Let It Go escrita por birdspotting


Capítulo 1
E todos esses contos de fadas são cheios de merda


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Posso ser considerada a menina mais estranha da face da terra, uso óculos redondos e meu cabelo preto é sempre preso em um coque, vou para escola sempre com meu moletom da “GAP” e minha calça jeans larga. Sou do tipo de garota nerd sim ou claro?

As pessoas desse lugar pegam no meu pé por conta disso, é tudo horrível, mas não posso mudar de escola, meu pai é o diretor, ele controla minha vida mais do que o imaginável. Não tenho amigos, literalmente nenhum, nenhum deles merecerem ser chamados ao menos de colegas de sala.

Num momento eu estou na minha aula de física, eu acabei de terminar minha prova e fiquei olhando para frente enquanto isso deveria ter trazido meu livro para ler, olho para minhas unhas pintadas em uma francesinha e encaro o anel que minha mãe me dera antes de morrer.

Peguei meu caderno de redação, normalmente eu escrevo frases nele, e mostro para meu professor, ás vezes eu escrevo até mesmo textos gigantes. Peguei minha caneta em minha mão e brinquei com ela antes de começar escrever, fiquei pensando em coisas profundas que vinham de dentro, e comecei o primeiro trecho.

“Meu coração é como uma bola de neve, ele é completamente enrolado e com gotas de gelos misturadas, eu sou fria, mas eu aprendi a ser assim...”

Nesse momento o sinal do intervalo tocou, peguei meu caderno com cuidado e fechei colocando ele em minha mochila, o único caderno que deixava lá, os outros ficavam em meu armário. Joguei a caneta de qualquer modo dentro da minha mochila e fechei.

-Olha só, sempre a última a sair da sala. –A voz era de Cato o menino mais nojento e popular da escola, eu não me atrevi a olhar para ele continuei encarando minha mochila a coloquei em minhas costas e comecei a andar, senti uma mão firme em meus pulsos. –Quem você pensa que é para me ignorar. –Voltei-me para ele.

-Olha Cato, você voltou só para me provocar é perceptível, mas faça o favor me deixe em paz somente hoje tudo bem? –Ele me encarou com os olhos azuis me fuzilando e soltou meu punho.

-Você se acha não é mesmo? –Neguei com a cabeça tentando entender aonde ele queria chegar. –Você não passa de uma nojenta, um rato de esgoto. –Essas palavras me magoaram, eu iria começar a chorar, apertei minhas mãos com força cravando as unhas em minha pele, olhei para o chão e engoli em seco.

-Por que faz isso? Eu nunca te fiz mal Cato! –Eu ainda olhava para o chão, senti passos em minha direção e olhei para frente não era só Cato lá mais, era Cato, Peeta, Finnick e Marvel, o grupinho dele.

-Basta ser esse nojo que você é! –Os amigos dele deram risinhos, o que me doeu, sai correndo da sala enquanto eles riam de mim, fui para o banheiro o mais depressa que eu pude.

Encarei-me no espelho, eu já fui mais forte, antes eu rebatia essas provocações, eu não ligava, mas hoje eu estava desmoronando, eu comecei a chorar e cada vez chorava mais.

Ouvi garotas entrando no banheiro, em uma tentativa inútil de parar de chorar e esfregar meus olhos, mas não deu certo, Katniss e Annie já haviam visto.

Katniss e Annie não eram populares, mas não eram como eu, ninguém mexia com elas, nunca havia falado com nenhuma das duas, fiquei encarando o chão, e Katniss e Annie já havia parado de rir em uma hora dessas.

-Você é Clove não é? –Pergunto Katniss em quase um sussurro. Eu assenti e Annie me encarou, vi que Katniss se olhou no espelho e seguiu o exemplo de Annie me encarando.

-O que aconteceu Clove? –Dessa vez era a voz de Annie falando.

-Nada. –Murmurei, não falaria que estava assim por causa de Cato, alias ele era irmão de Annie, meio-irmão eu acho, não sei bem a história.

-Ora, lógico que aconteceu algo, se não você não estaria desse jeito. –Falou Katniss como se já fosse óbvio, e era.

-É bobagem... –Falei o mais baixo que pude.

-Se fosse bobagem você não estaria chorando. –Annie era sempre delicada com as pessoas quando falava, nunca queria ofender ninguém, diferente de Cato. –Olha se não quiser falar eu entendo... Mas o que acha de se sentar conosco para conversar? –Eu aceitava ou não?

-Melhor não... –Me lembrei do que Cato poderia fazer se me visse com amigos.

-É Clove... –Katniss se aproximava. –Se precisar de ajuda ou qualquer coisa, pode falar com a gente. –Eu assenti.

-Tchau. –Disseram as duas em um uníssono, eu não me dei o trabalho de responder, logo elas saíram.

Sai em seguida e fui para o lugar que sempre ficava. O teatro. Entrei no palco peguei minha bolsa e retirei meu caderno, fiquei olhando tudo que eu já havia escrito e pensando o motivo, lembrei de varias as vezes que recorri aquele caderno e escrevi aquilo.

Enquanto uma menina que passava por problemas se cortava eu escrevia, me aliviava como um corte aliviava a dor de uma garota, escrever me aliviava, se alguém fora meu professor de redação pegasse meu caderno, obviamente mostraria a todos, eu iria sofrer mais do que já sofro aqui, e provavelmente eles me infernizariam.

As coisas não são fáceis para mim nem mesmo em casa, meu pai é completamente controlador, não me deixa fazer nada, sair, fora de cogitação a não ser é claro para aula de violão, o que já é muito segundo ele, além é claro que ele é o diretor, eu não posso tirar uma nota baixa...

Eu sei com o que eu sofria aqui, alias ninguém sabia que eu era filha do diretor se não a situação pioraria, a verdade é eu não conto para meu pai o que falam para mim pelo simples motivo, pegariam mais pesado, acabariam comigo mais do que já fazem.

E os que mais pegam no meu pé, são Cato e seu grupinho, a maioria das meninas amam o Cato literalmente, porque além de popular ele é capitão do time de basquete, os pais dele são ricos isso o faz rico também não?

Então ai vem os meninos que andam com ele, Finnick, ele é literalmente lindo, tem um belo físico, os olhos são incríveis, mas ele não está nem ai para nada nem para ninguém, ele só fica com uma menina se ela for diferente, o que não acontece á um ano que eu saiba.

Possuímos o Peeta, ele também é bonito, era mais baixo que Cato, alias dos quatro ele era o mais baixo, ele era do tipo que pegava todas assim como o Cato, a diferença é que quando ele gostava ele gostava mesmo, já o Cato nunca gostava.

Por último temos o Marvel o palhaço da turma, não da turma do Cato, da nossa turma, ele também era bonito, todos os meninos eram do time de basquete menos Marvel, não me pergunte o motivo.

E eu sei de tudo isso por um motivo, estudo com esses lixos desde pequena, tipo desde meus sete anos. O recreio iria acabar daqui á cinco minutos, eu juntei minhas coisas e desci do palco, minha próxima seria biologia, eu fui o mais rápido que pude para sala para ficar no mesmo lugar de frente.

Eu não era como aquelas nerds de filmes que sentava na frente, eu ficava no fundo, do lado esquerdo, e os populares ficavam sempre do lado direito, além do grupinho de Cato ficava lá, Glimmer, Johanna e Madge, as três garotas mais patricinhas e piranhas do colégio.

Cheguei á sala e peguei meu lugar sentei e peguei na minha bolsa meu livro de biologia que eu tinha deixado lá desde o começo das aulas, pois sempre olhava meus horários. Logo o sinal tocou e todos começaram a entrar na sala. Abaixei minha cabeça com o intuito de não ver ninguém o que não deu muito certo, pois logo Cato e Finnick sentaram na minha frente, na verdade Cato em minha frente e Finnick ao meu lado.

Fiquei com a cabeça abaixada ainda, não iria olhara para eles, o que eles estavam fazendo ali? Cato me odiava, por que deixar seu grupo para sentar na minha frente e de bagagem trazer o babaca dois junto?

-Olá Clary. –Era a voz de Cato e ele olhava para mim... Clary? Que merda ele tinha na cabeça. Continuei com a cabeça enterrada no livro de biologia sem olhá-lo nem responde-lo. –Eu falei com você. –Continuei ignorando.

Os restos das aulas passaram-se normal, eu caminhava tranquilamente em direção a minha casa, estava com o fone de ouvido e tocava Payphone do Maroon5, e bem eu sou uma fã assumida do Adam Levine, sério mesmo.

Eu estava praticamente viciada nessa música, bom ela possuía uma coisa verdadeira.

“E todos esses contos de fadas são cheios de merda, mais uma canção fodida de amor e estarei de saco cheio.”

Estava na porta de casa e toquei a campainha, meu pai não deixava chave comigo, ele tinha medo de eu fugir, viu a que ponto chega? Como meu pai ainda estava no colégio trabalhando que ficava essa hora em casa era Lena, nossa empregada enxerida de anos, ela se metia em tudo sem brincadeira.

Lena não era velha, ela tinha no máximo trinta e cinco anos, meu pai diz que nessa idade ele quer me ver sendo uma empresária bem sucedida e que Lena é um exemplo de fracasso, e para piorar a situação ele falou isso na frente dela, ela era sim uma chata, mas eu senti pena. Lena não era feia, cabelos avermelhados, olhos cinza e pele clara como de neve. Lena abrira a porta.

-Como foi á aula? –Disse ela dando espaço para eu entrar.

-Horrível como sempre Lena, eu não agüento mais. –Eu contava tudo a Lena, era como se ela fosse uma irmã mais velha, ela é intrometida e chata, mas nunca fora fofoqueira.

-O que eles fizeram dessa vez? –Eu me joguei no sofá e ela se sentou ao meu lado.

-Mesmas coisas de sempre. –Ela assentiu e suspirou.

-Deveria fala com seu pai... –Me levantei e comecei a subir escadas.

-Não vale á pena. –Gritei quando cheguei a meu quarto.

Peguei meu exemplar novíssimos de “As Crônicas de Nárnia”, e comecei a ler, ouvi batidas em meu quarto, deveria ser meu pai que chegou e quer que eu vá almoçar, sempre espero ele para almoçar, eram as regras, Lena sempre comia depois, pois segundo meu pai ela era uma simples empregada. Ele era um idiota eu sei disso.

-Entre! –Gritei.

-Venha almoçar, seu pai não virá hoje. –Estranhei mais fiquei feliz, não adianta eu sempre ficava mais feliz longe dele.

Coloquei meu livro em cima da cama e sai atrás de Lena.

-Você vai almoçar comigo não é Lena? –Ela parou de andar e me encarou.

-Seu pai... –Aquele babaca.

-Ele não está aqui hoje okay? –Ela assentiu e sorriu e eu sorri de volta.

Almoçamos e eu me joguei no sofá vendo televisão, passava um filme qualquer, aqueles românticos que iludem as pessoas.

-Clove, seu pai disse que é para você ir para aula de violão e voltar okay? –Lena apareceu e disse.

-Novidade!


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Notas finais do capítulo

História movida a reviews... Se ler não seja um leitor fantasma nem que seja um "gostei" por favor deixe... Caso eu veja que ninguém gostou eu excluo a história, alias pretendo agradar vocês...
xx'