O Segredo de Seis e Nove escrita por jessyweasley


Capítulo 1
Capítulo Único




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Desde que a Garde se reuniu em minha cobertura tenho ficado mais estressado que o normal, sinto que boa parte de nós esta despreparada e assim não poderemos cumprir a nossa missão aqui na Terra e restaurar Lorien. Quando o estresse ameaça a tomar conta de mim vou para Sala de Aula para me lembrar de Sandor e também para manter meu treinamento sempre em dia.

Hoje, para extravasar toda a loucura que vem tomando conta da minha mente decidi treinar feito um louco, no nível máximo da sala, dane-se se eu me machucar demais, Número Sete está ai para me curar sempre que necessário. Sandor achava que alguns meios de treinamento humano eram espetaculares por isso me ensinou a arte do Boxe.

Desci o saco de areia preso no canto da sala e o arrastei pelas correntes até o meio, amarrei meus cabelos num pequeno rabo de cavalo, alonguei todos os músculos do meu corpo e encarei o saco de areia, tentei imaginá-lo como um grande mogadoriano estúpido pronto para me matar, a raiva começou a florescer dentro de mim e a descarga de adrenalina que que eu acho tão deliciosa invadiu minha mente.

Desferi diversos socos no saco, seguidos de diversos chutes, a cada vez com mais força. Quinze minutos disso e minha camisa já estava toda empapada de suor, alguns fios do meu cabelo pregados em meu rosto. Imaginei me dando o golpe final em Setrakus Rá, o soco foi tão forte que arrancou o saco da corrente e o lançando na parede, explodindo em uma poeira de areia.

Ouvi palmas ecoando no fundo da sala, virei-me e não vi ninguém. Talvez a descarga de adrenalina tenha sido tão grande que eu esteja imaginando coisas.

__ Belo soco – sussurrou uma voz feminina ao pé do meu ouvido.

Dei um sorrisinho de lado, Seis, pensei. Virei o braço para dar-lhe um soco de leve, mas ela segurou meu pulso com força e em seguida reaparecendo.

__ Muito lento, Nove – ela falou com um sorriso cínico no rosto – Com essa lentidão se acha no direito de nos chamar a atenção?
__ Querida Seis, não acho que tenha visto todo o meu... potencial – solto meus cabelos e os balanço, respingando um pouco de suor nela.
__ Acho que sua nojeira seja o seu maior potencial – ela seca o respingo em seu braço com desprezo – Além do mais, a mais forte de toda Garde sou eu, todos sabem disso.

Dou uma gargalhada que ecoa por toda Sala.

__Ah Seis, você está me menosprezando – dou as costas para ela e levanto as mãos, ignorando-a
Seis era silenciosa, mas não tanto a ponto de escapar da minha audição aguçada, ouvi seus passos logo atrás de mim, desviei de um ataque que com certeza me jogaria no chão, ela caiu e eu fui rindo até ela, estendi a mão, mas antes que eu esperasse ela desferiu um chute potente bem no meu esterno, senti uma repentina falta de ar, meus joelhos fraquejaram, mas logo me recompus. Seis levantou com um sorriso triunfante no rosto.

__ Ficará lindo com a marca do meu sapato no seu peito – disse ela caminhando até mim e jogando sua jaqueta no canto da Sala.

Devo admitir, Seis era a Garde mais bonita que eu conheci, não que eu tenha conhecido muitas, Sete era bonita, mas a sua inocência tirava todo o encanto que me atraia, Dez era apenas uma criança, então restava apenas Seis. Sei que se não fosse Sarah, John não resistiria aos encantos dela. Ela caminhava com calma até mim, como se me provocasse e esperasse um ataque meu, ela estava com um short de corrida e uma camiseta branca que deixava seus braços e ombros a vista, observei seu caminhar.

__ Algum problema Nove? – ela perguntou, dessa vez correndo em minha direção – Perdeu o ar?

Provavelmente sim, mas não foi pelo seu chute. Abro um sorriso e esfrego meu peito, se ela quer brincar, vamos brincar. Estralo todos os dedos e espero que ela chegue. Seis ficou invisível, concentrei-me em ouvir seus passos, afastei para trás e por pouco seu pé não atinge meu rosto. Segurei sua perna ainda levantada e a girei, Seis ainda tentou me dar um outro chute com a perna livre, mas segurei as duas, dei umas duas voltas quando a soltei em alta velocidade na bancada de cadeiras. Ela ficou visível e aparou a queda com a telecinesia. Dessa vez quem correu até ela fui eu, com o pulso fechado, agi antes que ela tivesse tempo de se levantar e desferi um soco forte em seu ombro, ela soltou um grito de dor, me levantei e tornei a me afastar, dando um tempo para que ela se levantasse.

Fiquei a observando um pouco distante e dando socos no ar em sinal de provocação. Com o apoio do braço bom, Seis ficou de pé e por si só colocou o ombro no lugar, soltou apenas um gemido baixo quando conferiu se ele estava apto para luta novamente.

__ Só isso? – Seis disse com escárnio
__ Não quero estragar esse seu rostinho lindo – debochei

Ela revirou os olhos e correu até o lado oposto de onde eu estava, olhei para ela sem entender.

__ Está fugindo Seis? Não poderá fazer isso quando a luta for séria – gritei

Mas então saquei que ela não estava fugindo e sim correndo para o arsenal de armas, ela usou a telecinesia e puxou um par de armas paralisantes e as atirou contra mim, consegui escapar do primeiro disparo, mas o segundo atingiu em cheio minha coxa. Caí no chão me contorcendo pelo choque que corria por meu corpo. Seis se aproximou de mim e deu um belo de um chute em minhas costelas. Garanto que algumas se partiram.

__ Como você não tem nada de lindo eu posso te machucar a vontade – ela disse olhando para mim

Fingi que ainda estava paralisado, ela jogou as duas armas de disparo único longe e já tinha o ar de vitória no rosto quando lhe passei uma rasteira. Ela caiu sentada e soltou alguns xingamentos, avancei para cima dela e segurei seus dois braços acima de sua cabeça, os cabelos loiros estavam espalhados pelo chão e alguns poucos emolduravam seu rosto, ela tentou se soltar, mas na força ela sabia, eu era melhor que ela. Quando viu que já não tinha mais chance parou de lutar.

__ Tudo bem Nove, você ganhou pode me soltar agora – ela desviou os olhos dos meus e virou o rosto com uma carranca para o lado
__ Admite que eu sou melhor que você? – aproximei meus lábios de seu ouvido.

Ela ficou surpresa com a nossa aproximação que virou o rosto abruptamente e quase nos beijamos, nossos narizes se roçando, ela tornou a tentar se soltar, mas mantive suas mãos presas.

__ Me solta Nove – ela sussurrou
__ Tem certeza disso? – aproximei ainda mais nossos lábios, deixando-os quase colados um no outro

Seis olhou em meus olhos, eu podia jurar que ela estava na minha. Eu estava enganado, porque seu joelho entrou com tudo no meu estomago, fazendo-me rolar para o lado com ânsia de vomito, ela ficou de pé, posso não ter a pego, mas com certeza a balancei pois sua respiração estava mais ofegante que a normal.

__ Não faça isso de novo – ela disse ao me ver rolando – Se não garanto que a joelhada será mais baixa.

Ô mulherzinha difícil, ela me deu as costas e saiu batendo a porta com força, simulando uma raiva. Levantei com a mão na barriga, dei um suspiro fundo e tirei a camisa. Olhei-me no espelho e tinha uma marca de tênis roxa no rumo do meu esterno e outro roxo perto do estomago. Caminhei até a saída e Oito apareceu na minha frente, feliz, como sempre.

__ Você e Seis brigaram? – ele aparentou extrema curiosidade
__ O que te interessa? – rosnei para ver se ele se afastava, mas ele continuou atrás de mim
__ Ela saiu no corredor ali te xingando e com o ombro todo roxo, Marina e eu estávamos passando, Marina foi atrás dela e eu vim aqui ver se você estava vivo – ele me examinou dos pés a cabeça – Vivo até está, mas não tão inteiro, vamos, Marina vai te ajudar.

Caminhei com Oito até o quarto de Marina e Ella, Oito bateu na porta e a voz de Marina pediu que nós esperássemos. Meio minuto depois a porta se abriu, algo invisível trombou em mim com força, Seis me dando um aviso que seu ombro já estava bom. Entrei no quarto e o casalzinho feliz começou a me infernizar enchendo-me de perguntas sobre o motivo de nossa briga. Fingi que não os estava ouvindo, o que não foi difícil, só eu me lembrar do meu rosto e de Seis tão perto um do outro, do cheiro dela e da agressividade que ela emana que me deixa tão atraído.

Voltei ao meu quarto e dormi até que Quatro bateu em meu quarto chamando-me para o jantar. A mesa estava mais cheia do que eu estava acostumado, de Garde faltava apenas o Cinco. Quatro estava na ponta, Sarah ao seu lado, depois ao lado de Sarah vinha Marina e Oito. Ella estava do lado direito de John e Seis ao lado dela. Sentei-me relutante ao lado de Seis, vi ela apenas lançando um olhar sorrateiro para mim e se concentrado no jantar preparado por Marina.

*****

Depois do jantar Quatro e Sarah foram para o quarto, sabe-se lá fazer o que, Sete, Oito e Ella ficaram encarregados da louça e Seis passou por seu quarto e a vi subindo enrolada em uma coberta para o telhado da cobertura. Fiz uma horinha vendo a TV, mudando de canal em canal e depois de uns quinze minutos subi discretamente atrás dela. Seis estava sentada no parapeito, com os pés pendurados, os cabelos loiros soltos e movendo-se loucamente graças ao vento forte que soprava lá em cima, meus próprios cabelos começaram a me irritar um pouco, os prendi.

Fui andando até ela, que provavelmente me notou, mas ignorou minha presença.

__ É perigoso ficar ai assim, sabia? A não ser que você consiga voar – fiquei no campo de visão dela – Posso?

Ela apenas se afastou um pouco, o que eu interpretei como um sim. Olhei para baixo e não posso negar que a ideia de cair dessa altura me assusta um pouco, apertei com força o parapeito e ao ver essa reação Seis soltou um risinho.

__ O que foi? – perguntei
__ É estranho ver você todo durão lá embaixo, mas aqui você se mostra com medinho de altura – ela me deu um empurrãozinho
__ Não é medo de altura, é só medo de morrer antes da hora por motivos idiotas – viro-me para ela – Vai dizer que você não tem medo de morrer antes de voltar para Lorien
__ Todos os dias – ela diz

Ficamos em silencio, apenas ouvindo o barulho que vinha lá de baixo, parecendo que a cidade nunca dormia.

__ Hã... Me desculpe sobre hoje, sabe... Na hora do treino, pela joelhada – ela abaixou a cabeça, parecendo constrangida
__ Ah... Tudo bem, joelhadas de garotas bonitas doem menos que joelhadas de mogadorianos – dou de ombros, mas a olho de lado a tempo de vê-la sorrindo.

Saio do parapeito e deito-me longe da beirada, olho para o céu e para Seis, ela me encara com curiosidade.

__ Às vezes... Subo aqui e fico olhando para as estrelas imaginando quando vamos acabar com esses mogadorianos estúpidos e encarar essa imensidão toda para voltarmos para casa, não vejo a hora disso acontecer.

Seis se levantou e apertava forte a coberta contra o corpo para que ela não saísse voando, sentou-se ao meu lado e olhou para cima também, talvez pensando no que eu disse. Me sentei e nossos ombros ficaram encostando, aproveitei a baixa na guarda e me aproximei mais um pouco, dessa vez nossas pernas que estavam próximas, o que me afastava de sentir sua pele era a coberta, passei o braço ao redor de sua cintura e apertei.

__ Nove... – ela falou baixo
__ Qual é Seis, nem você nem eu temos ninguém – dei um beijo em seu pescoço e ela se encolheu
__ Estamos no meio de uma guerra Nove, não acho que isso seja ideal – ela se afasta e me encara
__ Eu sei que você quer, não precisamos ter nada sério, só hoje – puxei-a de volta para mim, mas ela não afastou – Vai ser o nosso segredo...

Ela colocou as duas mãos em meu rosto e me puxou para um beijo intenso, continuei com uma das mãos em suas costas e a outra entrelacei em seus cabelos loiros. Seis se separou de mim e estendeu sua coberta pelo chão, deitou-se e eu deitei ao seu lado e voltamos a nos beijar, coloquei uma de minhas pernas entre as delas, senti sua mão subindo e descendo por minhas costas, quando ela colocou a mão por dentro da minha camisa e arranhou meu peito um calafrio arrepiou todos os meus pelos. A coisa estava ficando cada vez mais intensa, eu já estava deitado por cima dela, com meu peso apoiado em um dos meus cotovelos, a blusa dela levantada deixando toda sua barriga bem malhada a mostra e minha mão presa em sua cintura, Seis arranhando minhas costas enquanto eu beijava toda extensão de seu pescoço e ombro, quando ouvi passos subindo as escadas correndo.

__ Nos deixe invisível – falei no seu ouvido

Seis assentiu e apertou minha mão, estávamos invisíveis. Quatro abriu a porta, estava descabelado e de pijama, andou de um lado para o outro e parou no parapeito, olhando para baixo, esse idiota não deve estar pensando em se jogar dali, eu espero, mantive os olhos nele pronto para usar a telecinesia caso ele tentasse alguma burrada, logo ele se afasta do precipício e sai dali, deixando eu e Seis sozinhos de novo. Ficamos visíveis de novo, olho para o lado e a vejo ainda deitada da mesma forma que eu, assustados por quase sermos pegos.

Ficamos de pé juntos, Seis sacode a coberta para afastar qualquer sujeira do telhado, a dobra e a coloca sobre o ombro, ela rouba minha amarra de cabelo e prende os próprios. Pego em sua mão e a puxo para mim, ficando um de frente para o outro, ela coloca as duas mãos sobre meu peito, sentindo ele levantar e subir rapidamente.

__ Você me deixa mais sem fôlego que treinar durante horas e horas seguidas - digo

Seis solta um riso e dá um soco forte no meu peito, seguro suas mãos pelo pulso e roubo-lhe um beijo, peço espaço com minha língua, ela cede e nos beijamos com vontade e um desejo de quero mais. Se eu pudesse a levava dali direto para o meu quarto, soltei seus pulsos e ela fechou a mão na gola da minha camisa e me empurrou para longe, nossos lábios fizeram barulho quando se separaram.

__ Volta... – pedi com uma falsa voz suplicante
__ Amanhã temos treino cedo, não acho que o senhor queira se atrasar – ela sorri se afastando de mim
__ Mermão, se você for para o meu quarto eu até me atraso - tento me aproximar novamente mais ela me afasta com telecinesia
__ Que esse seja o nosso segredinho Nove – ela acena e some depois de passar pela porta

Devo admitir que essa foi uma noite muito boa que não tenho a um bom tempo, voltei entusiasmado, o corredor estava escuro e vazio, parei de frente a porta do quarto de Seis, ameacei bater, mas balancei a cabeça para afastar o pensamento e voltei ao meu quarto.


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