Merry Christmas, Love escrita por Alice


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

TWO SHOT!
Boa Leitura, comentem para que eu possa saber no que melhorar e se devo continuar... ^^'
Espero que goste Bruno :)



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Zatsune soltou um longo suspiro e fitou o céu claro de mais uma manhã qualquer. Não tão qualquer, pois era uma manhã que todos da sua família estavam animados e sorridentes, era uma manhã de Natal.

Ela odiava datas comemorativas, nem no próprio aniversário ela esboçou felicidade. Isto é, até ele chegar e lhe parabenizar, e assim o resto da noite passaram conversando e caminhando pela cidade.

Não gostava de admitir ou conversar sobre qualquer assunto relacionado ao tal Shion, mas realmente ela sentia algo estranho em relação á ele. Mesmo que fossem distantes.

E naquele natal seria a mesma coisa.

– Nee, Zats! – A irmã, mesmo abrindo a porta, batera duas vezes e entrara sem permissão, vendo que Zatsune fitava a janela debruçada na cabeceira da cama. – Você não vai ajudar eu e o Mikuo-nii a arrumar a árvore de natal? – Perguntou a azulada, parando ao lado da irmã na cama. Viu-a soltar um suspiro e sem responder, saiu da cama e prosseguiu até a porta, indicando que ajudaria. – Zats... Você está bem...?

Sim, estava tudo bem. Muito bem. Tirando o fato de que os Shion passariam a noite de natal na sua casa, estava tudo ótimo. E ainda teria que conviver com o fato de que a noite inteira olharia pra ele e sentiria o aperto de não poder estar mais próxima.

– Aham. Por que? – Ela perguntou, saindo do quarto e sendo seguida pela Hatsune.

- Porque não me parece. – respondeu, sincera, e Zatsune bufou tediosamente. Era besteira o que Hatsune estava falando, ela estava muito bem, coisa da cabeça dela. – Desde manhã você não sai desse quarto e não fala nada. Aconteceu algo?

- Não, Miku. Está tudo bem, porque aconteceria alguma coisa? – Tentou justificar, parecer convincente, mas de qualquer forma a Hatsune não acreditou porque conhecia muito bem a irmã que tinha. Porém, preferiu deixar o assunto morrer pois sabia que Zatsune daria qualquer desculpa.

Ela era assim, preferia esconder do que se abrir com pessoas de confiança. E existiam muitas pessoas a sua volta, pessoas boas, que realmente a entenderiam.

Porém, ela escondia. E não tinha motivos pra isso.

Assim como lhe fora pedido, Zatsune arrumara os enfeites na média árvore de natal, um pouco mais alta que ela. A estrela, no caso, não fora colocada, pois Miku era tão tradicional e infantil que pediu para que a deixassem colocá-la no fim da noite.

– Wow, Zatsu! – Uma voz a surpreendeu por trás, quando colocava o último enfeite na parte inferior da árvore. Pelo susto, um pulo que ela deu, virou-se rapidamente e viu o Shion de cabelos azuis, Kaito, admirado com os enfeites e as luzes piscando no emaranhado de fios na árvore. – A árvore ficou tão... Mágica!

–NÃO ME MATE DE SUSTO, SHION! – Ela vociferou, mais alto do que deveria, o que fez o Shion recuar um passo e pôr as mãos na frente do corpo, defendendo-se de qualquer possível ataque da morena. – O que você está fazendo aqui tão cedo, afinal? Nem está na hora!

– Hoho, me desculpe o susto, Zatsu-chan! – Riu sem graça. Zatsune odiava qualquer pessoa que a chamasse de “-chan” no final do nome. – Mas a Miku-chan, sua irmã, me chamou pra ajudá-la com o pavê!

– Hum, então vá ajudá-la e pare de me dar sustos! – Apontou para a cozinha e imediatamente o Shion de cabelos azuis obedeceu-a, indo para o local de onde vinha um cheiro de queimado insuportável. – E NEM PENSE EM CANTAR MINHA IRMÃ, DESGRAÇADO!

– Haha, pode deixar! – Ele respondeu, sua voz distante por entrar no corredor e chegar por fim na cozinha.

Zatsune, irritada com a aparição repentina do azulado, largou a caixa vazia onde estavam os enfeites em cima do sofá e subiu para o quarto, não faria mais nada o resto do dia a não ser dormir e esperar a noite chegar. Já que com certeza não teria paz depois disso.

Esperava cair no sono assim que deitasse a cara no travesseiro, mas não, estava sem sono. Até porque era de manhã, tinha acabado de acordar. Nem com remédio dormiria.

De qualquer forma, ela virava de um lado para o outro a procura de algum pensamento chato que lhe desse sono, porém, algo muito diferente lhe veio a mente.

Dizer o que sentia para Zeito? Não, loucura. Se ele não correspondesse, o motivo de piada seria ela, não ele, certo? Porém, Zeito não tiraria sarro de Zatsune até porque não era da lábia dele bancar um idiota. Mas se ele abrisse a boca, seria outra história.

Por outro lado, mesmo que se declarasse á ele, continuariam distantes... Não é? Porque do jeito que ele é sério e muito mais calado que Zatsune, não mudaria nada.

Por quê não tentar?

– Yo, Zatsu-chan! – Uma entrada inesperada no seu recinto espantou seus pensamentos e deu espaço ao susto, o segundo do dia, dessa vez por uma azulada. Esta era a irmã dos Shion, a única menina, Kaiko.

– Velho, que bosta é essa?! – Vociferou mais uma vez, sentando-se na cama e atacando um travesseiro por um impulso, acertando em cheio a menina parada na porta. – É toda hora agora?! Vocês vivem me dando sustos!

– Gomenasai, Zatsu-chan! – Com uma voz chorosa, a pequena se desculpou e devolveu o travesseiro, jogando-o em cima da cama. – E-eu só queria saber se está tudo bem. Sua irmã está te chamando faz um tempo e você não responde... E já são quase três horas da tarde.

Para conferir, Zatsune olhou no relógio de cômoda ao lado da cama, comprovando que eram mesmo quase três horas, e ela havia passado muito tempo na cama sem fazer nada além de pensar. Pensar em algo que com certeza não teria coragem de fazer, era o que achava.

Soltou um suspiro pesado e entediado, olhando para a porta e vendo que havia espantando a pobre coitada Shion.

Com um impulso, levantou da cama e segui até a porta, virando o sentido contrário ao da escada, em direção ao banheiro, mas ao sair nem dera tempo de reagir ao sentir bater a cara e o corpo contra algo quente, macio, um tecido de roupa, tinha um cheiro... Um cheiro muito bom, de perfume masculino.

– Z-zatusne? – O corpo com quem se chocara na porta do quarto pôs as mãos em seus ombros e afastou delicadamente, fitando-lhe diretamente nos olhos. Sim, quem era? Zeito. Incrível como seus olhos eram parecidos, poderia ficar admirando tal semelhança, mas a coloração avermelhada de seu rosto a fez desviar o olhar e murmurar um “desculpe”, quase inaudível. Pouco a pouco, ela estava queimando. Tanto por dentro quanto por fora. – Desculpe, não havia te visto. E-está bem?

– Sim, me desculpe. – Ela disse, ainda em um tom de voz baixo e pouco compreensível.

– Tem certeza? Você está queimando. Não está com febre ou...?

– Estou bem, Shion. Não estou doente, nem com febre.

– Ok... – O Shion de olhos vermelhos, semelhantes aos de um vampiro, se afastou e tomou rumo ás escadas, descendo-as rapidamente.

Zatsune cerrou os punhos com força e sentia o corpo esquentar mais do que estava, e seu coração tomar um ritmo desenfreado, incontrolável, tudo por causa de umasimples trombada no corredor. Chegava a ser clichê. Respirou fundo, e estava prestes a seguir o caminho para o banheiro, de onde provavelmente o Shion devia ter vindo, se não fosse a irmã para lhe interromper.

– O que foi isso, Zats?! – O tom de voz que Hatsune usara denunciava que estava sendo perversa, e realmente, estava. Zatsune deu um pulo, mais uma vez por susto, e virou para irmã com uma cara irritada e muito corada.

– Para de me assustar! E isso o quê?!

– Você não vai me esconder dessa vez, Zats! Você esconde o tempo todo! Me diz logo, você gosta do Zeito?! – A irmã chegou perto e quase prensou a morena contra a parede, cruzando os braços e lançando um olhar irritadiço e ameaçador. Não parecia a Miku fofa, inocente e sorridente de antes. – Hein?! É isso que você esconde de todo mundo?!

– M-miku...! – Zatsune se sentia desconfortável com aquela pressão exercida da irmã para cima de si. – N-não é nada! Para com isso!

Hatsune já tinha toda a certeza da resposta, mas queria ouvir da boca da irmã todas as palavras. Pela primeira vez, ela tinha que parar de esconder o que sentia.

– Pelo amor de Deus, Zats! Tá escrito na sua testa! – Hatsune apontou o dedo indicador na testa da morena e Zatsune ficou mais corada ainda, comprimindo os olhos. – É só dizer!

– Você tá quase enfiando a cara em mim, Miku! Quer que eu diga alguma coisa ainda?!

Um tenso silêncio se formou e rapidamente Hastune se afastou da irmã, esta abriu os olhos e pôde finalmente encarar Miku com um olhar tímido. Ah cara, a partir daquele momento Zatsune soube que a irmã lia mentes. Ou talvez ela tenha deixado isso bem na cara.

– Desculpe. É que ás vezes você esconde tanto, nem parece que eu estou aqui pra te ouvir. – A azulada se desculpou, abaixando o olhar para qualquer ponto.

– Tudo bem – Respondeu, passando as mechas de seu cabelo para trás da orelha. – Se você quer mesmo saber... Não, eu não gosto do Zeito.

– Sério?! Mas nee-chan, vocês dois, você, é... – gesticulava e se enrolava nas palavras, até que Zatsune a interrompe para algo realmente inesperado.

– Eu o amo. Existe diferença. – Abaixou a cabeça e pela primeira vez libertou-se a virar um pimentão. Miku sorriu de canto.

– Ah, nossa. Não sabia que você era tão fofa! – apertou a bochecha esquerda da morena, que soltou um grunhido de dor e deu um tapa na mãe dela. – Eu espero que você saiba o que fazer em relação á estes sentimentos.

– Acredite, eu já pensei em algumas possibilidades. – respondeu, um leve sorriso brotou em seus lábios levemente pálidos, esfregando as mãos nervosamente uma na outra.

– Tente arranjar um encontro falso – Miku sorriu e caminhou até as escadas, Zatsune assumiu um semblante de dúvida do rosto. Encontro falso? Como? – Acredite, deu certo com a Kaiko e com o Meito. Pode dar certo com você.

Antes que Zatsune perguntasse como faria aquilo, Hatsune desceu as escadas tão rápido como um guepardo fugindo da polícia. Isto significava que Zatsune teria de agir sozinha, sem saber como e o quê fazer.

De qualquer jeito, uma hora ela teria de encará-lo, mesmo que fosse a contragosto, ela desceu as escadas e viu Akaito, o qual dava sempre em cima dela, e o dito Zeito, conversando e observando a árvore de natal, bem em frente á ela.

Em uma mistura de hesitação, engoliu seu próprio orgulho e foi de encontro aos dois Shion.

– Zatsune! – Akaito, vendo a morena aproximar-se de si e de seu irmão, enlaçou com seus braços os ombros da menina, que revirou os olhos em sinal de nojo. Ele não gostava dela, só a queria para sua lista enorme de garotas que pegou, e Neru era a menina da vez. – Veio aqui por que sentiu minha presença?

– Não, eu nem me lembrei da sua existência hoje... – respondeu, tirando os braços do maior entorno de si. Zeito socou de leve o ombro do irmão.

– Toma essa, eu disse que ninguém te queria aqui. – O moreno tirou sarro, vendo Akaito fazer uma cara de quem não achou graça. Não se importava, Zatsune só queria que ele fosse para qualquer lugar e deixasse-a a sós com Zeito.

– Me desculpe a falta de educação, Akaito-kun... – Em um tom falso, aparentemente de chantagem, ela tinha uma ideia para afastá-lo. – E... Será que você poderia... Buscar uma toalha pra mim...? – Tentou forjar uma face corada, tão fofa que Akatio gaguejou alguma coisa e rapidamente subiu as escadas para atender seu falso pedido.

Zeito olhou estranho, semicerrando o olhar enquanto tomava o copo com alguma bebida, esta por sua vez, era de licor.

– Ótimo, consegui. – Zatsune comemorou discretamente, dando um leve sorriso e quando fitou os olhos do garoto a sua frente, pigarreou e logo voltou ao semblante normal. – Ah, e-eu queria te pedir uma coisa.

- Hm, o quê? – ele perguntou, virando o resto da bebida do copo em uma golada, se assemelhava a como Meiko bebia.

Zatsune não disse nada, engoliu seco, estava tímida. Zeito arqueou as sobrancelhas, esperando a resposta que não vinha.

– Diga, Zatsune. O que quer me pedir? – Insistiu na pergunta, a morena finalmente sentiu a pontada de coragem e abriu a boca pra falar.

– Você... Você poderia se sentar do meu lado, ficar comigo esta noite? U-um encontro falso? – Disse tudo rápido, de olhos fechados temendo olhar para ele quando ele possivelmente negasse. A única coisa que sentiu foi uma mão pousar na sua cabeça, afagando-a.

- Claro. Por mim tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Beijos ♥