Show Me Love! escrita por AleixiLady


Capítulo 1
Show Me Love!


Notas iniciais do capítulo

[ Reescrita: 15/01/2018
Original: 30/12/2013 ]



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Show Me Love —

O bando dos mugiwaras estava, enfim, indo rumo à Dressrosa. Não era uma viagem muito longa, entretanto, podia ser um tanto enjoativa para uma tripulação que não sabia como se divertir e isso definitivamente não estava presente na tripulação de Luffy.

Já estava no final da tarde, podia-se ver o lindo pôr-do-sol num horizonte distante, Luffy e seus companheiros olhavam a esse acontecimento com lindos sorrisos desenhados em seus lábios, todavia, Law se limitava em observar tal acontecimento.

 Ele nunca foi de se interessar por essas coisas e não seria agora que iria, então resolveu ficar em seu canto perdido em seus pensamentos intelectuais. Realmente em partes esse bando era diferente que o seu... Eram mais descontraídos.

Esse bando é único em todo esse vasto mar.

Law não estava subjugando-os.

Não!

Estava apenas tentando entender esse povo maluco do qual fez uma aliança.

Será que talvez em algum dia terá a capacidade de trai-los?

Será que algum dia pegará afinidade com eles?

A resposta é tão obvia... Definitivamente não!

O Shichibukai não iria se misturar muito com esse bando, não gostaria de pegar nenhum tipo de afeto por eles... Por qual razão?

Seu passado é tão obscuro e tenebroso que se limita ao máximo não lembrar-se dele, mas é tão difícil... Por que é tão difícil esquecer? Por que é tão difícil de ter um pouco de confiança?

Trafalgar sempre fora um problemático. Um intelectual problemático, aliás; sempre escondendo suas expressões fazendo-o nunca demostrar seus sentimentos.

Por que tanto medo?

Talvez quando era criança, algo lhe fez impor isso. Medo em confiar nas pessoas, mesmo elas sendo de total confiança e até mesmo inocente de tudo. Quem fizera tal coisa no pobre Trafalgar?

Law tem tantos arrependimentos, tantos sofrimentos, tantas palavras não ditas onde estas poderiam ter mudado sua vida, tanta amargura; tudo guardado no fundo de seu subconsciente e no fundo de seu coração.

Guarda tudo para si, esconde de todos... Não confia em ninguém para poder desabafar!

Seu rosto sério demostra um expressão um tanto sádica... Talvez sadismo fosse a melhor forma de se manter entretido, não fazê-lo se lembrar de seu passado terrível.

Mas será que só sadismo apresenta em sua face? A resposta é não!

Ele também tem uma expressão de tranquila, mas apenas por fora, pois por dentro é totalmente diferente. É uma desordem.

— Torao? — Seus pensamentos foram desvinculados ao ouvir seu nome ser pronunciado pelo outro capitão.

Law ergueu sua cabeça para olhar diretamente para Luffy. O menor estava sorrindo minimamente... Por que sempre sorria? Perguntava-se um pouco irritado.

—Sim? — indagou o maior não entendo o porquê de ser chamado.

— Por que você não foi com a gente ver o pôr-do-sol? — exclamou sentando-se muito próximo do Shichibukai.

Trafalgar ficou um pouco incomodado com a aproximação do capitão e se pergunto o porquê disso.

— Eu pude ver daqui! — mentiu. Não gostaria de falar que não gostava daquela paisagem tão banal... Tão insuportável.

Mas, apesar de tudo, não queria mentir.

— Hm! Você é tão quieto... Se solta! — fala Luffy colocando sua mão no joelho do outro naturalmente, incentivando-o a sua maneira.

O maior encara seus orbes brilhantes e depois sua mão que está sobre seu joelho, não entendeu o porquê do garoto fazer isso. Trafalgar não gostava de contato, não gostava que ninguém o tacasse, então em um rápido movimento retirou a mão do outro sobre seu joelho.

— Não acredito que eu possa me soltar! — esclareceu casualmente.

— Você fala isso porque nunca tentou... — comentou Luffy balançando suas pernas como se fosse uma criança manhosa.

Talvez fosse isso mesmo, nunca quisera se soltar, preferia à forma séria a “alegrinha”. Então obviamente nunca tentou tal feito, porque nunca precisou e definitivamente nunca iria precisar.

Tolo.

Ficaram em silêncio por um período, Trafalgar se limitou em começar um dialogo, e Luffy não tinha como começar um. Eles eram tão diferentes... Será que tinham pelo menos uma coisa em comum?

Eram piratas!

Isso não é algo em comum. Seria? Não, não estou falando sobre isso. Não estou me referindo ao que eles optaram em escolher para suas vidas.

Estou me referindo a gostos, manhas, atrações. Será que tinham algo em comum em relação a isso?

Provavelmente se descobriria se perguntassem. Mas, naquele fim de tarde ambos não estavam querendo começar um dialogo, apenas aproveitar a companhia do outro já era algo bom.

— Luffy! — Uma voz feminina chama o capitão do Sunny. Nami, a navegadora do bando, para ser mais precisa.

O mugiwara se levanta em um pulo; espreguiçando-se lentamente antes de ir realmente. Olhou para o outro capitão a bordo e lhe deu um sorriso largo para então se retirar.

O maior ficou mais perdido do que cego em tiroteio, não entendia a razão pela qual Luffy sempre sorri para ele, na verdade o mugiwara sempre sorria para todos. Tinha sorrisos para dar e vender e isso o incomodava de certo modo.

Por que se incomodava por algo tão pequeno? Tão insignificante? Talvez fosse porque ele nunca vira uma pessoa tão alegre apesar das grandes dificuldades que tinha e que futuramente teria.

Talvez fosse essa a razão pela qual sente um pouco de admiração pelo outro capitão. Sim, tinha admiração pelo Luffy que sempre sorria e também tinha um pouco de inveja por ter isso, já que o mesmo nunca mais conseguiu sorrir verdadeiramente por se trancar a todos devido ao seu passado.

Mas, por que tantos “Talvez” e nunca uma afirmação concreta? Ah Trafalgar, porque não tenta ver o lado bom da vida? Por que não tenta viver realmente? Por que tem que ser tão fechado?

Trafalgar endureceu seu coração, deixando-o impenetrável. Não teria tanta compaixão, então por que foi salvar Luffy em MarineFord?

Ele sempre dizia “Luffy um dia seria meu inimigo, um relacionamento inimigo ainda é um relacionamento e seria uma “vergonha” para Luffy morrer em Marineford”. É um tanto contraditório que disse, principalmente pelo fato de que quando o capitão do Sunny estava desacordado em seu navio, o mesmo se pegou acariciando uma mecha de seu cabelo.

Law ficou encarando a face serena de Luffy, desejando no fundo do coração que o menor acordasse, para que um dia fossem aliados.

O shichibukai já tinha formado um plano para futuramente se juntar a Luffy, por isso foi salva-lo. Mas realmente seria isso? Não teria sentimentos envolvidos nesse plano?

Não!

Trafalgar nunca iria gostar ou se apaixonar por alguém, muito menos gostar de alguém do mesmo sexo. Isso não tem menor cabimento... Amor? Algo tão ridículo e banal que não serve definitivamente para nada.

Esse é o precário pensamento de Law.

Ah Trafalgar, não escolhemos a quem queremos nos apaixonar. Tudo simplesmente acontece por acontecer... Algumas pessoas tem seu destino ligado de alguma forma.

O maior suspirou fortemente e ajeitou sua nadachi em seu ombro e olhou para cima contemplando as estrelas brilhantes já visíveis no escuro céu da noite, que havia caído há pouco tempo.

Não demorou muito e Luffy já estava de volta perto do Shichibukai, sentando-se muito próximo novamente.

— O jantar logo vai ficar pronto! — anunciou sorrindo largamente.

Law não o encarou e nem se pronunciou, apenas continuou fitando as estrelas. O capitão do Sunny Go o encarou e percebeu que o maior estava olhando para o céu noturno, então resolveu observar também o celeste.

— São bonitas né?! — Luffy se pronuncia novamente, sua voz era baixa, contemplativa.

— Sim...  — concordou em um suspiro longo.

— Torao gosta das estrelas? — indaga o menor não escondendo sua curiosidade na voz.

— Certamente.  

— Então temos algo em comum! — afirmou Luffy, contente por essa pequena novidade.

Trafalgar deixou seus lábios desenharem um sorriso tímido. Uma coisa em comum em... Seria só essa? Não tem mais coisas em comum?

Law desvia seu olhar do céu e passa a observar Luffy pelos cantos dos olhos sem que o outro perceba. O menor estava com seus orbes brilhantes e com um sorriso resplendor em seus lábios; seus cabelos balançavam delicadamente por causa de uma brisa fraca e leve trazida pelo mar.

Realmente esse garoto pode ser bobo e estúpido, mas até que é era rapaz atraente... Aos olhos do maior.

“Ele têm um feição bonita... Espera. Que merda eu estou falando? Ele é apenas um garoto!” – Pensa o maior levando uma das mãos em torno de seus olhos; esfregando-os.

— Você está bem Torao? — pergunta preocupado, se aproximando ainda mais.

— Hm? — Fita-o e instintivamente se afasta um pouco.  — Sim, estou!

— Tem certeza? Não parece.

— Por que está tão preocupado? Eu estou bem.  — Insistiu.

— Estou preocupado porque você é meu Nakama! — informou-o inflando suas bochechas graciosamente.

Sim, Luffy fez uma embolação em relação à aliança feita com Trafalgar. O menor acredita que a aliança nada mais é que um convite para uma amizade vinda do outro capitão.

Para o sofrimento de Law isso poderia ser uma aproximação da qual não quer. Mas ele tinha escolha? Luffy é uma pessoa carismática e impossível de não se afeiçoar pela sua inocência e senso de companheirismo.

Isso é perigoso!

 — Não precisa se preocupar comigo.  Sou médico, lembra-se? — esclareceu lhe dando um sorriso pequeno, mas significativo.

— Ohh, é a primeira vez que eu te vejo sorrir sem ser irônico e é bonito! — comentou Luffy cutucando-o seu ombro e fazendo bico.

Trafalgar sente seu coração bater rápido levemente. Nunca ninguém o “elogiou” dessa maneira, seus companheiros já o elogiaram isso é obvio; elogiaram como ele era talentoso e inteligente, mas nunca sobre seu sorriso.

Sentiu-se estranhamente... Feliz?

— O-obrigado!... — Agradeceu desviando o olhar.

Shishishi. Não precisa agradecer Torao!

 —Hey vocês dois... O jantar está pronto! — grita Sanji acenando para os dois.

 —Já estamos indo! — Luffy se levanta rapidamente.  — Vamos?

“Por que o sorriso dele me incomoda tanto?” — Pensa Law levantando-se e indo rumo à cozinha junto ao outro capitão.

[...]

 O jantar passou-se como sempre, mas Law dessa vez se limitou ao máximo em conversar com os integrantes do bando mugiwara. Estava se sentindo ruim,  uma dor de cabeça começou de uma hora para outra.

Estava quase insuportável, então comeu pouco e se retirou. Em vez de ir para seu lugar de costume, foi para a biblioteca... Sempre se livrara de uma dor de cabeça quando lia algo de interessante.

Andou entre as estantes, olhando cada titulo dos livros, até que um o chamou a sua atenção. Então o pegou e encostou sua costa sobre a prateleira e começou a ler as primeiras páginas. Entretanto, a dor de cabeça não ia embora, só aumentava e isso já estava irritando Law.

Trafalgar fechou o livro e massageou suas têmporas com o intuito de aliviar a dor, mas era impossível. Sentou-se no sofá que ali tinha e fechou os olhos levemente.

Era normal ele sentir dor de cabeça, mas assim do nada era pouco estranho até mesmo para si. Descartou qualquer doença, pois não tinha nenhum outro sintoma. Talvez fosse apenas cansaço já que fazia dias que não dormia pelo menos um pouco.

Demorou um pouco, mas conseguiu tirar um cochilo. Não soube por quanto tempo adormeceu, pois acabou sendo acordado involuntariamente com alguns múrmuros.

Law abriu os olhos lentamente e se deparou com Luffy muito próximo de seu rosto, sentiu algo pressionando sua testa e constatou que seria a mão do capitão menor.

— Torao você está muito quente! — Luffy falou em um tom de preocupação – E você está meio vermelho... — Leva sua mão a bochecha esquerda do maior pressionando-a, vendo a temperatura.

O shichibukai abriu a boca para falar algo, mas nada saiu; sua voz desapareceu. Começou então a sentir dificuldades para respirar, sendo assim, começou a ofegar.

— Disse que você não estava bem! — alarmou.

Trafalgar sorriu irônico, significando “Eu estou bem, não é nada”, mas isso é algo que Luffy não iria ignorar.

— Vou chamar o Chopper... — O capitão menor se levanta e sai às pressas a procura do médico do bando.

 O maior levou sua mão à testa com muita dificuldade, se sentia muito fraco e impotente. Estava odiando estar assim, mas em seus lábios havia um sorriso curto e intruso, no fundo sentia-se estranhamente contente em receber a atenção de Luffy.

Não passou muito tempo e Luffy trouxe o médico do bando para examinar o maior. O pequenino examinou o cirurgião e constatou que não é nada de muito grave, ele apenas precisava repousar por um período longo e sem interrupções.

Seu corpo precisava de descanso e acumular energias.

Então mugiwara-ya ajeitou Law no sofá — já que a peça podia se tornar uma cama muito confortável —, a cabeça do cirurgião parecia que estava sendo pisoteada por tamanha dor, mal conseguia abrir os olhos diretamente. Luffy fez Law apoiar sua costa e cabeça em seu tórax, deixando um pouco inclinado.

— Luffy abre a boca dele para eu dar o remédio! — informa Chopper.

— Abrir? Deixa-me falar pra el — É interrompido.

— Ele não consegue abrir, sua dor de cabeça deve estar muito forte, então, terá que fazer isso manualmente. – esclareceu a pequena rena.

— Ah... — Luffy levou sua mão para perto do lábio inferior e apoiou seu polegar no mesmo e com os seus outros dedos sobre o queixo fazendo pressão para baixo consequentemente abriu a boca do outro.

Chopper aproximou-se e colocou um comprimido vermelho e um pouco de água na boca do outro médico. O cirurgião conseguiu engolir o conteúdo com pouco esforço e tentou abrir os olhos novamente, mas a claridade parecia que iria derreter seus olhos, então desistiu de abri-los.

— Luffy é melhor deixa-lo descansar. — informou-o Chopper indo para saída do ambiente.

— Eu sei, mas vou ficar um pouco com ele. — esclareceu. Então a pequena rena saiu, deixando-o as sós.

O capitão menor pendeu sua cabeça na cabeça do cirurgião, uma das mãos foi até a bochecha corada do mesmo e ficou acariciando aquela região. O Shichibukai não estava conseguindo raciocinar por conta do seu mal estar, então apenas apreciou a caricia e em seguida acabou dormindo.

— Vou cuidar de você Torao! Como você cuidou de mim há dois anos... — murmura Luffy.

[...]

Já estava de dia e Trafalgar acordou abrindo os seus olhos lentamente se acostumando com a claridade do ambiente, percebeu que estava deitado confortavelmente. Olhou ao seu redor para distinguir onde estava e concluiu que ainda permanecia na biblioteca. Fez menção de levar sua mão aos seus olhos, no entanto, fora impedido.

O maior olhou para baixo e viu que o capitão do bando estava com sua mão entrelaçada a dele e também que estava dormindo profundamente.

“Por que ele está aqui?” — indaga mentalmente.

O cirurgião tenta se levantar, mas não tinha forças porque seu corpo ainda estava se recuperando, decidiu então, permanecer deitado. Este ficou observando o garoto dorminhoco; cada movimento que fazia, cada suspiro, tudo não passava despercebido aos olhos atentos de Law.

Estava tão lindo...

— Torao... — murmura sonolento —, vou cuidar... De você...

“Cuidar de mim? Por quê” — Se questiona novamente.

Em partes, o Shichibukai, se sentiu feliz por alguém se preocupar por ele, mas odiou ficar tão impotente e indefeso. Em sua mente várias perguntas sugiram uma atrás da outra e para maioria delas, ele não tinha uma resposta concreta, além de que, havia um sentimento que não sabia distinguir.

Sua felicidade foi arrancada de si sem dó ou piedade por duas vezes, duas vezes sentiu seu chão desabar debaixo de seus pés e ficar forças para seguir adiante, mas agora,  com simples gestos ele está se sentindo feliz, alegre, sentimentos estes que jamais ousou cogitar em sentir novamente.

O remédio que Chopper havia lhe dado era forte o suficiente para ficar com sono e adormecer novamente, junto com aquele ser carismático.

[...]

Luffy acorda num pulo, parecia que tinha levado um banho de água fria, chacoalhou sua cabeça para acordar realmente e num piscar de olhos se lembrou de que Law estava mal quando adormecera. Olhou para cima e viu que o maior continuava dormindo e tinha uma expressão serena para um pirata traiçoeiro.

 — Hm... Torao é bonito quando está dormindo... — murmura Luffy cutucando as bochechas de Trafalgar com as pontas dos dedos.  — Será que ele tem irmãos? Será que tem... Família?

O capitão do Sunny retira o chapéu do cirurgião jogando de qualquer jeito em um canto da biblioteca, este se levanta e deposita um pequeno beijo na testa do maior.

— Espero que você melhore logo! — sussurra carinhosamente e logo vai rumo à saída, deixando assim, Trafalgar sozinho.

[...]

— -Luffy, o que você tem? — indaga Nami sentando-se perto do seu capitão. Sua expressão era de curiosidade e preocupação.

— Não tenho nada! — respondeu sorrindo.

— Você está muito quieto desde que Law ficou doente... Será que você está doente também?

Náh. Não estou doente... É que... Ah, deixa pra lá. — Ele queria contar, queria saber, mas não sabia como expressar em palavras.

— É o que? — A ruiva o incentiva a continuar, sempre que podia, ela ajudava Luffy com seus pensamentos confusos e agora não seria diferente.

O capitão suspira longamente.

 — O que é gostar de alguém? — pergunta sem rodeios.

A ruiva fica ligeiramente surpresa com a pergunta, mas logo acaba sorrindo docemente, sabia que havia algo de errado com o comportamento do capitão e tudo começou quando, Trafalgar Law, adentrou para o bando.

— Hm... Gostar de alguém é como... É como você gosta de carne. Você não vive sem ela! — Nami tenta explicar de uma forma de fácil, usando uma metáfora que poderia fazer algum sentido para o moreno.

— Acho que gosto dessa pessoa tanto como gosto de carne ou até mais... — murmura Luffy.

— Você vai sentir muita falta quando essa tal “pessoa” for embora, né? — Nami não era boba, era de longe uma das melhores observadoras do bando, perdia somente para Robin.

— Muito! — responde num suspiro.

— Então, por que você não conta isso a ele? — incentivou a ruiva balançando suas pernas inocentemente.

— Eu não acho que ele saiba o que é gostar de alguém... — esclarece tristonho.

— Mas, se você não tentar nunca irá saber.  

Luffy ponderou por alguns breves minutos.

— Certo, quando ele acordar eu falo! — falou sorrindo largamente ajeitando seu chapéu de palha.

— Isso aí! — Nami se levanta, mas antes de dar a costa ao seu capitão, à mesma pisca para ele.

Quando a ruiva já estava longe, Luffy se questiona sobre uma coisa:

— Espera... Como ela sabia que a pessoa que estou gostando é ele? — indaga para si mesmo, levemente curioso. — Náh, não importa agora!

[...]

Law acordou lentamente.

 Estava tão melhor que suspirar em alivio, mas ficou se perguntou o porquê de ter ficado tão ruim daquele jeito. Era muito estranho, nunca ficou assim... Realmente muito estranho.

O maior sentou-se e sentiu que estava sem o seu indispensável chapéu felpudo com pintinhas, não gostava de ficar sem ele, aprecia que estava desmudo, então, tratou de procura-lo, mas antes de se levantar por completo ouviu o rangido suave que a porta fazia quando era aberta.

Olhou para a saída e viu que era nada menos que Luffy, ele estava trazendo um prato de comida visivelmente delicioso, fazendo sua barriga roncar e perceber que fazia quase um dia que não se alimenta direito.

— Oh, Torao, que bom que você acordou. — O capitão menor falou com um sorriso largo nos lábios, fazendo o corpo de Law aquecer-se e sentir-se contente em acordar.

 O menor se aproximou do cirurgião da morte, seus olhos estavam conectados e nenhum dos dois realmente queria quebrar aquela conexão.

— Você está se sentindo melhor? – indaga entregando-o o prato farto e cheio de alimentos ótimos para a saúde.

— Sim, obrigado! — Agradeceu sincero.

— Torao? — Chama a atenção do maior depois de alguns segundos. — Preciso te contar algo, mas primeiro, você precisa se alimentar.

Trafalgar apenas anuiu à cabeça, agradeceu o alimento e começou a desfrutar daquela refeição. Realmente Sanji era um dos melhores cozinheiros desse vasto mar, se não o melhor.

[...]

— Então, o que queria me contar? — Law o encarava com curiosidade com um leve toque de admiração.

— Você já gostou de alguém? — pergunta sem rodeios, Luffy dificilmente (nunca) se segurava para falar algo.

O cirurgião da morte arregala seus olhos e se questiona o por quê do outro ter interesse sobre isso.

— Não. — respondeu verdadeiramente, não havia motivo para mentir.

— E se alguém se declarasse para você, o que faria? — Luffy estava levemente corado. Poderia ser distraído e por vezes imaturo, mas às vezes sabia quais palavras usar.

— Mugiwara-ya, aonde você quer chegar? — Interpola-o com outra pergunta, estava constrangido por aquele ser querer saber sobre sua vida amorosa.

— Torao... — Luffy aproximou-se ainda mais do outro e em um rápido movimento, sentou no colo do maior. — Eu gosto do Torao!

Curto e direto.

Trafalgar arregalou seus olhos pela segunda vez em um curto período de tempo. Nunca pensaria que o capitão do Sunny estaria gostando logo dele... Havia tantas pessoas melhores que ele.

— Mugiwara-ya, você não sabe o que está falando... — A diferença de idade e experiência era grande, talvez Luffy esteja confundido as coisas. Ainda era imaturo de mais para pensar sobre temas românticos.

— Eu sei! Sei que gosto mais de você do que carne. — esclareceu com uma leve entonação. — Acho que estou amando você.

Law suspirou fortemente, como explicaria umas coisas dessas a uma pessoa que era extremamente persistente.

— Ouça, amar alguém não é tão simples assim — começou, mas logo parou.

— Como pode dizer isso se você nunca amou? — As palavras escaparam dos lábios carnudos de Luffy, embora não tivesse tentando prende-las, não era o que realmente queria dizer.

Trafalgar já amou alguém e sofreu quando essa pessoa foi tirada de si sem qualquer remorso. Passou anos com sentimentos ruins impregnados em seu ser... Queria vingança.

Ele se preocupou loucamente pelo Luffy quando estava em coma, sempre em seu leito atento, desejando insanamente que acordasse e que mostrasse aquele sorriso largo e feliz que sempre estava desenhando em seus lábios carnudos.  Um sorriso que tanto lhe incomodava pelo simples fato de querer que fosse somente dirigido a si.

 Trafalgar não esconda seus sentimentos, pare de fugir e abrace essa chance. Talvez não tenha outra oportunidade...

— Eu não quero que nossa aliança acabe! Não quero te ver partir e não saber por quanto tempo ficarei sem te ver... Isso seria uma tortura! — A voz de Luffy era carregada com sentimentos de angustia.

Essas palavras foram tortuosas de se ouvir, mas era a mais pura verdade. Um dia a aliança acabaria e se separariam. Era inevitável. Law não queria concordar com esse futuro, mas o que poderia fazer? Precisava dos sorrisos de Luffy, não apenas isso, mas dele por completo.  

O cirurgião abraça-o forte trazendo ainda mais o corpo magro para si. Silêncio reinava naquele ambiente, mas nenhum queria quebra-lo, apenas sentir o calor que emanava de seus corpos quentes.

Voltou a encorar o capitão menor que estava com seus olhos cheios de lágrimas... Ele estava sofrendo em silêncio. Sofrendo por temer em ser rejeitado pela pessoa que tanto gosta.

— Amar é um sentimento complicado, controverso, mas brilhante em todo seu ser. Se quiser que eu te ame, ensine-me a te amar! — falou com um sorriso largo e verdadeiro.

Luffy ao ouvir tais palavras o abraçou forte, deixando algumas lágrimas rolarem em seu rosto por conta da felicidade que tomava por completo seu corpo.

Em um pensamento nada refletido, o menor lhe deu um beijo casto, cuidadoso e sem qualquer tipo de malícia, somente amor e carinho. O capitão maior se surpreendeu por tamanha gentileza e pressionou seus lábios contra o do outro, da mesma maneira suave, nada rápido.

Sentir a ternura do outro era uma das coisas que o amor fazia. É como dizem: a pressa é inimiga da perfeição.

Law se deu conta de seus sintomas, essas caricias doces que faziam seu coração se desmanchar, sua mente embranquecer e seu corpo esquentar. Todos esses sintomas não estavam escritos em livros medicinais, mas sim em contos românticos nos quais julgava desnecessário ler, entretanto, agora faziam todo o sentido do mundo.

Trafalgar estava doente... Estava doente de amor por Luffy!


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