Just Friends escrita por Laia


Capítulo 21
Capitulo 21


Notas iniciais do capítulo

Eu to com sono e daqui a pouco fico dopada de novo, mas to ansiosa demais pra esperar até amanha pra postar. Alem de que... Vocês merecem né?
Então ta ai um novo capitulo pra vocês



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“Chego amanha, pode me pegar no aeroporto?”.

Olhei aquela mensagem por um bom tempo. Ela não ia voltar só daqui uma semana? Ah, e daí?

“Claro, que horas?”.

Enviar.

“Chego meio-dia, até amanha :*”.

Novamente como sempre, íamos fingir que nada aconteceu. Ela não ouviu a Anne e eu não dei uma crise ridícula de ciúmes antes dela ir.

***

–Me avisa assim que chegar lá viu?

Minha mãe me deu um beijo e saiu para buscar algumas ultimas coisas. Ela parecia satisfeita com o que eu estava fazendo... Abria um sorriso de ponta a ponta da orelha quando eu explicava sobre alguma coisa que tinha aprendido.

Pela primeira vez, ela parecia orgulhosa de verdade de mim. E parecia que mesmo sem mim para ajudar, ela estava indo muito bem.

Mas esse pensamento me deu um aperto no peito. Eu já tinha mentido tanto desde que cheguei. Falei que não arrumei um emprego por falta de tempo ou oportunidade, não contei sobre meus amigos – ela não ia gostar nem um pouco das historias que tinha da Laura – e obviamente a pior mentira de todas: Edu.

Não havia mentido só pra ela... Bem, tecnicamente não foi mentira, eu só não contei pro Sam sobre minha amizade com Edu, só isso...

Fui embora me sentindo culpada.

Como da ultima vez, minha mãe fez seus discursos e me deixou com o Sam.

–Quando se resolver sobre ele, me liga ta? Posso ta namorando mas você ainda é minha Irma!

–Prometo!

–Agora vai... Não, espera – ele segurou meu braço me fazendo voltar os dois passos que eu tinha dado – Sobre o papo de crescer...

–Não, você ta certo. Eu amadureci rápido e não tive tempo que ter as malditas experiências de uma típica adolescente.

Falei em um tom tão gozado que não consegui conter o riso.

Ele mudou o olhar.

–Não cresce não.

A voz baixinha e os dentes travados para não chorar fizeram meus olhos encher.

–Mas que merda Sam.

Ele riu e começou a chorar como uma criança, sem me soltar até o ultimo minuto.

***

A porta do desembarque abriu e esperei por ela no mesmo lugar da primeira vez. Era engraçado como a gente tinha se odiado tanto naquele dia. Na verdade, eu tinha odiado! Mas agora não conseguia entender como pude achar ela parecida com a Rachel, realmente não conseguia mais ver nada em comum.

Novamente ela foi um das ultimas a sair. Estava diferente, não sei... Acho que era a touca folgadinha que usava sobre os cabelos.

Lembrei do dia que ela propôs o acordo... Foi um bom acordo, realmente. Fui um idiota, um completo idiota. Não posso exigir nada dela certo?

Certo!

Ela parou na minha frente e abriu um sorriso.

–Oi Eduardo.

–Oi Manuela.

Sem beijo, sem abraço. Ela só estava ali na minha frente. Havia uma sombra de sorriso nos lábios vermelhos, um olhar calmo, paciente.

–Como foi lá?

–Ótimo, e como foi por aqui?

–Ótimo também.

***

Ótimo? É claro que foi ótimo! Tinha uma garota no apartamento dele!

Cala a boca Manuela!

–Então vamos?

Peguei o puxador da minha mala e comecei a andar com ele me seguindo. O dia estava nublado, parei assim que saímos do aeroporto em direção ao estacionamento, arrumando minha touca para não cair com o vento.

–Onde ta o carro?

Ele passou na minha frente e foi andando, sem falar nada.

Paramos em frente ao carro, ele um pouco na minha frente. Apertei o botão do puxador para poder guardar a mala, mas não foi bem isso que aconteceu.

Foi tudo rápido demais. Ouvi o barulho da minha mala no chão, suas mãos no meu rosto e a única reação que tive foi corresponder. Segurei minha touca com uma das mãos, a outra em seu ombro para que eu tivesse apoio já que fiquei na ponta dos pés.

O estacionamento cheio apenas com os carros, mas parecia que ninguém passava por lá. O vento batia balançando os cabelos soltos. Sentia a barrinha do vestido roçar nas minhas pernas. Seus dedos escorregando para minha nuca.

A sola dos tênis encontraram o chão de novo, mas ele não parecia muito firme.

–Você é louco.

Falei ainda tentando me situar. Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

–E você adora isso.

Pegou minha mala jogada no chão e entramos no carro.

Entramos no elevador e eu tropecei no meu cadarço, me desequilibrando. Me segurei no braço do Edu, que fez cara de dor.

–Desculpa.

–Não é isso, é que... Digamos que sofri um pequeno acidente.

–Acidente? Como assim?

–Não importa. O que interessa é que machuquei o braço, mas to bem é só uma luxação.

–Foi no hospital pelo menos?

–Não precisou...

–Eduardo!

–Fui atendido na hora.

–Como assim? Tipo, ambulância e...?

–Não, já disse, não foi nada.

–Quando foi?

–No dia que você viajou.

–Falou comigo depois disso, por que não me contou? – meu tom saiu um pouco mais indignado do que eu realmente esperava.

–PORQUE VOCÊ DESLIGOU NA MINHA CARA.

Ele se virou com tudo pra mim, gesticulando enquanto falava.

–É, eu desliguei mesmo, PORQUE TINHA UMA GAROTA COM VOCÊ!

A porta abriu e lá estávamos nós discutindo. Olhei no visor: quarto andar. Uma velhinha entrou se encolhendo. Ele voltou para seu lugar e calamos a boca na hora.

–Não é desse jeito que você ta pensando – disse entre dentes.

–Não pensei nada – respondi do mesmo jeito.

Os dois tentavam sussurrar, mas era em vão. Era mais uma discussão em voz baixa, com ambos se controlando.

–Não pensou? Então por que desligou quando ouviu a voz dela? – ele virava a cabeça em minha direção em cada frase que dizia.

–Não quis interromper – fiz da mesma forma.

–Isso é ridículo.

–Não, aquela nossa ultima discussão foi ridícula.

–Esse ciúmes é desnecessário.

–Ciumes? Não fui eu que dei crise por causa de uma carona até o aeroporto.

–Ambos sabemos que não foi pela carona!

A velhinha nos olhava de olhos arregalados. Ambos com os olhos cerrados, a respiração acelerada, nos encarávamos sem cortar os olhares. Eu olhava para cima de braços cruzados, ele apoiava uma das mãos na parede do elevador, olhando para baixo.

Descruzei os braços quando percebi o que realmente estávamos fazendo.

–Droga, estamos parecendo um casal.

A porta abriu e eu sai o mais rápido possível puxando minha mala. Ele me seguiu, soltando um “tsc” impaciente extremamente alto.

Entramos e fui direto para o meu quarto.

–Você ta sendo infantil!

–E você é um imbecil!


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Notas finais do capítulo

Infantil e imbecil? Nossa, isso lá é xingamento?
Entãooooo?
Digam, façam pedidos, mandem sugestões e mandem a Manu parar de besteira!
Até amanha amores :*