Cartas de Natal escrita por Misty_love


Capítulo 1
Capítulo Único - Cartas de Natal.


Notas iniciais do capítulo

Olá Strawberries! Estou aqui com uma história hétero de Natal para vocês! *--*
Mesmo que aqui não neve, o simples fato dessa data me deixa muito feliz, afinal, ela junta as pessoas que mais amamos, uma das outras.
Eu não sofri um Milagre de Natal, mas talvez eles existam, e se espalhem por esse dia de diversas formas, pode ser por um presente ou a conexão de alma com alguém que você realmente gosta.
Cartas de Natal é uma das maneiras de como esse milagre pode acontecer, embora seu resultado tenho o efeito demorado. Para esse ano, assim como o primeiro em que estive no Nyah!, e comecei a escrever sobre Inazuma, usei meu casal favorito deste anime no seu inicio, Natsumi & Endou. E desta vez é um pouco mais elaborado, ocorrendo depois do FFI Internacional, e com pensamentos descritos em cartas da nossa ruiva, e descrições nas cenas do nosso inesquecível goleiro e sua imensa e contagiante fala: Vamos jogar futebol!
De todo o coração, espero que você leia e sinta a magia de um milagre de Natal, e vá buscar o seu também. Porque ainda temos tempo de fazer tudo que quisermos!
Vejo você lá embaixo. :3
Divirta-se! ♥



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24 de Dezembro, Paris.

Oi, Endou. Sou eu de novo. Sim, Natsumi Raimon.

Hoje é Véspera de Natal, e você não correspondeu nenhuma de minhas cartas... Tudo bem, eu não esperava que o fizesse -talvez só aquela pequena parte boba de mim sabe? Aquela que SEMPRE alimenta esperanças? Talvez só essa parte-.

Passar o Natal em Paris é... Bem, pareceria mais bonito se eu tivesse alguém comigo na cidade do amor, e eu acho que você sabe quem seria. Mas é um clima particularmente agradável. O primeiro andar da Torre Eiffel é usada para a patinação, e eu vejo muitas criancinhas tentando se equilibrar naquele patins. É engraçado, e eu quase tive vontade de me juntar a elas, mas eu sei que deslizaria por todo o gelo e cairia do primeiro andar da Torre, embora minha queda fosse -com quase 99% de certeza- afofada pela neve macia.

Eu aprendi a usar o hábito da Haruna, e comecei a fotografar tudo que vejo. Parece louco, estar em um lugar bonito e depois nunca mais se recordar dele. Os parques ficam muito frio aqui e tenho de sair duplamente vestida para não congelar, mas vale a pena, porque vejo as folhas das árvores de Outono ficarem brancas, e meninas fazendo anjinhos com seus pais, e meninos tramando guerra de neves. Como nós fazíamos há um ano atrás.

Nem sei porque sinto falta disso tudo. Você costumava me chamar de mimada e egoísta, mas estive perto quando você me quis e brinquei com você quando precisava.

Eu me tornei sua amiga.

O objetivo dessa carta não é dizer que sinto sua falta, embora seja uma boa parte da verdade, eu sinto sua falta, e a do meu pai também. O objetivo dessa carta é...

Bem, duvido que isso chegue a tempo em Inazuma. Só acreditando naqueles milagres de Natal que acontecessem em filmes, e no meu caso, eu teria de encontrar um carteiro muito gentil que atravessasse a Europa e praticamente a Ásia toda, só para lhe entregar isso.

Acho MESMO difícil que isso ocorra, porque essa é a pior nevasca em duzentos anos que a França enfrenta, então aviões não podem voar, carros não passam na neve, e muito menos bicicletas. Além disso, suspeito que meu 'gentil carteiro' prefira ficar em casa, com uma bela caneca de chocolate quente e suspiros amáveis de sua mulher, enquanto seus dois filhos se aquecem na lareira. Quem trocaria isso por uma estúpida carta de Natal?

Eu não sei se seria capaz de trocar isso por uma carta, mesmo que ela custasse todo o ouro do mundo, mas no momento não tenho o Natal que o meu 'gentil carteiro' tem, então, talvez eu o trocaria. Estou sendo ridícula de novo. Não consigo não pensar em mim, mesmo no Natal não é?

É por isso que não me responde?

De qualquer forma, aqui estou eu, com meu vestido vermelho e um falso sorriso estampado no rosto, para agradar essas pessoas desconhecidas no Hotel onde durmo. Parece que vai ser um Natal entediante, eu preferiria -mil vezes, sim!, mil vezes- ter que ficar no Aeroporto, esperando um avião abrir seu vôo e me deixar ir nele, e assim ir para casa novamente. Ir para você de novo.

Não tenho mais informações do seu avô, e é por isso que minhas últimas cartas tem sido tão 'Natsumi'. Sinto muito, e estou presa aqui.

Feliz Natal, eu te amo.

Sua Nat.

******

Aki era uma menina muito doce e gentil, sempre foi amiga de todos e adorava ajudar. Não gostava nada quando seus amigos eram ameaçados por outros. Ela amava todos de coração. Mas sentia amar um muito mais além.

Foi muito difícil conseguir fazer Mamoru Endo virar seu namorado, com tanta disputa entre ele. Mesmo com a ida de Natsumi para França, a concorrência ainda continuava. Mas Aki era resistente e tinha algo que algumas não possuíam, a amizade.

De pouco a pouco, fez que Endou a notasse mais como garota do que amiga, fez que reparasse na sua beleza interior e exterior, e a aceitasse por quem ela era, e assim, conseguiu fazer do capitão da Raimon, seu namorado.

Estavam a quase completar quatro meses de namoro, porém, no meio de Novembro, Aki via com frequência a caixa de correio de Endou estar lotada.

-São apenas convites para jogos. Eu nem as vejo, porque deveriam ir para o clube. – Explicou Endou com certa indiferença. – Eu só pego as correspondências da minha mãe, o resto eu guardo.

-Sem abrir? Isso é muito irresponsável. Você sabe.

-São convites para jogos meu amor, não perca tempo com isso. – Endou mexeu a presilha do cabelo de Aki e sorriu docemente.

-Outra pessoa pode mandar-lhe uma carta, um parente...

-Todos que eu amo moram perto de mim, não vejo razão para me mandarem cartas, quando moramos tão perto. – Endou a beijou de leve na bochecha. – Porque se importa tanto com as cartas, Aki? São só... Cartas.

-Você pode receber cartas para jogar em times importantes.

-Meu lugar é na Raimon, não vou a lugar nenhum. Você ainda não me disse porque se importa com as cartas.

-Não é nada. Só acho que você deveria ser mais organizado. – Respondeu Aki rapidamente e levantando-se da cama, para pegar alguns montes de cartas. – Posso vê-las para você?

-Sinta-se a vontade para fazer o que quiser, meu amor. Mas não pode ser depois? Quer mesmo fazer isso agora?

-Terei de levá-las para casa, senão as ver hoje.

-Leve tudo que quiser. Agora, venha aqui, por favor. Não vai me trocar por cartas, não é?

-Não seja bobo. Jamais poderia. – Aki respondeu examinando as cartas. – França?

-França? – Endou repetiu confuso.

Natsumi Raimon, Hotel Stars of Paris, Paris – França, Aki leu silenciosamente e viu que a maioria das cartas eram de Natsumi.

-Eu disse França? Desculpe, Francie. Uau. Erraram mesmo de endereço, não acha? – Aki se virou e riu um pouquinho.

-Que estranho. Não conheço nenhuma Francie. – Endou começou a pensar, mas foi interrompido por Aki.

-Não vai me trocar por pensamentos, não é? – A morena sentou-se no colo do namorado.

-É claro que não. – Endou sorriu e aproximou o queixo de Aki no seu rosto, logo, selando os lábios em beijo demorado, quente e doce.

Desde aquele dia, Aki tem ficado paranóica com as cartas da ruiva. Eram sentimentais demais, era Natsumi demais. Um lado cruel de Aki, pensou que a garota sempre fora mimada e nunca pensava nos outros, só nela. Por isso era Natsumi demais, e por isso deveria deixar esse lado bem longe.

Se Endou lembrasse de como se sentia em relação a ruiva, então Aki não teria mais chances, pois o Natsumi demais era exatamente o que Endou gostava nela, a parte mimada de Natsumi, atraia o moreno, porque o motivava a fazer as coisas, o deixava mais animado.

Agora, que era Natal, não tirava isso da cabeça. As últimas cartas de Natsumi eram natalinas demais e -de novo- sentimentais demais. Sentia que estava dividida, amava Endou, mas não podia mais esconder essas cartas dele. Uma hora a farsa cairia, e seria pior.

Aki respirou fundo e mandou uma mensagem da Domon e Ichinose.

“Querem passar o Natal comigo? Preciso de amigos.”

“Claro, estou no tédio. Isso vai ser legal! Que horas chego aí?” Domon respondeu.

“O que aconteceu com o Endou? Pensei que passariam o Natal juntos...” Ichinose logo em seguida.

“Quando estiver bom para você. Mas cuidado com a neve!” Aki respondeu Domon. E depois Ichinose. “Não vou passar o Natal com ele não, eu não acho que isso seja para mim. Para nós...”

“Ele terminou com você no Natal?? VOU MATÁ-LO!” Ichinose mandou junto de carinhas raivosas em sua mensagem.

“Não, não terminou. Mas não podemos mais, só isso. Quero amigos. Traz sorvete de pistache?” Aki respondeu.

“Você não gosta de pistache. Vou levar de flocos. Quando chegar aí, quero que me explique essa história.” Ichinose respondeu determinado.

“Tudo bem, até mais tarde.”

Aki recebeu mais uma mensagem, mas não respondeu, estava se preparando emocionalmente e sabia que Endou chegaria a qualquer instante. Ela apertou seu suéter branco e respirou fundo quando a companhia tocou.

-Feliz Natal! – Endou entrou, a beijou e a abraçou. – Está um tremendo frio lá fora, mas nada que eu não possa encarar. Hehehe.

-Você e seus superpoderes, Endou.

-Ei, trouxe uns filmes legais para gente ver hoje! Nada infantil. E tem um de comédia que... – Endou parou de falar, normalmente, Aki interrompia e o beijava, ele estava esperando por isso, mas nada aconteceu. – O que foi Aki? Não quer comemorar o Natal assim? Podemos fazê-lo de outro jeito então...

-Não, não é isso. – Aki suspirou irritada. – É isso.

-As cartas de casa? Eu lhe disse para não perder tempo com isso. São bobagens.

-Não são não. A Natsumi escreveu a você um mês inteiro.

-Natsumi? – Os olhos de Endou brilharam em excitação. – Onde?

-Você ainda a ama?

-Que tipo de pergunta é essa? Ela é minha amiga, Aki. É claro que eu a amo. Cadê a carta?

-Você é meu namorado, a ama do mesmo jeito que me ama?

Endou cambaleou surpreso. Não, eu amo Natsumi de um jeito que eu sei, que não é igual ao seu.

-Está terminando comigo no Natal, Aki?

-Não disse isso. Eu só perguntei se você ainda a ama.

-Como posso saber?? Veja quantas cartas! Não sei o que diz nelas, mas você as escondeu de mim!

-Eu não! Você que não quis ver!

-No momento em que pegou as cartas... Francie... FRANÇA! Você sabia que ela estava escrevendo para mim desde daquele conversa estranha sobre cartas.

-Eu não queria que você conversasse com ela, quando é meu namorado.

-Céus, eu não posso ter amigas?

-Eu sou sua amiga, e Natsumi é quem você ama! Por quê? Porque não pode ser diferente? Porque não pode me amar?
-Porque você quer ter essa discussão no Natal? Vamos apenas esquecer isso e ver as drogas dos filmes sem graça.

-Eu não sou totalmente egoísta. E Natsumi foi minha amiga durante um tempo. Isso é sobre você e ela, se é que tiveram algo...

-Natsumi era só minha amiga.

-Eu era sua amiga! Melhor amiga!

-Aki, por favor...

-Não, eu não... Eu chamei Ichinose e Domon aqui... Vou ficar bem, sério. Só me dê um tempo para pensar.

-Estamos terminando...

-Estamos dando um tempo. – Aki corrigiu.

-Então estamos terminando. – Endou suspirou e deu um beijo na bochecha de Aki. – Desculpe se a fiz passar por isso, vou ser mais organizado com as cartas. Feliz Natal, Aki.

-Sua caixinha de presente...

-É sua. Comprei pensando que você era exatamente minha melhor amiga, antes de tudo. Bem, divirta-se com eles, e diga a ambos que lhes desejei Feliz Natal. – Endou sorriu e antes de fechar a porta completou. – Ah! E não se esqueça de ir ver a gente treinando depois, tá? Feliz Natal, Aki.

A garota ficou parada ali por um instante, absorvendo a situação, a delicadeza de Endou com o assunto e a gentileza. Ele não parecia ressentido, e Aki não estava realmente partida por dentro. Mas queria ter a sensação de poder ficar com raiva de alguém, então deixou-se cair no sentimento pós-termino. Pegou uma barra de chocolate e a deixou na mesa, para ver o que Endou havia comprado. Um pequeno colar de coração, escrito Melhor Amiga, Melhor Amor na frente e atrás Endou (PS: Fui eu que escrevi!)

Ok. Aki desabou no choro agora. O que raios havia feito?? Terminado seu mais apaixonante namoro por causa de cartas?? Endou era tão doce e gentil, e ela... Ela se sentia horrível agora. Mesmo assim, sinto que nada vai mudar, se eu pedir que ele volte. Seremos Aki & Endou, uma amizade que virou amor. Enquanto eles, poderão ser Natsumi & Endou, um amor ardente. Quem poderá ir contra isso? Eu certamente não posso mais. Tenho de aceitar a minha escolha. Só gostaria de saber... Quando o meu amor ardente vai surgir?

Ichinose abriu a porta e balançou o pote de sorvete levemente num sorriso gentil.

-Tem certeza que ficar para baixo é a melhor solução? – Ichinose perguntou enquanto Aki apenas sorria fraco. – Tudo bem, dessa vez, eu assisto Titanic com você sem reclamar. Só dessa vez. Porque é Natal.

-Você é meu herói. – Aki riu e o abraçou.

-Certo, mas onde está Domon?

-Boa pergunta.

*****

Passaram-se dias desde que o Natal se foi, e Endou ficou o tempo todo trancado no quarto, lendo todas as cartas de Natsumi, tentando pensar em uma resposta, havia até chamado Kazemaru para ajudar.

-Não sei porque você me chamou para isso... Sou inútil nesse assunto... Não sei nada, Endou. Devia ter chamado Fubuki. Acho que ele se ofendeu porque não o chamou.

-QUE DROGA! – Endou jogou mais uma bolinha de papel no chão.

-E está é sua centésima carta jogada fora. Vamos ligar para o Fubuki?

-Não. Eu não quero. – Endou suspirou cansado. – Eu não sei o que fazer, Kazemaru...

-Que tal lembrar que é capitão da Raimon? Que tem faltado aos treinos? Que tal ligar para o Fubuki?

-Não tá ajudando...

-Desculpe. Mas como amigo, deve lhe informar sua situação. – Kazemaru leu uma das cartas de Natsumi. - E Aki? Como ela está?

-Ichinose sempre foi o amor ardente dela, no final das contas, eles são melhores juntos.

-Sim, eu suspeitava. Mas ninguém podia negar, que rolava um clima entre você e Aki.

-Ih, não disse que era inútil em tentar saber algo sobre isso? – Endou olhou Kazemaru provocativo.

-Eu disse que era inútil, não ingênuo. -Kazemaru explicou e completou.- Não seja burro.

-O que eu devo fazer?

-Bem, ligar não dá, porque ela tá longe, então porque você não... Fala com ela pessoalmente?

-Ela tá na França. – Endou franziu as sobrancelhas, ele não havia se esquecido que ela estava longe.

-Tá, capitão das obviedades. Mas e daí? Aviões existem exatamente para acabar com a distância.

-Eu não posso viajar porque segundo você, eu sou o capitão da Raimon e tenho faltado nos treinos. E devo ser responsável, pelo menos, com o meu time.

-AH! Mas isso não é argumento que se use para esse tipo de problema! Já fui capitão do time uma vez, pode me dar o cargo por uma semana, se você quiser...

-Sem chance, Kaze.

-Porque não? Tem medo que eu seja mais estrelinha que você é? Tem? Tem medo?
-Você É mais estrelinha que eu.

-Eu sei. – Kazemaru sorriu convencido. – Acho que teremos de esperar ela voltar então. Sinto muito, amigo.

-Ei, Kazemaru?

-Diga, Endou.

-Vamos jogar futebol?

-Só se for agora.

Ambos riram e foram para o campo.

*****

A neve ainda caía em Inazuma quando o último dia do ano estava chegando, a cidade estava toda iluminada com luzes, e só se viam pessoas desejando coisas boas umas as outras e que queriam uma mudança de vida para o ano seguinte.

A Raimon, resolveu fazer a Virada do Ano, na casa dos irmãos Otonashi e estava sendo uma verdadeira festa para quem estava lá, mas Endou não estava presente. Antes ir para casa de seus amigos, queria desfrutar a última vista daquele ano na Torre Inazuma. O primeiro andar da Torre Eiffel é usado para a patinação, e eu vejo muitas criancinhas tentando se equilibrar naquele patins. É engraçado, e eu quase tive vontade de me juntar a elas, mas eu sei que deslizaria por todo o gelo e cairia do primeiro andar da Torre, embora minha queda fosse -com quase 99% de certeza- afofada pela neve macia.

Endou sorriu, lembrando-se da primeira vez que havia levado Natsumi, a Torre Inazuma.

-Este é meu lugar favorito no mundo.

-É lindo, Endou...

-É mesmo né? Sempre que tenho um problema, ou fico triste, eu venho aqui e olho para a paisagem. Ela me conforta. Me deixa feliz. Me faz lembrar que tenho tudo!

Endou balançou a cabeça. Eu não tinha tudo ainda. Pois é, estava ficando com dezessete anos e nada de uma namorada, o garoto começou a achar que deveria aceitar as brincadeiras de Hiroto e se casar com uma bola de futebol. Era seu último ano no ensino médio. E continuaria jogando futebol, mas... Quem substituiria a Raimon depois? Esperava que fosse um bom time, e quem sabe Endou mesmo, não poderia ser o treinador?

Espirrou uma vez.

-Tem alguém falando mal de mim. – Observou o moreno irritado, embora não acreditasse nessas coisas.

-Ou você está ficando resfriado. – Disse uma voz naturalmente conhecida. Endou se virou. – Kazemaru me disse que estaria aqui, está fazendo algum pedido a uma estrela cadente?

-Como subiu até aqui? Poderia escorregar na neve.

-Foi bem difícil com essas botas, mas eu consegui. Não se preocupe. Como passou seu Natal?

-Levei um fora. – Endou riu. – Da Aki.

-Estavam namorando?

-Sim, mas ela disse que não seguiríamos, por causa de certa carta que alguém me mandou. – Endou disse afiado.

-Eu fiz Aki e você terminarem? Céus! Eu não sabia que estavam juntos! Ela deve me odiar! – Natsumi passou a mão nos cabelos, remexendo os olhos nervosamente e arfando o ar gelado.

-Tudo bem, não se preocupe. Ela está com Ichinose. Acho que isso foi bom para nós... Três.

-Fico feliz por Aki, e sinto muito seu Natal ter sido assim.

-Tudo bem, eu passei a noite lendo e relendo suas cartas. A primeira delas, dizia que você faria o último ano do Ensino Médio na França, então me pergunto... O que a traz aqui?

-Minha paixão pela Raimon e pelo meu lindo pai... Mas principalmente uma carta. Quer que eu leia?

-A-ah, não le-

-Vou ler do mesmo jeito.

26 de Dezembro, Inazuma.

Minha Nat,

Eu não sabia que havia me mandado TANTAS cartas. E as adorei. Vou responder cada uma como acho que deveria.

A minha resposta a sua primeira carta seria: Caramba, quanta informação sobre o vovô! Obrigado pelo seu esforço, Natsumi. Eu realmente posso contar com você para tudo! Mas fico triste ao saber que não vai passar o final do último colegial com a gente, eu queria ver você logo.

E a segunda carta: Você realmente parece estar se divertindo muito aí. Por favor, aproveite por nós dois. Eu sou uma droga para escrever cartas. Por favor, volte logo.

A terceira: A neve em Paris deve ser bonita, gostaria de estar aí, deve ser agradável. Você realmente não pensar em voltar? Sinto sua falta.

A quarta: Use aquela sua boina preta e um casaco vermelho e mande para mim por email. Gostaria de uma foto assim sua! Imagina que legal, você toda bonita e a Torre Eiffel logo atrás? Impossível decidir o que é mais bonito.

A quinta: Você não consegue mais nada sobre meu avô? Tudo bem, acho o suficiente. Você precisa voltar, o Kazemaru aprendeu a fazer um peixe sensacional, não sabe o que está perdendo! Volta logo, Nat!

A sexta: CARA, EU SINTO SUA FALTA. TIPO: MUITA. Você devia voltar.

A setima: EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ QUER ME DAR UM ATAQUE DO CORAÇÃO. A LIKA TÁ QUERENDO ARRUMAR ALGUÉM PARA MIM E NÃO QUERO ISSO! Por favor, volte logo, voando se puder!

A oitava: Vooooooooooooooooooooooooooooooolta! (viu como sou uma droga para cartas?)

A nona: Você realmente não quer ler uma carta que só tem 'volta' não é? Cansa fazer os o, sabia? De qualquer forma, o Natal está chegando. Vai ser legal, e acho que vai ser mais legal ainda se estiver aqui. Sinto muito sua falta. Espero que chegue a tempo do Natal!

E a última, que foi a que você me mandou na Véspera de Natal: Meu Natal foi tão tedioso quanto o seu, acredite. Levei um fora da minha melhor amiga, mas a amo de verdade. Pelo menos ela é feliz com outra pessoa. E você pode ver lugares bonitos onde está, mas eu não. Quer dizer, sim, eu posso, mas eu não, eu não quero.

Eu não vou lhe dizer mais nada, se você realmente quer, deveria voltar, e dizer a mim como se sente, não é egoísta, é importante. E eu quero que você venha para mim também, mas eu não vou dizer até vê-la pessoalmente. Espero que venha antes do Ano-novo, senão, eu irei até aí.

Endou.

-Você é péssimo para as cartas.

-Eu sei. – Endou sorriu. – Foi o Kazemaru que me ajudou.

-Sempre pensei que duas cabeças funcionavam melhor que uma.

-As vezes não.

-Eu achei que minhas cartas não tivessem chegado para você, foi muita sorte a última ter chegado.

-Não foi, Aki havia escondido-as um tempo de mim, eu teria te respondido normalmente, se tivesse visto que as cartas eram suas.

-Eu não tirei a foto, mas reparou que estou de boina preta e casaco vermelho?

-Como uma verdadeira cidadã de Paris.

-Quero ser parte de Inazuma. Da Raimon, não de Paris.

-E o que a impede?

-Minha carta de Natal.

-Como assim?

-Eu disse que amava um cara, mas ele não me respondeu.

-Ah.

-Pois é.

Endou caminhou lentamente até Natsumi e colocou suas mãos nas bochechas vermelhas, acariciando-as de leve. A ruiva deu alguns passos a mais e sentiu um dos braços do capitão a puxarem para perto. Hesitaram algumas vezes, até finalmente, unirem seus lábios.

“Natsumi & Endou, um amor ardente.”

Foi um beijo calmo, suave, que a medida que aprofundavam, se tornou quente. As bocas clamavam por mais contato, e o corpo de ambos embora estivesse morrendo pelo frio do Inverno, estava aquecidos por causa do beijo. Cada centímetro da boca da ruiva foi percorrida de forma delicada e terna, e então, sentiam seus pulmões entrarem em uma luta por ar. Separaram-se contra vontade, e Endou envolveu seus braços na cintura de Natsumi.

Ela estava tentando acalmar o coração e controlar o rubor, mas Endou apenas tinha inclinado a cabeça para cima, para comer flocos de neve e acabou rindo com o feito.

-Flocos de neve não são ruins. É tipo água ou gelo, só que comestível.

-Você ainda continua bobo. Não mudou muito afinal.

-Você também continua sendo chata.

-Ah é? Deixa eu voltar para França então e... – Natsumi se virou, mas Endou a puxou novamente.

-Fique comigo. – Sussurrou Endou. Ele parecia afetado com a brincadeira da ruiva.

-Eu estava brincando, Endou... Eu não vou te deixar.

-Eu também não vou te deixar.

-Que bom. Já que eu tomei a iniciativa de vir até aqui... – Natsumi abraçou Endou e o olhou nos olhos. – Eu te amo, Mamoru Endou. Eu te amo.

Endou beijou Natsumi apaixonadamente, apertando sua cintura, não deixando espaço entre eles. Terminaram o beijo suavemente, separando os lábios bem devagar.

-Eu amo você também, Natsumi.

Ela não pode conter o sorriso e as lágrimas, e ele a beijou nos cabelos úmidos.

-Beleza pombinhos, mas e o Ano-novo, esqueceram? – Kazemaru perguntou acompanhado dos amigos do time.

Haruna e Aki correram para abraçar Natsumi.

-Caí fora Endou! A Nat e eu precisamos manter as fofocas em dia! – Haruna pegou um braço de Natsumi e Aki o outro.

-Sinto muito... – Natsumi sussurrou a Aki.

-Natsumi, não há nada para se desculpar. Eu fui boba. E tudo bem, isso não afetou nada entre Endou e eu. Somos até mais próximos. Mas quero saber da fofoca também!

-Aqui também está ficando mais frio, do que onde moro... – Fubuki tirou o casaco e colocou em Natsumi. – Vocês ficaram no frio muito tempo, podem pegar resfriado. Melhor se protegerem.

-Obrigada Fubuki. – Natsumi sorriu.

-Vamos a nossa casa tomar um chocolate quente! Todo mundo está la! – Haruna sorriu e Natsumi assentiu. E saiu junto de suas amigas conversando.

-Aí, é sério? É sério isso?? Natsumi superdesejada, agora é sua namorada? SUA? Endou, não te reconheço cara! Conta-me seu segredo? – Kogure pediu ansioso.

-Cartas de Natal.

-Hãn? O quê? Como assim? – Perguntaram Kogure, Tachimukai e Toramaru se entreolhando.

Endou balançou a cabeça e piscou para Kazemaru.

-Acreditam em milagre de Natal?

-Capitãozinho, estamos indo pro Ano-novo. – Kurimatsu lembrou.

-Ih, é mesmo! – Endou sorriu amarelo. – Então, acreditam em milagre de Ano-novo?

Todos se entreolharam confusos, não sabiam responder.

-Você é impossível mesmo! – Kazemaru riu e abraçou os amigos. – Vamos, vamos fazer nosso milagre de Ano-novo, pessoal!

O garoto de cabelo azul começou a correr e alguns o seguiram entusiasmados, e Endou alcançou Natsumi e a abraçou.

-Ele sempre é estrelinha. – Endou disse bufanfo.

-Bem, toda estrela precisa brilhar.

-Acha que vamos precisar usar cartas de Natal novamente?

-Não mesmo.Você é ruim para cartas e minha mão doí depois de escrever...

Endou sorriu e beijou Natsumi na bochecha, concordando com o que ela disse a seguir.

-Quem sabe não seja um milagre diferente?


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Notas finais do capítulo


Bem-vindos a nota final da autora! XD
Eu realmente gostei de fazer essa fic, espero que não tenham cansado de ler e ler e ler. Vocês sabem o quanto me empolgo quando escrevo! x)
O Natal não é uma data para se ficar triste, para resmungar ou brigar, note que todos os personagens, mesmo com os seus problemas, o aceitaram numa boa, não deixando de sorrir ou mesmo de perder o espírito do futebol. O Natal é isso! É simplesmente a união de todos que gostamos de forma física, mental e emocional.
As vezes, as coisas podem sair do seu controle, mas acredite que um milagre de Natal pode acontecer, seja de qualquer forma, de qualquer maneira. Mas não podemos esperar acontecer, nós o fazemos. A Natsumi só voltou para Raimon porque ela recebeu a carta de Endou. Se ele não tivesse o feito, tudo seria bem diferente.
Como veio o meu milagre de Natal? Atráves de fogos de artifícios, eu apenas vi milhares de pessoas, soltando fogos por estarem feliz com a data do Natal. E o que é mais importante que isso? Quer dizer, o que significa ver milhares de pessoas desconhecidas soltando fogos, unidas ou não com sua familia, para agradecer o Natal? Para mim, significou muito.
Qual foi o SEU milagre de Natal? Se ele ainda não veio, faça como o Endou e corra com Kazemaru! Acredite em milagres de Ano-novo! ;)
Comentários seriam um presente legal, se puderem comentar, me farão feliz! *--*
Por isso, pergunto-lhes: Morangos ou Melancias? ♥
Feliz Natal escritores! Que a magia de escrever possam aquecer seu coração sempre! :)
by: Misty_love.