O cubículo de 2 metros de largura por 3 de altura era extremamente apertado, havia somente uma pessoa dentro dele.

Sadie Kane, a loira estava sentada de joelhos no chão, estava derrotada de tanto tentar abrir a porta do elevador, nem mesmo as magias que conhecia a ajudaram a sair dali. Havia cogitado a ideia de usar HA-DI, mas possivelmente acabaria destruindo o elevador e ela junto. Ela também não poderia abrir um portal, afinal era dia 28 de Dezembro, o dia dos demônios.

Durante cinco dias, de 26 até 31, eram dias arriscados para se abrir um portal, ou mesmo uma viagem simples pelo Duat. Especialmente se você for um Kane.

A jovem olhou para o seu bolso, pegou o celular e discou o número de Carter.

- Vai, vai atende enciclopédia ambulante.

Uma voz suave e calme do outro lado da linha dizia "Olá aqui quem fala é Carter Kane, no momento estou ocupado, retorno sua ligação depois."

Ela não conseguiu conter uma raiva momentânea, pegou e jogou o celular contra a parede do elevador. Viu quando ele quase tocou a parede, quase...Porque alguém o impediu de colidir contra o elevador.

- Lady Kane, porque fez isso?

Ela imediatamente reconheceu a voz, olhou o moreno se materializar ao seu lado segurando o celular.

- O que esta fazendo aqui? Achei que só poderia aparecer em locais que houve morte.

Ele a olhou curioso, e apenas disse:

- Este lugar já foi uma especie de cemitério.

A garota apenas murmurou um simples 'hum...' Ficaram em silêncio durante algum tempo, foi a irmã de Carter que quebrou o gelo.

- Você não estava proibido de me ver, Osíris e Shu estavam de olho em você. Com medo de que você contasse algum segredo dos deuses para mim.

Ele andou de um lado para o outro do cubículo, parou de frente para a garota e abaixou-se perto dela.

- Digamos apenas que conseguir escapar do meu serviço, de seu pai e do meu avô.

- Se você não esta "trabalhando" então quem esta pesando o coração dos mortos? Amit esta sem comer nada?

Os olhos escuros do deus demonstraram uma certa tristeza.

- Você esta mais preocupada com Amit do que com a minha falta. - disse o cabeça de chacal sem a olhar nos olhos.

- Não é isso, só que... Amit é um cachorro tão bonitinho e você é um deus, pode ir a vir do Duat, Amit não pode fazer isso.

Anúbis ainda sentia-se um pouco triste, Sadie foi a única garota que ele realmente amou durante seus cinco mil anos de vida.

Sem dar explicações ele sumiu do elevador e Sadie se sentiu sozinha. O elevador magicamente começou a descer, e a loiro pensou por um segundo que talvez isso era tudo culpa de Anúbis.

(...)

Sadie pegou suas sacolas e as deixou em um canto qualquer do quarto, jogou a jaqueta e o coturno velho longe. Deitou na cama e escutou uma leve batida na porta do seu quarto.

- Sadie, eu vou sair com a Zia.

- Tudo bem Carter, mas vê se faz as coisas direito, lembre-se das dicas que te dei.

- Certo, até mais tarde. Walt e Jaz estão lá embaixo cuidando dos aprendizes menores.

- Okay, quando descer avise os que daqui meia hora eu desço para tomar conta dele.

Carter saiu do quarto e fechou a porta do quarto da irmã.

(...)

Meia hora havia se passado, Sadie tentou abrir a porta, mas não conseguiu, ela aparentemente estava trancada e igualmente como o elevador feitiços não tinham efeito.

O deus do papel higiênico se materializou novamente, suas roupas tipicas e seus lindos olhos chocolate.

- Sadie o lance do elevador foi culpa minha, eu tentei te contar uma coisa, mas não deu certo. Afinal você estava mais preocupada com Amit, mas você não vai sair daqui enquanto eu não der o recado.

Ele se aproximou dela, acariciou se rosto, colocou uma mecha de seu cabelo loiro atrás da orelha e a beijou. Um beijo calma e gentil.

- Sadie Kane eu te amo. Sei que você também gosta do Walt, sei que é estranho uma relação amorosa entre um deus e uma maga, mas eu te amo Sadie, nunca amei ninguém como te amo nestes meus cinco mil anos de existência.

Sadie não sabia o que fazer ou o que falar, ela estava tão feliz e contente. Ela o abraçou e o beijou mais uma vez.

- Eu te amo Anúbis.

Ambos ficaram extremamente felizes com a declaração do outro, e combinaram que sempre que possível escapariam de seus afazeres e se encontrariam.