Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ooi, gente! Boa leitura.



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– Ei, acorda. – Alguém me cutucou. Abri um olho. – A aula já acabou. – Levantei a cabeça e olhei no relógio do celular. Arregalei os olhos. – É, eu sei. Você dormiu quase o dia inteiro.

– Acho que você me observa demais. – Ele arregalou os olhos e eu senti minhas bochechas esquentarem pelo o que eu disse. – Obrigada...

– Ethan.

– Obrigada, Ethan.

– Não foi nada. – Ele saiu da sala enquanto eu arrumava minhas coisas. Passei no banheiro e lavei o rosto. Saí de lá e passei no meu armário. Guardei os livros que eu tinha pegado e fui para o estacionamento. Entrei no carro e, quando estava na esquina, parei. “...nesse grupo existe uma coisa chamada sigilo. Quantas pessoas você sabe que participam do grupo?”. Dei meia volta com o carro. Não ia ter nada pra fazer mesmo. E minha curiosidade foi maior do que qualquer outra coisa.

Meus passos ecoavam no corredor vazio. Passei no refeitório e a tia estava fechando a cantina.

– Tia! Espera! Tem eu! – Ela olhou pra mim.

– Vai ficar na escola? – Ela perguntou.

– É... Pesquisar algo na biblioteca.

– Vai querer o que?

– Um lanche natural. – Ela me entregou e eu paguei. Fui comendo até a sala do grupo. Entrei e eu estava sozinha. Também... Faltava uma hora pra começar. Peguei um livro na bolsa (sempre carregava um), peguei o celular e o fone, e comecei a ler.

– Pela sua conversa ontem com a coordenadora, não esperava te ver aqui, senhorita Jones. – Abaixei o livro, encontrando o senhor Young, o professor de literatura.

– Anne.

– Desculpe?

– Senhorita Jones é formal demais.

– Ah, sim. – Ele se sentou em uma cadeira e começou a ler também. Pouco a pouco as pessoas foram chegando. Até que entrou alguém que eu juro por Deus que não esperava ver aqui. O menino que me observava fazia meses e que me acordou há menos de duas horas atrás.

– Oi. – Ele me disse e sentou-se do meu lado.

– Oi. – Ethan continuou falando com um garoto que entrou com ele.

– Jones? Anne Jones? – Virei o rosto e percebi que quem dissera era o tal garoto.

– Eu. – Respondi.

– Nada. Só não imaginava você aqui. – Mordi o lábio.

– Só... Só não contem pra ninguém, tá? – Eles deram de ombros. A partir daí a coisa toda começou. Cada um se levantou, disse o nome, idade e falou a que seu problema estava relacionado.

– Meu nome é Ethan. Tenho quase 18 anos. E... Bom, na verdade só to aqui pra acompanhar o Joshua. – Ele apontou pro garoto ao lado.

– Como vocês já sabem, sou o Joshua. Tenho 17 anos e... Que se dane. Meus pais estão se separando. – Continuei quieta na minha.

– Anne? – O professor chamou meu nome.

– Que?

– Sua vez. – Engoli em seco.

– Sou Anne. Tenho 17 anos. – Olhei em volta. Acho que até a mosca estava virada pra mim. – To aqui só pra conhecer. – Alguém deu um risinho. – Que foi agora?

– Ninguém vem aqui só pra conhecer. Com exceção dos que vem acompanhar alguém. Que é o caso do Ethan. – Uma menina disse.

– Então quer dizer que a vida de Anne Jones não é perfeita? – Uma outra perguntou.

– Eu sou humana. Minha vida nunca vai ser perfeita. – Os risinhos pararam.

– Você também não falou de primeira, Hanna. Deixa a menina. – Joshua me defendeu.

– Obrigada. – Falei baixo. A psicóloga, juntamente com o professor, começou a falar sobre problemas que eles passaram e disseram que isso é uma coisa normal. Explicaram que tentar fugir do problema é pior do que enfrenta-lo e todo esse blablabla.

– Veio mesmo só pra acompanhar seu amigo? – Perguntei pro Ethan. Depois da reunião do grupo, as tias da cantina traziam um lanchinho pra gente. Eu estava apoiada em uma mesa que tinha e ele estava sentado em outra mesa ao meu lado.

– Sim. Mas é como você disse. Ninguém tem uma vida perfeita.

– Pais separados? – Arrisquei.

– Sim. Mas já acostumei com isso.

– Qual é o problema maior?

– Babacas. – Ficamos em silêncio. A maioria das pessoas ali parecia odiar-me. Olhavam-me de cima a baixo como se eu fosse uma espécie estranha em extinção.

Não conversei com o Ethan depois disso. Só nos despedimos e eu fui embora. Quando cheguei em casa, minha mãe não estava. O que foi um alívio, pra dizer a verdade.

(...)

– Não te vi no almoço hoje. – Brian me disse no telefone.

– Deve ser porque meus amigos esqueceram-me quando eu estava dormindo hoje na sala.

– Isso foi irônico?

– Completamente. – Ele riu.

– Eu não sabia.

– Não tem problema.

– E como você tá?

– Bem.

– Fez o que hoje?

– Nada demais. Depois da escola, voltei pra casa. Não fiz nada.

– Hm... Vamos na festa amanhã?

– Que dia é amanhã?

– Sexta. – Que Deus me perdoe, mas praguejei minha mãe.

– Não posso.

– Tá de castigo?

– Não. Minha mãe me proibiu de sair de sexta. Só sábado, agora.

– Bosta. Tá. Então, eu passo na sua casa.

– Tá. Vou desligar. Te amo.

– Também te amo. Até amanhã. – Desliguei. Coloquei o notebook novamente no meu colo e continuei escrevendo um capítulo. Esses dias estavam sendo um tédio total.

(...)

– Ele parece gostar de você. – Parece que o Brendon saiu do chão.

– Que susto, garoto! – Ele riu e sentou-se ao meu lado. Estávamos na aula de biologia. Brendon não era a minha dupla. Era a Amy, mas ela faltou hoje. Estou sozinha. Mas mesmo assim. Ele continua não sendo minha dupla. – Tá fazendo o que aqui?

– Nada. É que eu reparei nisso.

– No que?

– Que ele gosta de você. – Parei de observar o vírus no microscópio e olhei pra ele.

– Quem?

– Eu esqueci o nome dele. Bom... É só olhar pra frente. – Ethan me olhava de novo. Mordi os lábios, reprimindo um sorriso de sair.

– Ele só tá olhando.

– Ontem também. E antes de ontem. E antes, antes de ontem...

– Ok, Brendon. Eu já entendi. Isso não vai mudar nada na minha vida.

– Ele é melhor que o babaca do Brian.

– Já te disse que o Brian é diferente comigo.

– É. Mas na frente das pessoas te trata como ninguém. – Não falei nada. – Ethan parece ser legal.

– Brendon, para. Eu tenho namorado.

– Tá. Oushe. Não falei nada demais.

– Sínico. – Ele sorriu.

– Me passa a resposta da três? E da quatro? E da sete?

– E de todas?

– Hm... É. Meu parceiro não é muito bom. – Ri.

– Tá. Pode copiar. – Ele pegou minha folha e começou a copiar as respostas pra folha dele.


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Notas finais do capítulo

Bom, amanhã eu vou pra casa da minha vó. Mas tem um problema: o wifi de lá não tá querendo pegar no meu note. E minha irmã usa o note de lá pra trabalhar. Então, não sei se vou conseguir postar. Mas prometo tentar. Não garanto nada .-. Bye!