Bruce Wayne

As portas estão fechadas. Os portões se encontram emperrados. Tento escapar pelas telas no chão, que levam ao subterrâneo, porém estas estão lacradas ao piso.

Ouço as vozes cada vez mais próximas e salto para o teto, agradecendo por conseguir me firmar entre as barras de ferro que se cruzam antes que uma camada de telhas cubra o lugar. Meu cinto de utilidades não está comigo, e a exaustão oprime minhas habilidades enfurecidamente.

Observo os tanques de água onde Silena e o Charlie estão. Cerro os dentes. Meu filho. Ele mencionou a existência de uma irmã, outra filha minha que fora lançada ao vento e dada como morta, alguns instantes antes de sermos apanhados.

Eu mal o conheci também. Ele vivera com Alfred, até sua morte, e apenas recentemente (ou o que pareceu ser recentemente) veio até mim. E até sua mãe.

Fui privado da minha família uma vez, mas isso não acontecerá de novo!

— Precisamos de mais energia — Morgana Le Fey entra na sala após abrir os portões. Está ao lado de dois adolescentes que eu nunca tinha visto. — O portal será aberto esta noite. Precisamos de mais heróis. E agora que Zack e Stella foram libertados por aqueles intrusos dos Destruidores e dos Vingadores...

— Já temos o que precisamos — a garota loira diz com firmeza e arrogância, olhando ao redor. — Nosso líder não quer mais nada.

— Mas...

— Mas nada Morgana. Já está decidido. Nosso líder deu a vida a você. Então agradeça obedecendo suas ordens.

— Sim Caroline.

O garoto começa a sorrir enviesadamente.

— Temos um fugitivo. Alguém bancando o herói. Acho que é um morcego...

Então eu caio no chão, logo que a dor em minha cabeça vem com uma força que me faz berrar. Meu cérebro está em chamas, assim como o restante do meu corpo, e aparentemente uma sequência de facas penetra minha cabeça, uma a uma.

As risadas deles são audíveis à distância, e sinto meu corpo ser arrastado.

— Você deveria esperar, Bruce. Logo logo a Clarissa virá salvá-lo junto dos amiguinhos Destruidores.

E a risada foi ouvida novamente, antes que tudo cessasse, e eu mergulhasse na inconsciência, com apenas um nome em mente:

Clarissa. A minha filha.