Uma Vida em 90 Dias escrita por Betta


Capítulo 4
Capítulo 3 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Olá terráqueos, eu vim em paz... ENTÃO NÃO CORTEM MINHAS ORELHAS. Não vou nem dar desculpas muito longas porque eu odeio isso. Eu queria agradecer imensamente à linda da Bruna Trevisan que me deu a primeira recomendação e queria agradecer ás pessoas que comentaram o capítulo anterior (Lana Malfoy, Mrs Kydd, Alice Sales e a Bruna Trevisan).
Até as notas finais e boa leitura!



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Ótimo, eu tinha aquele maldito encontro para ir, acordar com o rosto inchado e vermelho por causa das lágrimas de ontem já era ruim por si só, agora, ter que encarar rostos que sorriam abertamente para você como se você fosse um dentista que precisasse fiscalizar o dente dos outros para prevenir cáries ou algo do tipo era o pior de tudo, era como se eu precisasse sorrir mesmo com o destino que estava aguardando.

Fiquei de joelhos na minha cama pensando como iria encarar todos na escola, eu tinha um problema, um problema bem ruim na verdade, mas eu não devia culpar os outros sendo que ninguém tem culpa de eu estar morrendo, aliás, não há exatamente um motivo concreto para minha futura morte precoce, a culpa é, na verdade, da doença que acabou por desestruturar cada pedacinho de meu nada perfeito cérebro, e sabe, eu acho isso injusto, eu sempre fui uma garota quieta, educada, nunca repeti de ano e do nada, aos meus 13 anos descubro que sou uma portadora de uma doença tão rara que menos de um porcento da população mundial sabe que existe, e menos do que isso ainda são as pessoas que tem essa doença. Mas o mundo não é justo, nem a justiça está sendo justa ultimamente, pra ser sincera.

Encaro meu reflexo no espelho e percebo que a única coisa que a doença não mudou em mim foi meus olhos, eles ainda têm aquela cor clara e aquele brilho que costumam dizer que é único, eu, pessoalmente, acho eles ridículos, pra mim não passam de olhos normais. Palidez, pijama amassado, rosto inchado, unhas quebradiças e braços magros me definem, eu não passo de uma adolescente baixa com problemas de auto-estima e uma doença mortal.

Olho o relógio e percebo que são 8:00 da manhã, perfeito, tenho meia hora para tirar o cansaço e o rosto inchado que estão impregnados em meu corpo. Após tomar um banho, pôr uma camiseta velha e um short folgado desço as escadas e encontro quem? Minha (nada) querida diretora Coin.

“Oh, Katniss!” diz ela me abraçando “Eu sinto tanto!”

Uso minhas mãos livres para tirar um punhado de seus cabelos que ficaram dentro de minha boca, que horror.

“Obrigada diretora Coin.” digo dando um sorriso amarelo

“Sabe porque vim aqui?”

Balanço a cabeça indicando que não sabia.

“Pra levar você pra escola!” diz ela com a maior empolgação “Pro encontro!”

“Sério?! Nossa, obrigada diretora Coin!” digo falsamente

“Não foi nada minha querida!” ela dá um sorriso mostrando todos seus dentes amarelados “Sua mãe nem queria lhe acordar hoje, mas eu a convenci de que você esqueceria essas coisas ruins se você visse mais pessoas da sua idade.”

“Obrigada mamãe!” e a falsidade ataca novamente

“Por nada minha querida!”

Ótimo, comecei o dia com o pé direito. Penso sarcasticamente.

Subo as escadas novamente e ponho a roupa que diretora Coin achou que ficaria bem em mim, vê se pode, a mulher nem tem intimidade comigo e a minha mãe já a convida para subir em meu quarto (que estava desarrumado) e escolher minha roupa, é isso que me irrita em minha mãe, ela não sabe separar o público e o pessoal. Acredita que quando fiquei menstruada ela ligou pra todos da família espalhando que eu já era “mocinha”? Tenho que aguentar as gozações de meus primos de segundo grau até hoje. A roupa que Louise (esse é o nome verdadeiro da Coin) escolheu era um tanto quanto alegre demais e meiga, totalmente o contrário de meu humor matinal. Passo na cozinha e pego uma maçã, minha mochila (que minha mãe já havia arrumado) e dou um beijo na testa de minha irmã, que estava gripada e por esse motivo não iria na aula.

Meu Deus! Como essa mulher é chata! Fui no banco traseiro pra tentar amenizar a sua voz esganiçada, mas olha, nem assim funcionou, você faz ideia de como é passar 13 minutos inteiros ouvindo sobre um filhinho de papai engomadinho que está estudando numa faculdade renomada de graça? Se você não sabe vou dizer a você, é uma desgraça. Nunca conheci o Charles, filho único da diretora Coin, mas olha, se ele puxou pela mãe dele, credo, nem quero pensar.

–x-

E finalmente chegamos, graças a Deus.

Não imaginava que teria tanta gente assim. As líderes de torcida até cantaram uma musiquinha : “Me dá um 'K'! Me dá um 'A'! Me dá um 'T'! Me dá um 'N'! Me dá um 'I'! Me dá um 'S'! Me dá outro 'S'! Vaaaaaai Katniss!”, quanta animação, dai-me paciência. Sabe, sobre isso eu não posso reclamar, a escola de muitos é ruim, com aqueles malditos grupinhos sociais e com aquela rixa antiquada de anti-sociais X patricinhas, mas aqui não, todo mundo fala com todo mundo e ninguém discrimina ninguém, nem uma pessoa que tem ataques de tosse e não tem nada de atrativo, como eu.

“Todos os alunos e ex-alunos do último ano do ensino médio devem comparecer à suas respectivas salas para a entrega das tarefas de hoje. Obrigada.” Um homem, possivelmente nosso vice-diretor Corionelius, anuncia no auto-falante, então eu me encaminho para a segunda sala à direita do segundo andar.

“Estão todos aqui?” pergunta ele

As pessoas dão uma olhada em volta e constatam que falta bastante gente na sala.

“Bom, de qualquer forma as tarefas estão aqui.” aponta para um quadro

“Espere senhor!” gritou uma voz familiar “Estou atrasado, sou o novo líder da turma 3ºAB.”

Novo? O líder da turma é Finnick, não?, penso.

“As tarefas estão no quadro.” responde o vice-diretor secamente

“Tem alguém aqui do 3ºAB que já tenha anotado as tarefas?” pergunta o jovem que antes falava com Corionelius.

Levanto a mão prontamente, essa era minha tarefa, anotar as tarefas e passá-las aos alunos da turma responsáveis por tal tarefa. Era uma tarefa extremamente entediante, já que eu não fazia nada na maior parte do tempo, mas pelo menos eu tinha alguma função. Tentei a todo custo ver o aluno (ou ex-aluno) dono da voz, mas fracassei, além de eu ser baixa, tinha também o fato de que tinha várias pessoas mais altas do que eu na minha frente, bloqueando a minha visão, e ninguém se deu o trabalho de dar um passo para o lado para mim poder ver o dito cujo.

“Ótimo” continua ele. “Encontre-me em nossa barraca, junto com todos os outros alunos do 3ºAB, precisamos organizar as tarefas de cada um.”

Peço licença a todos para poder passar, mas a maioria nem ouviu, o jeito é empurrar os outros com os cotovelos e ser chamada de mal-educada. Mas fazer o quê? A vida tem dessas coisas.

Desço as escadas e vou em direção à nossa barraca, ou como carinhosamente chamávamos, nosso 'quartel general'. Faltando pouco para mim chegar no local combinado eu subitamente paro, fazendo com que as garotas que estavam atrás de mim tropeçarem em meus calcanhares.

“Desculpe.” murmura uma delas

Eu não respondi, estava preocupada com os cabelos loiros curtos que nesse momento estavam à pouco passos de mim conversando com alguns colegas de sala meus.

Deixo a folha com as tarefas na mesa e saio correndo o mais rápido que minha pernas me permitem indo direto ao banheiro feminino, uma atitude estúpida com certeza, mas eu não sabia mais o que fazer, dou de cara com Madge, Annie e Clove. Me tranco no primeiro banheiro que estava livre. Dane-se se estava com um cheio extremamente ruim, eu precisava pensar. Sento-me no vaso sanitário que estava com a tampa abaixada.

Ele? Porque ele? Tantas pessoas e justo ele tem de vir? O garoto que era meu melhor amigo. O garoto que me abandonou no pior dia da minha vida. O garoto que não deu mais notícias. O garoto do sorriso cativante. O garoto dos olhos azuis estonteantes. O garoto das piadas ruins. O garoto mais infantil da face da terra. O garoto de estatura média. O garoto que gostava de cozinhar. O garoto dono dos cabelos loiros que eu mais gostava de bagunçar. O garoto que eu amava de um jeito especial, um amor de irmão. O garoto que eu odiava de 'um jeito bom'. O garoto que eu pensava que nunca mais veria. O garoto que eu não queria mais ver. O garoto que eu não estava preparada para ver. O garoto era Peeta Mellark.

Os gritos das garotas do lado de fora me fizeram voltar à realidade.

“Cato, o capitão do time de futebol está sem camisa!” ouvi Clove gritar

“Onde? Onde?” era lógico que a reação das garotas seria essa

“Lá fora!” era Madge dessa vez

Ouvi os barulhos dos saltos altos das biscates saindo do banheiro. Começaram a bater frustamente na porta.

“VOCÊ TÁ BEM KATNISS?”

“Você tem que parar de ser exagerada Annie. Eu só vim no banheiro.”

“Nós sabemos que você viu o Peeta, conta, o que aquele desgraçado fez que eu arrebento a cara dele, preciso de alguém pra bater, as provas de luta só serão mais tarde.”

“Ele veio até aqui, esse é o problema.” faço uma pausa “Não precisa bater nele Clove, use o Marvel como saco de pancadas.”

“Hum...” diz Madge “Depois desse seu ataque podemos ir ver o Peeta? Todas nós juntas, porque eu nem o cumprimentei, estava assistindo o jogo de Gale...”

Arregalei os olhos, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, me olhei no espelho, ajeitei o cabelo e segui as meninas enquanto Madge e Annie recebiam olhares indiscretos por causa de seus uniformes de líderes de torcida (extremamente curtos, devo acrescentar).

Madge pulou no colo de Peeta, literalmente. Eles eram primos, e não era certo eu julgá-la por um problema que eu tinha, na verdade, restritamente com Peeta. E aí veio Annie dando um abraço 'de urso' no Mellark e falando 'quanto tempo'. Clove foi mais calma, deu 'oi' a ele e ele acabou por lhe dar um abraço que encobriu todo seus ombros, digamos que Clove não era uma garota grande, ela conseguiu o 'grande' feito de ser cinco centímetros mais baixa que eu. Mas em compensação tem um soco tão forte que até os meninos da equipe de luta não gostam de brigar com ela, Clove é pequeninha e baixinha, tudo no diminutivo, porém irrita ela pra você ver. Ela vira o Anderson Silva de Panem versão feminina.

E agora era minha vez, Peeta deu um largo sorriso para mim e eu retribuí com uma careta de desgosto, ele deve ter percebido pois desfez o sorriso na hora. Dei um aceno e disse 'oi', recebendo um olhar desaprovador de Madge. Fui até ele e lhe dei um aperto de mãos formal, ao contrário do que fez com Clove ele não me puxou para um abraço, mas isso foi bom, eu não estava preparada para vê-lo como o mesmo garoto de antes.

“As tarefas estão organizadas.” diz ele apontando para as folhas que agora estavam coladas desajeitadamente na parede “As que nós somos responsáveis só serão mais tarde, então podemos... Descansar?”

“As líderes de torcida do Grupo C devem comparecer no ginásio A agora.” anuncia uma voz robótica no auto-falante enquanto Annie e Madge saem correndo até o local

“Eu vou treinar mais um pouco, cadê o viado do Marvel quando se precisa dele?” Clove procura o garoto na multidão “Ah Marvel! Você está aí meu querido!”

A garota prende seus cabelos em um coque frouxo e sai correndo atrás de Marvel como se sua vida dependesse disso.

“Parece que Clove não mudou nada.” comenta Peeta “Nem a estatura.”

“Oh, sim” dou uma risada fraca “Mas é isso que a faz especial. Ela é masculinamente feminina.”

“Quê?” pergunta ele, confuso

“Nada.” observo Sophie, uma líder de torcida conhecida como ser a 'peguete' da escola, devorar Peeta com os olhos. “Parece que você ainda causa a mesma impressão nas garotas, Mellark.”

“E nesse 'garotas',” ele faz aspas com as mãos. “Você estaria incluída?”

“Eu não, lógico. Mas Sophie...” aponto para a garota que ainda encarava Peeta “Devorou você com os olhos como se fosse um sanduíche de mortadela.”

Ela dá um largo sorriso e não consigo não retribuir.

“Você não mudou nada Katniss.” Peeta me olha nos olhos “Continua a mesma doida adorável de sempre.” ele faz uma pausa enquanto ponho uma mecha de meu cabelo para trás da orelha. “Só que agora você está mais magra, mais branca e mais baixa.”

“Não estou mais baixa, você é que cresceu.” respondo

“Gosto das mais baixinhas, até porque não sou muito alto.”

Reviro os olhos.

“Isso não foi uma cantada, foi? Porque se foi, foi péssima.”

Ele dá um suspiro alto.

“Não custa nada tentar.”

“Eu não sou uma garota de cantadas.”

“Não é. Isso é uma das maiores qualidades suas.”

“É mais produtivo ser uma garota que não gosta de cantadas, faz com seu caráter seja mais preservado. Além do mais, não recebo muitas cantadas.”

“Mas olhares indiscretos recebe.”

“Oi?”

“Suas coxas chamam atenção Katniss, e seu traseiro também.” ele diz dando uma risadinha “Acho que aqueles garotos perceberam isso.” aponta para um grupo de uns sete garotos que olhavam pra gente.

Dou uma gargalhada tão forte que fez com que saísse algumas lágrimas solitárias de meus olhos.

“Peeta... Ninguém fala 'traseiro' em pleno século XXI!” digo ainda rindo

“Mas que é mais educado do que falar 'bunda', é.” diz ele fazendo aspas com as mãos

“Nisso você está certo.”

“Os jogadores de futebol do 3ºAB e 3ºA devem se apresentar no ginásio coberto para o primeiro jogo da manhã.” anuncia o auto-falante

“Eu vou indo Katniss, tenho que jogar.”

“Futebol?”

“Sim, porquê?”

“Pelo que lembro que você era mais habilidoso em Handebol.”

“As pessoas mudam, Katniss.”

“Eu não mudei, pelas suas palavras.”

“Você é uma exceção.”

“Hum...”

“Cuide de nosso 'quartel general', ok?”

“Ok.”

“A gente se vê no almoço.” diz ele dando um sorriso

“Talvez.”

“Talvez?” arqueia uma sombrancelha

“É, talvez.” respondo

Ele dá um meio sorriso divertido e sai em direção ao ginásio, olho em meu relógio, são 11:30, já estava suspeitando que estava perto do almoço, meu estômago dava indícios fortes de fome.

–x-

A fila para pegar o almoço estava enorme. Muito enorme. Demorei uns 50 minutos só para pegar um pedaço de carne, algumas colheres de arroz e salada.

Sentamos todos juntos numa mesa circular, Annie, Clove, Madge, Finnick, Cato e Gale. Além de mim e Peeta, obviamente. Ele se sentou ao meu lado e sussurou em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.

“Então talvez nos encontraríamos no almoço? Bom saber.”

“Ninguém lhe convidou a sentar aqui, você sabe.”

“Madge convidou.”

“Ótimo.” digo irônica

Todos começamos a conversar, de repente Peeta pergunta o que faremos na faculdade.

“Biologia.” Annie se pronuncia confiante

“Engearia química.” dessa vez foi Gale

“Tenho uma bolsa de estudos para futebol.” diz Finnick

“Arquitetura.” responde Madge

“Direito.” fala Clove, enquanto todos olham pra ela. “Eu sou justa, bom? Só bato em quem merece.”

“Administração.” responde Cato, sem muito entusiasmo

“Gastronomia.” responde Peeta com um brilho nos olhos “E você Katniss?”

“Oh, eu não vou fazer faculdade.”

“Não?”

“Eu gostaria de fazer faculdade de fotografia, mas infelizmente não vai dar.”

“Porquê?” diz ele tomando seu refrigerante

“Porque, bem...” olho para um ponto qualquer no horizonte “Han... Meus pais não acreditam que essa seja uma profissão honrosa.”

“Oh, sim. Meu pai não gostou muito da ideia de eu querer ser chef de cozinha, mas de qualquer forma, quem manda lá em casa é a senhora Mellark, e ela aprovou então...” ele diz suspirando pesadamente “E o que você vai fazer? Você não vai viver de esmolas, né?”

“Não... Eu já tenho emprego garantido, Peeta. Na empresa do meu pai.” É, eu tenho talento para mentir.

Madge me olha e meche a boca formando as palavras 'mentir é feio'.

Eu não estava contando um mentira completa, eu já havia estagiado na empresa de meu pai dos dezesseis anos até meu aniversário de dezessete anos, e ele disse que eu iria “trabalhar” na empresa dele no dia do meu aniversário de dezoito. É uma tradição da família Everdeen levar seus filhos para seu trabalho no dia do seu aniversário.

“Ah, entendi.”

“E a formatura? Você vai vir não é, Peeta?” pergunta Annie mudando de assunto

“Claro! Porque não?”

Olho furiosamente para Annie. O garoto nem estuda aqui, qual é?!

“As tarefas serão retomadas a partir das 13:15. De acordo com isso.” Clove estava concentrada lendo o folheto que a escola tinha nos dado e me olha de cara amarrada, como se eu já não estivesse acostumada.

“Bem...” fala Finnick tirando todos de seus pensamentos “De acordo com o mesmo folheto, vocês” aponta para os membros do sexo feminino. “Não tem mais nada a fazer durante a tarde.”

“TARDE DE COMPRAAASS!” gritam Madge e Annie

“SÓ QUE NÃÃÃO!” rebate Clove “Qual é garotas, deixem o shopping em paz um pouco. As contas bancárias de nossos pais agradecem.”

Elas começaram a discutir, Clove com Annie e Madge, depois Annie com Cato, Finnick com Madge, Gale com Annie, Cato com Clove, Annie com Finnick, Madge com Gale... No final estavam todos se beijando e eu e Peeta segurando vela.

“Agora é nossa vez não acha?” diz Peeta virando-se pra mim e fazendo biquinho

“Nossa vez de quê?” pergunto

“Por Deus, Katniss.” ele revira os olhos

Dou de ombros.

“Peeta...”

“Quê?”

“Vamos sair daqui? As coisas podem ficar obscenas daqui a pouco.”

Ele dá um risinho malicioso enquanto puxa minha mão.

“Vem. Vamos ver o jogo.”

Sentamos na arquibancada e começamos a conversar sobre coisas do passado.

“Você se lembra daquela vez do piquenique? Quando eu caí de joelhos e você começou a chorar quando viu eles sangrando?” ele diz entre gargalhadas

“Me lembro, muito bem.” digo rindo também “Mas sabe, eu me tornei mais tolerante a esse tipo de coisa.”

“Desde quando?”

“Desde, ér... Aula de biologia do ano retrasado, quando tivemos que dissecar sapos.”

“Oh, sim.”

O papo ia fluindo normalmente, nós começamos a conversar sobre coisas mais atuais e não pude deixar de perguntar algo.

“Peeta...”

“Diga.”

“Eu não sei se devo perguntar isso, mas...” pausei para procurar as palavras certas “Você sumiu do mapa, assim, do nada. 'Puff'. Foi um dia importante pra mim Peeta! Poxa, cara, custava ter me avisado? Eu fiquei preocupada! Foi dia que eu descobri que...” tenho que controlar minhas palavras

“Descobriu, o quê?”

“Que... Que você fazia mais falta do que eu imaginava que faria.”

“Bom, ér...” Peeta corou “Você quer mesmo saber? É uma história bem longa.”

“Se eu te perguntei é porque quero. Não se faça de idiota Peeta.”

Ele olha no fundo dos meus olhos.

“Tudo começou quando meu pai...”


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Notas finais do capítulo

Eu demorei mas eu voltei, o bom da minha demora é que eu já escrevi alguns dos próximos capítulos, então daqui a dois dias eu posto outro, e depois mais dois dias eu posto outro e depois só terça ou quarta-feira da semana que vem, não sei. Enfim, me perdoem por ter demorado tanto e até!
P.S.: Queria agradecer novamente à Bruna Trevisan que me deu a primeira recomendação, você não sabe o quanto eu fiquei feliz :3