His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Então... mais um pedaço. Um dia eu termino de escrever isso daqui. :P

Boa leitura!



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Jane e Lisbon se dirigiram para a biblioteca junto com os dois adolescentes. Chegando lá, entraram em uma dessas salas de estudos em grupo, pediram para os garotos se sentarem e começaram uma rotina de interrogatório, como se fosse realmente sério seu envolvimento com a polícia.

– Ellie, por que não nos contou a respeito do namorado de Kate quando nos falamos pela primeira vez? – Lisbon perguntou, tentando ser gentil.

– Grandes coisas – Ela torceu o nariz de um jeito mal criado – vocês não disseram que eram da polícia, de qualquer forma.

– Mas enfim, sabia do relacionamento da sua amiga? – Ela insistiu.

– Claro que sabia. Ela estava apaixonada, é muito fácil perceber gente assim. Vocês ficam com um sorriso idiota na cara quando pensam que ninguém está olhando. – Disse a garota, fazendo com que Lisbon se perguntasse a quem exatamente ela estava se referindo com a palavra “vocês”.

– Então o namorado dela... Poderia ser o Marc? – Lisbon perguntou, recebendo como resposta apenas uma risada irônica e uma cara de deboche. Definitivamente Ellie era muito mais gentil com Jane, teve que admitir.

E então o marido, que assistia tudo em silêncio, sentou-se ao lado da garota, olhou profundamente nos olhos dela e se pronunciou.

– Você não conhecia o cara, não é mesmo? – E recebeu apenas um aceno desapontado confirmando a pergunta.

– Kate não quis me contar. Não consegui entender o porquê. Vai ver ele era casado, sei lá. No princípio eu achei que era só uma aventura, mas a verdade é que ela estava realmente envolvida... Você não acha que ele pode ter feito alguma coisa, acha?

Então Jane não respondeu e manteve o semblante frio como uma rocha diante das circunstancias. Ellie não fazia ideia, mas acabara de expor um motivo muito comum para se cometer um crime e, infelizmente, não era de sequestro que estavam falando.

Lisbon engoliu em seco, olhou para Jane e mostrou que sabia o que aquilo significava. Jane apenas balançou a cabeça em negativa, como se pedisse calma para a companheira e que tudo se resolveria da melhora maneira possível. Mas a verdade é que ele olhou para o horizonte e suspirou melancolicamente. Quando começaram a investigar esse caso, Jane sabia que poderia se tratar de assassinato, mas a hipótese de estar realmente diante daquilo mais uma vez, fez com que ele sentisse um calafrio percorrer todo o seu corpo e o peso da responsabilidade caindo-lhe sobre os ombros. Ninguém consegue mensurar o peso de uma vida antes de tê-la em suas mãos.

– E eu, que já disse que não sei de nada, o que caralhas estou fazendo aqui? – Interrompeu o adolescente atrevido que balançava na cadeira de metal, entediado.

Então Jane virou suas atenções ao rapaz. Cabelo verde, jaqueta surrada, olhos cobertos de lápis escuros... Definitivamente era um adolescente que gostava de quebrar regras. Pediu para que Ellie voltasse para a aula e começou o segundo interrogatório.

– Muito bem... Qual é o seu nome, rapaz?

– Ethan.

– Certo, Ethan. Acredito em você. Mas está vendo isso aqui na minha mão? – Ele perguntou, apontando para um cartão de visitas – É o telefone de uma garota muito gentil que vai ficar feliz em satisfazer as suas vontades se estiver disposto a cooperar comigo.

– Está tentando me comprar com uma garota de programa? – Ethan se surpreendeu.

– Não, você não está... – Lisbon protestou, ainda incrédula.

Mas Jane apenas balançou a cabeça em confirmação, com a maior tranquilidade do universo. O garoto, por sua vez, soltou um longo e empolgado “Leeeegaaalllll...” e se calou atentamente, esperando receber as instruções para ser digno de tamanha recompensa.

– Pra falar a verdade, você não tem que fazer nada de mais. – Explicou Jane – Só confirme tudo o que eu perguntar e ficará bem. – Concluiu com um sorriso confiante.

E então Jane e Lisbon pediram para que ele também retornasse para a aula, e Ethan obedientemente se levantou. Ele parecia realmente empenhado em não aborrecer Jane e perder parte do acordo. Assim que ele saiu, Lisbon bateu a porta da sala e se virou furiosa:

– Você acaba de oferecer uma prostituta para um menor de idade? – Perguntou, com os punhos já cerrados.

– Lisbon, fazer a pergunta mais de uma vez, não vai mudar a resposta... Você sabe, não é?

– Deus! Vamos apodrecer na cadeia...

– Eu pago a sua fiança, não se preocupe. – Lisbon, nessa altura do campeonato, já não sabia dizer se essa história da fiança era brincadeira ou não, mas emitiu um som que mais parecia um rosnado, só para garantir. – Você viu o que Ellie disse, eu tive que tomar uma atitude. Não podemos perder mais tempo, ou pode ser tarde demais – Jane tentou se justificar, esquivando-se do massacre antes mesmo que ele pudesse acontecer.

– Eu não consigo nem pensar nisso, de tão imoral que é.

– Qual é, Lisbon. Não seja dramática. Aquele garoto já deve ter feito coisas muito piores, posso garantir.

– Não, você não pode . E ainda que pudesse, não é motivo. Além do mais, não consigo ver como isso pode ajudar a encontrar a garota.

– Só me siga de volta pra sala, que eu vou te mostrar. – Disse Jane, desistindo de argumentar.

Então ela fez como Jane queria e retornou para a sala 301. Em toda a sua vida como agente da lei, Lisbon nunca participou de uma investigação tão absurda. Ela ainda não fazia ideia aonde tudo aquilo levaria, mas era bom que a ideia dele funcionasse, ou alguém pagaria por essa história com seus próprios dentes.

E Jane novamente entrou na sala interrompendo a aula, para a frustração do professor.

– Desculpe senhor Alisson, só mais um instante e te deixaremos em paz. – Lisbon justificou.

– Ethan, tem certeza de que não viu a identidade do sujeito que saiu do pátio com Kate? - Perguntou Jane.

– Não senhor. – O garoto apenas confirmou, como o combinado.

– Acha que a câmera de segurança poderia ter visto?

– Provavelmente... – Ele mentiu, um pouco mais inseguro desta vez.

– Ótimo, é só isso então. – Jane concluiu – Pediremos para que o departamento de segurança da escola envie as fitas do estacionamento para o nosso escritório. – Então ele agradeceu a colaboração e abriu a porta da sala, convidando Lisbon a sair.

– Espera! Ethan não viu absolutamente nada no estacionamento. – Ela concluiu, depois de já estar longe o suficiente da sala de aula.

– É, ele não viu... Mas só nós três que sabemos disso e duvido que ele vá desmentir pra alguém, já que não parece interessado em quebrar o nosso acordo.

– Mas então o que vamos fazer com as fitas do departamento de segurança? Não! Espera... – Então Lisbon pôde ver o quadro completo e se sentiu estúpida por não perceber o quão simples era, desde o princípio. – Nós não temos que fazer nada com as fitas, alguém que vai tentar fazer.

– Voilá! Agora só temos que esperar a notícia se espalhar e invadiremos a sala de vigilância, antes que pessoa especialmente interessada no conteúdo das gravações possa fazê-lo.

– E sabe quando vai ser isso?

– Considerando a incapacidade de adolescentes guardarem segredo, somado com a velocidade da internet... Acho que hoje à noite.

– E se ninguém aparecer?

– Não vai acontecer – Ele respondeu confiante.

– E enquanto isso, minha ficha criminal só cresce?

– Exatamente. Não é demais? – E dessa forma empolgada, Jane terminou o assunto e abriu a porta do carro para que Lisbon pudesse entrar. Aquele que já não era mais o carro do Batman, mas que no final das contas, não precisava deixar de carregar um cavalheiro.

– Cavalheiro... das trevas – Lisbon completou mentalmente, com uma dose de admiração misturada com desgosto. Agridoce, tal como a vida costuma ser.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a você que leu até o final, agora pra me deixar ainda mais feliz, deixa um review aí, vai?

Se estiver com preguiça de comentar alguma coisa, copia um pedaço que gostou e cola aqui, sem precisar escrever uma vírgula a mais. Eu vou ficar muito contente de receber um feedback. :)



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