POV Valerie

Assim que nos viu Blás falou algo como “finalmente” vindo, em seguida, na nossa direção. Hermione já estava perto do Potter perguntando a ele como aquilo havia começado. Eu não queria saber havia sido o começo. Isso eu poderia muito bem descobrir depois. Só me interessava em tirar aquele ruivo imbecil de perto do Draco.

– Valerie minha querida - Blás começou a me dizer – será que você pode fazer seu primo enxergar a razão e parar com essa palhaçada. Não que não fosse ficar feliz em vê-lo acabando com o Weasley, mas...

– Se algum professor ver ele vai ficar um bom tempo afastado do time de Quadribol. E se já perdemos com ele no time, imagina sem ele – completou Nott que estava logo atrás. Draco era o melhor do time da Sonserina, isso ninguém tinha dúvida.

Nesse exato momento, a cenoura ambulante lançou um feitiço que atingiu Draco no rosto. Ele caiu no chão. O Weasley tentou se aproveitar da situação de Draco para atacar enquanto ele não podia se defender. No entanto, eu já estava gritando Protego antes mesmo daquele imbecil terminar de falar a azaração.

– Como se atreve a atacar alguém que está caído Weasley? – me virei de costas para ele para ajudar Draco a se levantar. Ele segurou a minha mão. Não parecia muito feliz por eu ter parado a briga.

– Não é da sua conta Lestrange.– me incomodou ele me chamar de Lestrange. Ninguém nunca me chamava assim. Era sempre Black. Alguns até me chamavam de Malfoy por engano. Nunca Lestrange. Esse nome me fazia me lembrar dela, parecer com ela. – Sua mãe fazia muito pior do que isso.

– Eu não sou ela – falei como um rosnado. Eu odiava essa sombra de comparação entre mim e a minha mãe. Eu nunca seria capaz de fazer o que ela fez. Ou seria? Essa dúvida me perseguia desde que eu descobri quem foi a mulher que me colocou no mundo. Será que eu era igual a ela?

– Mas vai ser. – ele falou como se respondesse a pergunta que martelava dentro da minha cabeça - E vai magoar a Hermione quando isso acontecer.

– Rony, eu não...- Mione tentou dizer algo só que ele não a deixou continuar.

– Eu não vou deixar o sangue podre dela machucar você.

Me senti gelar por dentro. Raiva crescendo a ponto de me dominar. Senti Draco se mexer ao meu lado rapidamente. Me dei conta do que ele havia feito quando vi o Weasley voar pelos ares e cair uns três metros longe. Draco o estuporou como eu nunca havia o visto estuporar alguém.

POV Narrador

– Isso era para você aprender a nunca mais falar desse jeito com um Black – ele se virou para a pequena plateia que assistia a briga. – Acabou o show. SUMAM!

Todos obedeceram. Ninguém nunca havia visto Draco Malfoy tão nervoso. Ele era de falar e provocar, mas não chegava as vias de fato. Não como hoje. Hermione e Potter carregaram o Weasley para dentro do castelo provavelmente para a enfermaria.

Draco olhou para Valerie. Os olhos cinza nos negros da garota. Queria conversa com ela. Não teve a chance, pois logo estavam cercados por seus amigos.

– Que feitiço foi esse meu amigo! – exclamou Nott

– Nunca te vi fazer nada parecido – “elogiou” Blás. – Nunca vi ninguém que está no final terceiro ano fazer nada parecido.

– A gente faz qualquer coisa quando está com raiva – o loiro explicou simplesmente. Sua atenção ainda estava na morena.

– Draquinho – Pansy empurrou os meninos para chegar mais perto dele – aquele idiota te machucou. Deixa eu cuidar de você. – ela falou já passando os braços pelo pescoço do garoto.

– Não precisa – ele se afastou dela. Claro que a Pansy não ficou feliz não ficou feliz de ser rejeitada. Se afastou dos outros bufando. Draco continuou encarando Valerie e ela o encarava de volta. A nunca pareceu se dar conta de que eles queiram ficar sozinhos foi a Lexi que convenceu Daphne, Blás e Nott a irem embora depois de alguns minutos.

Se antes o garoto não falava nada porque seus amigos estavam por perto, agora não sabia o que dizer. Não queria que ela tivesse ouvido o que o cabeça de fosforo tinha dito. Ele já tinha ouvido pelos corredores da escola alunos de outras casas o chamar de filhote de comensal e coisas do tipo. Ele não ligava. Até se orgulhava de certa forma. Valerie era diferente.

– Ele te provocou muito não foi? – ela falou depois de um grande suspiro – Para você quebrar a promessa que me fez de não se envolver na minha amizade com a Granger e tudo mais.

– Ele não tinha o direito de falar nada do que disse sobre você – o loiro se aproximou mais da prima. Cara a cara. Suas testas quase se tocando. – Eu deveria ir até o Dobledore denunciar o Weasley.

– Não pode fazer. Ele vai contar da briga e você pode se prejudicar. Os meninos precisam de você no Quadribol.

– Não ligo para o Quadribol. Só quero que ele pague pelo que disse.

– Bem, acho que você já cuidou dessa parte sem a ajuda do diretor da escola – os dois riram aliviados – Obrigada. Por me defender. – ela falou depois das risadas.

– Eu sempre vou te defender Valerie – antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, a garota pulou encima dele o abraçando. Draco a segurou pela cintura, mas a surpresa e a força da ação da menina fez com que ele se desequilibrasse.

Ele caiu no chão com Valerie por cima rindo do que tinha feito. Ela é linda, foi o que ele pensou nesse momento. Tudo nela era lindo. Os cabelos negros, a pele corada, o sorriso divertido. Com ela por perto ele se sentia totalmente feliz. Ela nunca seria igual a maluca da mãe dela. Para ele Valerie era especial, diferente. E antes que percebesse, Draco beijava a prima nos lábios calmamente. As mãos nos cabelos dela. Para deixa-lo ainda mais extasiado, ela correspondia.