Forbidden Love escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 5
Capítulo 5 - Memórias deterioradas


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores, tudo bem? Bom, como eu havia mencionado no capítulo anterior, este seria escrito conforme o meu humor. Leiam e descubram o meu humor, hahahaha.



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Ao raiar do dia, Mikael resolvera os assuntos pendentes com os seus servos, cobrando impostos e até mesmo estabelecendo novas relações de vassalagem para o seu suserano. À tarde, enquanto o sol escondia-se novamente por detrás das montanhas, finalizando assim mais um dia quente e liberando espaço no céu amorenado para uma majestosa lua cheia, Mikael aproveitara para deambular pelas terras do feudo com o futuro genro. Aquela talvez fosse uma ótima ocasião para ressaltar ao lorde que a filha havia recebido um novo dote, dado pelo filho do duque, que se rendera aos encantos da jovem na última visita que fizera ao castelo. Mikael era um homem de palavra: havia prometido a filha ao lorde, mas não poderia negar que uma aliança entre a sua família com um membro da alta nobreza era irrecusável.

Ele ofereceria a seguinte oferta ao lorde: dar-lhe um mês para que cobrisse a oferta do primogênito do duque, caso não o fizesse o noivado seria derrogado e a mão da jovem passaria ao herdeiro do duque. Logicamente Mikael não havia informado Rebekah da generosa oferta que lhe fora concedida por sua mão. Mas presumia que a reação da menina não fosse das melhores. Embora não se importasse com a reação da filha, por mais negativa que fosse. Se ele achasse melhor entregá-la ao sucessor do duque, assim o faria.

Marcellus observava cautelosamente os movimentos do futuro sogro. Por mais imponente e respeitado que fosse a sua reputação no feudo, aquele homem de alguma forma não inspirava confiança ao lorde. Possuía um olhar duro de que a qualquer momento pudesse fazer alguém em pedaços. Seu sorriso era tão hipócrita que poderia sorrir ao mesmo tempo em que presenciava um assassinato. Não era por acaso que o mesmo amedrontava tanto os filhos.

O jovem Domenico, primogênito do duque, oferecera um generoso dote pela mão de minha filha destaca Mikael, em seu tom neutro. Dar-te-ei o prazo de um mês para que cubra a benévola oferta de Domenico.

Acalma-te, Mikael dissera o lorde. Não estou tão notório quanto a este noivado. Vossa filha és tão indócil quanto um animal selvagem. A menina possui opiniões ásperas, propensão selvagem e comporta-se como um jovem rapaz; caminhando pelos vales com arcos e aljavas a tira colo.

O modo de se portar se consertará com o tempo retruca o senhor feudal. E quanto às opiniões simplesmente ignore-as.

O riacho situado próximo à estrada que levava de volta a cidade trasbordara devido à tempestade da noite passada. Com isso, o único meio de voltar para casa seria percorrendo a trilha feita por alguns moradores na floresta. Aquele mesmo local Mikael ordenara a esposa que proibisse a passagem de qualquer um dos filhos, mas somente ele sabia o real motivo da proibição.

Devemos recuar informou ao lorde. Temo que não seja a melhor opção.

Não vejo alternativa contestou Marcellus.A estrada principal está inundada. Então, não há outra escolha a não ser seguirmos pela floresta. Ele desviou os olhos para o lado, encontrando dois servos dos quais se ouvia apenas as respirações solenes. Além disso, temos a companhia de dois servos. E que temes encontrar na floresta? Não há nada além de feras neste local.

Mikael ajustou sua postura por um momento encurvada sobre o cavalo. Ele fitou o local mais de uma vez, temendo ser observado.

Vês, pois, Marcellus disse ele mudando o seu tom , há mais nesta floresta do que podes ver.

Marcellus adequou sua postura, arriscando não demonstrar o receio e pânico que agora invadira seu ser. Naquele momento o seu único desejo era não conhecer o que continha naquela floresta que tanto amedrontava o senhor feudal.

A floresta era fria e escura assim como a noite. As copas das árvores contíguas impossibilitavam a penetração de luz. O musgo era presente em todos os troncos e os cascos dos cavalos chafurdavam-se no solo pantanoso.

Os olhos de Mikael continuavam a vagar pelo local enquanto Marcellus acompanhava o seu olhar, pronto para partir do animal quando avistasse perigo. Embora uma parte de si permanecesse curiosa em descobrir o que habitava aquela floresta, outra parte permanecia abonançada em não descobrir.

— O que vosso patrão teme nesta floresta? — perguntou o lorde para o servo da esquerda, que tinha cabelos grisalhos e um defeito na perna direita.

— Não posso responder-te, milorde — disse o mesmo. — Apenas saiba que estaríamos mais seguros numa jaula com leões famintos. Vês esta deformação em minha perna? Esta lesão eu adquiri nesta mesma floresta.

— Como aconteceu? — exigiu o lorde, moderando o tom do sussurro para que Mikael metros a frente não ouvisse a pergunta.

O servo olhou a sua volta temendo que algo os vigiasse. Marcellus acompanhou o olhar, porém nada viu senão as folhas das arvores balançando ao vento.

— Não... Não neste local — advertiu. — Não é seguro a relatar.

Até mesmo os servos respiraram alivio quando avistaram o fim da floresta. O atalho os levara a estrada além do rio, que facilitava mais a chegada ao destino. No entanto, Marcellus ainda indagava por respostas ao futuro sogro.

Que temes na floresta? questionou o lorde.

Acredite respondeu ele há coisas que devem permanecer como estão.

E, com aquele mistério irresoluto, voltaram ao palácio, sem mais perguntas sobre o que ocorrera na floresta.

***

Os homens amontoaram-se ao lado esquerdo do salão do castelo, bebendo e conversando a noite inteira, deixando o espaço direito reservado somente as damas. A cada segundo o vinho os deixava ainda mais demasiados. Visconde Hussain dormia ao fim do salão ébrio e derreado, em posse de uma garrafa de vinho. Barão Aaron e visconde Hughes já deliravam em efeito da bebida, revelando obscuridades de seu passado alvoroço. Mikael e Marcellus conversavam ao lado da lareira, aproveitando-se do calor das brasas, pois aquela noite estava mais fria do que as outras. Niklaus e Kol discutiam sobre uma garrafa de vinho, embora o pensamento de Klaus estivesse no lado direito do cômodo.

Enquanto isso, as mulheres revezavam-se entre o salão e a cozinha. Ora deliciando-se com chás, ora tecendo novas peças para os maridos. Entretanto, nem todas as moças apreciavam tricotar e beber chá. Rebekah e Anabela, a filha mais velha do conde Harris, eram as únicas que odiavam aquele momento. Afinal, a maior parte dos assuntos comentados pelas damas tratava-se apenas do futuro noivado de Rebekah e Marcellus.

És uma sortuda, Rebekah comentara Valery, a filha mais jovem do conde. Dois rapazes atirando-se aos vossos pés.

Dois rapazes? repetira a jovem, incrédula, encarando a mãe como se a mesma não lhe repassasse tal informação.

Valery desviara os olhos após um olhar reprovativo de sua mãe. A jovem era impulsiva apesar da pouca idade, mas acabara esquecendo-se da ordem dada por sua mãe, que lhe proibira de comentar algo com Rebekah a respeito do filho do duque. Porém não mais havia escolha para Esther senão relatar a filha.

Domenico, primogênito de duque Lewis, oferecera um dote benevolente pela sua mão relatou a mãe. Mikael dera um mês para que o lorde cobrisse a oferta.

Domenico. Aquele nome não lhe era estranho. Rebekah vasculhou a fundo a sua mente a fim de encontrar alguma lembrança correspondente ao filho do duque Lewis. Caso sua memória não estivesse enganada, a jovem recordara-se de um menino de cabelos negros e olhos azuis, que visitava o castelo sempre na companhia do pai. No entanto, não havia importância para a dama quantos pretendentes lhe oferecessem um dote, pois o seu coração já pertencia a outro.

O salão irrompera num rugido agudo de portas entreabrindo-se; todos, até mesmo o desfalecido visconde Hussain, voltaram a sua atenção a porta principal do palácio, onde encontraram Elijah com suas vestes molhadas por causa da tempestade que o atingira, seu cabelo unido à testa e botas enlameadas.

— Perdoem-me pelo atraso, senhores pediu em seu tom mais solene.Eu estava cavalgando.

Em quem? inquiriu Kol, esquecendo-se por um momento da presença das damas no fim do salão. Um olhar sorrateiro de Mikael direcionado ao filho foi o suficiente para fazê-lo desculpar-se, mesmo que o garoto não possuísse arrependimento pela fala. Oh... Perdoem-me, senhoras — pediu ele sem compunção.

Por onde andaras, Elijah? interrogou Mikael.

Trabalhando na resolução de assuntos pendentes, meu pai respondeu o rapaz.

Elijah assentara-se ao lado de Kol, partilhando de seus assuntos e aproveitando-se do vinho que estava em posse do irmão mais novo. As damas deram continuidade aos seus assuntos e afazeres, com exceção de Anabela, que continuava encantada com um dos filhos de Esther.

Caso não fosse comprometida com o mais moço de barão Oliver declarou a menina, fascinada , vosso irmão seria o meu futuro noivo, Rebekah.

Rebekah direcionou o olhar a esquerda; buscando adivinhar a qual dos irmãos a moça se referia. O olhar de Anabela estava atento entre Elijah e Niklaus.

A quem se reporta? indagou a loura. Elijah?

— Niklaus respondeu a morena.

— Não iria deseja-lo caso o conhecesse realmente — retrucou. — Elijah ou Finn são rapazes de conduta. Niklaus não é um cavalheiro como aparenta ser.

No espaço cabível aos homens, Aaron e visconde Hughes continuavam a relatar histórias de seu passado alvorotado.

És um louco, Aaron dissera o visconde.

Cala-te, Hughes interrompeu o barão. Contar-vos-ei uma história, senhores, mas peço que mantenham sigilo quanto a isso. Era tempo de minha mocidade, quando eu ainda perambulava pelas ruas estreitas daquela cidade. Não me recordo qual a cidade, tampouco o nome das moças que eu habitei o leito. Havia uma, no entanto, pelo qual eu sempre tive afeito. Ela se chamava Tânia... A jovem de cabelos dourados que fazia todos os homens caírem de joelhos por tamanha formosura. Duques e lordes vendiam suas joias e prata para a possuírem por uma única noite. Ah... A jovem Tânia. A rapariga de minha mocidade. Havia ainda aqueles senhores que vendiam as suas terras para possuí-la... — ele lançou um olhar sorrateiro ao irmão mais novo, que apenas fechou o rosto e deixou escapar um meio sorriso. — Lembro-me de uma noite em que ela me informara a gravidez. Eu, um mero garoto recém descobrindo a vida, fugi sem nada dizer. Anos depois fui informado que Tânia dera a luz um menino e o nomeara com o meu nome. Agora eu vos afirmo senhores; o quão irônico é o filho de uma meretriz possuir o nome em homenagem ao pai.

Os homens irromperam numa risada imoderada. Mikael ordenara que mais vinho fosse servido aos senhores, enquanto as damas há muito já haviam se retirado para os aposentos, por ordem dada pelos maridos.

Elijah e Niklaus pareciam ser os únicos moderados daquele ambiente. Este último não se arriscaria a beber além de sua capacidade temendo falar demais como sempre.

Era uma noite fria de inverno começou o conde Harris. O lorde defensor das terras do norte oferecia um banquete em nome de meu pai. Naquela noite as mulheres recolheram-se cedo a seus aposentos e os homens deram inicio a sua comemoração a partir de então. Os senhores beberam do vinho e coabitaram no leito das meretrizes. Era como sempre uma terra muito farta. Os homens comiam até se fartarem e somente paravam o banquete na hora de beber e aproveitar-se dos corpos das putas. Embora, logicamente, as suas senhoras encontravam-se nos seus aposentos, desfrutando de uma cama vazia já que os maridos apreciavam as mulheres do banquete. Foi naquela noite, em que meu corpo entregara-se ao álcool e perdera a noção da razão. Enquanto subia eu aquelas imensas escadarias, encontrei ao fim de um corredor escuro uma jovem moça trocando suas vestes. Naquele mesmo instante meu corpo derretera-se de desejo pelas curvas formosas que a donzela possuía. Eu, ébrio e desentendido, tomei-a naquele chão frio. A jovem donzela não hesitara quanto aos meus toques e manteve o rosto sempre coberto e escondido na escuridão do cômodo. Mas somente na manhã seguinte, quando o pai da moça invadira o aposento junto ao meu pai e mais alguns homens, eu me dera conta da atrocidade que havia cometido. A jovem por quem eu sentira atração era minha prima. O pai da mesma me obrigara a casar nas semanas seguintes. Porém, horas antes da cerimônia meu pai me chamara num canto reservado da casa, dizendo-me; Meu filho case-se com a moça que tu desonraras apenas para honrar teu nome. Entretanto, poderá escolher vê-la apenas quando lhe for cabível. Antes disso, deite-se ao leito de quantas meretrizes deres conta. Tenha encontros com a moça apenas para que conceba filhos e vanglorie o teu nome. Enquanto isso, se tua vontade for coabitar ao leito de inúmeras rameiras, faça. Se desejar trepar com putas e a moça se opor ao teu comportamento... Ignore-a. O que valerá meu amado filho será a tua opinião. E este conselho senhores... Recordo-me de ser a recomendação mais bem afortunada que meu pai já me dera.

Os homens novamente ressoaram a sua risada estrondosa por todo o salão. Kol lançou um olhar de concordância para os irmãos, como se conde Harris acabasse de proferir em voz alta os pensamentos do mesmo. No entanto, foi Aaron que decidira mudar o clima do ambiente.

Se são histórias conflitosas que procuram senhores começou , eu aconselho que peçam ao meu irmão Mikael que relate algumas de suas façanhas.

Mikael enviou-lhe um olhar odioso e em seguida fitando os filhos presentes naquela sala.

Cala-te, Aaron ordenou. Tu estás demasiado pelo álcool e não sabes o que diz.

— Ora, meu irmão reclamou Aaron. — Não negue o fato de ter feito o coração da jovem dama se despedaçar por completo... Ou ocorreu o inverso?

Mikael marchou em direção ao irmão mais velho, posicionando-se defronte para ele com as mãos presas no colarinho do mesmo. O silêncio tomou conta daquele ambiente. Por mais ébrio que estivesse, Aaron, assim como o irmão, conhecia perfeitamente aquelas memórias há muito deterioradas que Mikael insistia em ocultar.

— Cala-te— rosnou. — Ou me obrigará a fazer algo excruciante a ti, meu irmão.

— Irá me punir por revelar a verdade, irmão? — questionou rolando os olhos até os sobrinhos perplexos. — Ora, perdoe-me, estás acompanhado dos filhos e resolvera repassar-lhes a conduta que não possuía na mocidade. Que meus sobrinhos saibam que o vosso pai jamais fora tão íntegro em sua juventude.

— Aaron, eu ordeno que te cale — avisou Mikael.

Marcellus, que se encontrava o mais sóbrio naquele local, resolvera interver na briga dos irmãos, mesmo sabendo que um desentendimento entre os Mikaelsons sempre acabava da pior forma.

— Acalmem-se, senhores — pediu ele pondo-se entre os irmãos. — Não percam a conduta. Estamos todos ébrios. Acompanhe-me, Aaron, encaminhar-te-ei ao vosso aposento.

Sem contestar Aaron seguiu pelas escadarias, inseguro. Lorde Marcellus o acompanhara apenas para garantir que o barão não tropeçasse na própria sombra. Ainda assim, o salão permanecia em silêncio; todos olhando fixamente para Mikael em busca de uma explicação que obviamente não seria dada.

[***]

Marcellus, ainda curioso pelo que presenciara na floresta, resolvera a procurar o servo que possuía deformação na perna esquerda para que lhe relatasse mais sobre aquele local. Após andar pelo castelo de cima abaixo por fim encontrara-o nos estábulos, alimentando os cavalos.

Quando o vira, o jovem servo abaixara os olhos em reverencia e deixara o trabalho de lado por um curto tempo dedicado a atender o lorde. Ainda relutante em contar a história, o servo de nome Sebastian sentara-se sobre o pequeno cercado que mantinha os cavalos presos, pronto para relatar a história que prometera ao lorde.

— Havia mais dois junto a mim — relatou. — O senhor Mikael nos enviara para o norte para resolver assuntos de seu interesse. No caminho, quando voltávamos para o castelo, um jovem rapaz nos avisou que a estrada principal estava com problemas, por isso deveríamos seguir pelo atalho da floresta. Nesta época não conhecíamos aquela floresta como hoje, e ninguém nos alertara dos perigos que nela continham. Quando passávamos por entre aquelas arvores... Não consegui livrar-me da sensação de estar sobre observação. A confirmação de minhas presunções ocorreu mais tarde, quando nos aproximávamos do fim da floresta. Meu companheiro de nome Bertram, desaparecera de cima do animal que montava. Em seguida seu corpo caíra debandado defronte aos meus olhos. Rolei-os para minha esquerda, desesperado, a procura do pobre Leonor, mas nada havia senão um cavalo decapitado. Depois... Lembro-me da visão turva e nada mais. Quando a aurora veio, acordei numa cama quente de palha, na companhia de uma senhora gentil de cabelos brancos como flocos de neve cujo marido encontrara-me a deriva perto do rio. Meu corpo estava surrado. Minha mente, no entanto, nada se lembrava do ocorrido. O gentil casal de camponeses que me acolheram por determinado tempo também me iluminaram dos perigos que ali moravam.

Marcellus soltou a respiração. Trocou o peso dos pés e remexeu-se inquieto. O servo o encarava diretamente e provavelmente não inventaria tal embuste para o lorde.

— Diga-me, Sebastian — insistiu o lorde. — O que contaram a ti?

— Acredite, milorde — respondeu o criado —, há coisas que não devem ser relembradas. Com sua licença, meu senhor.

Ditas aquelas palavras o servo retirara-se do estábulo, prosseguindo o seu trabalho com aquela expressão de quem falara demais outra vez.

[***]

O sol da manhã começava a sua subida serena em rumo ao horizonte. Aos poucos os raios solares invadiam os aposentos da jovem moça. As brumas da manhã se dissipavam calmamente até desaparecerem por completo.

Aquela seria uma manhã proveitosa caso Rebekah ignorasse os acontecimentos da noite anterior. Primeiramente, seu pai e seu tio Aaron haviam discutido mais uma vez por motivos corriqueiros. Desta vez ambos partiram para a agressão física, envolvendo os criados e os viscondes para separá-los.

Esther moveu com o esforço o marido do salão ao gabinete, acalmando-o. Finn e Elijah permaneceram na sala auxiliando o tio, que saíra da discussão com um ferimento profundo no rosto provocado por estilhaços da decoração da casa. Mikael, contudo, saíra apenas com uma lesão causada pela ponta da espada golpeada contra o seu rosto.

Ninguém, nem mesmo Esther, ousara pronunciar-se sobre os motivos que levaram os irmãos a se desentenderem. O clima da casa permanecera amargurado durante todo o dia. Os irmãos evitavam encontrar-se nos mesmos locais da casa, mas vez ou outra acabavam reencontrando-se e trocando duras ofensas e olhares raivosos.

Com o passar dos dias, os viscondes ordenaram a vinda das esposas e filhos, pois permaneceriam como convidados por tempo interminado até que Mikael resolvesse a quem dar a mão de sua filha. Domenico ou Marcellus. Ainda que o casamento de pouco importasse para o pai ou os convidados. Para Mikael somente bastava a união de sua família com um membro da alta nobreza que lhe concedesse dádivas. Para os demais, nada importava senão o vinho e a festa.

Janet, esposa de visconde Hussain, foi a primeira a chegar acompanhada de seus dois varões e um filho bastardo do mesmo. A quem Janete aceitava com indulgência a pedido do marido, mas sempre tratara com indiferença o filho bastardo. Em seguida vieram a esposa e o filho de visconde Hughes.

Por outro lado, como se os acontecimentos do dia não fossem o suficiente para uma vida, havia ainda os pesadelos noturnos que a assombravam frequentemente. Primeiro sonhou que estava adormecida na floresta que se encontrava as escondidas com o irmão, sentindo a mesma sensação que sentira antes; estar em observação. Porém, desta vez, ela sentira inúmeros olhos observando-a das arvores, mas não os via por alguma razão. Em seguida, veio o pior de todos.

Ela despertara de uma noite de sono conturbada. Ao invés de encontrar as criadas preparando o banho ou recolhendo os lençóis da cama, encontra a pior cena de todas. O seu irmão mais velho, Elijah, encontrava-se ao fundo do cômodo com uma espada encravada em seu peito, o sangue intenso derramava-se por sua boca. Ao lado do mesmo, Finn, com uma lança atravessada no peito. Kol encontrava-se no mesmo estado do irmão mais velho, porém uma adaga encravada na cabeça. E, ao fim do aposento, dependurado com uma lança que lhe atravessava o coração e o prendia na parede, encontrava-se Nik. Entre lagrimas e soluços a jovem atravessara o local desviando das poças de sangue espalhadas pelo chão, controlando as pernas flácidas. O corpo do amado desmontara-se por completo fazendo-a cair de joelhos sobre ele, lamentando. Então, uma voz áspera ressonou. Sua transgressão colocará irmão contra irmão.

Finalmente ela acordara, sentindo o ar fresco da manhã adentrando a pequena janela. Deslizara os olhos para o lado e levantara-se num sobressalto seguido de um grito agudo. Ao seu lado, adormecido como uma criança no leito da mãe encontrava-se o seu irmão Niklaus, demasiado da noite anterior, pensara.

— Merda, Nik — exclamou acordando-o. — Perdestes completamente a compostura?

Ele lançou-se por sobre ela, prendendo-a sobre os seus braços vigorosos. Ela lutou conta sua força, mas em nada resultou. Continuou presa como numa jaula de braços robustos e seu imenso corpo cobrindo completamente.

— Não há ninguém em casa — avisou. — Aaron e Finn saíram logo cedo. O pai, Kol e os viscondes aproveitaram a manhã para divagar pelas terras. Mamãe e as damas foram à cidade. Os criados estão ocupados limpando os quartos e embelezando os jardins. Portanto, não vejo motivos que nos impeçam de conversar a sós.

Nik ainda possuía aquele olhar maléfico de segundas intenções. O odor de vinho que exalava de seus lábios e suor transpirado da pele dele causavam incômodos. Rebekah pôs a mão sobre os lábios do irmão, selando-os. Em seguida tentou mais uma vez livrar-se dos seus braços aprisionando-a, embora realmente não estivesse incomodado-a.

— Nik... — murmurou em tom plangente.

Ele, por sua vez, ignorara os avisos da mesma, já com o rosto enterrado revezadamente entre os seios e o colo. Ainda assim, o rapaz arrancara os lençóis que encobriam o corpo da irmã.

— Sabes que eu aprecio o seu jeito de dormir inapropriadamente? — comentou.

— Canalha — insultou-o sorridente. Mesmo sem revelar ela sabia que amava aquele jeito interesseiro dele de implorar por sexo.

Rebekah rendera-se aquele desejo que era maior do que a racionalidade. Ajudou-o a dispensar-se do chemise e brial que eram as únicas peças que ele possuía no corpo, visto que o xale e grenguesco estavam abandonados no chão.

Ele a penetrou iniciando os movimentos intensos e consecutivos. A loura mantinha os olhos fechados e as mãos ocupadas com os cabelos desgrenhados do irmão entre suas mãos, elevando os gemidos a cada estocada. Os corpos reverteram-se numa posição contrária, fazendo-os ficar na lateral. As mãos do irmão decorriam sobre o corpo dela, tateando toda a região anal.

O ruído áspero produzido pela porta fizera a jovem abrir os olhos subitamente e empurrar o irmão para longe de si, deparando-se com a figura do pai imóvel defronte a eles, com um olhar enraivecido e palavras aprisionadas na garganta.


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Notas finais do capítulo

Uma palavra: FODEU, literalmente. Antes que me matem pela demora, fiquem calminhos, pois eu tenho os meus motivos.Eu ia postá-lo ontem à noite, mas eu estava ocupada em casa com três rapazes. Calma, isso soaria estranho se não fosse três irmãos chatos me impedindo de escrever e usar o computador. Trocaria os três por uma bala chupada. Enfim, vale ressaltar que recomendações contam para que os capítulos saiam mais rápidos.



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