Caminhava pelos corredores de Hogwarts tranquilamente, esse ano decidiu que iria passar o Natal em Hogwarts mesmo, pois não estava afim de suportar seu pai que tinha recebido um "presente" para passar o natal em casa.

Desde que a guerra acabou sua vida, e de sua família, não tem sido a mesma, principalmente para sua mãe que suportava tudo calada mas sabia que ela sempre chorava de noite, seu pai de vez em quando recebia uma remuneração por seu "bom" comportamento em Azkaban e às vezes podia ir para casa para comemorar algum feriado, mas isso tudo com um Dementador por perto para ter certeza que ele não tentaria nada.

Deu um longo suspiro com esse pensamento, virando em um corredor percebe que não está sozinho no mesmo e quem estava logo mais a diante, sentada olhando a vista, era nada mais nada menos que Hermione Granger. Aquela por quem se apaixonou a alguns anos atrás, e por quem ainda era perdidamente apaixonado.

Soube por boatos que Hermione ainda não tinha conseguido desfazer o feitiço que lançou nos pais, para a proteção dos mesmos, depois da guerra e que iria passar o Natal em Hogwarts, assim como ele. Soube também que foi convidada pelos Weasleys e pelo Potter para passar o Natal com eles, mas a mesma recusou dizendo que queria passar o feriado na biblioteca de Howgarts procurando o contra-feitiço lançado nos pais. Mas Draco tinha certeza que não era só por isso, e sim que ela recusou o convite por saber do rompimento dela com o Weasley e sabia que a mesma não queria deixar o clima tenso.

— Granger — disse Draco caminhando para perto da mesma e sentando-se ao seu lado. Hermione olhou para Draco com a cabeça um pouco inclinada em sinal de confusão, mas logo depois deu de ombros voltando a olhar a vista que ambos tinham do Lago da Lula Gigante.

— Olá, Draco, como vai? — respondeu com uma pergunta depois de alguns minutos em silêncio. O mesmo não se deu ao prazer de responder pois sabia que a mesma não se importaria.

Passaram-se cerca de 30 minutos e ambos continuavam a apreciavam a vista em um silêncio, assim digamos, reconfortante para ambos. O clima com a neve caindo, apesar de um pouco frio, estava bastante agradável e tanto Draco como Hermione apreciavam isso.

— Então, já encontrou alguma coisa? — perguntou Draco quebrando o silêncio.

— Como? — perguntou virando-se para ele um pouco confusa, não tinha entendido direito a pergunta.

— Seus pais — disse ele e percebendo que a mesma ainda tinha um ar de confusão prosseguiu — Digo, encontrou alguma coisa que possa reverter o feitiço dos seus pais?

— Ah, sim — agora tinha compreendido — Bem, ainda não e estou começando a perder as esperanças de encontrar algo - disse suspirando no final.

— Olha, se você aceitar, eu posso te ajudar? — essa pergunta fez Hermione sorrir um pouco, ela sabia que muitas coisas tinham mudado depois da guerra e para ela uma das maiores mudanças foi Draco.

— Claro, adoraria sua ajuda! — disse sorrindo fazendo Draco sorrir também.

— Granger, eu queria me desculp... — não conseguiu completar a frase pois foi interrompido por Hermione que balançava a cabeça negativamente ainda com um sorriso no rosto.

— Draco, não precisa — vendo que o loiro estava abrindo a boca para contesta-lá continuou — Realmente não precisa. Isso são águas passadas e já superei. Afinal, temos que viver o presente e esquecer do passado, não?

— Sim, claro e... — interrompeu-se para prestar atenção em algo peculiar que estava acontecendo em cima de suas cabeças. Esse ato fez Hermione também dirigir o olhar para o ponto em particular que Draco olhava.

— Isso é? — perguntou já sabendo o que era e recebendo um aceno positivo de Draco.

Observaram por mais alguns segundos aquilo que lhes tinham tirado a atenção. Ambos sabiam muito bem o que um Visgo Natalino significava. Hermione desviou a atenção do visgo com a cabeça baixa e levemente corada, não sabia se Draco aceitaria ou não beija-lá.

Mesmo que não admitisse sempre soube que era apaixonada por Draco, mas o mesmo sempre a insultando durante todos esses anos a fez perder as esperanças de que esse sentimento poderia ser recíproco. Mal ela sabia que Draco também a amava.

— Draco, você nã... — o mesmo a interrompeu colocando a mão em seu queixo, assim levantando sua cabeça obrigando a olha-lo nos olhos. Esse movimento só fez Hermione corar ainda mais, e a mesma tinha certeza que estava igual a um pimentão no momento.

— Não fale nada — disse aproximando seu rosto ao de Hermione, fazendo a mesma fechar os olhos.

O beijo começou tímido de início pois ambos não sabiam o que esperar, Draco tentava ao máximo transmitir tranquilidade para Hermione, queria que o beijo fosse calmo e doce. E conseguiu, Hermione se sentia nas nuvens e não acreditava que estava mesmo beijando Draco Malfoy, aquele que sempre amou.

Draco terminou o beijo com um selinho demorado e logo depois abriu os olhos, percebendo que Hermione ainda mantinha os seus fechados. Logo depois a mesma abriu seus olhos piscando algumas vezes, o encarou de novo e sentiu seu sangue subir para o rosto e agora tinha toda certeza estava completamente vermelha.

— Você fica linda corada — disse Draco passando o polegar levemente em sua bochecha em um carinho calmo e delicado, e esse comentário só fez com que Hermione corasse ainda mais, se é que isso era possível.

— Hermione, tem uma coisa que quero te contar faz tempo.

— E o que seria, Draco? — já estava completamente desnorteada de vergonha e não tinha certeza se queria saber o que era, pois Draco poderia estar simplesmente pregando algum tipo de pegadinha e sabia que iria ficar arrasada se realmente fosse isso.

— Hermione. Jean. Granger. — disse pausadamente apreciando a forma como o nome da mesma saia de seus lábios — A muito tempo que guardo isso para mim mesmo e recentemente minha mãe descobriu e disse-me para seguir meu coração, e é exatamente isso que estou fazendo agora. Só queria que você soubesse que sempre te amei e sempre vou lhe amar, e mesmo que você não me ame eu quero pelo menos estar ao seu lado para te apoiar e te fazer feliz, mesmo que não seja do meu lado.

Hermione não acreditava no que estava ouvindo, principalmente por vir de Draco. Sorriu levemente por saber que seu sentimento era correspondido e que ele também a amava.

— Draco, você não sabe como me faz feliz ouvindo isso pois também te amo, mas você sempre me desprezou e me chamava de sangue-ruim. Acabei pensando que eu não era nada mais que só uma sangue-ruim para você e que ...

— Shhhhh! — Draco a interrompei com o polegar em seus lábios — Nunca mais se chame de sangue-ruim, você não sabe o quanto eu sofri por pronunciar essas palavras para a garota que amei por anos. Hermione, eu te amo e é isso que importa agora.

— Draco, eu também te amo e quero deixar bem claro que sempre te amei e sempre vou te amar!

— Eu sei, minha pequena, espero que eu possa fazer você sorrir sempre que puder. Sempre! — disse com um grande sorriso no rosto, não acreditava que Hermione Granger, aquela que sempre insultou, o amava e se sentia a pessoa mais feliz do mundo nesse momento.

— Contanto que você sempre esteja ao meu lado irei ter um sorriso no rosto, é claro. E o motivo com certeza vai ser estar ao seu lado e saber que me ama. — Hermione estava levemente corada e com os olhos marejados de felicidade.

— Claro, sempre, sempre e sempre ao seu lado te fazendo feliz — disse aproximando seus lábios dos dela para mais um beijo. Ambos sabiam que a partir de agora seriam felizes um do lado do outro, e mesmo que ninguém aprovasse iriam encarar isso juntos. Afinal, ambos se amam e isso é o mais importante.