Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Hey! Gente eu sei que eu demorei, mas eu simplesmente travei, eu acho que nunca demorei tanto para fazer um capítulo, ele estava quase pronto e eu mudei tudo, me desculpem, mas eu assumo que foi um capítulo difícil de escrever :D

Obrigada pelos reviews, eu prometo que vou responder todos. Espero que gostem do capítulo :D



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Capítulo 33

–Você não muda mesmo, não é Vilu? –Peter comentou, senti um frio percorrer por toda extensão de minha espinha. –Sempre fugindo das coisas, quando elas começam a ficar assustadoras.

–Você não me conhece Peter. –Falei me afastando um pouco. –Sabe que eu fujo, simplesmente porque quando namorávamos, eu me sentia tão sufocada que acaba fugindo toda hora de você.

–Wow..Palavras duras, não é? –Ele debochou. –Então porque está fugindo agora? Está fugindo do Leon? –Indagou, ele parecia achar graça na situação.

–Não estou fugindo, mas ás vezes todos precisamos respirar um pouco, sozinhos. E sinceramente não sei por que estou te explicando isso, não é dá sua conta.

Dei uma olhada para a escada, não queria que Leon aparecesse do nada e interpretasse as coisas de uma maneira errada.

–Fica tranquila, seu namoradinho não me viu.

–Não se refira ao Leon desse jeito. – Peter pareceu achar graça em minha fala. –O que faz aqui?

–Vim resolver alguns problemas, e aproveitei para lhe fazer uma visitinha.

–Suponho que essa visitinha não seja nada casual.

Eu sabia de algumas coisas, algumas coisas que Peter havia se metido. Não sabia da história toda, pois o mesmo se negou a me contar, mas pelo que eu havia entendido, as coisas estavam feias para o lado dele.

–Você sabe, que nas mais sinceras palavras, eu estou todo ferrado. –Começou.- Então eu me meti com o...

–Clement. –Ofeguei ao ver a figura sair de uma portinha de funcionários. –O que ele faz aqui, Peter?

–Pergunte a ele, não costumo ficar passando recados. –Peter foi curto em suas palavras.

Leon, Peter e Clement, estudavam juntos. Leon odiava Clement porque eles tinham algum problema, e odiava Peter pois o mesmo era meu ex, e sempre deixou claras as suas intenções em me ter de volta.

Clemont não é flor que se cheire, e Peter fez o “favor” de se meter com ele. Essa era uma das partes da história que eu mal havia sido me contada. Para a minha eterna curiosidade;

“Não se refira ao Leon”. –Clement me imitou e em seguida soltou um riso. –Fica tranquila, Castillo, você está me olhando como se eu fosse um criminoso.

–E não é?

–Sou apenas o cara que age por trás da máfia esportiva do futebol nas Universidades, minha amiga.

–Ainda não entendi o que querem comigo.

–O seu amiguinho aqui. –Apontou para Peter. –Me deve muita grana.

–E...-Tentei prosseguir com aquilo.

–E não é com você que eu quero falar. Preciso do seu namoradinho, o Vargas. Ele precisa perder o próximo jogo, a não ser que ele aceite um bom dinheiro e finja que se lesionou.

–Você sabe que o Leon jamais aceitaria isso, não sabe? –Perguntei. Por favor, era o Leon, ele jamais entregaria sua paixão por dinheiro, ele jamais desistiria.

–Por isso que eu preciso falar com ele. –Clemont parecia insatisfeito com a conversa.- Precisamos que ele perca. Tem muitas apostas envolvidas, é complicado, você não entenderia.

–Não vou deixar você falar com ele. –Ele riu debochado.

–E quem é você? A mãe dele? –Perguntou.

–A namorada. –Mais risos debochados direcionados a mim. –Ele não vai ceder. Entendam, o Leon não vai contribuir para esse mundinho sujo de vocês.

–Que se dane, Castillo. –Peter resmungou pela primeira vez desde que Clement apareceu. –Você não pode tomar decisões por ele.

Por que sempre tão idiotas? Juro que eu queria virar um tapa na cara dos dois. Para mim toda essa história parecia extremamente inútil. Mas para eles era diferente, aquilo era o trabalho, a vida deles.

Com o silêncio que se fixou ali, pude ouvir as tábuas da velha escada do estabelecimento rangerem, já que eu estava perto das mesmas. Corri antes que a pessoa pudesse chegar ao topo, a parando no meio do caminho.

–Com licença, senhorita, eu preciso pegar mais molho. –Um senhor falou e ei lhe dei passagem. Acho que acabei agindo com desespero demais, com medo de que fosse...

–Amor, está tudo bem?

[...]

Alguns minutos antes...

–Vocês não acham que ela está demorando demais? –Perguntei para Marco e Fran, confesso que já estava chato ver os dois namorando e eu lá comendo minha asinha de frango sem molho.

–Leon, relaxa cara. –Marco se dirigiu a mim. –Ela só foi pegar molho no andar de cima.

–Exatamente. –Apontei para qualquer direção. –Que tipo de pessoa demora 15 minutos para pegar molho no andar de cima?

–Pelo visto a Violetta. –Marco debochou de mim. –Vai ver a fila do molho estava grande.

Eu apenas encarei, não achando graça nas piadas do mesmo. Passou-se mais um tempinho e eu decidi ir atrás dela, algo deveria ter acontecido certo? Ou talvez eu só estivesse sendo exagerado.

–Leon senta aqui, cara. –Marco pediu, mas eu ignorei.

Não havia muita gente naquele lugar, o que eliminava a teoria da “Fila do Molho”, a não ser que estivesse ocorrendo uma super lotação no andar de cima, o que eu achava difícil.

Parei no meio da escada, porque quase trombei com a Violetta que ali estava. Está bem, por quê ela estava parada no meio da escada, sem os molhos que fique claro, com a maior expressão de desespero no rosto.

–Amor, está tudo bem? –Perguntei tentando chamar sua atenção. Ela piscou algumas vezes antes de voltar sua atenção para mim.

–Leon?..Er..Sim, está, porque não estaria? Você parece nervoso, está nervoso? Porque não tem motivos, não é?

–Violetta. –A interrompi, ela estava começando a tagarelar de novo, mas eu prossegui. –Eu estou super tranquilo, você que está toda desesperada.

–Não estou. –Falou rapidamente. –Vamos para a mesa?

–Mas e os molhos?

–Que molhos? –A cara de confusão na cara dela me fez perceber não era brincadeira.

–Os molhos que você foi pegar.

–Oh sim. Me desculpe, eu acabei esquecendo

–Deixe me ver se entendi. –Fiz uma careta e ela riu. –Você foi lá em cima pegar os molhos, e se esqueceu dos molhos?

Ela não teve tempo de responder, porque uma voz veio do andar de cima, e como eu estava quase lá, pude ouvir a voz. “Ei Vargas, sobre aqui, precisamos bater um papinho”, senti meu sangue ferver na hora.

–Leon...

–É o Clement? –Murmurei incrédulo.

–Ele quer falar com você. –Violetta finalmente revelou. Eu estava prestes a subir os degraus restantes, mas o pequeno ser me impediu. –Leon, ele vai te falar merda, não fiquei com raiva.

–Vilu, eu estou sempre com raiva quando estou perto desse idiota. –Novamente fui impedido.

–Leon.

–Sim?

–Tente não socar ninguém essa noite. –Sua voz saiu tão naturalmente, que eu achei mesmo que ela esperasse que eu não fosse socar ninguém. Mas por favor, era o Clement lá em cima, sempre quis socá-lo porque ele sempre me deu motivos para isso. E eu sei que não é na base da violência que se resolvem as coisas, mas eu considero que para toda regra a uma exceção.

–Não posso te prometer isso.

–Por favor.

–Violetta...

–Leon...-Ela imitou minha voz, eu fechei a cara e ela obviamente deu risada. Ela começou a acariciar meu braço, resvalando os dedos pelo meu abdômen, Violetta estava tentando me persuadir? Mais algumas coisas e ela iria acabar conseguindo.

–Ai Vargas, está com medo? Por que não sobe logo aqui. –Por um momento até tinha me esquecido do ser irritante no andar de cima, somente por um momento.

–Vem comigo? –Perguntei.

–Está me chamando para uma briga? –Ela indagou e eu ri. Jamais iria chamá-la para uma briga, eu não era louco a esse ponto. A questão é que eu a amava demais, tentaria não brigar porque ela me pediu, e por mais louco que isso pareça, com ela eu possivelmente conseguiria manter um controle maior.

–Casal. –Olhamos para baixo e vimos Fran, com as mãos enfiadas no bolso, possivelmente por causa do frio. –Está tudo bem?

–‘Tá’ si, Fran. Nós vamos resolver um negócio lá em cima, e daqui a pouco nós vamos embora. –Vilu respondeu e eu apenas confirmei com a cabeça.

–Tudo bem, então irei voltar para o Marco.

–Vai voltar a se pegar com o Marco. –Corrigi e ela fez uma careta enquanto saia.

Como Vilu afirmou que “Nós iriamos resolver”, eu não precisei falar nada, ela me deu a mão e finalmente saímos do meio da escada. E lá estava Clement, mas teria sido muito melhor se eu tivesse sido avisado que o Peter também estava ali.

–Peter? –Sussurrei baixinho, furioso, para Vilu, que se encolheu um pouco.

–Finalmente! –Como eu detesto esse francês. –Eu estava querendo falar com você, Vargas. –Clement prosseguiu.

–Aqui estoy. –Falei óbvio.

–É sobre a...

–Se for sobre aquele lance todo de aposta você sabe que vai perder seu tempo, não sabe? –Violetta me encarou incrédula. –Você acha que eu não sabia desses podres, Clement? Rolam alguns boatos por aí.

–Vou considerar isso como um elogio, já que meu nome já anda circulando.

–Você é um otário.

–Pelo menos não sou o otário que é escravo da namoradinha. –Ele falou com desdém. –Tenho certeza que foi ela que falou para você não aceitar o que eu tenho para te falar.

–Não venha dar palpite no meu namoro. Até aonde eu sei, o seu namoro com a Gery está por um fio, já que você só quer saber de dinheiro. –Falei. –E a Vilu não me disse nada, e se tivesse dito o problema não seria seu.

–15.000 dólares. –Clement falou do nada.

–O que? –Indaguei.

–15.000 dólares pelos próximos dois jogos, Vargas.

–Você quer que eu entregue o jogo? –Perguntei incrédulo. –E você aí está calado por quê? –Perguntei a Peter, que apenas encarava Violetta, e aquilo estava me incomodando demais.

Peter não respondeu, soltou um sorriso debochado e permaneceu na mesma posição.

–20.000. –Clemont aumentou o preço. –É pegar ou largar.

Era estranho, apesar de toda a máscara de autoconfiança que Clement “vestia”, era possível ver um certo desespero ali, um desespero para que eu aceitasse os 20.000 dólares.

–O que tem de importante nesse jogo, Clement? –Ele empalideceu.

–Na..Nada demais. –Encarei Vilu e ela pareceu perceber que alguma coisa tinha naquela história.

–Você gaguejou? –Foi uma pergunta retórica, eu apenas prendi o riso, antes de prosseguir. -Oh sim, você gaguejou!

–30.000 dólares, Vargas! 30.000 dólares! –Gritou. Era muito dinheiro, para alguns pode não parecer, mas um dinheiro desses iria facilitar algumas coisas pro meu lado.

–Amor, você não está considerando isso, está? –Posso jurar que Vilu estava com os olhos marejados. –É o seu sonho.

–É o seu sonho. –Clement debochou.

Olhei para Vilu. “Olhos marejados” confirmados. Não era o dinheiro que importava, ela não era gananciosa. E talvez eu tenha causado um grande desapontamento nela ao considerar a proposta. Mas ela estava certa, é o meu sonho.

–Eu não aceito.

–O que? –Peter se manifestou. -Você é idiota em recusar dinheiro? –Todos sabiam que Peter estava completamente quebrado, sem grana, com os bolsos vazios, com a conta no banco pedindo socorro.

–Esse dinheiro é sujo, portanto não me interessa. –Abracei Vilu de lado, ela parecia aliviada. –Se nos permitem, vamos embora.

–Vargas! –Clement gritou. -35...

–Cala a boca. –Falei, já cansado da situação. –Tem alguma coisa de muito interessante nesses jogos, e vou descobrir. Vamos Vilu.

Saíamos deixando os dois panacões para trás. Cogitei parar no meio da escada, talvez precisássemos conversar, já que ela parecia meio desconfortável com a situação, mas não parei, só queria ir logo embora dali.

–Olheiros. –Vilu falou do nada, e nos forçou a parar de andar. –É isso, Leon! Só pode ser isso.

–O quê?

–Não seja lerdo. –Ela disse. –Você disse que esse semestre alguns olheiros iriam aparecer nos jogos. E se eles querem que você entregue os jogos por causa disso? E se alguém pagou o Clement para te subornar? E se apostaram em você ou contra você, e você teria que perder os jogos para alguém ganhar dinheiro em cima disso?

–Você. É. Um. Gênio. –Falei e ela sorriu orgulhosa.

–Eu sei.

–Depois falamos sobre o fato de você também ser convencida. –Voltamos a andar. –Alguém também pode querer que eu jogue mal para que os olheiros prestem atenção em outro.

–Existem muitas possibilidades, mas com certeza alguém importante vai assistir ao jogo. –Ela murmurou e encostou a cabeça em meu ombro, já podíamos avistar Marco e Fran, e sim eles estavam se pegando. –Agora o senhor me faça o favor de jogar bem.

Eu dei risada.

–Você vai estar na arquibancada?

–Sempre. Irei estar na arquibancada mesmo depois que um dos olheiros te contrate para um time famoso. Você terá milhares de fãs gritando “Vargas gostosoooo”, eu estarei lá, com ciúmes, mas sempre estarei lá.

–Sempre? –Ela assentiu. –Talvez o sempre seja o nosso Ok...

–Pode parar! Você sabe que eu não gosto desse livro. –Ela interrompeu minha cantada clichê.

–Amor, me deixar te paquerar com uma frase super clichê. –Pedi e ela deu risada.

–Foi desnecessário. –Ela ainda dava risada. –Existem outros meios de me paquerar, tente uma frase de Harry Potter, Percy Jackson, ou Jogos Vorazes, ou tente os métodos Vargas.

–Sem graça, estragou todo clima. –Falei brincando e ela me abraçou por trás. –Sem abraços, acabou com o clima, acabou com o clima...

Eu saí andando e ela correu atrás de mim, tentando me agarrar. Não tem nada melhor do que estar nesse clima com ela. Óbvio que vamos brigar, somos um casal normal, tudo bem, nem tão normal assim. Mas quer saber? Os “normais” não entenderiam, porque isso que eu tenho com ela, esse amor, não pode ser explicado aos normais...Acho que somente os loucos, os apaixonados, e você que está lendo isso, são capazes de entender o que se passa entre Leon Vargas e Violetta Castillo...

PS: Não odeio o Peter, mas eu realmente estava ficando sem personagem quando eu o coloquei na fic, peço desculpas a vocês que gostam dele.


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Notas finais do capítulo

Entonces? Mesmo com a demora eu mereço reviews? Esse capítulo é muito importante, principalmente a parte dos olheiros....kkk De verdade eu espero que tenham gostado, e novamente peço desculpas pela demora. Até logo :D