Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 18
Capítulo 18 - Primeira Missão . Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oi povo !
Estou de volta depois de um bom tempo o/
Olha, custou pra eu escrever esse e o próximo capítulo e a minha internet não queria me deixar postá-los :/
Mas ta aí, finalmente o/



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Os pequenos pontos de luz no céu eram vistos por entre toda a fumaça que encobria aquela escuridão que eu observava. Quando iniciamos a limpeza daquele porto havia apenas começado a noite, mas agora a lua já estava no centro do céu, trazendo a fraca claridade para nós. Meu corpo estava latejando pelo cansaço e se a situação fosse diferente, a minha consciência já teria cedido e eu estaria em um sono profundo. Mas esse não era o caso.

Depois de um tempo que permaneci com a mente e o corpo parados, uma sombra surgiu atrás de mim e ficou imóvel até eu erguer meu rosto para ver quem era.

—Pensei que você estava dormindo... – O moço loiro estava com os cintos de couro sobre a roupa branca, segurando o equipamento em uma das mãos. Seu porte atlético se abaixou e sentou ao meu lado, deixando um joelho levantado no qual ele se apoiou.

– Acho que ninguém consegue dormir aqui. — Sentei-me para ficar ao seu nível e o moço soltou um leve sorriso confirmando com a cabeça.

— E aí, qual é a sua história? – Ele levantou uma sobrancelha. – Sabe, os que entram aqui na tropa sempre tem uma história...

Ele ficou olhando para mim, esperando uma resposta. Mas eu não queria responde-lo, ele não precisava saber. Ele colocou os braços para trás e jogou a cabeça, olhando para cima. Um sorriso surgiu entre seus lábios.

– Eeé? Não vai me contar? É bom conversar sobre isso com as pessoas... – Ele voltou com o corpo para frente, jogando seu peso sobre o braço apoiado no joelho, agora mais sério. – Isso faz você se lembrar e aceitar o que viveu e quem você é... – Aquele momento sério dele durou muito pouco, até ele voltar a apoiar em seu joelho novamente de um jeito relaxado e dar um sorriso para mim. – Verdade. Quem você é?

– Sou Mikasa Ackerman. – Minha voz saiu mais seca do que o esperado. – E você?

– Quer meu nome ou a minha história? – ele jogou um sorriso arteiro no ar. – Sou Drake Wanderfell. Sou um dos poucos que sobreviveram de Raccon, e é por ver o início disso tudo é que eu quero ver o seu fim.

Um silêncio permaneceu no ar por um longo tempo, enquanto cada um de nós encarava um ponto no nada.

– Hey... você não vai me contar a sua história, não é?

Aquele rapaz realmente era persistente. Antes que eu pudesse respondê-lo, a moça apareceu batendo levemente na cabeça do rapaz.

– Oras, Drake. – Ela dirigiu o olhar para mim, com um sorriso suave nos lábios. - Ele está te perturbando querendo saber a sua história? – A voz da moça era calma, mas zombeteira. Seus cabelos escuros e enrolados estavam presos em um coque alto bagunçado. Seu nariz fino e olhos tranquilizantes eram acompanhados por traços delicados.

– Hey Natasha! – O moço tirou a mão da garota cuidadosamente de sua cabeça. – Você também já passou por isso. Deveria entender.

O rosto da garota ficou levemente avermelhado enquanto ela sentava ao nosso lado. A moça soltou a mochila de seu ombro e mostrou um pacote de bolacha para nós.

– Vocês devem estar com fome. Ah, sim, eu sou Natasha Romanov. Você é Mikasa, não é?

– Sim...

– Não se importe com Drake. – Natasha jogou uma bolacha para Drake. – Ele pode até parecer novato, mas ele, Willian e Rivaille foram um dos primeiros a entrarem para a tropa de exploração. – Ela entregou uma bolacha para mim e abaixou a cabeça para falar mais baixo. – E ele é sempre irritante com os novatos.

Aos poucos o pacote de bolacha foi ficando vazio e nenhuma outra palavra foi trocada entre nós. Hora ou outra, Drake e Natasha falavam sobre algum assunto, mas minha mente estava muito distante para prestar atenção nisso. Minha história... eu não queria contar. Não precisavam saber. Eu tinha o meu objetivo ao ir até lá: encontrar sobreviventes, encontrar Eren. Isso era tudo o que eu queria naquele momento. Pensar que ele poderia estar em algum lugar, sofrendo, era algo insuportável, mas não tanto quanto pensar que seu corpo poderia estar vagando por aí sem alma. E se Eren estivesse por aí, como um mordedor qualquer, seria eu quem iria eliminá-lo.

–Mikasa...? – A mão do rapaz posou sobre meu ombro. Olhei para ele, e em seu rosto estava estampado um leve sorriso, assim como no de Natasha que já se levantava também. – Hora de ir.

A lua já estava perto do horizonte quando a ordem de Rivaille de continuarmos fez com que todos arrumassem suas coisas e nos direcionássemos ao último porto para ser limpo.

– Patrulha por Terra... esse porto nós vamos economizar o que nos resta de gás nos cilindros. – Rivaille olhou para certo grupo de pessoas de forma rápida, e eles entenderam soltando um grande “sim” em uníssono.

– Até que enfim! – Natasha comemorou ao meu lado tirando toda a cinta do EMT, deixando apenas as espadas ao redor de sua cintura. Girando os ombros com os braços em uma espécie de aquecimento ela exclamou, sorrindo: - Agora estou bem mais leve!

Olhei ao redor e outros faziam quase o mesmo: jogavam a mochila vazia no chão e colocavam armas, brancas e de fogo, na cintura. Os cilindros de Natasha que ficaram no chão foram recolhidos e um dos soldados usava uma maquininha para passar o gás de um cilindro ao outro, para completar um inteiro e deixar o vazio para trás.

Vendo aquelas pessoas fazendo aquilo, pensei se deveria fazer o mesmo. Reparei que apenas a metade parecia estar tomando uma atitude sobre a fala de Levi. Então a lembrança das ‘aulas’ teóricas no treinamento veio em minha mente: a Patrulha por Terra era grupo de exploração especializado em técnicas de luta que não usavam o EMT, para que assim a locomoção por terra fosse mais rápida. Poucas pessoas participavam dessa patrulha, já que os seus integrantes deveriam ter alta habilidade com armas ou então uma velocidade muito grande no solo.

– Você me leva de novo, Drake? - Natasha chegou perto do rapaz e passou o braço por entre o seu pescoço.

– Da próxima vez faça como os outros e tire o seu equipamento na hora, garota.

– Acho que não... Eles são muito lerdos!

Dito isto Drake se posicionou na beira do prédio e Natasha segurou mais forte ainda o corpo do rapaz, que em um instante já estava pulando em direção ao nada. Os demais faziam o mesmo e eu me apressei para acompanha-los.

Enquanto meu corpo sentia a brisa do fim da madrugada toca-lo com pressão, ficava imaginando em como aquelas pessoas iriam se sair sem o EMT em uma ocasião tão perigosa e esperava preocupada a forma com a qual Drake e Natasha iriam parar sem que ambos se desequilibrassem.

Quando chegamos ao inicio do porto alguns soldados desceram em cima de ônibus e começaram a retirar de forma bem rápida o equipamento, onde em menos de trinta segundos eles já estavam livres de qualquer cinta ao redor do corpo. Olhei para os dois jovens em minha frente e simplesmente vi o momento em que Natasha se soltou de Drake e caiu no chão perfeitamente em cima de um zumbi fincando a espada em sua cabeça.

Drake desceu um pouco mais a frente de onde a garota caíra e estava em cima de um carro, onde no qual me juntei a ele. Olhei para as pessoas sem equipamentos que pulavam do caminhão e começavam ao extermínio dos mordedores ao redor. Apenas cinco pessoas, a metade do grupo, é que fazia parte daquela patrulha por terra.

Drake usava uma pistola em uma das mãos enquanto a outra segurava uma das espadas, como precaução. Desci no chão e comecei a atingir a cabeça daquelas criaturas que se aproximavam pelo barulho dos tiros. Meu corpo movia-se rapidamente empurrando alguns para trás enquanto outros eram executados, e quando o número de mordedores ao meu redor aumentava demais, tiros vindo de Drake, que já estava um pouco longe, livravam-me daquelas mãos que quase me arranhavam. As vezes, quando percebia que a munição do rapaz estava acabando e ele precisaria recarregar, eu imitava o movimento que vi Rivaille fazer no outro dia e lançava os cabos para o ar, eles puxavam meu corpo por alguns segundos e em um giro rápido eu decapitava os que estavam ao meu redor e seguia para ajudar Drake.

O som explosivo de granadas era dificilmente ouvido, mas mesmo assim o número de corpos que caiam era grande. A penumbra da noite que ainda prevalecia dificultava ver ao longe como estavam os demais membros do grupo, mas o meu redor era possível ver dois membros da Patrulha por terra trabalhando de forma surreal: a minha frente Natasha utilizava as duas espadas de forma sincronizada e incrivelmente rápida, de modo que acompanhar os movimentos que ela fazia era uma tarefa difícil; ao meu lado esquerdo, perto de mim, estava Drake que a cada vez que fincava a espada na cabeça de um mordedor atirava com perfeição em outro ao mesmo tempo, fazendo com que dois ou três caíssem ao mesmo tempo; ao meu lado direito, na direção em que estavam os demais soldados, cerca de uns dez metros de distância de onde eu estava, tinha um homem negro que carregava uma arma diferente em mãos.

Aquele homem era mais baixo e um pouco mais novo do que Willian, o homem da bazuca, mas os seus músculos eram tão fortes quando o dele. As suas espadas estava na cintura e ele, assim como Natasha, havia abandonado o EMT. Em suas mãos ele carregava um martelo de guerra comprido, maior do que um taco de beisebol, onde a cabeça e o cabo eram feitos de um metal que parecia muito pesado. A cabeça daquele martelo enorme era de um lado lisa e do outro tinha grossas pontas semelhantes a espinhos, e havia uma terceira ponta afiada que saía do sentido do cabo ao meio da cabeça.

Quando olhei para aquele homem, não havia zumbis muito próximos dele e os que estavam ao seu redor pareciam atordoados. Aproveitando aquele momento, ele firmou seus pés no chão e voltou com o martelo para trás. Suas duas mãos seguraram firmemente o cabo e quando os zumbis se aproximaram ele girou o seu corpo batendo com o martelo na cabeça deles. O movimento não era rápido, mas era extremamente potente: quando a ponta “espinhosa” atingiu a cabeça daquelas criaturas o choque foi tão intenso que todas que receberam a pancada tiveram instantaneamente as suas cabeças dilaceradas. As demais, que deviam estar empurrando freneticamente para chegar perto do homem, eram lançadas para trás e o homem aproveitava esse momento para se preparar novamente. E mais uma vez repetia o potente golpe.

Ficamos exterminando aqueles seres sem alma até o sol começar a apontar no horizonte. Nesse momento, Drake eliminava os poucos andarilhos que perambulavam e Natasha corria de encontro aos grupos de mordedores que ainda restavam e eliminava-os rapidamente.

Aquele porto não possuía empilhamentos de contêineres como os outros, apenas alguns espalhados pelo centro. Eu percorria a parte oeste do porto, onde tinha alguns botes caídos e terminava em um cais comprido. Continuei andando até o fim do porto, dizimando aqueles seres caídos no chão, encostados nos botes ou andando sem caminho. Quando cheguei ao seu fim, me deparei com uma cerca tinha uma brecha por onde vinha uma escada de pedra. Um arrepio passou por todo o meu corpo. Eu estava de volta àquele porto.

Saí correndo pelo mesmo caminho que tomamos da última vez e encontrei caída no chão a boneca de Michele. Ao lado dela estava o zumbi com a flecha na cabeça, o zumbi que tirou a chance de sobrevivência da pequena Michele.

Meu coração apertou-se, coloquei a boneca em mãos e comecei a andar para a frente, onde havia um zumbi de costas olhando ao nada. A espada atravessou a sua cabeça e ele caiu no chão. Andei devagar até encontrar caída no chão a metade daquilo que uma vez me alegrara. Uma de minhas mãos cobriu minha boca enquanto com a outra eu apertava a boneca em meu peito.

Dei a volta para observar melhor o que virara aquela criança angelical: metade do seu corpo havia sido devorada, fazendo com apenas seus ossos e os músculos embaixo dele sobrassem de sua perninha. O seu vestidinho verde estava rasgado e ensanguentado, mas ainda tinha um pouco da areia com a qual ela estivera fazendo castelinhos. Ajoelhei em frente de sua cabeça caída, e ela percebendo a minha aproximação levantou a cabeça.

Lágrimas formaram-se em meus olhos quando o olhar vago e sem vida daquela pequenina procurava por mim. Seu rosto estava coberto por fios de seu cabelo loiro ensanguentado, e estava flácido e pálido, já sofrendo com os efeitos da decomposição. Um de seus braços já quase não existia enquanto o outro tentava se mover em minha direção, este era o braço que ela havia perdido os dois dedos: o mínimo e o anular. “Promete de dedinho?!” ...

Ao longe Drake já gritava por mim e pela aproximação de sua voz ele estava vindo ao meu encontro. Tomei minha espada em mãos e finquei-a sobre a pequena cabeça da menina. Ela permaneceu alguns segundos cravada daquele jeito enquanto em mantinha minha cabeça encostada em seu cabo. Lágrimas involuntárias escorreram pelo meu rosto. Me perdoe Michele, eu não cumpri minha palavra. No fim você virou uma pessoa má...

Meu choro já não era suportado apenas em meu coração e agora ele se soltava em soluços. Lembranças de momentos com a garota e a imaginação de como ela poderia estar traziam dores de volta. Dores que eu sabia que iria sentir se encontrasse Eren do mesmo jeito que Michele. Eu não queria pensar naquilo, não poderia imaginá-lo assim.

Enquanto meu coração afogava-se em soluços, uma mão quente pousou em meu ombro. Meus olhos embaçados pelas lágrimas olharam para a figura de Drake. Seu rosto estava tão triste quanto o meu.

– Ela... fez parte de sua história, não é? – Eu afirmei com a cabeça e olhei novamente para o corpo da garota no chão. O moço apertou mais forte o meu ombro e senti sua mão tremer, voltei meu olhar para ele e já vi seu rosto coberto de lágrimas também. – Eu sinto muito... sinto muito mesmo...

O rapaz chorava por uma menina que não conhecia. Chorava por mim, por algo que imaginava. E mesmo assim, seu choro era verdadeiro. Talvez ele deveria me amparar e dizer algo bonito e confortador, mas ele sabia que isso era algo inútil. Por todas as coisas que ele já tinha visto e vivido, por estar na cidade em que o caos se formou, ele deveria saber exatamente aquilo que se passava em meu coração, e ao invés de parecer mais forte e frio, como normalmente aqueles que passam por várias coisas são, ele podia mostrar ao mundo suas lágrimas de verdadeiro pêsame.

Segurei meus soluços e levantei-me arrancando a espada da cabeça da garota. Ele limpou as lágrimas e disse rapidamente “Precisamos ir” e seguiu em frente.

A boneca ficou encostada ao corpo sem vida de Michele enquanto me distanciava voltando para o grupo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? xD
Ah! Caso alguém tenha passado sem saber o que era um Martelo de Guerra, era algo quase que nem isso aqui:
http://www.valyriansteel.com/shop/images/uploads/hammerswing.jpg só que não tão fodastico assim ^^ Agora imaginem um cara musculoso meio que moendo a cabeça daqueles zumbis com isso daí *w* kkkkkkkkkkkkk'
Não esqueçam de deixar comentários, positivos ou negativos sobre o que estão achando ^^
Ah, sim, e obrigada à aqueles que estão lendo e comentando
XoXo e até o próximo o/



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