Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 100
Passos antes de chorar.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453382/chapter/100

Xupa sentia o frio congelante em sua mão quando pegava o copo de plástico para dar um gole no caldo de cana ralo recém-faturado pelo mesmo funcionário que o atendera. Não fez cara decepcionado porque já esperava pela cor do caldo que ele teria praticamente gosto nenhum. Ao menos era refrescante e o tirava da ansiedade do momento e de tudo mais em sua vida. “Não faça nada” tinha virado o seu lema e inconscientemente concordava com o homem misterioso que ordenou que ficasse por aí à toa e só sobrevivesse. Tinha esquecido quem era e lembrado, mas faltava lembrar algumas coisas. Foi atrás das coisas que faltavam serem lembradas e só encontrou dificuldade e situações complicadas que ele não conseguiria explicar para si mesmo ao relembrar daqueles socos mais rápidos que a luz e da outra dimensão que estivera. Estava numa posição melhor agora: tomando caldo de cana e esperando o pastel ficar frito.

 

Seu pastel favorito é sem dúvida o pastel de carne. Não que não goste do pastel de queijo, mas o de carne parece combinar tão mais com a crocância da massa fina frita do salgado.

 

Estava de bem com a vida no momento. Só aproveitando o momento simples que não tinha na vida há tanto tempo. Sabia quem ele era e isso era bastante importante. Lembrava-se de seu passado e de seus grandes amigos. Da sua história.

 

No jornal passava uma notícia qualquer sobre a crise política, falando que era um momento difícil e que os investidores tinham perdido o interesse em Fantasy e preferiam muito mais investir em Economist que não está numa situação política mais estável mas também tem um sistema de investimento privado muito menos burocrático do que Fantasy. Xupa não se importava e nem as outras pessoas da pastelaria, esse não é o tipo de programação para estar passando numa pastelaria e acho que o único funcionário - e também dono da pastelaria - não percebia isso.

 

A paz interior de Xupa fez com que ficasse tranquilo demais. Não tinha mais lutas para lutar e nem intenção de descobrir o último fragmento de sua memória, então simplesmente não tinha o que fazer durante muitos dias. Depois que algumas coisas acontecessem, segundo o homem misterioso, aí sim Xupa Cabrinha seria importante. Ele não costumava fantasiar sobre seu papel futuro em seja lá o que acontecesse, mas ele acreditava fielmente nas palavras do homem misterioso. Em alguma coisa Xupa precisava se segurar, essa era a verdade, e essas palavras tiravam o sentimento de perdido que aparecia em alguns momentos na mente de Xupa.

 

Estava tão tranquilo que tinha esquecido que estava sendo procurado pela polícia e percebeu que talvez estivesse sendo um erro ir à mesma pastelaria todos os dias no mesmo horário sendo que alguém poderia identificá-lo. Alguém poderia tê-lo dedurado e poderia ter homens com armas apontadas em suas costas que só estivessem esperando que Xupa se virasse para prendê-lo.

 

Um homem sentou-se no banquinho ao seu lado. Estavam ambos sentados ao balcão. Não se virou, mas o homem careca pediu um pastelzinho bem pequeno de queijo e um suco de maracujá.

 

Antes que processasse qualquer outra informação, Molly se virou para Xupa.

 

— Boa tarde, meu camarada. Faz tempo que não nos encontramos.

 

Xupa não sabia mais se Molly ainda estava trabalhando com as instituições que queriam prendê-lo por um crime que não cometeu, mas depois de segundos de inquietação percebeu que era melhor se acalmar. Nada de bom aconteceria caso continuasse ansioso.

 

— Faz realmente muito tempo…

 

Foi a resposta mais apropriada que encontrou. Não sabia se estava lidando com seu antigo amigo Molly ou o Molly que estava ali para capturá-lo em nome da farsa republicana.

 

Foi então que Xupa percebeu que independente de qual Molly fosse, era ainda o Molly que batalhara e compartilhara bons momentos em um passado bastante distante. Ele parecia tão velho, não para a sua idade, mas em comparação a Xupa, que passara anos congelado flutuando pelos oceanos.

 

E aos poucos a presença do antigo camarada foi aquecendo seu coração e a tensão inicial desapareceu após Molly agradecer pelo suco de maracujá.

 

— O que anda fazendo? - perguntou Molly, bastante amigável.

 

— Nada… - Xupa sentia-se agraciado pelas palavras do amigo. Eram amigos. Bebiam juntos durante os anos de reserva. Conversavam sobre as pessoas que esperavam que voltassem da guerra na fogueira durante as noites frias no deserto entre Fantasy e Economist. O vento frio cortava seus corpos. O álcool e seus corações os deixavam quentes.

 

— Eu quero conversar com você há tanto tempo - Molly estava sendo sincero como o sentimento triste de um pai ao contar para o filho que Papai Noel não existe.

 

Xupa percebeu que também queria conversar com Molly há bastante tempo.

 

Xupa se lembrou da foto de uma pessoa que Molly guardava no bolso de dentro de seu uniforme militar. Teve a ideia de perguntar a Molly sobre essa pessoa, mas em seu coração já sabia a resposta. Era a mesma para caso Molly perguntasse sobre a sua mãe. Os olhos de Molly já tiveram o amor apagado e reconstruído. O careca tinha os olhos tristes de alguém que repara sempre em uma perda passada, mas olhos corajosos para continuar encontrando esperança no amanhã.

 

— Mas eu acho que aqui não é um bom lugar. - Molly deu um riso irônico enquanto encarava o pastel que chegava. Não fazia contato visual com Xupa, como se não conseguisse encontrar intimidade o suficiente para olhar nos olhos do amigo depois de tanto tempo sem vê-lo. - Um colega da segurança me avisou que alguém te dedurou. Consegui chegar a tempo aqui.

 

Xupa se surpreendeu um tanto, mas não se desesperou.

 

— Vamos conversar em outro lugar. - Seus olhos viraram para o companheiro de guerra ao sugerir. Terminou o suco de maracujá e saiu de lá comendo um pastel, despreocupado.

 

Xupa aceitou a sugestão e levantou em direção a saída, deixando duas notas de dois reais para o companheiro e também comeu seu pastel de carne enquanto se retirava da pastelaria. A calçada estava com um cheiro horroroso de urina e as ruas com carros acelerando como se estivessem na vontade de atropelar ciclistas. O asfalto da calçada mostrava rachaduras em muitas regiões. Andaram até um ponto de ônibus e pegaram o primeiro que apareceu.

 

Um ônibus dos modelos mais novos do munícipio, com cadeiras alaranjadas e completamente limpo. Tinham muitos lugares e se sentaram no mesmo par de assentos. Molly repentinamente pareceu cansado, não por esforço físico mas por seus próprios pensamentos. Limpou seus lábios e os arredores com o papel toalha que usara anteriormente para segurar o pastel de queijo. Xupa ainda desfrutava do pastel de carne, e estava gostando bastante.

 

Aquela era uma cena que parecia de repente tão natural para os dois. Sair de uma pastelaria comendo pastéis baratos e gostosos, correndo um pouco para pegar o ônibus que estava quase saindo. Sentados ao lado a lado, terminando seus pastéis. Não parecia nada estranho para Xupa ou Molly. Era algo que vinha naturalmente, mas que parecia tão impossível de acontecer…

 

 

— Naquela época de guerra, nunca pensei que conseguiríamos depois de seu fim. Pensava que nós não sobreviveriamos. - Molly parecia triste. Não entendeu muito o motivo de ter puxado um assunto tão dramático, mas podemos dizer de passagem que Molly é um personagem com uma grande profundidade dramática e isso é consequência da natureza dele.

 

Xupa engoliu o último pedaço de pastel e disse: - Estamos aqui agora.

 

Era um reconforto para Molly.

 

— Wilson também sobreviveu a guerra, mas não sobreviveu o que o mundo trouxe logo após. Sinceramente, ainda estava machucado pelas mortes recentes de seus queridos companheiros.

 

— E o que é o que o mundo trouxe logo após? - perguntou Xupa, ingênuo. Não percebia que Molly estava quase no fundo do poço.

 

— Desastres. Nem Ramon está mais entre nós. - Era perceptível a agonia nos olhos de Molly. Ele não pôde fazer nada para defender o seu mestre e seu companhia.

 

O barulho das rodas do ônibus rapidamente rotacionando e acelerando para uma velocidade maior que sessenta quilômetros por hora tomou o lugar das palavras. A cidade pobre ia para trás assim como muitas coisas que os personagens deixaram pelo caminho. Molly e Xupa estavam sozinhos agora. Ramon está morto. Wilson está morto.

 

Xupa sentiu a tristeza densa no ar que respirava e também afetou-se pelas perdas que acabara de processar.

 

— Eu sempre achei que… Nosso poder significava mais do que só máquinas de guerra. Ramon sempre dizia isso, que nós podiamos guiar o mundo de uma maneira muito melhor do que fazíamos.

 

— Sim… Mas o que podemos fazer? Me perdi por tanto tempo depois da guerra. Agora, não há nada que eu possa fazer, apenas sobreviver, - Xupa pensava no homem misterioso com roupa de super-herói que encontrara naquela outra dimensão de prédios caídos e céu morto - não conseguimos encontrar sentido nos nossos poderes. Eu não sei o que o Ramon esperava que fizessemos ou que poderíamos ser, mas não encontramos nada. Não há sentido algum em termos esses poderes... Ele acreditava que poderiamos fazer o bem com o nosso poder. Mas não encontramos o bem durante a guerra e nem dentro de nós mesmos...

 

 

Molly, assim como Xupa, não tinham a menor ideia do que está acontecendo com o universo. Mesmo sendo esse o centésimo capítulo dessa série, os personagens continuam sem conhecer provavelmente o ponto central da história nesse ponto. Molly pensa bastante nos Vrils por grande parte dos acontecimentos que se relacionou teve a participação de Vrils. Mas não os reconhece como os verdadeiros inimigos, mas como o sinal de alguma coisa que está para acontecer.

 

E mesmo sabendo o que está para acontecer, é tarde demais. Assim como nada pôde fazer na morte de Wilson e Ramon, nada há para Molly fazer.



Ele não sabia onde estava Frota ou o que estava acontecendo com o jovem rapaz de óculos escuros. Molly estava perdendo mais um de seus amigos em mais uma batalha que não pôde defender o que existe para ele de especial na vida.






Frota se tornou uma pessoa completamente diferente quando a liberdade entrou na sua vida. Fora a prisão que permitira que escapasse do mundo da exploração sexual para a sociedade. Frota tornou-se livre, e teve o grande prazer de encontrar a liberdade do lado de Molly. Frota não tinha aprendido em seus primeiros dezessete anos de vida os sentimentos corriqueiros e gostosos de amizade e amor.

 

Antes, eram dias a sobreviver.

 

Sem sentimentos.

 

Os outros meninos e meninas que reconhecia de relance desapareciam antes que tivessem a chance de conversarem. Nunca tinham.

 

Depois de sua prisão Frota encontrou sentimentos e uma vontade profunda de viver. De poder realizar seus desejos e de se permitir ter desejos normais. De pedir um hambúrguer. Conversar com seu amigo. Pegar um ônibus. Encontrar Robin comendo cereal com leite assistindo uma reprise de Duro de Ser Morto 2 às duas da manhã e sentar no outro sofá para completar a revistinha de palavras cruzadas que comprou. Completaria na presença de seu melhor amigo.

 

Frota teve Molly na sua vida. E depois Robin.

 

Saudades de Molly foi algo que Frota demorou para sentir.  Foi por ele não ter retornado que Frota assumiu que o careca poderia ter se encrencado. Molly se encrencou para ajudá-lo...

— É bom viver com você, garoto.

 

— Também é bom viver com você, Molly. - Foi uma conversa que nunca tiveram, mas Frota queria muito ter a oportunidade de dizer durante sua vida.

 

Quando Frota e Robin tentaram uma vida comum, Frota trabalhava como um funcionário de uma loja de cachorro-quentes. O único junto com o gerente. Ele nunca teve antes a oportunidade de lidar com tantas pessoas diferentes e poder sorrir para elas, indicar tipos de cachorro-quentes para indecisos, conversar enquanto preparava o lanche…Era sem dúvida cansativo, mas não chegava em casa com dúvidas se era esse o emprego que queria para a sua vida. Esse era o emprego que tinha na sua vida, naquele momento. E isso já significava bastante.

 

Geralmente Frota era o primeiro a levantar. Preparava o café, lavava alguma louça que tivesse ali e partia para o trabalho às oito da manhã. Robin gostava do café de Frota, mas nunca dito isso. Chegava em casa depois de Robin e se sentava no sofá, cansado, assistia a mesma coisa que Robin estivesse assistindo. Não é um homem de filmes de ação, como Robin, mas gostava das comédias românticas que Robin usualmente assistia às espreitas.

 

Ele não conseguia visualizar muito da situação. Sangue estava banhando o seu corpo em regiões que não conseguia sentir. Sua cabeça estava zonza e sua boca seca, não tinha mais forças nenhumas para conseguir manter foco em seus pensamentos ou reunir forças para fechar sua mão. Tudo tinha se tornado uma só cor acinzentada e borrada, e dois pontos escuros se moviam por ela. Seu inconsciente sabia que um daqueles pontos escuros era o de Robin e torcia para que o jovem guerreiro fosse vitorioso na batalha.

 

Estava em um mundo de transe que uma luz distante como as estrelas de outras galáxias trazia aos olhos da sua mente grandes memórias que nunca aconteceram, mas que Frota queria que tivesse acontecido. Queria ter declarado os seus sentimentos para Robin e agradecer Molly por tudo. Queria voltar para a sua vida.

 

A vida desde que retornaram para a ilegalidade e se juntaram à Xupa tornou-se cada vez mais confusa e sem nexo. Os momentos simples e suaves de conversa e de ações cotidianas foram substituídos por momentos cada vez mais revestidos de solidão, dúvida, incerteza, crises. Foi a falta de conseguir encontrar sentido no que fazia. Fazendo simplesmente pelos outros e não por encontrar qualquer sentido no caminho que seguia junto à Xupa e Robin.

 

Nos demais dias enquanto Robin permaneceu distante, Frota não encontrou apoio para que prosseguisse na vida sem precisar se indagar o que estava fazendo. Era uma pergunta que seja qual fosse a resposta, Frota imaginava que ela teria duas naturezas. A natureza de revelá-lo que não havia sentido em procurar sentido na vida. Não havia sentido em nada, isso que dizia essa primeira vertente. De outro lado, a resposta estava na própria vida e na própria existência. O motivo da vida era que vivesse e buscasse seu caminho de uma maneira que a própria jornada se tornasse o destino. A vida poderia ser a história da busca por um sentido e a conclusão é a própria vida.

 

A vertente da falta e a vertente da simples existência. A falta de sentido e o sentido na existência. Por fim, Frota pensava nessas duas vertentes como duas respostas. Uma representava o Sim e a outra o Não. O sentido da vida poderia ser expresso numa resposta de Sim e Não.

 

— Qual o sentido da vida?

 

— Não.

 

O problema é que esse diálogo acima não faz sentido algum.

 

— Qual o sentido da vida?

 

— Sim.

 

As duas respostas não fazem sentido quando contextualizada com a resposta.

 

Então será necessário alterar a pergunta? Como fazer uma pergunta com necessidades tão amplas, que precisa de uma resposta tão bem detalhada e concisa, conseguir fazer sentido com uma resposta binária?

 

— Há sentido na vida?

 

— Não.

 

Faz sentido.

 

— Há sentido na vida?

 

— Sim.

 

— Então qual é esse sentido?

 

É da natureza humana querer saber mais. Perguntar mais. Saber os detalhes do sim. Perguntar por que não há sentido na vida não é algo que vem à nossa cabeça após descobrirmos que realmente não há sentido. Mas se há…

 

Não há resposta. O universo não nos dá essa resposta. Nada no universo indica qual tipo de sentido há na vida.



Frota aceitou a verdade que, então, não há sentido na vida. E Frota morria como um simples acontecimento. Robin lutava para defender Frota como um simples acontecimento. Eles haviam se acontecido como um simples acontecimento. Não faria diferença se tivessem se conhecido no colégio, em uma realidade em que tiveram essa oportunidade.

 

Conheceram-se em um bar. Frota procurava por Robin porque alguém tinha pedido…

 

Parando pra pensar, que história louca, né? Um viajante no tempo maluco volta no tempo em busca do seu pai no passado para matá-lo, não o encontra, mas acaba arrumando confusão e encrencando também Frota. Ele e Frota se ajudaram e Frota terminou com a Okami Kenon. O acordo era que Frota encontrasse o malvado pai de Mario e matasse.

 

Frota encontrou Robin e não encontrou maldade nele. Que coisa de comédia romântica, não é? Um homem é contratado para assassinar alguém que é dito como maléfico. Descobre que esse alguém não é nada maléfico (só está um pouco perdido na vida) e lhe poupa a vida. Se conhecem, tornam-se amigos e se apaixonam.

 

A luz da estrela distante no espaço passa a se aproximar lentamente e Frota começa a perceber que a estrela diz algumas coisas para Frota. Ela cantava a verdade da maneira mais sincera do mundo para Frota e faltava no jovem as esperanças para que pudesse crer nessa verdade que contradizia todo o raciocínio que decorreu na última página. Ele lembrou ter ouvido essa verdade antes, de uma maneira diferente. Através de uma pequena fita cassete que apareceu no seu bolso enquanto conversava com Picone e Molly.

 

Frota, ouça bem. A verdade é uma coisa muito simples, você não precisa de um raciocínio tão depressivo, longo e estranho pra tentar descobrir o que é a verdade. Você vê uma pedra e a pedra existe porque ela é verdade. Você vê a verdade, sente a verdade e ouve a verdade e é essa verdade que jaz o mundo inteiro. Muita coisa foi pensada e feita para que a verdade exista. O universo teve que se aceitar por inteiro para que a verdade estivesse tão presente hoje.

 

Então isso é verdade?

 

Sim, você já ouviu isso antes. Você precisa se lembrar da verdade, ainda mais agora.

 

Como você consegue ter tanta certeza que isso é a verdade?

 

Eu não preciso, Frota. Certeza e verdade não está relacionado com nada. Verdade não é uma consequência, mas a causa da certeza. Você consegue ter certeza através de uma verdade. Um acontecimento, um fato, uma existência. O universo não precisou ter certeza para existir, ele precisou só ser verdade para existir.

 

Mas é uma palavra tão vaga...

 

Você vai conseguir encontrar significado na verdade. É difícil para você, por ser humano. Mas a verdade já entrou em contato com você e vai continuar entrando. Você entende que verdade e certeza, verdade e possibilidade… Não estão relacionados, né? É verdade que você morreu, Frota. A partir de agora, precisa encontrar a verdade...

 

Você tem certeza disso?

 

Eu não preciso. Você tem certeza que você morreu?

 

Para Frota, não fazia diferença ter certeza ou não. Precisava aceitar que não acordaria mais e não veria mais Robin, Molly, Edésia, Picone, Xupa. Chorava agora porque depois já seria tarde demais.

 

Não existiam óculos em seus olhos e seu corpo se manifestava à procura de apoio naquele plano vazio de existência e, mesmo assim, cheio de verdade. Encontrou apoio na verdade da sua existência e não olhou mais para trás - não que alguma coisa estivesse atrás de si, mas todas as suas experiências na Terra ficaram para trás porque não havia mais como retornar. Claro que as lágrimas não paravam de cair.

 

Frota tinha esperanças que, no próximo universo, ainda teria a chance de sorrir novamente com os seus amigos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Facção. Dos. Perdedores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.