Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Hey! Me desculpem pela demora, foi muito difícil escrever esse capítulo, passei três dias tentando achar as palavras certas, por isso eu espero que gostem :D



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Pov’s Violetta

–Leon. –Sussurrei novamente.

Leon estava sentado no chão, e apoiado com as costas na parede, de olhos fechados, ele apertava as pálpebras com força, como se estivesse com dor. Seu rosto estava machucado, os lábios aparentemente cortados, bochechas vermelhas, e olheiras profundas.

Toquei seu rosto, fazendo uma carícia, ele sorriu, mas não abriu os olhos, talvez ele não tivesse acreditando que eu estava ali, talvez pensasse que fosse um sonho, talvez estivesse assustado demais para acreditar que eu o ajudaria a sair dessa.

–Leon. Você vai ficar bem. –Sussurrei novamente. –Isso é real.

–Eu sei, mas queria comprovar que não era meu cérebro me pregando uma peça. –Ele disse formando um sorriso nos lábios, ou pelo menos, tentando sorrir. –Violetta. –Sussurrou, sua voz soava estranha, soava em um tom de dor.

–Está tudo bem. –Eu disse baixinho, enquanto continuava acariciando em seu rosto, ele estava pálido e quente, parecia com febre. Aquele pequeno quarto era bem frio, e úmido, eu diria que aquela piso estava até molhado.

–Estou ficando louco, só pode. Não consigo mais organizar meus pensamentos. –Ele disse em um som quase inaudível, devido a sua dificuldade de mover qualquer músculo que fosse. Leon estava meio que irreconhecível, estava com uma expressão assustada, parecia meio nervoso, um pouco irritado.

–Você ficou muito tempo trancado, é normal. –Eu disse acariciando suas bochechas vermelhas, ele estava meio barbudinho, nada muito grande, a barba um pouco mais que rala, pois havia ficado mais de uma semana sem fazê-la. –Leon Vargas, não sabe como senti sua falta.

–Garanto que senti mais a sua. –Ele disse tentando sorrir, mas seu olhar demostrava uma imensa dor.

–Fiquei preocupada, fiquei com medo de...de que algo acontecesse.

–De me perder. –Ele completou. –Fiquei com medo também, de não poder ver mais você, minha mãe, meus amigos...

–Não acho que fariam alguma coisa com você.

–Se Diego fosse um pouco menos covarde ele me matava, pode ter certeza, mas por incrível que pareça, ainda tem algum juízo nele, que o impediu de acabar comigo. –Ele explicou. –Obrigado por ter vindo, mas é perigoso e...-Eu o interrompi.

–Nem vem, não quero sermão. –Pedi e ele riu abafado pela dor que certamente o incomodava.

–Senti falta disso. De você resmungando. –Ele disse ofegante.

–Pode parar de me zoar, senão dou meia volta e te deixo trancado aqui. –Eu disse rindo, mas aí percebi que não teve graça nenhuma, e naquele momento voltei à realidade.

–Sabe Violetta eu....Ai. –Ele gemeu de dor. E pressionou alguns dedos contra a costela

–O que houve?

–Não estou no meu melhor estado. –Ele disse enquanto passava as mãos sobre o rosto, parecia querer se aliviar.

–Oi, desculpe interromper o casalzinho no momento reencontro. Mas precisamos ir. Agora! –Fede avisou.

–Não consigo andar. Minha perna. –Leon a indicou, como ele estava de shorts foi visível ver o enorme roxo ensanguentado em sua perna, era bem grande, de agoniar. –Tentei fugir um dia desses, mas o capangas vulgo armários do Diego me pegaram, acabaram machucando minha perna para eu não conseguir correr.

–Eu te ajudo. –Fede disse, ele foi até Leon, e o ajudou a levantar, colocando um braço de Leon em seu ombro, pareceu ajudar. Leon grunhiu ao ficar de pé, ele ficou meio encurvado e colocou a mão sobre a costela, o que eu estranhei.

–Está tudo bem? –Perguntei indicando sua curvatura exagerada.

–Si..sim. –Ele respondeu inseguro.

–Não gosto que mintam pra mim. –Sussurrei, ele pareceu ouvir, mas ignorou.

Fomos devagar, Leon mal conseguia andar, ele estava muito ofegante, só de levantar ele pareceu ter uma piora notável em seu estado, parecia abalado tanto emocionalmente como fisicamente.

A caminhada silenciosa foi interrompida pelo barulho sincronizado dos saltos rosa, e o cabelo loiro esvoaçante de Ludmila, ela até tentava correr, mas o par de saltos tamanho 15 não ajudava muito.

–Lion. –Ela disse assim que o viu, lhe dando um abraço, eu não gostei muito daquilo. –Precisamos ir, o Diego está vindo.

Tudo o que menos precisávamos era o Diego atrás de nós, do jeito que ele estava louco e obcecado pela vingança inútil contra o Leon, era bem capaz de ele tentar acabar com nós quatro, incluindo Ludmila, sua própria prima.

Enquanto aos seus capangas, eu não os tinha visto, mas pelo que o Leon tinha comentado de terem machucado sua perna apenas para ele não conseguir correr, me pareceu desumano, esses caras pareciam ser piores que o próprio Diego.

–Okay, vamos logo, vamos! Vamos! –Fede disse, ele puxou Leon um pouco mais rápido, e com a perna que não estava tão machucada Leon tentava correr.

–Não estou me sentindo bem. –Leon constatou. Ele mancava, estava com uma dor visível nas costelas, e cambaleava um pouco enquanto tentava se manter firme em pé.

–Está fraco, precisa de proteínas. –Eu disse pegando em sua mão. –Vai ficar bem, vou cuidar de você. –Eu disse em um sussurro. –Consegue continuar?

Ele se esforçou para sorrir. –Vocês vieram aqui com o propósito de me salvar, não vou decepcioná-los. –Leon disse baixinho. Sorrimos também, Fede lhe deu um tapinha nas costas, mas se esqueceu que Leon estava acabado, após alguns gemidos de dor, Fede se desculpou.

– Mas como vamos sair daqui? –Leon perguntou. Droga! Não havíamos pensado na fuga, obviamente não poderíamos ir até a estrada pedir ajuda, era longe, e Leon não conseguiria chegar até lá, ele estava fraco demais.

Procurei alguma saída naquele lugar, mas só tinha mato e árvores gigantes que geavam. Pelo frio que aumentava era possível ouvir alguns gemidos de Leon, ele e andava cada vez mais devagar. Tudo piorou quando ouvimos um barulho de tiro, não atingiu nenhum de nós, mas passou perto.

–Vamos seus inúteis! Eles estão fugindo! –Era a voz de Diego, que gritava como um maníaco. Eu arregalei os olhos, estavam armados. E nós éramos apenas Ludmila, eu, Fede e meio Leon.

–E agora? –Ludmila perguntou desesperada.

–Primeiro: Ludmila arranca esses saltos. E segundo: Correeee! –Leon falou meio alto, só aí ele quase perdeu o fôlego, se apoiou em Federico, e com muito esforço começou a correr (Tentar correr), ele me deu a mão e me puxou junto.

Mais um barulho de tiro, novamente não acertou ninguém, apesar de estarem em uma distância consideravelmente longe, os capangas de Diego e o mesmo, atiravam em nós, e quase acertavam.

Pingos de água começaram a me atingir, e eu achando que as coisas não poderiam piorar, em questão de segundos uma tempestade se armava e se tornava eminente.

–Ludmila e Violetta, entrem na mata e se protejam. –Leon disse. –Tentem achar o carro do Diego. Nós vamos tentar distrair o idiota e seus capangas armários.

–Você é maluco? Nós vamos com voc..-Leon me interrompeu.

–Sou o cara mais maluco que você vai conhecer, sou potencialmente problemático, e um pouco desastrado, por isso confie em mim, se esconda na mata. –Leon disse, aquilo não fez o menor sentido para mim.

–Leon, não acho que seja uma boa ideia. –Eu disse, enquanto a chuva só aumentava.

–Eu acho que o Leon tem razão. –Fede concordou, eu fechei a cara e Ludmila também pareceu não gostar. Outro tiro, pareceu mais perto dessa vez.

–Achem eles! –Diego gritou novamente, bravo era pouco para descrevê-lo naquele momento.

–Entrem na mata agora! –Federico gritou. Assustadas eu e Ludmila corremos em direção as árvores, torcendo para que não tivessem nos visto.

Pov’s Leon

–Foi esperto. –Sussurrou Federico, ele estava me ajudando bastante, sem ele eu já estaria estatelado no chão.

–Por quê? –Indaguei já ofegante.

–Se nos encontrarem estamos mortos, foi esperto, sei que quis protege-las. –Fede constatou.

–Eu pediria para você ir com elas, mas sabia que havia entendido o que eu queria fazer, e Violetta não me deixaria ficar sozinho.

–Precisamos só fugir. –Fede disse, olhava para os lados tentando encontrar um caminho.

Parecíamos sem saída, ouvíamos os passos rápidos e desesperados bem atrás de nós, gritos enfurecidos de Diego, ele estava fora de si, e tenho certeza que nesse momento, se ele me encontrasse, ele me mataria, sem dó e nem piedade.

–Ei cara. –Chamei Fede com dificuldade, já enxergando pouco, com a visão embaçada. –Me faz um favor?

–Só pedir.

–Eles vão nos encontrar, quero que corra...-Fede me interrompeu.

–Parceiro meu não fica para trás. –Ele disse e eu ri abafado.

–Se eu sou seu “parceiro” como você diz, vai correr e proteger sua irmã e sua namorada.

–Ludmila não é minha namorada. –Ele explicou incomodado.

–Eu sei que vocês se pegam, não minta. –Eu disso soltando fracas risadas. –Vai proteger a Violetta, porque é isso que eu quero, preciso dela segura. –Pedi e ele meio a contragosto assentiu.

Tentamos voltar a “correr”, a chuva dificultava tudo, e o frio era uma das minhas menores preocupações naquele momento, eu sentia uma dor aguda na costela, lá havia um corte, eu fiz muitas tentativas de socar o Diego ou tentei fugir, e era punido, ontem Diego havia acertado minha costela cinco vezes com uma tábua de madeira, e acabou abrindo um corte naquela região.

Eu estava fraco, mal conseguia andar, minha perna latejava, e minha cabeça doía como nunca, não comia há dias, e parecia que meu corpo não me obedecia mais.

–Parados! –Gritou Diego, ele estava com mais três capangas ao lado dele, ele e mais um cara seguravam uma arma, e as apontavam e nossa direção.

Senti meu corpo enfraquecer mais ainda, meu corpo cambaleou, e minhas que antes bambeavam, agora falharam de vez. Meu corpo deixou de se apoiar no ombro de Fede, e eu apenas senti o contado do chão de pedras contra meu corpo.

–Leon! –Um grito ecoou lá da mata. “Violetta” pensei.

–Vocês dois, achem aquelas duas lá na floresta. –Diego ordenou, um cara armado foi junto com outro que tinha a mão do tamanho da minha cara.

–Cara, você tá bem? –Perguntou Federico. Eu quase não sentia mais nada, sentia que aquele era o “meu fim da linha”, gostei de viver, mas acho que meu tempo estava se esgotando.

–Me faz um outro favor? Diz para minha mãe e para o meu pa..pai, que eu os amo, e agradeço por tudo que fizeram por mim, e diz para a sua irmã que ela foi muito importante para mim, foi como um sonho, um sonho bom, e mudou a minha vida...-Eu sussurrei, Federico apenas assentiu desesperado.

–Cuide do topetudo. –Pediu Diego, o capanga que eu achei estar sem arma, na realidade estava com uma, sacou uma arma, e foi em direção ao Federico.

O capanga tentou socar Fede, que conseguiu desviar, ele segurou a mão armada do homem gigante, do nada ouvimos um barulho de tiro, a arma havia disparado, só vim o capanga de Diego caindo com tudo no chão, e a arma caindo ao meu lado.

–Idiota! Incompetente! –Diego gritou, o capanga nem respondeu, acho que ele se foi. –Quer algo bem feito? Faça você mesmo. –Diego disse para si próprio.

Diego ergueu sua arma, e disparou dois tiros contra Fede, ambos em seu quadril, Federico passou a ser o terceiro no chão naquele momento, mas com certeza era o mais ferido.

–Vou acabar com você Vargas! Vou acabar com você! –Diego gritou repetidamente. Ele apontou a arma para mim, eu cerrei as pálpebras.

–Abra os olhos! Olhe para mim! –Diego gritou. –Quero ver a sua dor! A dor que eu senti.

Ele novamente apontou a arma, Diego tremia, ele não tinha coragem. Devagar eu peguei a arma, fechei os olhos e disparei um tiro contra Diego, fui mais rápido, ele sequer me viu com a arma na mão.

Sem coragem, abri os olhos, e lá estava Diego, caindo no chão, eu havia acertado seu peito, intencionalmente, não queria mata-lo, só queria ter me protegido, tentei apenas ter mais uma chance de viver. Mais nada eu consegui fazer, mais nada ouvi, mais nada vi meu olhos se fecharam automaticamente, foi aí que pensei que realmente tinha acabado para mim, meus sentidos se deceparam completamente, tudo apenas escureceu...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficou bom ou ruim? Por favor comentem, e até breve :D