Harry Potter - A nova geração escrita por Júlia França


Capítulo 16
Torturada




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_ E aí, como foi? – Mary perguntou assim que entrei no quarto. Os olhos faiscando de criatividade.

_ Legal até. Tivemos uma conversa bem animadora.

_ E como ele é? – A pergunta veio de Ashley.

_ Parece inofensivo na verdade, claro, eu sei que não é, mas a primeira vista parece apenas um homem mais velho que precisa urgentemente de um transplante de nariz. – Dei de ombros.

_ Ele brigou com você?

_ Não. Ele ameaçou a minha família. Mas sério, ele é muito calmo e calculista. Ele só explodiu uma vez.

_ Por quê?

_ Ele perguntou para o Scorpius se era igual ao pai, seu irmão respondeu que não, porque não gostava do Voldemort. Eu imediatamente coloquei a mão dentro do casaco, pronta prá intervir com a varinha, mas ele me mandou tirar a mão de lá. Um segundo depois já estava calmo de novo.

_ Nossa. O que a senhorita iria fazer com uma varinha contra ele?

_ Não sei. Foi muito instintivo. – Dei de ombros de novo. – Ele me obrigou a trabalhar de enfermeira e Scorpius de bibliotecário todas as tardes.

_ E a Pomfrey e a Madame Pince?

_ Fiz a mesma pergunta. Ele só respondeu que elas se afastariam do cargo por um tempo. Acho que se ele disse um tempo significa que muito provavelmente elas não estão mortas.

_ Tem razão. Mas quando ele viu que era você, o que fez?

_ Acho que ele esperava alguém mais flexível, sabe, como se pudesse ajudar nos planos malignos dele. Quando me viu ele ficou meio sem reação. Acho que por enquanto vai deixar tudo como está, mas depois vai tentar intervir.

_ Por isso que ele te mandou ficar na enfermaria. Não poderia ler nada que fosse contra ele na biblioteca e não teria tempo para cuidar de Hogwarts.

_ Ele também tirou o meu turno de vigia durante a noite e me mandou voltar prá cá. Podemos ficar? – Perguntei quando Mortje pulou na minha antiga cama.

_ Claro! Vamos ter nosso despertador vivo de novo. – Mary observou.

_ Claro, porque vocês só ligam prá mim quando acordo as duas na hora certa. – Revirei os olhos. Não disseram nada.

_ Gente. Gente! – Gritei quando elas não me ouviam. Ashley se levantou, esfregando os olhos. Deu um chute na amiga, que caiu da cama, mas acordou, e isso é o que importa.

_ O que foi? – Mary estava escandalizada, mas pelo menos acordada.

_ Já são sete horas. Temos que tomar café. A aula começa oito e meia.

_ Ok. – Nos vestimos e descemos as escadas à procura dos meninos.

_Pelo menos não tempo que usar aquelas roupas cor de rosa. – Observei.

_ Tem que ter um lado bom.

_ Ash, você fica muito mais bonita com essa roupa do que com a fantasia da barbie. – James brincou, abraçando a namorada. Eles acabaram ficando para trás, esperando Lily, enquanto eu e Mary marchávamos para o Salão Principal.

_ E aí? Como vai a sua amizade colorida? – Mary perguntou brincalhona.

_ Bem, eu acho. E as suas?

_ Minhas amizades coloridas estão todas em preto e branco. – Tive que rir com isso.

_ Por quê?

_ Não tem ninguém legal aqui nesse fim de mundo.

_ Hogwarts não é um fim de mundo.

_ Quando se trata de garotos é sim. – Ok. Eu não estava olhando tanto para outros homens desde que tinha começado uma relação estranha com Scorpius. percebi que eu penso nele a maior parte do tempo, então não me importo muito se os garotos que passam por mim são lindos ou horríveis.

_ Se você diz...

_ Vai em Hogsmeade hoje? – Pois é, esqueci de falar. Voldemort tinha colocado aulas nos sábados também. Só poderíamos sair da escola depois do almoço.

_ Sim, claro. Podemos ir no Três vassouras se os outros quiserem.

_ Estava pensando em ir na loja do seu tio. Podemos manter seus pais informados sobre a situação daqui.

_ Parece um ótima ideia. – Murmurei, pensando melhor no assunto. Retirei o celular do bolso e digitei uma mensagem rápida para o meu pai.

“Gemialidades Weasley às duas. Rose.”

Por um minuto me esqueci que Voldemort tinha dito que as paredes ouvem vozes, então tentei arrumar o erro.

_ Talvez seja melhor a gente esperar. Eles não vão poder fazer nada mesmo. Tava mandando uma mensagem pro Alvo nos encontrar no Três Vassouras, ele adora ir lá. – Mary me olhou estranhamente, mas depois pareceu entender a minha expressão e concordou.

_ Ok. – Esqueci de guardar o celular, e o pior de tudo é que ainda estava com a mensagem na tela. Bellatrix estava passando pelo corredor nesse momento e viu o aparelho na minha mão. Eu soube na hora que estaria numa grande encrenca. Tentei tirar da tela da mensagem e deletá-la se possível, mas não deu certo. A bruxa chegou antes e pegou o celular das minhas mãos.

_ Querida, isso aqui é proibido, sabia? – Disse, pegando o celular da minha mão. Torci para que ela não lesse, mas eu soube que torcer não adiantaria nada quando ela focalizou os olhos na tela brilhante. – O que é isso? – A voz estava composta somente de raiva.

_ Nada. – Respondi desesperada.

_ Mensagenzinha pro papai. – Ao que parece ela não leu o que estava escrito, e isso era bom. Jogou o celular no chão com força e vi ele apagar. Suspirei de alivio. Pelo menos ela não saberia onde encontra-los. Me puxou com força pelo corredor, me levando quase que arrastada. Lancei um olhar significativo para Mary e sussurrei “duas” lentamente, torcendo para que ela entendesse o movimento dos lábios. Ela concordou com a cabeça, e eu soube que encontraria meus pais por mim.

_ Não era nada! – Gritei.

_ É isso o que vamos ver!

_ O que está acontecendo? – Scorpius perguntou, enquanto passava pelo corredor.

_ Me solta sua bruxa asquerosa!

_ Cale-se! E isso não é da sua conta!

_ Solta ela! – Julie gritou, tentando soltar o meu tronco do aperto de seus braços, mas era meio impossível.

_ Fique longe! – Bellatrix gritou, e continuou me arrastando. Chegamos na Sala Precisa e eu tive um pressentimento péssimo quando vi objetos de tortura na parede.

_ Agora, diga! O que estava tentando contar? – Ela perguntou depois de me estapear. Não disse nada, e levei outro tapa.

MARY POV.

Tentei chegar o mais rápido possível no Salão Principal, tentando procurar ajuda. Encontrei Scorpius alguns minutos depois, e ele estava tão transtornada quando eu.

_ O que aconteceu? – Perguntou desesperado.

_ A gente tava conversando sobre o que iria fazer em Hogsmeade hoje, e então tivemos a ideia de chamar os pais da Rose prá contar o que estava acontecendo. – Respirei fundo, tentando me acalmar. Minha voz estava muito alta e totalmente esganiçada. – Ela escreveu uma mensagem pro pai dela nos encontrar na Gemialidades Weasley, mas a Bellatrix pegou Rose com o celular na mão e confiscou! Ela só viu o nome do pai dela no visor, mas ficou com tanta raiva que jogou no chão.

_ Então se ela não conseguiu ler a mensagem vai torturar a Rose até ela falar. – Julie murmurou. Scorpius estava estático.

_ Estão esperando o que? A gente tem que achar alguém prá nos ajudar a procurá-la! – Ele gritou desesperado. Apontou para Neville e Cho, que estava na mesa dos professores, e eles pareceram entender o recado, porque vieram para cá imediatamente.

_ O que foi?

_ Rose! – Scorpius estava descontrolado demais, então eu contei a história toda.

_ Ai Meu Merlin! – Cho exclamou no final.

_ Devem ter levando ela prá sala dos professores. – Neville observou.

_ Acho que seria mais provável leva-la para a Sala Precisa.

_ Tem razão. Vão para as aulas que nós vamos procura-la. – Neville mandou.

_ NÃO! Eu vou junto! – Scorpius gritou.

_ Olha, você não pode ajudar em nada! Se ela estiver com a Bellatrix, provavelmente vai estar sendo torturada, e não tem nada que você possa fazer em relação a isso! Vai ter que esperar. Eu prometo que vou fazer o possível para que quando as aulas terminem vocês possam encontra-la na enfermaria.

_ Na enfermaria?

_ Se ela está sendo torturada, precisa de cuidados especiais, para que não tenha problemas mantais. Agora vão!

_ Ok. – Respondi, e então eu e Julie puxamos Scorpius para fora do salão.

ROSE POV.

Gritei quando senti tudo ficar escuro e uma dor horrível atingir o meu corpo, já deitado no chão.

_ CRUCIO! – Ela continuou dizendo, e a cada vez que o feitiço fazia efeito, eu soltava um grito cortante. Tentei resistir, mas depois de mais ou menos cinco feitiços daqueles ela se debruçou sobre mim e perguntou novamente.

_ O que estava escrito?

_ NADA! – Respondi pela terceira vez naquela sala. – EU AINDA NÃO TINHA ESCRITO NADA! JURO!

_ MENTIRA!CRUCIO! – Agora eu já estava chorando. Não conseguia nem pensar direito por causa da dor. Meu corpo oscilava, como se o feitiço tomasse conta dele.

_ NÃO! – Grite quando ela levantou a varinha de novo. – EU FALO! – Bellatrix me olhou com orgulho.

_ ENTÃO DIGA! AGORA! – Gritou no um ouvido, segurando a varinha no meu pescoço.

_ Tá bom. Eu disse que não estava gostando de Hogwarts com vocês comandando. – Minha voz saiu exausta, como se eu tivesse chorado muito.

_ NÃO MINTA PARA MIM!

_ NÃO É MENTIRA! – Gritei, com medo do que aquela varinha podia fazer. Senti uma dor horrível no meu rosto e então percebi que ela estava rasgando a pele com uma faca. Grite e me contorci.

_ QUIETA! – Berrou e tapou a minha boca, esticando mais a pele do meu rosto. Suas unhas entravam nos meus lábios e as lágrimas desciam pelo meu rosto, molhando o ferimento que ainda não tinha terminado de ser feito, causando uma ardência horrível. – Ficou perfeito. – Disse, admirando o trabalho. Me forçou a olhar na parede espelhada que tinha do outro lado da porta. Gritei de horror. Ela tinha desenhado o símbolo dos Comensais da Morte, com todos os detalhes. – GOSTOU DE TER O SEU ROSTINHO LINDO MARCADO? – Não respondi.

_ Você viu o que adianta mentir? – Perguntou e gritou quando eu não concordei.

_ VOCÊ VIU?

_ VI!

_ Então o que estava escrito na mensagem? – Neguei com a cabeça, começando a chorar de novo, o meu rosto coberto de sangue fresco.

_ NADA! POR FAVOR! – Gritei e ela levantou a varinha. – NÃO! - Mas ela não parou. Começou a lançar vários feitiços de tortura, como tinha feito antes.

_ CRUCIO! CRUCIO! – Perdi a conta de quantos foram. Eu já estava começando a abandonar minha mente quando ouvi a porta se abrindo com um estrondo. Bellatrix saiu rindo, me deixando nas mãos de quem quer que fosse, mas a essa altura, qualquer um era melhor que ela.

_ Ela está consciente? – Neville. Fiz um esforço para reconhecer a voz.

_ Sim, mas acho que não consegue falar. – Cho observou, mas sua voz estava distante.

_ Vamos levá-la. – Neville me pegou no colo e eu apaguei.

_ Rose? – Escutei a voz ao longe, se aproximando aos poucos. – Você está bem? – Agora eu já tinha adquirido sensibilidade de novo. Estava deitada em algum ligar macio. Acho que deve ser na enfermaria. Tinham dedos entrelaçados aos meus, apertando a minha mão carinhosamente. Scorpius. reconheci os dedos longos e frios quase imediatamente. – Aperte a minha mão. – Apertei, com um pouco de esforço, tentando recuperar o controle do meu corpo.

_ Ela está bem? – Alguma voz perguntou. Eu tive medo dela. Me encolhi imediatamente.

_ Acho que sim. – Scorpius respondeu, então eu soube que a pessoa não faria mal a mim, mas mesmo assim me encolhi completamente quando o desconhecido tocou o meu ombro. Tentei me virar mas eu não conseguia. Minhas pernas eram como chumbo. Abri os olhos com cuidado.

_ Scorp? – Perguntei com dificuldades. Me virei para a outra pessoa. Hugo. Como pude me esquecer de Hugo? Os outros estavam sentados na cama do lado. Coloquei a mão no rosto, onde tinha uma gaze, mas a dor não cessou. Tentei me sentar. Novamente as minhas pernas me traíram.

_ Não se mexa. – Ele parecia triste com alguma coisa. Me ajudou a sentar. Encostei o pé na grade da cama. Não senti nada.

_ Por que eu não sinto as minhas pernas? – Perguntei.

_ Quando a Bellatrix te jogou no chão... você quebrou a medula e...

_ Não fizeram um feitiço de cura por quê? – Eu estava assustada.

_ Os trouxas classificariam o que aconteceu com você como paraplegia irreversível. Fizeram um raio X e descobriram que tentar fazer um feitiço de cura poderia ser muito arriscado para você. Ele poderia interferir em outros fatores do seu organismo e causar de tetraplegia à lesões cerebrais graves. – Scorpius explicou.

_ Mas eu me debati depois que caí, eu mexi as pernas!

_ A adrenalina causou isso. A maldição Cruciatus transmite choques elétricos dolorosos por todo o corpo e mesmo os músculos que não funcionam mais, respondem a isso. – Neville explicou.

_ Então eu estou paraplégica?

_ Eu sinto muito Rose. Mas você não pode mais andar.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês não tentem me matar kkkkk



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