Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

HELLO! Boa leitura!



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Parei na frente do condomínio que o Brian morava. Abaixei o vidro e o porteiro liberou minha entrada. Parei na frente da casa dele e apertei a campainha. Uma empregada atendeu e eu entrei. Fui até o quarto do Brian e bati na porta. Ele falou pra entrar.

– Qual é o seu problema?! - Berrei e ele deu um pulo de susto na cama.

– Meu problema? Eu não fiz nada!

– Não... Não fez, não... Só espancou um menino por nada! - O rosto dele começou a ficar vermelho.

– Vai brigar comigo por causa dele agora?

– Ele não fez nada pra você, seu idiota!

– Lógico que fez! Ele gosta de você!

– Escuta bem o que eu vou te dizer, faz isso mais uma vez e eu não vou querer te ver nem pintado de ouro!

– Vai terminar comigo por causa dele agora?!

– Isso é tão ridículo! E por mais que eu esteja querendo te matar agora, eu ainda gosto de você.

– Não parece. - Olhei incrédula pra ele.

– Eu odeio você! - Peguei o abajur e ataquei nele.

– Virou louca agora?! E engraçado... Tudo isso é porque eu não quero que te tirem de mim, porque eu não quero perder você.

– Você tá me fazendo te odiar! A culpa disso tudo é sua!

– Eu vou fazer tudo que eu puder pra ter você só pra mim.

– Você é louco! Me esquece, Brian! - Saí do quarto dele. Eu escutava os passos dele atrás de mim, mas não me virei. Eu comecei a chorar de novo. Saí da casa e fui entrar no meu carro, mas ele pegou no meu braço. - Me solta. Agora. - Falei pausadamente. Brian não segurava meu braço com força, nem mesmo doía, mas me incomodava. E muito.

– Não. Não vou te soltar. Eu só me preocupo com você!

– Não. Você é doente. É diferente.

– Eu amo você. - Ele veio tentar me beijar.

– Tira a mão de mim! - O empurrei e entrei no carro. Quando liguei, ele entrou na frente.

– Para com isso, Anne!

– Sai da minha frente! - Gritei pra ele ouvir.

– Eu amo você.

– Foda-se! Sai da minha frente, Brian! - Acelerei o carro e só aí ele saiu. Passei no mercado pra comprar o tal cookie. Já fazia uma hora que eu tinha saído de casa. Mas mesmo assim, vou continuar fingindo.

Cheguei em casa, estacionei o carro e entrei. Minha mãe estava na sala.

– Achei que não fosse demorar tanto pra comprar um pacote de cookie. - Ela disse. Minha cabeça estava latejando.

– Parei no meio do caminho porque o Brian me ligou. E pra sua informação, ele não vai no jantar.

– Posso saber porque?

– Porque eu não to afim de olhar pra cara dele. E agradeceria muito se a senhora colaborasse. Com licença. - Subi pro meu quarto. Ela berrou alguma coisa, mas eu nem prestei atenção.

Me joguei na cama. "Me esquece, Brian!". Eu terminei com ele? Sinceramente, eu não sei. Eu to tão confusa. Eu não sei nem o que fazer.

– Anne, querida? - Era a voz da Margareth. Ela entrou no quarto e veio até mim, sentando-se ao meu lado na cama. - O que aconteceu?

– Brian é um babaca, Margareth!

– Desculpe, meu amor, mas isso eu sempre soube. O que ele fez dessa vez?

– Eu comecei uma nova amizade com um menino. Mas o Brian não o suporta. Ele bateu no Ethan. Três vezes. Mas hoje foi pior. - Comecei a chorar de novo.

– Não chora, Anne. Já conversou com ele?

– Eu acho que eu terminei com ele, Margo. - Ela começou a fazer carinho na minha cabeça. - Eu o amo.

– Ama mesmo? Ou acha que ama?

– Margareth!

– Eu te conheço muito bem, Anne Jones. Você não olha pro Brian do mesmo jeito que antes. - Não falei nada. - Eu sei que você tá confusa.

– Dois anos é muito tempo.

– Eu sei. Mas você não pode continuar com ele se não o ama. E, às vezes, só o amor não é suficiente. Imagina sem ele, então!

– Eu amo o Brian de antigamente, Margo. Esse é o problema. Ele não existe mais. Eu não sei mais quem é o Brian é.

– Eu sei que você vai saber o melhor a fazer. - Ela falou e continuou fazendo carinho na minha cabeça.

(...)

Não falei com o Brian a semana inteira. Eu o evitava. E sabia que ele fazia o mesmo. Ele me olhava, mas não vinha falar comigo. Não tenho falado muito com o Ethan. Nem com o Brendon. Eu ando... Sozinha essas dias.

– Anne, querida, você tem visita. - Margareth disse entrando no meu quarto após bater na porta. Hoje é manhã de sábado. O Brendon eu sei que não é. São nove horas da manhã. Ele deve ter ido dormir faz umas três horas. O Brian... Pode ser o Brian.

– É menino? - Perguntei arrumando o cabelo.

– É. - Ela disse e deu um risinho.

– Margo...

– Eu não falei nada. Vamos! Vamos! Não vai deixar o menino esperando. - Ela falou me puxando. - E ele é lindo! - Enquanto descia as escadas, vi uma cabeça de costas pra onde eu estava. Automaticamente sorri.

– Ethan? - Ele se virou pra mim.

– Oi. - Sorri. Me aproximei e sentamos no sofá. - Eu vim ver como você tá. Você parecia não estar bem essa semana.

– Eu to legal.

– Mesmo? Disseram que vocês terminaram. - Fiquei olhando pra ele.

– A gente só tá se evitando. Eu não sei direito o que aconteceu. - Respirei fundo. Ethan não falou nada. - E você? Como tá?

– Bem também. - Continuei olhando pra ele e ele pra mim. - Anne...

– Ethan, olha, isso não vai dar certo. - Ele franziu a testa.

– O que não vai dar certo, Anne?

– Tá tudo muito estranho. Eu to completamente confusa, inclusive sobre você! - Como eu vou falar pro Ethan que ele é um dos meninos mais bonitos que eu já vi e que eu achava que a qualquer momento ele iria me beijar? Me sinto uma virgem que nunca ficou sozinha com um garoto.

– Eu não to entendendo. Do que você tá falando? - Meu coração batia rápido. Eu não sabia como explicar, não sabia nem se eu deveria falar isso. - Tá, não importa. - Ele respirou fundo. - Anne, eu realmente gosto de você. - É DISSO EU TAVA FALANDO, SEU IDIOTA! - E eu realmente espero que aquele boato seja verdade. - Vi que ele engoliu em seco. - É verdade?

– Ethan, eu não sei. Como eu disse, foi tudo muito confuso.

– Posso te beijar? - Arregalei os olhos. Ele se aproximou e eu não recuei. Ele riu baixo e continuou se aproximando. Ethan colocou a mão na minha cintura e já estava com o rosto bem perto do meu. Os lábios... Os lábios dele são perfeitos. São os mais beijáveis que eu já vi! Peguei na nuca dele, iniciando o beijo. Tanto eu quanto ele fomos com bastante "sede ao pote". E só aí me dei conta: Fazia muito tempo que eu queria beijar o Ethan.

– MAS O QUE É ISSO? - Empurrei o Ethan e me recompus. Eu sabia que isso não devia ter acontecido! Quer dizer, não aqui. - Anne, Jones, eu não to acreditando nisso! - Minha mãe berrou pra cidade inteira ouvir.

– Mãe, eu posso explicar...

– SAI DA MINHA CASA AGORA! - Ela falou olhando pra ele com repúdio. Sussurrei um "desculpa" com a cabeça baixa.

– Não precisa tratar ele desse jeito. - Minha mãe olhou pra mim com raiva. Ethan levantou e foi embora. Ela veio até mim e me um tapa na cara.

– Já que tá agindo como uma vadia, merece ser tratada como vadia.

– EU NÃO TRAÍ NINGUÉM! AO CONTRÁRIO DE VOCÊ QUE ATÉ PASSOU UM FIM DE SEMANA FORA COM UM AMANTE! OU VOCÊ ACHA QUE EU SOU OTÁRIA?!

– ISSO NÃO É JEITO DE FALAR COMIGO!

– JÁ QUE AGE COMO UMA VADIA, MERECE SER TRATADA COMO UMA! - Ela me bateu de novo e eu revidei. Juro que nunca vi minha mãe me olhar com tanto ódio. E quanto mais ela me batia, mais eu revidava. Deus! Eu estava aos tapas com a minha mãe!

– Parem com isso! - Margo tentava nos separar, mas estava praticamente impossível!.

– SAI DA MINHA CASA, SUA VADIAZINHA! SAI DAQUI! - Subi pro meu quarto, peguei as malas e comecei a tirar as coisas de dentro do closet.

– Anne! Pra onde você vai? Não é melhor pensar um pouco?

– Pensar um pouco, Margo?! Tá de brincadeira, né?! Ela sempre me tratou como um lixo, mas dessa vez foi a gota d'água! Eu nunca mais quero ver essa mulher na minha frente!

– Ela é sua mãe!

– ELA SÓ ME PARIU! - Gritei e parei. - Desculpa gritar com você. Eu só quero sair daqui. - Eu estava com a vista embaçada, não enxergava a um palmo na frente do nariz, por conta das lágrimas. Parecia que meu rosto queimava com todas elas. Eu não estava chorando por estar triste. Eu estava chorando de ódio. Ódio por aguentar tudo isso por anos. Ódio por me calar a isso. Ódio por eu enganar a mim mesma me trancando em um mundo que não existia. Ódio por achar que alguma hora tudo ia mudar.

– Quer que eu faça algo pra você levar?

– Não precisa.

– Pra onde você vai, Anne?

– Não sei, Margo. - Continuei arrumando minhas coisas. Ela começou a me ajudar fazendo a segunda mala. Quando terminei, ela me olhou apreensiva.

– Fica bem, querida. Qualquer coisa, pode me ligar.

– Eu sei. Eu vou ficar bem. - Dei um beijo na bochecha dela e um abraço. Ela me ajudou com as malas. Minha mãe não estava mais na sala, graças ao bom Deus. Logo depois, Sean, o motorista, me ajudou a trazer o resto das coisas. Coloquei tudo no meu carro e saí de casa. Parei o carro quando estava a uma quadra de lá. Respirei fundo apertando o volante. Minhas mãos ainda tremiam. Fechei os olhos e continuei respirando fundo. Alguns minutos depois, liguei o carro novamente e recomecei a dirigir.

Estacionei o carro assim que cheguei. Eu não tinha ideia do que estava fazendo. Não sabia como ia me virar depois dessa. Mas foda-se. Parece que depois que saí de lá, um peso foi tirado das minhas costas.

– Anne?! Mas... As malas... Minha nossa Senhora! Eu preciso respirar! Espera!

– Deixa de drama. Eu posso ficar aqui por um tempo?


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Notas finais do capítulo

Eu gostei muito de escrever esse capítulo. Espero que vcs tenham gostado tbm. Bjos!