Walking on starlight escrita por Hamish


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a quem já está acompanhando a minha história e só posso dizer que isso me incentiva muito a continuar.



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Tauriel andou atrás de Legolas, mas sem realmente se preocupar em prestar atenção no caminho até a sala do trono do rei. Ela conhecia todo aquele caminho, o percorria todos os dias, mas dessa vez algo de diferente surgiu em sua cabeça enquanto andava por aqueles corredores tão familiares; anões. Anões de verdade, não só aqueles que ela havia visto nas gravuras dos livros antigos da biblioteca do castelo. Eram anões de verdade. E eles não pareciam ser tão maus ou feios quanto aqueles descritos nos livros e nas histórias que a contavam desde que ela era uma criança.

Inclusive havia um deles que era bem fofinho.

– No que está pensando? – Perguntou um curioso Legolas, sem se virar para olhá-la – Você nunca fica tão quieta assim.

– Estou pensando nos anões – Ela falou – Acho que não deveríamos tê-los prendido dessa maneira.

Legolas se virou para Tauriel, parando de andar de forma abrupta.

– Nunca, sob hipótese alguma, diga isso ao meu pai – O medo estava presente em sua voz. Era impressionante como até mesmo Legolas temia a ira de seu pai – Me prometa, Tauriel.

– Eu prometo – Respondeu ela, mas sem que ela mesma acreditasse que pudesse cumprir essa promessa.

Legolas tornou subir as escadas que levavam a onde o trono de Thranduil ficava. Era tudo muito decorado e rico, mas podia-se notar que os elfos da floresta já haviam tido períodos mais ricos. Eles não tinham mais nem metade do poder e da riqueza que costumavam possuir. Tudo estava ficando mais difícil com os diversos ataques dos orcs e das aranhas vindas de Dol Guldur. O rei estava começando a se preocupar, fazendo com que todo o reino se preocupasse por tabela. O problema já estava visível demais para ser ignorado.

Chegando na sala do trono, encontraram o rei sentado no mesmo. Seus olhos estavam olhando com um genuíno interesse para as pontas dos cabelos dourados. Legolas chamou sua atenção com um pigarro.

– Majestoso pai, trouxe Tauriel como havia me ordenado.

Antes que Legolas saísse do recinto o rei levantou a mão de dedos finos e fez com que o filho parasse onde estava.

– O assunto é pertinente aos dois – Falou ele, levantando o olhar para os dois elfos – É sobre esses anões que vocês trouxeram para cá. Um deles é Thorin, aquele que se proclama “O rei sob a montanha”, o herdeiro direto da linhagem de Durin e acredito que vocês dois sabem muito bem o que isso quer dizer, não é?

Os dois elfos confirmaram com a cabeça. Haviam escutado a história de Thorin Escudo de Carvalho desde pequenos e sabiam muito bem o que seu retorno à Montanha Solitária significava.

– Pois bem, eu confio plenamente em vocês dois, principalmente em Tauriel, que como chefe de nossa guarda, deve impedir que eles saiam de nossas terras sem que eu firme um acordo em nosso benefício com Thorin.

– Com licença – Falou Tauriel, interrompendo as palavras do rei – Eu acho que o senhor está errado em tentar propor algo para ele.

O rei a olhou pacificamente com os olhos azuis gélidos. Ele se aproximou dela e passou o fino dedo indicador em seu rosto.

– Eu não pedi opinião, minha querida Tauriel – Falou ele com um sorriso nos lábios. Um sorriso maldoso – Eu pedi para que minhas ordens fossem cumpridas.

Tauriel confirmou com a cabeça, mas ainda estava sentindo o nó na garganta de quem precisava falar algo que não era permitido.

– Não deixem que eles iludam vocês – Bradou o rei, jogando sua capa para trás e se sentando em seu trono, com o olhar fixo em Tauriel, parecendo que queria penetrar em sua mente – Eles são muito bons nisso.

...

Tauriel fora encarregada explicitamente da guarda dos anões de Erebor, o que não a agradava nem um pouco, mas desafiar o rei já havia lhe custado muito por enquanto. Ela passava horas encarando as celas. Vez ou outra ela escutava um grunhido, um palavrão ou um suspiro cansado, mas eles nunca lhe dirigiam a palavra. A hora de lhes dar o que comer ou beber era a mais penosa para a elfa. Vê-los naquela situação tão horrível e ter de aguentar os olhos deles a queimando de raiva era a pior sensação que a elfa jamais experimentara.

E o mais difícil era olhar para o mais jovem. Ela não sabia seu nome, como na realidade não sabia o nome de nenhum daqueles anões com a exceção de Thorin, mas ele era diferente. Os outros pareciam ficar com raiva quando a viam, mas aquele anão parecia até um pouco feliz em ver seu rosto. Ele sempre tentava fazer algum comentário a respeito da comida ou de qualquer outra coisa, tentando fazer com que ela permanecesse mais tempo perto de sua cela. E ele era bem adorável, com sua barba rala e seus cabelos longos, se não fosse tão baixinho e forte até que lembraria um elfo.

Mas o que nem Legolas conseguia ignorar era que Tauriel estava com um interesse desnecessário nos anões. Ela passava suas horas livres na biblioteca, buscando informações sobre a raça, sobre a linhagem de Durin e sobre a Montanha Solitária que o rei mencionara. Ela nunca havia saído dos domínios dos elfos da floresta, então aquilo tudo era mais do que interessante para ela. Era algo maravilhoso, como se ela finalmente soubesse que o mundo podia se estender muito além dos domínios de Thranduil. O que preocupava o elfo era que ela quisesse ver tudo o que estava lendo nos livros e deixasse seu povo... O deixasse para trás.

No sexto dia em que os anões estavam presos nas celas de Thranduil, Tauriel acordou e levou com ela um dos livros que ela estava usando em suas pesquisas sobre a Terra Média. Estava tão preocupada com seu livro que não reparou quando um ser invisível abriu as celas e deixou com que todos os prisioneiros escapassem. Quando ela ergueu os olhos do livro já era tarde demais. Ela só teve tempo de ver o último dos anões, justamente aquele que ela havia particularmente capturado, o mais novo, olhando-a rapidamente antes de ser puxado por um dos outros anões.

Ela poderia tê-los feito parar, ter chamado reforços, mas ela simplesmente sorriu e esperou que o rei viesse brigar com ela por ter feito a coisa certa.


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