Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 47
Inútil.


Notas iniciais do capítulo

É esse capítulo.



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O capítulo anterior foi meramente utilizado para explicar a história de Mormada Sparrow e talvez o porquê do mesmo ter sido assassinado por aqueles que diziam trabalhar para ele, ou para o outro ele. Entretanto o autor percebeu que fugiu um pouco do assunto uma vez que não explicou o que a ABC Works tem a ver com isso, o que realmente foge um pouco à mente das pessoas e também lhes faltou explicar como que Mormada perdeu-se no tempo espaço e então suddenly aparece morto em seu apartamento morto. Como que seu corpo apareceu morto no seu apartamento, como que ele morreu, se ele nem estava nesse planeta terra? Se ele nem estava em nenhum planeta Terra? Se ele não estava em uma dimensão completamente nada a ver com essa?

Quando você tem que lidar com finais de capítulos as vezes é necessário deixar o leitor com a cabeça dolorida, ou com um grande suspense pelo que acontecerá no capítulo a seguir. O final do capítulo 46 de F.D.P., que se enquadra na terceira temporada da série, pode ser julgado como sem graça. Não, até que a paradinha de Fator Mario é interessante, mas antes disso ficou muito sem graça. Quer dizer que o narrador decidiu juntar a história de todo mundo em um só ponto? Todo mundo menos Frota e Robin, e talvez Xupa também esteja envolvido, mas esse é apenas um palpite. Sim, quer dizer que os supostos protagonistas não têm nada a ver realmente com a história ao que se pode perceber até então. Então não são realmente protagonistas. Em relação à Robin ainda há um presentinho que talvez vocês devam saber.

Robin era de fato uma das vinte e tantas cabeças que estavam dando força para que Ramon e Mestre do Universo atravessassem o portal que os levariam até o universo que estaria disposto a destruir o planeta Terra. Talvez o leitor se lembre que Shepard também comentou à Mormada Sparrow há vários anos atrás, considerando a situação descrita na primeira frase desse parágrafo como o agora, que o planeta Terra transformar-se-ia simplesmente em pó de estrelas. Era isso verdade? Sim, e se o que Shepard tem alguma coisa a ver com a missão de Ramon de salvar a Terra mais uma vez, também sim.

No último parágrafo do capítulo em que Ramon e Mestre do Universo estavam atravessando esse mesmo portal, foi descrito que o problema talvez fosse um pouco maior do que eles pensassem. Uma frase um tanto vaga. O problema? Que problema? A resposta que vem a sua cabeça provavelmente é: aqueles que querem destruir a terra. Sim, esse era um problema, mas nessa travessia entre os universos houve outro problema. E esse problema que parecia maior do que Ramon realmente esperava.

Atravessar as dimensões não é uma sensação que você gosta de sentir. Não há gozo algum quando tem todo o seu corpo desfeito em simples átomos, nem moléculas há mais, e você está ali, sua consciência continua caminhando por esse portal enquanto o resto de seu corpo continua se desfazendo e cada átomo chega ao ponto final, é claro. Mas poucas pessoas sabem que VOCÊ e o seu consciente não são a mesma coisa. Também há o inconsciente, e o subconsciente. Podemos dizer que inconsciente é o mesmo que consciente e o subconsciente é uma mera mentira. Você é diferente do seu consciente.

Imagine você como uma batata. Uma batata frita. Seu amigo é uma batata palha e o cara que comeu a sua namorada uma batata assada. Todos vocês são batatas, não são? Mas qual a diferença entre vocês? Claro que há uma diferença, afinal mesmo todos sendo batatas há uma diferença no sabor, uma diferença em seus pensamentos. O que diferença você, seu amigo e o cara que comeu sua namorada são os ingredientes e a forma que vocês são preparados. Os ingredientes são o que vêm da sua mãe e do seu papai. Que também são diferentes de você e bla bla bla. Mas como que as batatas são preparadas? Então, você, a batata, é jogado no mundo com seus ingredientes e acaba se tornando uma batata frita ou uma batata assada, ou até mesmo uma batata assada.

O consciente não é a batata, nem o consciente e nem o mundo que irá cozinhar ou fritar essa batata. Você é antes da batata. Não são os ingredientes. Vem de muito antes. Vem antes da espécie humana. Antes dos mamíferos, dos peixes, das árvores, das plantas, das bactérias. É uma parte do universo.

Quando você se transporta pelas dimensões você retorna para o lugar de onde seu consciente veio, para o universo. Seus átomos voltam no tempo e tornam-se estruturas que os físicos nunca poderão mais avaliar, algo muito antes da partícula de deus ou algo do gênero, o nada. É de lá que o seu consciente veio, afinal ele foi de lá que surgiu o universo. Do nada. Você diz oi para o seu consciente, e você – como vários átomos dispersos numa ponte de energia atravessando vários universos ao mesmo tempo – pode vê-lo pela primeira vez. Não é algo lindo nem feio, é apenas uma mancha branca. Como se fosse massa de bolinho de aipim. E então ele retorna para você. Sem seu consciente, você é livre.

O que seria o consciente afinal, se não é você? É aquilo que faz você pensar. Você olha para uma parede vermelha e você pensa “isso parece com a camisa que o Carlos estava usando ontem”. Por que você associou uma parede vermelha com a camisa do Carlos? Isso parece realmente normal, mas por quê? Porque você não fez nada, foi seu consciente. Seu consciente te comanda. Não há liberdade, como diz o filósofo AISJDAOSIDSA XJOISISI – naturalista do planeta de Xonsx Xens -, o homem é o servo do próprio homem. Seu consciente comanda e assim o homem responde. De onde você tirou que quando sua garganta está seca você tem que beber água? “Ah, mas a água é molhada” Xixi também, e eu não acho que beber o próprio mijo ou sangue ajudaria em alguma coisa. Alguns ácidos também são molhados, e também não ajudariam. Por que isso, então? Porque seu consciente sabe o que fazer, seu consciente faz parte do universo.

São poucos os seres vivos que tem um consciente tão grande como o ser humano. Golfinhos, ratos, falcões, cachorros, nitrobacters...

Assim como Mestre do Universo, Ramon, como uma porrada de átomos dispersos em um fluxo de energia que atravessava diversas dimensões ao mesmo segundo, observava a massa de bolinho de aipim que estava logo atrás de si. Estava livre de qualquer obrigação, de qualquer pensamento. Era simplesmente livre. Mas sua liberdade acabou porque algo simplesmente deu errado. Normalmente era isso e quando chegasse ao destino seus átomos se tornariam moléculas que formariam tecidos que formariam órgãos que formaria o seu organismo. E seu consciente o acompanharia nessa caminhada. Isso realmente aconteceu, mas foi aí que apareceu o problema.

Primeira, apareceu simplesmente ser um problema na mente daquela porrada de átomos que em conjunto chamam-se Ramon porque pensara antes que talvez essa viagem fosse demorar muito mais. Não demorou, foi questão de minutos. “Bem, talvez eu tenha subestimado as vinte e poucas mentes brilhantes”.

Os átomos foram tornando-se moléculas. “Bem, pode ser isso”.

As moléculas tornaram-se tecidos. “Eu acho que não é bem isso”.

Os tecidos tornaram-se órgãos. “Não é isso”.

Os órgãos tornaram-se o organismo humano chamado Don Ramon.

E Ramon olhou em volta, sentiu um frio tremendo, mas como um homem treinado manteve sua postura e controlou sua temperatura corporal. Não encontrou Mestre do Universo, mas viu uma grande quantidade de neve, ou algo como a neve, não podia ter total certeza do que via. Estava num universo completamente diferente ao que conhecia e muito mais diferente ainda do que aonde queria chegar. Não estava em casa e muito menos em outros planetas terras. Onde estava? Num planeta frio como o inferno. Foi então que deu seus primeiros passos.

Também havia outra pessoa que dava passos em outro universo. Na verdade muitas outras pessoas davam passos em outros universos. Uma delas se chamava Robin Tenyst Wood. Ou melhor, umas delas. Mas o Robin Tenyst Wood em questão estava completamente perdido, andava por uma planície semiárida sem presença de vegetação. Sabia onde estava – entre aspas. Andara por ali quando seguia um homem usando uma armadura roxa ou algo assim. Então entrou numa espécie de templo dentro de uma montanha, sentou numa cadeira e simplesmente apagou. Mas acordou. O que aparentemente não era suposto a acontecer. Todos os outros vinte e poucos homens ainda estavam apagados e babavam pelo maxilar. Vivos, conferiu Robin pela pulsação de um e supôs que os outros ainda também estavam. O que quer que tivesse acontecido implicou que ainda não participasse disso, então foi embora.

Caminhou sem olhar para trás, como ordenado por Ramon antes de entrarem na montanha. Apenas avante, assobiou como um homem despreocupado mentindo para si mesmo porque estava claramente perdido. Olhava para os lados e seu pescoço coçava para olhar para trás, mas não olhou, era um homem equilibrado agora.

Os leitores acabaram de descobrir que Ramon e Mestre do Universo não chegaram até o verdadeiro destino porque houve um transtorno. Não era para que Robin acordasse. Foi exatamente isso que quebrou o ritual. Ramon não sabia que isso tinha acontecido, mas julgou que fosse algo do gênero. Fosse Robin ou não que acordara, fosse qualquer coisa que aconteceria, fosse alguém chegando à montanha para assassinar um daqueles homens, fosse o chip de Robin sendo ativado por alguma coisa...

Fosse o que fosse, Ramon tinha que focar no que estava acontecendo. Precisava encontrar um portal, para seu templo nos confins do universo seria melhor do que estar onde estava. Não havia sinal de vida, mas se havia neve significava que havia água. Com água, há vida, é o que se supõe pelo menos. Ramon não sentia nenhuma onda de calor próxima. Se havia vida mesmo por ali, não era o tipo de vida que estava acostumado a encontrar no seu universo. O que era um pouco preocupante.


Por outro lado Mestre do Universo chegou a um planeta que podia ver muito bem como sua casa natal. Pelo menos aquela que um dia já foi, antes de sua espécie ter se destruído numa guerra nuclear. Mestre do Universo via pessoas como ele, só que verde e com uma antena grande e amarela sempre ereta no topo de duas testas. Parecia estar em alguma vila, na realidade não havia construções ou nada assim. Todos pareciam viver no meio à natureza selvagem. Por onde olhava, via pedra e via esses mesmo seres humanoides comendo pedras como sendo a comida dos deuses. Olhou feliz para eles e olharam feliz para ele. Descobriu que aquela era uma sociedade ditada por quem escrevia os maiores livros e Mestre do Universo dedicou suas próximas semanas escrevendo uma linda obra sobre a Importância da Ética e da Moral no Universo Alienígena ExtraDimensional. Foram quatro milhões de páginas e tornou-se simplesmente um astro naquela sociedade. Todos o reconheciam. A obra em particular era uma merda, mas ninguém se importava com isso.

Então se conclui com o final desse capítulo que Robin acabou salvando Shepard e o Mormada Sparrow do universo perfeito de terem um problema maior. Não que Ramon ou Mestre do Universo fossem uma problemática para esses homens, eles já tinham sobre controle. E se fosse dito que Shepard e companhia sabia que Ramon seria atraído pela coleta de material Vril e também sabiam que Robin estaria envolvido no ritual da abertura do portal interdimensional? E se fosse dito que simplesmente apertaram um botão para que o chip de Robin voltasse a funcionar apenas por um segundo e que Robin tomasse um pequeno choque na medula espinhal, acordando e acabando com a missão do protetor desse planeta Terra?

Isso seria baboseira porque não foi isso que aconteceu.

O narrador poderia escrever que tudo isso foi por causa de um programa do governo que gostaria de saber quantos aparelhos eletrônicos existem no universo, sejam na lixeira inativos ou estejam eles ligados e conectados a alguma TV. Sendo o chip na medula óssea de Robin considerado um aparelho eletrônico, foi proposta uma corrente elétrica de 6.10 elevado a 23 eletróns no universo e bla bla bla. Mas isso seria uma mentira também.

O que o narrador pode escrever que existem várias formas de máquina do tempo. Futuramente navegações alienígenas que procuravam uma rota intergaláctica alternativa para chegar até a galáxia do oriente onde conseguiriam especiarias que estimulariam o mercantilismo e etc, mas por essa rota alternativa encontraram um planeta inabitado completamente azul. Entraram na água e encontraram uma caixa preta que após testes em laboratório perceberam que ela podia comprimir o tempo e o espaço. Esse modelo se chama AXL 173.

O modelo – criado pelo cientista e também médico Gepeto – chamado de JK 1964 era uma grande cápsula isoladora de térmica e elétrica que podia levar o homem a um tempo passado, seja lá onde ou quando seja isso. Ou seja, uma máquina completamente aleatória.

E existe o Modelo GV 1930 GTX 69520 XXT, a primeira máquina que permite viajar no tempo e espaço e que cabe no seu bolso! Para funcionar, ele precisa de baterias super caras que Mario tem guardadas em seu bolso, o problema é que o aparelho está meio desgastado e isso pode ocasionar a Mario que a conexão entre aparelho e mente não seja tão boa para que ele possa chegar ao tempo e aonde ele realmente quer. Não que ligasse, mas Mario não queria estar ali agora, queria seguir de Molly que assim que o encontrou chegou até ele e o pressionou contra a parede perguntando sobre um tal de Wilson. Mario se apavorou e pensou que Molly havia se tornado mais um daqueles caras que estavam sendo pagos para capturar o jovem viajante no tempo. Sabia que ali era apertar e ir para algum lugar indefinido ou morrer ali pras porradas de Molly.

Apertou. E a máquina de tempo de GV 1930 blablabla faz uma coisa linda. Transforma os elétrons em prótons e vice-versa numa escala de milhões de metros durante cinco milésimos de segundo para que o viajante possa ter uma boa viagem. Mas em uma fração de cinco milhonésimos de segundo tudo volta ao normal. Mas essa alteração inicial de elétrons em prótons e prótons em elétrons faz com que o mundo todo mude, pare, durante alguns segundos. Libera uma grande tsunami eletromagnética numa distancia gigantesca e isso obviamente atrapalha com todo o funcionamento da eletricidade. Televisões desligadas ficam ligadas, por alguns milésimos de segundos para depois voltarem a se desligar, mesmo que não esteja plugada na tomada.

E então por alguns segundos Robin voltou a ser uma maquina, o chip ligou e isso fez um pequeno formigão no pescoço do rapaz e isso foi o necessário para acordar um jovem com um sono tão leve como esse Robin Tenyst Wood.

Não gostou disso? Bem, é uma teoria. Mas Mario agora está bem distante. E Robin Tenyst Wood simplesmente estragou novamente com o dia.

E ainda faltou falar sobre a ABC Works e a continuação do caso Mormada Sparrow.


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