Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI, MAS CHEGUEI! Boa leitura! LEIAM AS NOTAS FINAIS! "Gradicida".



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456822/chapter/13

– Como vocês estão se sentindo hoje? - A psicóloga perguntou sorrindo. Engoli em seco. Algumas pessoas sorriram, mas ninguém falou nada. - Posso considerar isso como um “tá tudo bem”?

– Tá tudo péssimo. - Falei e os olharem se voltaram pra mim. Abaixei a cabeça.

– O que aconteceu, Anne? - O professor perguntou. Respirei fundo. Eu sabia que até uma formiga olharia pra mim essa hora. Eu sempre mantive uma reputação boa. Digo, mostrando uma vida perfeita. O problema é que eu estava completamente longe disso. E mostrar pra todo mundo esse lado que ninguém, exceto os mais próximos (vulgo Brendon e Ethan) conhecem, era difícil. Muito difícil. Meu "castelo" nessa escola ia desmoronar. - Anne?

– Minha mãe não gosta de mim. Ela só liga pro dinheiro. Meu pai saiu de casa. Ele me batia muito também. - Começou alguns murmúrios na sala. Fingi que não ouvi. A partir da primeira palavra, as outras saíram sem a minha permissão. Foi automático. - Sábado passado minha mãe brigou comigo só por eu querer viver minha vida do meu jeito, com alguém que eu goste… Sem um namorado completamente louco e possessivo. - Sentia meu coração acelerar mais a cada palavra. Nunca tinha falado sobre isso com outra pessoa a não ser o Brendon. - Ela me expulsou de casa. Por isso tenho vindo com o Brendon pra escola. - Joshua pegou minha mão e apertou. Olhei pra ele, que deu um sorriso tímido de como quem diz “pode contar comigo”.

Engoli em seco novamente e olhei em volta. Hanna me olhava com uma sobrancelha arqueada. Abaixei a cabeça de novo.

– Fico feliz que tenha resolvido se abrir com a gente. - A psicóloga disse e eu dei um sorrisinho pra não dizer “isso não vai me ajudar em nada”. - Alguém mais gostaria de falar? - Uma menina levanta a mão.

– E como você vai se virar daqui pra frente? - Ela perguntou pra mim. - Ou vai morar com o Brendon eternamente? - Pude escutar um pouco de malicia na sua voz.

– Isso é temporariamente. Eu to procurando um emprego pra mim.

– E aquele carrão lá fora? - Um menino perguntou.

– O que aconteceu com o bom senso de vocês? Esqueceram em casa? Nasceram sem educação mesmo? Me digam, o que aconteceu? - Josh perguntou. Me mexi desconfortavelmente. O professor cortou o assunto e pulou pra outro.

(…)

A dona da loja me ligou e pediu pra que eu fosse até lá. Assim fiz. Cheguei, ela pediu pra que eu fosse até o escritório. A senhora Moore começou a me fazer várias perguntas. No final, ela disse que não havia problema sobre eu não ter experiência e que eu poderia começar amanhã.

Voltei pra casa. Eu estava me sentindo tão… Independente. O que de fato eu ainda não era. Mas com certeza o peso que vivia nas minhas costas tinha saído no momento que comecei a fazer as minhas malas.

Até agora.

Abro a porta e já escuto a voz dela.

– Ela vai demorar? - Paraliso no hall de entrada. Respiro fundo tentando achar um rastro de paciência em mim. “CONSEGUI MEU PRIMEIRO EMPREGO”. Pronto, achei.

Entrei na sala e os olhos da mãe do Brendon se voltaram pra mim, assim como os outros.

– Oi. - Falei.

– Oi, Anne. Precisamos conversar.

– To bem. Obrigada. - A mãe do Brendon saiu da sala. Ele ia sair também, mas eu pedi pra ele ficar.

– Eu queria conversar a sós com você. - Minha mãe falou.

– O Brendon não vai sair daqui. O que você quer?

– Bom, ontem chegou o pedido de divórcio.

– E daí? - Ela se mexeu desconfortavelmente. Eu nem sentei, esperando que ela se tocasse que não era pra demorar.

– Ele vai tirar tudo de mim. Me deixar com a roupa do corpo. - Cruzei os braços. - A não ser que esteja tudo no seu nome. - Ri irônica. - E como você tem mais de 16 anos*, você que tem que assinar o documento. - Olhei pro Brendon. Ele sorriu de canto. Mas não foi um sorriso fofo. Foi um sorriso de que ele concordava comigo.

– Absolutamente TUDO passa pro meu nome? - Perguntei.

– É. Não quero perder nada. - Olhei pro Brendon de novo. Ele colocou as mãos na nuca e tinha um sorrisinho nos lábios ainda. - Eu sei que eu nunca fui uma boa mãe. Mas sei também que você não quer deixar seu pai tomar conta daquilo tudo. - É, ela tinha razão. - Então? - Ela me mostrou os documentos.

– Onde eu assino? - Perguntei e ela sorriu. Ri internamente.

Ela foi embora logo depois. Analisei melhor os papéis. Ri de novo. Ela era muito burra! Deus, da onde eu tirei minha inteligência?

– Ela achou mesmo que eu iria assinar pra ser bondosa? - Falei em voz alta. Brendon riu.

– Tá soltando seu veneno, Anne. Isso mesmo. To orgulhoso de você.

– Ela achou mesmo que eu iria ser ignorante pro resto da minha vida?! Bom… Vamos dar 24 horas pra ela. Amanhã boto ordem naquela casa.

– Que agora tá no seu nome. Não que antes não fosse sua.

– A única coisa que não estava no meu nome era a casa. A casa de campo também, mas isso não vem ao caso.

– E o que você vai fazer agora?

– Amanhã volto pra lá, sem dúvidas. Você tem que me ajudar. Eu ainda tenho que ir pro trabalho amanhã. - Ele arqueou uma sobrancelha.

– Mesmo tendo recuperado tudo você ainda vai trabalhar?

– Eu gostei da ideia de conseguir meu próprio dinheiro. E não quero depender da herança que meu avô deixou pra mim.

– Mas você acabou de dar o golpe na sua mãe! - Olhei pra ele.

– Eu não dei golpe nenhum. E, aliás, ela que veio me procurar. Eu peguei o que é meu por direito. - Ele deu de ombros e também se esparramou no sofá, mexendo no celular. Pedi um espaço e sentei ao seu lado. - Acha que eu fiz mal?

– Seu veneno não é tão forte, pelo jeito.

– To falando sério, babaca. - Brendon parou de mexer no celular e olhou pra mim.

– Não, Anne. Você não fez mal. Se eu fosse você, despejaria aquela mulher. - Ele continuou olhando pra mim. - E não torce o nariz! Não faz essa cara de manteiga derretida. Ela não merece nem pena vindo de você.

– Ela nem sempre foi assim e… - Ele me cortou.

– Eu te conheço a vida inteira, Anne! E isso não é exagero. Ela nunca demonstrou afeto por você. - Legal, Brendon. Não precisava jogar isso na minha cara. - Desculpa. - Não falei nada. - Eu vou subir. Qualquer coisa você sabe onde me achar. - Brendon beijou minha testa e saiu da sala, me deixando sozinha.

(…)

Passei a noite inteira analisando o contrato pra ver se não tinha nenhuma brecha que ela pudesse usar. Cheguei a conclusão de que vocês têm que ler as notas finais. Sério isso. Agora voltando pro capítulo, titia Carol promete não incomodar mais. Cheguei a conclusão também que não deixei passar nada. Não tinha brecha nenhuma. Quando dei por mim, já estava na hora de ir pra escola. Peguei meu celular e olhei as notificações. Até ontem, essa hora já tinham várias mensagens de:

1 - Gente puxando meu saco;

2 - “Você vai mesmo pra escola, né? To com saudades”, o que eu chamaria de puxa-sacos número dois. Digamos que a coisa toda era em um nível elevado;

3 - Amy me fazendo um monte de perguntas, inclusive o que eu vou usar;

4 - Meninos perguntando se eu teria algo pra fazer depois da escola.

Parece que o que falei na reunião do grupo de apoio se espalhou rápido, porque hoje não tinha uma ÚNICA mensagem. Ok, não vamos exagerar. Tinha essa:

"Bom dia, Anne. Espero que esteja bem. Até daqui a pouco. Só me responde: prefere torta de limão ou bolo de laranja?"

"Bom dia, Ethan. Eu to bem sim. Torta de limão. Vai fazer as honras e levar uma inteira pra mim?"

Bloqueei a tela e fui pro banheiro. Depois que saí, escolhi a primeira roupa que apareceu na minha frente. Enfiei na bolsa tudo o que achei que fosse precisar e desci. Eu estava sozinha. Subi de novo e fui até o quarto do Brendon. Ouvi o barulho do chuveiro. Decidi esperá-lo pra tomar o café da manhã.

– Tá me espionando no banho? - Ele perguntou quando me viu no quarto.

– Vamos combinar que não tenha nada que eu já não tenha visto.

– Safada.

– Eu tinha quatro anos.

– Sei…

– Cala a boca. Se troca logo. - Ele entrou no closet e saiu uns segundos depois.

– Tá brava comigo ainda? - Ele perguntou sério.

– Não fiquei brava.

– Te conheço, Anne…

– Um pouco só. Mas você tem razão.

– Obrigado. - Descemos e fomos comer.

Quando cheguei na escola, parecia que tudo estava diferente. Parecia não. Realmente estava tudo diferente. As pessoas falavam com o Brendon, mas nem olhavam pra minha cara.

– O boato de que eu to pobre já se espalhou. - Falei pra ele.

– Você sabia que isso ia acontecer.

– Eu sei. Mas mesmo assim… Me sinto humilhada.

– Eles são uns babacas. Para de graça. - Brendon passou o braço pelos meu ombros e meio que me abraçou. Ele beijou o topo da minha cabeça e ficou me fazendo companhia até o Ethan aparecer.

LEIAM AS NOTAS FINAIS COMO A TITIA ANNE MANDOU

*Gente, não sei se lá é partir de 16 (ou se é desse jeito mesmo que funciona), ok? Na verdade, nem escrevi em que país se passa a história. Então, botem o cérebro pra funcionar. Imaginem rçrç


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, desculpa a demora! Semana corrida e tals... Eu terminei o capítulo as pressas essa noite pq eu já tava quase ficando louca por causa da demora. Mas enfim, teve o fim de she will be loved e eu tava mega ocupada com a fic. E também por causa da escola e curso. PORÉM, as coisas vão piorar, gente. Vou começar cursinho (pq eu não vou viver de fic, né?). E tipo, eu quero passar numa faculdade nível usp, ou seja, galera, eu to na merda. Então eu espero que vcs entendam meu lado, entendam que eu vou ter que estudar pra caralho. NÃO VOU DESISTIR OU DEIXAR DE POSTAR A FIC. Vou tentar demorar no máximo duas semanas. PROMETO! JURO! Não gosto de demorar pq sei que vcs nem vão se lembrar do cap anterior e isso é um saco. Compreendam, por favor. E ignorem qualquer erro ou merda que eu tenha falado. To quase dormindo em cima do note. Beijos no core.