His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Sim, é bem curto. Acontece que não vai contribuir tanto assim com desenvolvimento da história, mas achei fofinho, então resolvi compartilhar com o mundo.



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Lisbon dirigiu o carro de Jane até Malibu. Ele não conversou muito no meio do caminho. A ferida no ombro ainda doía e os analgésicos começavam a perder a eficácia, fazendo Jane se remexer na cadeira desconfortavelmente.

– Dá pra sossegar? Não quer que a ferida volte a sangrar, quer? - Repreendeu Lisbon.

– Não consigo. Isso queima.

– Eu sei que queima, mas é bom pra te ensinar uma lição. Pode não parecer, mas gente armada costuma ser perigosa.

Jane torceu o nariz com o sarcasmo de Lisbon, mas ela tinha razão. Ele prometeu a si mesmo que, depois dessa aventura, pensaria duas vezes antes de tomar uma decisão irresponsável – ou talvez não.

– Você, obviamente, já tomou um tiro.

– Sim. Mas se eu te contasse o motivo, seria obrigada a te matar.

– Sarcasmo de novo... Parece que não é um bom tópico para conversar.

– Extamente.

– Bem, não falo mais a respeito. – Ele se voltou para a janela e passou a admirar a paisagem, fazendo silêncio por um breve momento - Por falar em coisas que você não gosta de comentar, amanhã vou com o seu ex-namorado interrogar o professor Alisson. - Retomou.

– Interessante. Ele te convidou?

– Sim. Disse que minha perspectiva pode ser realmente útil. Sabe... Você não deveria ter partido o coraçãozinho dele – Jane sorriu debochado – Marcus ainda gosta de você.

– Já estamos com um nível de intimidade suficiente para você me dar conselhos amorosos? – Ela respondeu levemente irritada.

– Bem... Somos casados. Não consigo imaginar um nível maior de intimidade do que esse – Ele sorriu despretensiosamente – E sei lá... Te acho uma pessoa legal. Depois que tudo isso acabar, você merece ser feliz.

– Obrigada pela preocupação. – Ela soltou um sorriso irônico no canto da boca – Mas sinto te desapontar: Marcus Pike não está disponível.

– Eu sei... Mas você também não. No final das contas, isso não parece significar muita coisa.

Lisbon suspirou nervosa, ignorando o assunto intrusivo. Estacionou o carro na garagem da mansão e desceu para abrir a porta de Jane.

– Precisa de ajuda com isso? – Perguntou, apontando para a pasta no console e exterminando qualquer possibilidade de retomada daquela questão.

– Por favor. Acho que meu ombro nunca mais será o mesmo.

Então Libson torceu o nariz para o excesso de drama, lhe ajudou a levantar, pegou sua pasta e abriu a porta da mansão. A sala de estar era ampla e bem mobiliada. O piso era de mármore claro e tudo estava excessivamente limpo e organizado. Havia duas portas enormes do lado direito que dava acesso ao deck da piscina e emolduravam a paisagem. Era tudo muito elegante e de bom gosto.

– É uma bela casa. – Elogiou impressionada.

– Obrigado. Teria sido apresentada à sala de estar, se não tivesse fugido pela janela. – Disse Jane, apontando para um sofá largo e confortável que só por existir já lhe convidava a sentar.

Então Lisbon colocou a pasta sobre a mesa de centro e se atirou no estofado macio.

– Deus! Estou cansada. – Ela resmungou.

– Eu também. Bebe algo? – Jane perguntou, enquanto caminhava em direção ao bar – Não tenho tanta coisa, pois estou nessa casa há pouco tempo, mas devo ter uma garrafa de vinho.

– Não precisa se incomodar. Além do mais, você deve evitar bebidas alcoólicas. Atrapalham na cicatrização.

– Certo, mãe. – Ele debochou – Mas nada impede você de beber. – Disse enquanto servia uma taça usando a mão esquerda.

– Na verdade – Ela bocejou de cansaço – Preciso evitar também. Você não é responsável o suficiente para se cuidar sozinho.

Ele apenas sorriu com o comentário, colocou a garrafa de volta na adega e levou a taça para Lisbon, que a essa altura já estava adormecida no sofá.
Parou de pé em frente à esposa, que dormia relaxadamente escorada no braço estofado e se sentou na poltrona ao lado.

Jane olhava a cena com ternura, reparando nas linhas do rosto dela. Eram suaves e delicadas. No entanto, bolsas azuis se formavam abaixo dos olhos, e algumas linhas de expressão entre as sobrancelhas denunciavam as preocupações de uma pessoa que carregava o peso do mundo. Ele sorriu melancolicamente com a ironia e, ignorando as recomendações de Lisbon, deu um gole generoso na taça de vinho que seria para a sua esposa.

Pensou se deveria acordá-la, mas Lisbon dormia tão bem que ele se recusava a atrapalhar. Então amaldiçoou o ombro machucado, pois, não fosse ele, poderia carregá-la até o seu quarto como fizera da primeira vez. Jane se lembrou de segurá-la contra o seu corpo com cuidado e do cheiro bom de laranja que tinham os seus cabelos. Era uma sensação gostosa, tinha que admitir. Sensação parecida com aquela de quando dançaram pela primeira vez, ou de quando se abraçaram na sala de segurança, e a de agora... Observando-a dormir.

Então, perdido no meio de recordações não tão nostálgicas assim, Jane sorriu com as imagens e soltou um leve suspiro, que inconvenientemente foi aparecer ali, exatamente naquele instante. Mas ele não se importou realmente. Talvez se importasse, acaso ela ainda estivesse acordada e esse gesto soasse como o sabor de denúncia. Um suspiro apenas, que revelaria um sentimento proibido pelas circunstancias. Aquele sentimento inimaginável, que apenas o ato de ser citado, já carregava em si o medo de colocar tudo a perder.

No entanto, ali naquela sala olhando Lisbon dormir, Jane suspirou sem culpa. Não pela falta de testemunhas, mas pela ignorância de seu próprio significado.


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Notas finais do capítulo

Depois de um capítulo simpático assim, eu mereço um review, não mereço?

Deixa aí, por favor.



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