His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá! Capítulo antes do programado. Hey!
A justificativa é a seguinte: Iria ficar comprido demais, daí parti em dois pedaços e vou postar um hoje e outro no final de semana. :)

Vamos a leitura:



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Ela foi para casa mais cedo do que pretendia, precisava se arrumar. Imaginou que o convite não tinha nada a ver com Jane nutrir ou não sentimentos por ela, queria apenas noticiar ao mundo que estava casado. Tudo parte do plano, aparições públicas com sua esposa daria veracidade ao casamento fictício. Lisbon não gostava de admitir, mas Jane era um homem muito esperto.

Sentiu-se mal quando procurou algo para vestir, não fazia ideia de como se arrumar para a ocasião. Pensou nas modelos com as quais ele costumava sair e tentou se imaginar vestida como uma delas. Definitivamente não daria certo. Era estranho se arrumar para um homem que mal conhecia e que como se não bastasse, a primeira impressão não foi das melhores. Decidiu-se então que iria ignorar todos os defeitos em Patrick Jane que a irritavam. Pensaria nele da forma como imaginou que ele seria, no dia em que o viu na matéria do jornal.

Escolheu um vestido preto, justo e com um decote elegante nas costas. Calçou uma sandália de salto, que não utilizava desde a festa de confraternização da agência. Arrumou o cabelo razoavelmente e fez a maquiagem. Nada muito especial, apenas o suficiente para esconder suas imperfeições. Deu uma última conferida frente ao espelho e desceu para aguardar Jane, que pontualmente já buzinava na porta de casa.

– Boa noite Lisbon, estas são para você – Ele a cumprimentou entregando um buquê de flores. – E sabe... Preciso dizer que seus esforços para que eu não notasse que se arrumou pra mim, falharam miseravelmente. Você está muito bem. – Concluiu, com o sorriso habitual estampado no rosto.

Lisbon revirou os olhos, mas agradeceu. Sem muitas cerimônias, desviou seu olhar para o carro estacionado em frente a sua casa.

– Ah, bem... Eu também atendi a sua solicitação. – Jane respondeu como se estivesse lendo seus pensamentos, mas um pouco encabulado, com as mãos dentro do bolso do paletó.

– Certo... - Ela ponderou - Trocou o carro do Batman por uma lata de sardinha azul?

– Lata de sardinha? É um clássico! – Ele pareceu indignado, o que fez Lisbon sorrir – É um Citroen DS, não é fácil encontrar um exemplar em perfeito estado de conservação. Além do mais, estou nos Estados Unidos há apenas seis meses. Porque achou que eu teria uma frota de veículos?

– Não sei, não é isso que vocês fazem? Saem para beber na segunda, gastam dinheiro com carros luxuosos, casas na praia, prostitutas caríssimas?

– Não! Quer dizer... Sim, é verdade. Mas estive ocupado. – Ele sacolejou a cabeça, tentando voltar ao raciocínio inicial. – O ponto é que você tem duas opções: A lata de sardinha ou o carro do Batman.

Lisbon revirou os olhos, puxou a barra do vestido e desceu os poucos degraus até a rua. Jane a acompanhou, abrindo a porta do carona para que ela pudesse entrar.

– Aonde nós vamos? – Ela perguntou enquanto trespassava o cinto de segurança.

– Surpresa. – Foi a resposta, seguida de um sorriso malicioso e o arrancar do motor.

Jane dirigiu por cerca de 40 minutos, sentido região costeira. Não trocaram uma palavra desde que saíram, apenas escutavam ao rádio, que tocava algumas músicas antigas seguida da tradução. Quando a canção terminava, o silêncio no carro era constrangedor. Numa dessas Lisbon simplesmente não se aguentou e resolveu inciar uma conversa.

– Estava pensando Jane... Você me chamou pra sair porque queria uma aparição pública com sua “esposa”, certo?

– Por que está perguntando isso?

– Por nada, puxando assunto. Sabe como é... Essa tradução cafona da rádio está me tirando do sério. – A morena argumentou, com um sorriso amarelo no canto dos lábios.

– Hm, você é muito esperta agente Lisbon. Eu realmente precisava de uma aparição pública o mais rápido possível – Jane interrompeu, antes de concluir a frase.

– Mas? - Lisbon incitou.

– Também queria sair com você. – Respondeu de maneira doce, sem titubear, fazendo com que Lisbon corasse instantaneamente. – Sabe, precisamos nos conhecer um pouco melhor, já que vamos nos passar por recém-casados. –Completou, justificando.

Lisbon não admitiria, mas ficou um pouco desapontada com a justificativa. De repente, ser cortejada por um milionário atraente, não faria mal a sua autoestima.

– Achei que já soubesse tudo sobre todo mundo. – ela desafiou.

– E sei... Bem, quase isso. Na verdade não sei exatamente tudo, mas posso perceber muitas coisas, especialmente sobre você.

– Por que “especialmente sobre mim”?

– Meh... Mente muito mal.

– Isso não é verdade Jane! – Ela parecia ofendida - Desde que nos conhecemos menti várias vezes e você nem percebeu.

Esta sentença o fez esboçar um sorriso enigmático. Lisbon se preocupou, imaginando o quão constrangedor seria, se Patrick Jane realmente pudesse saber quando ela estivesse mentindo.

– Primeiramente, não foi algo pejorativo. Ser honesto demais para mentir é uma qualidade, não um pecado. – ele corrigiu – E seria bom se começasse a me chamar de Patrick. Não me lembro de uma esposa que trate o marido pelo sobrenome.

Ela se lembrou da cena na agência, em como se recusou a chamá-lo pelo primeiro nome. Agora teria que se acostumar com isso, ou até mesmo com algo mais reservado. Aquilo a deixou inquieta. Quando aceitou a proposta, não levou em consideração o tipo de intimidade que deveriam compartilhar nesse meio tempo. Mais que escutá-lo chamando-a de Teresa, deveria se acostumar com certa proximidade, algo que ela não experimentava verdadeiramente a um bom tempo.

– Não. – Jane respondeu. Como se estivesse se intrometendo em seus pensamentos – Você não vai precisar me beijar. Talvez em situações emergenciais, quem sabe... – Ele sorriu, a deixando encabulada.

–Mas como você...

– Há! Chegamos. – A interrompeu, antes que ela tivesse tempo de repreendê-lo – Não tem segredo, apenas sorria, acene e se perguntarem sobre a nossa história, eu resolvo.

Lisbon não se sentiu a vontade com isso, pra falar a verdade, estava apavorada. Só conseguia pensar nos dois sendo desmascarados e ela passando o resto da vida na prisão. – Esse casamento foi uma péssima ideia – pensava.

Jane deixou o carro com o manobrista, seguiram em direção a casa. Era uma mansão próxima à praia, e a julgar pela quantidade de carros no estacionamento, sediava uma festa animada.

Antes de entrarem no evento, Jane a puxou pelo braço e olhou pacificamente dentro de seus olhos.

– Faça o que pedi, e tudo vai correr bem – Ele disse, tentando tranquilizá-la. Aproximou-se, passou o braço em volta de sua cintura, eventualmente acariciando as costas desnudas. Lisbon não conseguia esconder o desconforto, mas respirou fundo e elegantemente entrou pela porta da mansão.

Havia uma recepção no hall, aonde um serviçal bem vestido os conduziu até o jardim. A mesa que ele indicou para que se sentassem, ficava posicionada em um deck elevado. O lugar era muito bonito e romântico. Dalí de cima, podiam ver todas as linhas sinuosas do paisagismo do jardim. Um grande espelho d’água, com borda infinita, fazia a separação entre o terreno da casa e a praia, selando assim a bela paisagem.

– Nossa! Como é bonito aqui. – Lisbon parecia muito impressionada.

– É de um amigo do meu pai. Ele é um senhor muito carismático e adora jardins. Contratou um paisagista brasileiro muito famoso para desenvolvê-lo. Vê aquelas plantas ali – ele apontava para um amontoado de bromélias – São exóticas, nativas da América do Sul. Acho que é o orgulho do proprietário. Meio controlador, não acha?

– Por que diz isso?

– Ah, não sei... Penso que tudo isso se trata de conter, controlar. Ele tem a paisagem exuberante da praia, emoldurada com coqueiros, mas é selvagem e imprevisível. Por conta disso, constrói um jardim meticulosamente harmônico e projetado, compra umas boas dúzias de plantas da América do Sul e as forçam a se adaptarem ao seu meio. Entende o que disse? Conter, controlar...

– Entendo. Você sempre faz isso?

– Isso o que?

– Avalia as pessoas de acordo com pequenos gestos e gostos... Sei lá, ainda que sejam apenas suposições, é estranho.

– Não acho estranho. É essencial. As pessoas são tudo isso – gesticulava apontando seu redor - não o que costumam nos dizer. São as trivialidades, minha cara Teresa, que nos contam toda a verdade.

Interessante. – Ela pensou, enquanto tomava um gole de vinho. Correu o olho em volta da paisagem, e em seguida os pousou no homem sentado a sua frente. Tudo era tão perfeito, tão alinhado, que se perguntou o que estava fazendo exatamente naquele lugar.

– Não se preocupe com isso, eu também me sinto deslocado às vezes. – ele respondeu.

– Sabe... Eu detesto quando você faz isso.

– Isso o que?

– Lê meus pensamentos sem me pedir permissão.

Jane sorriu, fazendo Lisbon sorrir de volta. Era a primeira vez desde que se conheceram que compartilhavam um momento agradável, sem nenhuma discussão ou constrangimento.

– Escuta Patrick, você não deveria estar aqui. Não tem que trabalhar com o desaparecimento da garota? – Tentou sutilmente se introduzir no caminhar das investigações, mas Jane, evidentemente percebeu.

– Embora não devêssemos discutir sobre este caso – ele enfatizou – posso lhe adiantar que está tudo sob controle, não há com o que se preocupar.

– Acha que ela fugiu?

– Infelizmente não. E você?

– Não sou mais sua funcionária, o que eu acho não é relevante.

– Não era sobre o caso que eu estava falando.

Ele assumiu um semblante sério, fazendo com que ela compreendesse que não se tratava mais de Kate Parker. Percebeu que Jane queria saber se ela realmente tinha fugido de Chicago, como sugerira mais cedo, enquanto tentava realizar sua leitura.

– Isso não é exatamente de sua conta. – Ela respondeu um pouco chateada.

– Somos casados, como pode não ser de minha conta?

– Nosso casamento é uma fraude. Não se esqueça.

– Me desculpe... Você tem razão. Eu não deveria ser tão invasivo. – ele mentiu, aguardaria o momento certo para lhe arrancar toda a verdade.

Lisbon fez que sim com a cabeça.

– Também lhe devo desculpas. Eu não deveria ser tão grosseira, mas sei lá... Acabamos de nos conhecer, discutimos sobre coisas pessoais, nos ofendemos, me demiti, depois nos casamos e agora estamos aqui, tomando vinho e jantando, fingindo ser um casal. É tudo muito estranho e aconteceu de um jeito tão rápido que...

– Parece um livro da Stephenie Meyer. – Interrompeu.

Esse comentário arrancou uma gostosa gargalha da morena sentada a sua frente. Jane também sorriu. Era realmente muito estranho, mas de alguma maneira ainda mais incomum, não podiam negar que estavam se divertindo na companhia um do outro, como não costumavam fazer a muito tempo.


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Notas finais do capítulo

É isso ai. Espero que tenham gostado.
Obrigada a vocês que me acompanham e se não for pedir demais, deixem reviews por favor.
:)



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