Till the world end escrita por Júlia Lerman


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Este é somente um prólogo. Apenas um prévia do que virá a seguir. O próximo texto será o primeiro capitulo de verdade.
Espero que gostem e boa leitura : )



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Eles já foram humanos um dia. Tiveram uma vida um dia. Poderiam estar no meu lugar agora. Ou poderiam estar mortos... Mortos de verdade. Eles não falam. Mas estão sedentos, sedentos por carne fresca. São rápidos, mas não são espertos. São fortes, porém, temos armas.

Às vezes, pergunto a mim mesma: E se existisse uma cura? O que eles realmente são? Eu teria a resposta para essas e várias outras perguntas sem respostas se, ao menos, eu tivesse alguém com quem contar.

Mortos ou desaparecidos. Todas as pessoas que eu conhecia estão provavelmente mortas ou perdidas em algum lugar do país. Ou se transformaram em um deles. Ou simplesmente estão por aí, tentando sobreviver a esse apocalipse como eu.

Disseram-me para sair da cidade. Para parar com essa obsessão maluca que só irá me fazer mal. Isso é o que eles dizem. Mas o que você faria se fosse a sua família? Eu nunca teria coragem de abandoná-los. Não por completo. Eu vou continuar. Vou achá-los.

Dizer é fácil. Na teoria tudo é muito simples. Calcular minuciosamente todos os seus passos, regrar a comida por dias, trancada em casa, sem nem mesmo energia elétrica. Passar horas pensando em milhões de possibilidades de seus parentes estarem vivos ou mortos, de estarem procurando por você ou não. Tudo isso é muito doloroso. E não acaba. Apenas aumenta. A angústia, o desespero, a vontade de sair correndo deste inferno e receber um abraço caloroso juntamente com palavras altruístas. Um colo de mãe, de irmão, de amigo. Que seja. Queria apenas alguém.

Nos primeiros dias, eu tentei aguentar àquilo tudo sozinha. Estava na minha casa, deitada na minha cama, olhando para o meu teto. Não queria deixar minha casa, minha cama, meu lar, meu refúgio. Não podia simplesmente abandonar minha vida, meu colégio, meus amigos... Mas do que importa se eles estão todos mortos? Bem, pelo menos estou segura aqui em meu quarto.

Eu os subestimei. Eles me achariam algum dia. Sentiriam meu cheiro a quilômetros. Arrombariam a porta em segundos. Pois eles são rápidos, são fortes, são... zumbis. E estão sedentos. Sedentos por carne fresca. Pela minha carne fresca.


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