Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

H..eey? Vocês ainda estão aí? Querendo me matar provavelmente, me desculpem gente, sério, tá muito corrido para mim, tento me esforçar para postar rápido, mas não tá sendo tão fácil. Eu quero agradecer aos maravilhosos comentários e a quem favoritou :D

Eu decidi fazer esse capítulo maior para compensar, o que seria em dois capítulos fiz em um. Eu espero que gostem, e me desculpem qualquer erro, eu estou bem cansada e não tive como reler.



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Pov’s Violetta

Alguns dias depois...

Acordei com uma certa pessoa se remexendo ao meu lado. Leon já era enorme, e ainda não parava quieto, a cama era de casal e tudo mais, mas ele estava praticamente atravessado, estava quase todo de lado, iria acabar me esmagando.

Havia uma perna em cima de mim, o pé tamanho 42 estava sobre a minha canela, e Leon já tinha pegado todo o cobertor só para ele, só faltava ele arrancar o travesseiro de mim.

Ele continuava a se mexer, e foi aí que eu levei uma braçada no peito, “o amor é doloroso”. Pensei em acordá-lo, mas eu estava presa e berrar faria muito escândalo.

–Leon. –O chamei baixinho, mas ele dormia feita pedra naquela noite.

Me remexi um pouco e nada. Meu corpo era pequeno portanto pensei que não seria tão difícil tentar escapar dali, mas ele era muito pesado e isso resultou em nada, continuei presa.

–Amor, pode parar de se mexer, por favor. –Leon murmurou bem sonolento, contei até cinquenta mentalmente para não gritar.

–Acorda Leon Vargas! –Gritei, é a minha calma não durou muito, mas pelo menos ele acordou.

Leon me encarou confuso e assustado, ele estava com uma cara de sono muito engraçada, foi inevitável não dar risada, tá eu sei coitado dele...mentira coitado nada, ele mereceu.

–Por que me acordou?

Porque você me acordou. –Respondi. –Agora se você não se importar eu vou voltar a dormir, e por favor, não invada o meu lado da cama.

Eu me virei de costas para ele e fechei os olhos, mas vamos nos lembrar de que não é qualquer pessoa que estamos falando, e sim Leon Vargas, ele não me deixaria ficar quieta e dormir tão rápido.

–Estou capitando uma movimentação estranha aí atrás, Leon. Tá fazendo o quê? –Perguntei ainda de costas e de olhos fechados, pude ouvir uma gargalhada gostosa logo em seguida. O quê uma mulher precisa fazer para conseguir dormir às três da manhã?

Os braços morenos e agora um pouco mais fortes logo me envolveram. Incrível como ele perde o sono rápido. Leon prendeu minhas pernas nas dele e afagou meu braço com uma leve carícia, tudo bem, admito que aquilo era bom.

–Boa madrugada. –Ele disse, deu um beijo em minha bochecha e enfiou a cabeça próxima do meu travesseiro.

Para falar a verdade eu apaguei, o sono veio tão rápido que eu sequer respondi “Boa madrugada” para o Leon.

Foram nítidos os raios solares bem na minha cara pela manhã, me virei e continuei dormindo, estava cedo demais apesar de ser quarta, mas estávamos de férias mesmo, então sem problemas.

Acho que devo ter dormido mais umas duas horas até ouvir o insuportável som do despertador do Leon, sim, estávamos na casa dele, ultimamente estávamos nos revezando, já que a mãe dele o queria sempre por perto.

O despertador tocou novamente. Apesar do meu preguiçoso esforço eu não consegui nem abrir os olhos, peguei meu travesseiro e o coloquei sobre a cabeça com a intenção de abafar o som, mas não adiantou, o despertador mequetrefe do Leon era alto demais, e ele só pegou dois dólares naquele treco.

–Amor? Hora de acordar. –Ouvi um sonolento Leon falar, ele se levantou com cuidado, mas foi batendo em tudo quanto é móvel, ele acordar = eu não vou mais dormir.

–Por favor, mais trinta minutos, não, mais duas horas. –Eu disse bem baixinho, eu precisava dormir mais, ele riu.

–Vamos nos atrasar.

–Não vamos não. –Respondi. –Me deixa aqui.

–Não dá, preciso de você comigo, preciso de você ao meu lado hoje. –Ele disse, a voz dele mudou muito rápido de um tom feliz para um tom triste e apavorado, foi aí que me dei conta de que dia era hoje. –Preciso de você, para que eu vença no tribunal.

“Tribunal”. Tinha me esquecido completamente que era hoje, as coisas estavam indo bem demais, mas...mas...mas, sempre tem um “mas”. Leon abriu por completo a janela do meu quarto e a claridade me atingiu em cheio.

–Odeio quando você faz isso. –Resmunguei tacando o travesseiro nele.

–Vou tomar banho. –Ele avisou. Se ele ia tomar banho por que não deixou que eu dormisse um pouco mais? Preguiçosamente levantei da cama, obviamente sem animo nenhum.

–Faz a barba! –Gritei.

–Pode deixar.

Já que, a contragosto, eu estava acordada decidi ir separar a roupa que eu usaria, o sapato, a maquiagem, assim já adiantava algumas coisas.

Esses últimos dias o Leon havia melhorado, quer dizer, ele não estava feliz, mas não tocava muito no assunto das coisas sempre derem errado, ou que nada iria melhorar. Falando assim parece dramático demais, talvez até seja, mas é compreensível.

Ele saiu do banho trajando uma calça bege e uma tradicional camisa social cinza com os dois primeiros botões abertos. A barba estava feita, e ele passava a mão no cabelo ainda molhado tentando ajeitá-lo.

–Que charme. –Eu disse e ele riu. –Só precisa de um detalhe. –Eu pedi para que ele viesse até mim. Tirei a camisa cinza que estava enfiada por dentro da calça e desamassei aquela parte do tecido. –Agora sim.

–Obrigado. –Ele disse com sorrindo. Lhe dei um selinho e caminhei para o banheiro. O banho foi rápido, bem gelado para que eu pudesse acordar. Coloquei um vestidinho branco e um santo baixinho, fiz uma maquiagem ás pressas com medo de que estivesse atrasando nós dois.

Ao sair encontrei a cama dele toda arrumada, mas nenhum sinal do dono do quarto. Nem deu tempo de sentir falta dele que o mesmo entrou no quarto concentrado em seu celular.

–Estou pronta. –Disse e ele se assustou, não havia me visto ali. –Com quem falava?

–Com o meu advogado, assuntos sobre a audiência. –Ele disse, pareceu sincero apesar do nervosismo. –Temos que sair no máximo em vinte minutos, vamos tomar café e vamos.

–Tudo bem.

Descemos e a casa estava em silêncio, a mãe de Leon estava na sala nos esperando, ela iria conosco e estava extremamente nervosa. Comi meio pão e um copo de suco, ao contrário do Leon que devorou duas panquecas.

Logo rumamos ao tribunal, a mãe dele atrás e eu no banco de passageiro, era estranho, a mãe do Leon me adorava, mas ela me olhava como se eu tivesse roubado o “bebê” dela.

–Seu pai vai? –A mãe dele perguntou com desgosto, os dois não se davam muito bem desde o divórcio, mas tentavam ser cordiais.

–Sim, mãe. –Leon respondeu e abriu um sorriso forçado.

O clima meio desconfortável pelo nervosismo, pelo desgosto e pelo desespero se manteve assim até chegarmos ao tribunal, havia alguns conhecidos do lado de fora. Fran, André e a Cami estavam ali apenas como apoio, Fede e Ludmila serviriam como testemunhas.

–Bom dia. –Eu disse a eles e os mesmos responderam um “Bom dia” tão sonolento quanto o meu. Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, Leon se mantinha concentrado e apenas assentia quando falavam com ele.

Fomos chamados para entrar no tribunal. Leon não parava quieto, mexia o pé, a perna, a mão ou a cabeça, mas não ficava quieto. Ele suspirava e visivelmente tentava manter a calma, o que não estava dando certo.

–Amor, vai ficar tudo bem. –Eu disse segurando o rosto dele entre minhas mãos. –Eu amo você, está bem? –Ele assentiu sem conseguir proferir as palavras que queria e foi se sentar lá na frente ao lado de seu advogado.

–Todos de pé para o Juiz Milton de La Rosa. – Um homem gritou e assim foi feito, o juiz com cara de metido se sentou e bateu o martelinho sobre a bancada.

–O réu? –O juiz perguntou e Leon se levantou.

–Leon Vargas, Vossa Excelência. Ele é acusado de homicídio pela morte do senhor Diego Ferro.

–Quem o acusa?

–A mãe da vitima, senhor. Senhora Miranda Ferro. –O homem disse e a mãe do Diego se levantou.

–Pois bem, Leon Vargas! –O juiz gritou. -Jura pela sua honra dizer toda a verdade e só a verdade?

–Eu juro. –Leon disse firme.

–Leon Vargas, como era a sua relação com o Diego? –Milton perguntou.

–Não era muito boa. Já fomos amigos, éramos eu, Diego e Stephie, a namorada dele na época que morávamos no México, mas um dia eles terminaram por conta da obsessão de Diego, ele sumiu e restou apenas eu e ela.

–Meu filho não era obsessivo! –A Sra. Ferro gritou.

–Ordem! Quando for a sua vez de falar, você poderá falar. –O juiz disse batendo com o martelinho na bancada. –Prossiga.

–Bom, acabamos nos apaixonando. –Senti um embrulho no estomago quando ele disse isso. –E depois começamos a namorar. Diego que já havia se mudado para a Argentina descobriu por meio dá internet que estávamos juntos, e assim a amizade se desfez. Quando vim para Buenos Aires acabei me encontrando com ele novamente, mas ele me odiava e queria vingança, eu não entendi muito bem no começo, mas depois descobri que ele achava que eu havia roubado a Stephie dele, foi assim que o ódio por mim nasceu.

–Certo. –O juiz Milton entojadinho disse. –Na noite da morte do senhor Diego o que aconteceu? Após o sequestro.

–Após minha namorada, meu cunhado e uma amiga me salvarem nós tentamos fugir. Minha perna...Minha perna estava muito machucada, eu não conseguia correr. Diego e seus capangas estavam armados, eu fiz minha namorada e minha amiga se esconderem na mata. Eu e meu cunhado fomos rendidos por Diego, um dos capangas foi para cima de Federico, meu cunhado, no meio da briga deu um tiro em si mesmo. –Leon parou de falar, não pude ver a expressão dele no momento, mas não devia estar sendo fácil lembrar-se de tudo.

–Prossiga.

–Então, Diego disparou dois tiros contra Federico, fazendo com que o mesmo caísse no chão. Eu já estava no chão por estar fraco e Diego erguei a arma em minha direção, ele...ele ia me matar. Foi aí que vi, foi aí que vi que a arma de um dos capangas havia caído perto de mim, eu peguei a arma e atirei, não queria mata-lo, eu fechei os olhos para atirar, queria ter desarmado ele, mas não consegui, o tiro foi no peito dele.

–É tudo que tem a dizer? –Milton perguntou e Leon assentiu. O juiz chamou Fede e Ludmila para depor, um dos capangas sobreviventes do Diego também depôs, e para a minha surpresa ele disse a verdade, claro que ele escondeu alguns fatos, mas eu não podia interferir então deixei quieto.

A mãe de Diego também disse algumas palavras, mas nada que incriminasse Leon, as palavras dela foram de uma mãe em desespero, que sofria...

–Por que estamos aqui ainda? –O juiz perguntou para si próprio, talvez ele fosse meio louco. –Isso aqui é ridículo.

–Me desculpe, Vossa excelência, não estamos entendendo. –O homem que narrava tudo disse.

–Esse garoto. –Milton apontou para Leon. –Agiu em legítima defesa, ele é completamente inocent...

–O quê? –A mãe de Diego gritou, inconformada. –Ele é um assassino! Ele matou o meu filho, o meu filhinho! Vocês sabem o que é isso? Perder um filho. Sabem?!

–Eu quase descobri! –Dessa vez quem gritou foi a mãe do Leon. –Quase perdi meu filho por causa do seu!

–Ordem! –O juiz gritou, mas nada adiantou, o tribunal virou uma discussão entre várias pessoas, eu estava vendo a hora de alguém sair nos tapas ali.

–Será...Será que eu posso falar uma coisa? –Leon gritou e todos se calaram. –O Diego...O Diego me odiava, e bom, eu o detestava. O Diego era meu amigo, foi meu amigo apesar de tudo que aconteceu depois. Eu agi em legítima defesa, mas o matei, intencionalmente, mas o matei.

–Aonde quer chegar com tudo isso seu covarde? –Indagou a mãe de Diego.

–Deixe-o prosseguir. –Pediu o juiz.

–Eu deito minha cabeça todas as noites no travesseiro com esse peso na consciência, durmo com a imagem de Diego levando aquele tiro no peito e caindo no chão. –Leon disse com o choro preso na garganta. –Não estou pedindo que me perdoe Sra. Ferro, mas peço que entenda que eu não quis mata-lo.

A Sra. Ferro já estava com os olhos vermelhos, ela iria acabar enlouquecendo, ela estava em desespero, havia perdido o filho e estava perdida. O tribunal inteiro permaneceu em silêncio.

–Quem é a favor de inocentar o réu de todas as acusações? –O juiz perguntou, os juízes da tribuna levantaram a mão, todos votaram a favor.

–Eu considero Leon Vargas inocentado de todas as acusações. Caso encerrado! – O juiz Milton disse e se retirou.

O choro da mãe do Diego foi alto, os parentes a tiraram de lá. A primeira a ir abraçar Leon foi sua mãe, seguido por seu pai e seu advogado, nossos amigos e meu irmão foram em seguida, eu seria a ultima.

Chegou a minha vez, pude vê-lo me encarar com os olhos cheios d’água. Eu literalmente pulei nele, dando-lhe o abraço mais sincero e reconfortante que eu pude.

–Acabou, meu amor. –Eu sussurrei e ele manteve os braços bem apertados em volta de mim.

–Acabou. –Ele sussurrou também, depois de semanas Leon me pareceu mais aliviado. Acariciei o rosto dele e limpei duas lágrimas que teimaram em escorrer. –Acabou. –Ele repetiu como se não acreditasse.

–Sim, meu amor.

–Será que teremos uma semana de paz? –Ele perguntou e eu o encarei confusa.

–Uma semana?

–É, você sabe, depois teremos que voltar para os EUA e conviver com nossos amados parceiros de quarto. –Ele disse e soltou um riso.

–Deixa de ser estraga prazeres, Vargas.

–Preciso te encher o saco, Vilu. Preciso te encher pelo menos duas vezes por dia. –Ele disse e me apertou mais ainda. –Obrigado por tudo, meu amor.

–Por te aturar?

Eu sorria feito boba, sei que isso pode parecer meio clichê, mas era como eu me sentia. Leon estava sem problemas na cabeça, entendem como isso me faz bem?

Ele não estava 100%, claro, ele ainda não havia superado o fato de ter matado o Diego, e eu comecei a entender que isso provavelmente era algo que ele teria que superar sozinho.

–Por tudo, principalmente por ficar ao meu lado, agora e...

–Sempre. –Eu o cortei e ele sorriu feito criança, ele não parava de sorrir desde que o juiz o inocentou.

–Sempre, não é? –Ele perguntou e eu assenti.

Ele segurava minha duas mãos e passava o dedo polegar na aliança que ele me dera no natal passado. Era estranho, saber que não teríamos que encarar o Diego, ou um tribunal, ou algo que nos matasse.

–Viva a essa nossa semana de paz, Vilu.

–Viva a essa nossa semana de paz, meu amor...

Éramos eu e Leon Vargas, duas pessoas “normais” que se sentiam bem nesse exato momento, que se sentiam em paz, que não estavam assustados e o desespero quase não estava presente.

O medo, a angústia, a tristeza...Foram substituídos por um novo sentimento, um pressentimento que nem tudo estava dando errado. As coisas pareceram voltar a ficar equilibradas quando ele foi inocentando justamente.

Queríamos ser dó dois jovens com uma vida normal, queríamos errar e aprender com os erros, queríamos aproveitar essa paz rara. Queríamos ser idiotas e maduros, e acima de tudo, pode parecer um pensamento bobo da minha parte, mas acima de tudo queríamos nos amar e viver essa paixão juntos...


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Notas finais do capítulo

Entonces? Gostaram? Me digam se gostaram, ou se detestarem hehe Volto logo...Logo mesmo kkk Beijão



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