minha mãe. Mas mesmo assim ela lê raramente.

– Você gosta de livros? - Perguntei surpresa. Não é todo dia que você conhece um garoto que sabe sobre livros.

– Raramente leio. Mas posso falar que sim.

– Qual o seu preferido?

– O lado bom da vida. - Eu to ficando mais empolgada que o normal.

– Alguma razão especial?

– Gosto do modo que ele acredita em finais felizes, por mais que a vida dele esteja uma merda.

– No caso do Pat, acabada. – Falei rindo e Ethan riu também.

– Pois é. Ele tá mais na merda do que qualquer pessoa que eu conheça, mas mesmo assim tem a maior certeza do mundo que tudo vai ser resolver.

– Eu queria pensar igual a ele.

– Eu também. – Ele olhou pro mar e eu também. Fechei os olhos ao sentir a brisa vindo em direção ao meu rosto. O cheiro de maresia estava mais forte do que o normal. Eu gosto disso. Tanto quanto a presença do Ethan.

(...)

– Obrigada por hoje. – Falei sorrindo quando o Ethan parou o carro na praça.

– Não precisa agradecer. – Mordi a parte de dentro da bochecha.

– Bom... Tchau, Ethan.

– Tchau. – Ele sorriu. Dei um beijo na bochecha dele e saí do carro, indo pro meu. Ele não foi embora enquanto eu não ligasse meu carro. Meu celular começou a tocar. Era o Brian. Eu me senti completamente culpada ao notar que eu sequer me lembrei da existência dele essa noite.

– Oi. – Falei atendendo e já indo pra casa.

– Oi. Você tá onde?

– Onde você acha? – Isso não pode ser considerado mentira, certo?

– Tudo bem se eu passar aí?

– Por mim sim, mas minha mãe ia implicar. Então, não. – Eu estava ficando ótima nas minhas mentiras.

– Então, tá... Nos vemos amanhã?

– Pode ser.

– Tá tudo bem?

– Claro. Por que não estaria?

– Nada não. Bom... Então, eu vou desligar, Anne. Até amanhã. – Ele desligou.

Enquanto eu continuava meu caminho pra casa, fiquei pensando em como o Brian e o Ethan são diferentes. Brian era tão nervoso que às vezes até me assustava. Ele tinha ciúmes até da minha sombra! Já o Ethan era calmo. E o jeito que ele me tratava era completamente diferente do Brian. Confesso que eu sei que eu teria um problema a menos se meu namorado fosse o Ethan, mas eu amo o Brian.

(...)

Eu liguei pro Brendon. Porém, só chamava e caía na caixa postal. Até que eu desisti e fiquei deitada na cama vendo reprise de seriado. Eu já estava quase dormindo quando ele retornou.

– É sábado à noite. Você achou mesmo que eu ia estar disponível? - Ele falou quando eu atendi.

– Eu sou sua melhor amiga. Você tem que estar disponível pra mim sempre. - Podia ver o Brendon revirando os olhos.

– Brigou com o Brian de novo?

– Hm... Não. Por que a pergunta?

– Porque é normal ele brigar contigo. – Revirei os olhos.

– Eu te liguei porque não tenho nada pra fazer.

– Não consigo acreditar que vocês não se viram hoje.

– De tarde eu fiquei fazendo sala pras amigas da minha mãe. E de noite eu saí.

– Resolveu dar uma de boa filha hoje?

– Não saí com elas. – Torci o nariz.

– Sozinha?

– Eu... Olha, Brendon, isso não pode chegar aos ouvidos de ninguém. Ouviu?

– Tá. Saiu com quem?

– Ethan. – Mordi o lábio e fechei os olhos. Obviamente que eu sei que o Brendon é confiável.

– Mas olha só! Resolveu sair com alguém que preste. Eu to muito orgulhoso de você, Anne!

– É sério, Brendon!

– Eu sei que é sério. Mas me diz. Como ele te convenceu a isso?

– Brian quis ir no grupo de apoio. Então, pedi pro Ethan faltar. Ele disse que só faltaria se eu saísse com ele. Não queria que eles brigassem, então...

– Esse é dos meus! Gostei dele.

– Isso foi sua culpa!

– Minha? Por quê?

– Porque você que me encheu o saco pra contar pro Brian.

– Que bom, então. Brian não é digno de namorar você.

– Eu amo o Brian.

– Anne, sério, não fica brava, mas por que toda vez que eu falo algo sobre o Brian você faz questão de jogar isso na minha cara? – Respirei fundo.

– Eu não quero brigar com você.

– Eu também não. Mas é, no mínimo, estranho.

– Não é nada estranho.

– Você gosta mesmo dele?

– Como você mesmo disse, eu faço questão de jogar isso na sua cara.

– Tá bom, Anne. – Ele desligou na minha cara! Brendon me irrita!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Bye!