15x15: Desafio de Gênios - Interativa escrita por Camicazi


Capítulo 4
Conexão - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hey o/
Como prometido, aqui está o capítulo grande :D Não se preocupe se o seu personagem não apareceu, eu estou fazendo na ordem dos números, com cinco duplas por capítulo.
(Detalhem: prestem atenção no lado que cada dupla está, isso pode fazer diferença)
Enfim, boa leitura ;3



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Lado direito – Hazel e Mori

Quando a voz de R parou de falar, todo mundo continuou olhando para Kiba, aquele garoto que estava discutindo com ela. Ele estava tão furioso que Hazel agradeceu por não estar muito perto – e realmente, as pessoas mais próximas pareciam querer sair correndo.

Depois de algum tempo, os outros começaram a se mexer, indo atrás de suas duplas. Hazel pensou em ir também, mas primeiro quis conferir se não tinha nenhum outro semideus ali. Quando leu sobre “poderes especiais” nas regras, a primeira coisa que pensou foi que Percy, Frank, Leo, Nico e os outros poderiam estar ali. Tinha que ter certeza que não estavam.

Mas entes que pudesse ver todo mundo, uma cabeça apareceu na sua frente, impedindo que continuasse.

XxX: Oi – disse, baixinho. Era uma garota pequena, parecida com uma boneca – você é a Hazel?

Hazel: Sou... – respondeu. Ela se assustou tanto que deu passos para trás. No primeiro momento não sabia quem era, mas depois lembrou que sua dupla era uma garota. E fez esforço para lembrar o nome dela – você é Moki...? Maki...?

XxX: Mori – corrigiu – Mori Kikuchi.

Hazel: Mori, claro. Desculpe – disse, envergonhada por ter errado.

A filha de Plutão se sentiu aliviada. Antes de sair do quarto, ficou imaginando que tipo de gente sua parceira seria. Agora que já a conhecia, agradeceu por não ser do tipo brutamontes ou algo do gênero. Pelo contrário, ela parecia uma criança! Fofa, olhos orientais, cabelo curto... Hazel já foi com a cara dela.

Hazel: É bom te conhecer – disse, sorrindo, mas se arrependeu no mesmo segundo. “Que tipo de gente diz isso??

Mori: Digo o mesmo – ela sorriu também – você parece ser legal.

Hazel: O-obrigada – respondeu, sem graça. Nunca em sua vida imaginou que alguém que a conhecia há menos de um minuto diria isso.

Mori: Confesso que fiquei com medo de me aproximar – continuou a outra – depois dessa discussão... Achei que todo mundo aqui fosse briguento.

Hazel: Eu também – disse, surpresa por terem pensado a mesma coisa – imaginei minha dupla como um filho de Marte ou sei lá.

Mori: Marte? – perguntou – como assim?

Hazel: Ahn... Nada, nada.

Ela se sentiu culpada por esconder isso de Mori. Afinal, teriam que confiar suas vidas uma à outra, não é? Mas preferiu não contar sobre os deuses, pelo menos por enquanto. Não queria assustá-la.

Mori: Se bem me lembro, além do planeta, Marte é o deus romano da guerra...

Hazel: É, e-ele é sim – ela ficou tensa. Por sorte, Mori percebeu que estava nervosa e tratou de mudar de assunto.

Mori: Então... Quando eu te vi você estava procurando alguma coisa – tentou.

Hazel: Estava? – Hazel esqueceu por um momento – ah. Ah, sim... É, estava.

Mori: Já conhece esse lugar?

Hazel: Não, não é isso... É que eu pensei que algum amigo meu pudesse estar aqui.

Mori arregalou os olhos e deu um quase-sorriso.

Mori: Eu também pensei nisso quando eu saí do quarto.

Mais um pensamento em comum”, observou Hazel. “Tudo bem, talvez isso aqui não seja tão ruim com uma dupla como ela”.

Hazel: E não tem ninguém?

Mori: Não – ela sorriu – pelo menos não desse lado.

Hazel: Desse lado? Como assim? – perguntou, confusa.

Mori: É que provavelmente esse lugar onde estamos é só metade de um círculo – ela apontou para a parede reta – lá não tem nenhuma porta. Então do outro lado da parede deve ser a outra metade... O círculo foi dividido.

Hazel se sentiu idiota e enjoada. Idiota por não ter percebido isso antes. Enjoada pela chance ainda maior de ter outro semideus nesse "jogo". Então quer dizer que mesmo se não tinha nenhum amigo seu ali, poderia ter do outro lado?

Mori: E você?

Hazel: Hein?

Mori: Tem alguém que você conhece aqui?

Hazel: Ah, acho que não – ela mexeu a cabeça para os lados – não que eu tenha visto, pelo menos.

Mori: Que bom – sorriu de novo – deve ser mais difícil perder os amigos do que morrer em uma competição assim.

Hazel concordou com a cabeça. Nem conseguia imaginar como se sentiria caso isso acontecesse. Agradeceu aos deuses por não ter ninguém do Acampamento ali, e agradeceu mais ainda por essa parceira que parecia ter a mesma mente que ela.

XxX: Ei... Hazel? É você?

Ela gelou. Ouviu uma voz conhecida a chamando por trás.

Rezou para que estivesse errada, para que aquela pessoa não fosse quem ela estava imaginando. Virou lentamente a cabeça e deu de cara com...

Hazel: Leo??

Lado direito – Nezumi e Hotaro

Assim que viu que uma porta se abriu em uma das paredes do quarto, Hotaro pulou para fora sem pensar duas vezes. Detestava lugares fechados. Ao ler aquelas duas páginas, teve certeza que o que estava escrito não era mentira – pela situação, não poderia ser. Mas se fosse pra morrer, que pelo menos morresse em um lugarzinho melhor. Um quarto branco, abafado e vazio definitivamente não era uma boa opção.

Ao sair, encostou ofegante na parede do lado de fora. Sem nem ter tempo para entender o que estava acontecendo, luzes se acenderam e uma voz começou a falar. Explicou o que era aquele maldito bracelete que Hotaro não conseguia tirar do pulso, disse que ela teria meia hora para conhecer a pessoa que iria se conectar e ainda brigou com um garoto.

Ok, primeira tarefa: encontrar sua dupla. Não sabia como era, o que fazia, nada. Nem sabia se era homem ou mulher! Hm, pensando bem, ela sabia uma coisa... O nome. Nezumi. Estava escrito no quadro de fotos. Mas como encontrar um Nezumi entre tantas pessoas? Com certeza ela não sairia perguntando pra todo mundo.

Então lembrou que em sua roupa estava escrito 2-B. A partir daí, simples: procurou alguém com a roupa dizendo 2-A.

Não precisou procurar muito, o encontrou rapidamente. Estava encostado na parede do outro lado com os braços cruzados, olhando cada um ali cauteloso. Não tinha cara de muitos amigos... Na verdade, parecia prestes a atacar qualquer um que se aproximasse. Era um garoto, aparentava ter 18 ou 19 anos. Os cabelos eram azulados, lisos e compridos, e os olhos de um tom de cinza que a deixava curiosa sobre ele... De todos ali, ele foi o que Hotaro imaginou ser mais adulto.

À primeira vista, ela já foi com a cara do garoto.

Pensou em se aproximar. Chegou a dar um passo na direção dele, mas... Não. Sua timidez não deixou. Tinha certeza que ele também procurava o 2-B, então era só esperar que a encontrasse.

Não demorou muito tempo. Quando as pessoas começavam a encontrar suas duplas, ele a encarou por um longo tempo. Longo o suficiente para ela entender que ele já tinha visto o número em sua roupa. Mas Hotaro não conseguiu fazer nada. Mentalmente, torcia para que ele viesse até ela. “Vamos, garoto estranho, venha aqui. Você sabe, eu não vou mexer um músculo, então faça sua parte. Eu quero te conhecer, não fique aí me encarando! O que você faz? Quantos anos tem? De onde vem? E que droga de habilidades especiais são essas que o papel falou que você tinha? Viu só, eu não sei de nada! Então por favor venha aqui, idiota.

Ela interrompeu os próprios pensamentos se repreendendo. “Hotaro Mei, pare de pensar como uma criança!” Tudo bem, ela era meio fechada e anti-social. Mas detestava quando tinha esses surtos internos de timidez. “Como se ficar gritando mentalmente resolvesse alguma coisa”, pensou. Resolvida a deixar a timidez de lado pelo menos uma vez – mesmo que fosse só para salvar sua vida – ela começou a se mover para falar com ele.

...Mas como se lesse sua mente, o garoto 2-A desencostou da parede na mesma hora e veio andando tranquilamente até ela.

Nezumi: Achei que uma hora você pararia de me encarar – foi a primeira coisa que disse – mas pelo visto, eu estava errado.

Aquelas palavras acabaram com a simpatia que a garota sentia por ele.

Hotaro: Qual é o seu nome? – ela perguntou para confirmar.

Nezumi: Diz o seu primeiro.

Hotaro: Hotaro... Mei.

Nezumi: Eu lembro do seu nome. Estava no quadro de fotos. Então acho que você sabe o meu.

Hotaro: N-Nezumi...?

Nezumi: Sim – respondeu, sem mudar a expressão – parece que você é a tal dupla que eu tenho que encontrar – ela fez que sim com a cabeça – bem... Não me parece grande coisa. Espero que a sua inteligência compense o físico.

Não parece grande coisa?? Que tipo de gente diz isso pra alguém que acabou de conhecer?” Ela admitia que ele era mais forte e bem mais alto – devia ter quase 1,80m de altura. Mas ele mal a conhecia! Não podia dizer que era fraca!

Nezumi: Muito bem... No quarto onde eu estava, tinha uns papéis com algumas regras escritas. Suponho que no seu também.

Hotaro: Sim.

Nezumi: Então você já entendeu como isso aqui funciona? – ela assentiu com a cabeça – certo. É o seguinte. Eu não te conheço, você não me conhece. Mas se quisermos sair vivos daqui, vamos ter que trabalhar juntos. Então...

"Infelizmente", ela pensou.

Hotaro: Primeiro a gente devia conectar esse bracelete...

Nezumi: Certo.

Os dois fizeram como R disse: entraram no menu de opções e selecionaram "conexão" ao mesmo tempo. Depois de alguns segundos, a cabeça de Hotaro começou a doer. Pela expressão de Nezumi, ela deduziu que a cabeça dele também doía. Mas durou pouco tempo, logo voltaram ao normal.

A primeira coisa que ela ouviu foi a voz de Nezumi dizendo "pra que isso?"

Ela se permitiu sorrir. Pensou "eu acabei de ouvir sua voz". Ele sorriu de volta, desafiador. Era a primeira vez que fazia uma expressão que não fosse cara de paisagem.

Nezumi: Quem diria, essa coisa funciona mesmo.

Lado direito – Kiba e Nagito

Quando aquele garoto, Kiba, já tinha parado de discutir com R, Nagito já sabia que ele era sua dupla. Primeiro pelo enorme 3-A em sua roupa, e depois por causa do nome dele no quadro de fotos. Era Kiba, Kiba Inuzuka, ele tinha certeza.

Sabendo que só teriam meia hora para dizerem tudo que um precisava saber sobre o outro, deu um passo para se aproximar dele, mas parou quando uma garota atravessou todo o pátio correndo e, para sua surpresa, e o abraçou. Era pequena, tinha cabelos curtos azulados com franja e estranhos olhos brancos. Pareciam se conhecer há muito tempo. Nagito os observou por um momento para tentar entender o que estava acontecendo.

Depois que Kiba e a garota se soltaram do abraço, ele falou alguma coisa com a expressão assustada. Eles trocaram algumas palavras até que Kiba se afastou e virou de costas. Parecia a ponto de explodir de raiva.

Nagito resolveu se aproximar.

Nagito: Oi, Kiba – disse quando estava perto o suficiente, sorrindo. O moreno olhou por cima do ombro como se perguntasse "o que está fazendo aqui?" – eu sou sua dupla... Nagito.

Sua expressão não suavizou.

XxX: Kiba – disse ela – não precisa se preocupar comigo... Eu vou ficar bem. Agora vá falar com o Nagi—

Kiba: Você diz isso agora, Hinata – ele a interrompeu – mas na hora que tiver que lutar pra sobreviver, ninguém aqui vai pensar duas vezes antes de te matar – ele praticamente grunhiu a ultima parte.

Hinata: Você acha que eu sou fraca? – ela indagou, dando a volta nele e ficando em sua frente.

Kiba: Não – respondeu – mas nós não sabemos o que essas pessoas fazem. Lembra das regras? "Jovens com habilidades". A gente não tem ideia do que isso pode significar!

Hinata: E eles também não têm ideia do que a gente faz! Podemos surpreendê-los, não seja pessimista.

Nagito: Ei, Kiba – ele entrou na discussão – eu não sei que tipo de coisa você faz, mas pelo jeito que falou com R, deve ser muito bom. Ameaçar alguém que com certeza pode te matar em um piscar de olhos? Que confiança. Eu acho que podemos nos dar bem, e qualquer coisa você pode proteger a garota aqui.

Torceu para que estivesse certo. Não sabia nada sobre ele e a garota, Hinata, então podia estar falando besteira, mas tinha que tentar. Para seu alívio, ela confirmou:

Hinata: Isso mesmo. Se não quer me escutar, escute ele! Vocês precisam confiar sua vida um ao outro se quiserem ganhar, então não vejo motivo para ele mentir. Você é forte.

Kiba a encarou por algum tempo. Ela fez uma cara de bebê que deixou até Nagito comovido. Seus olhos perolados ficaram enormes e brilhantes.

Kiba: Tá, Hinata – cedeu – temos chances. Mas mesmo assim tome cuidado. Não dá pra ter certeza de nada aqui.

Hinata: Vou tomar – falou alegre, o abraçando de novo – mas por enquanto acho que eu tenho que procurar minha dupla. Você deveria falar com a sua.

Kiba: Certo – respondeu, enquanto ela fazia que sim com a cabeça e saía para o outro lado. Kiba olhou para Nagito meio desconfiado.

Nagito: E aí, cara?

Kiba: Qual é seu nome mesmo?

Nagito: É Nagito Komaeda.

Kiba: Nagito – repetiu, analisando o outro.

Um breve silêncio se fez, mas o loiro não deixou durar por muito tempo. Logo lembrou de uma dúvida que tinha sobre Kiba desde o começo da discussão com R.

Nagito: Posso fazer uma pergunta?

Kiba: Pode... Eu acho – ele pensou duas vezes. Não sabia se confiava mesmo naquele cara.

Nagito: Quem é Akamaru? – o loiro sorriu de lado.

Kiba: É o meu melhor amigo – ele sorriu também, um pouco mais discretamente.

Nagito: E por que trouxeram ele pra cá?

Kiba: Digamos que... Eu não luto sem ele.

Nagito: Uh, certo. E... – ele arriscou mais uma pergunta – por que não?

Seu sorriso cresceu. Ele pensou em mil respostas ao mesmo tempo, mas se limitou a dizer:

Kiba: Você vai ver... – os dois se encararam por um instante – assim que me devolverem ele, faço questão de te mostrar. Você vai entender porque somos melhores amigos.

Nagito: Ok, vou esperar. E se vocês são tão bons juntos... Temos mais uma vantagem.

O Inuzuka ergueu uma sobrancelha, tentando entender o que Nagito pensava. Ele estava agindo como se aquilo tudo fosse fácil... E eles nem tinham ideia de como seriam as provas, muito menos do que os outros faziam.

Kiba: Por que está tão confiante? – perguntou.

Nagito: Sabe como é... Eu confio no meu taco. E acho que posso confiar em você também.

Os dois trocaram um sorriso cúmplice.

Kiba: Quer saber? Gostei de você.

Lado direito – Shinra e Thed

Thed não demorou para encontrar sua dupla. Na verdade, viu um cara com 4-A escrito na roupa no momento em que R parou de falar, mas não se aproximou. Pelo contrário, ficou no lugar mais distante possível, esperando que não fosse visto. Não por ser anti-social nem nada, mas antes de qualquer coisa ele precisava analisar as pessoas e o lugar.

Viu todas as duplas se juntarem. Observou com cuidado cada uma das pessoas, como agiam e como falavam com seus parceiros. Se era pra jogar, que jogasse direito. "Tem jeito mais fácil de vencer alguém do que saber seus pontos fortes e fracos?".

No tempo em que ficou parado, apenas uma ou duas pessoas o viram. Depois de cinco minutos, sorriu satisfeito. Pelo que viu, quase ninguém ali estava alerta, e isso queria dizer que quase ninguém seria realmente perigoso. Incrivelmente, seu parceiro, embora não o tivesse visto, também analisava cada detalhe. Isso poderia dizer duas coisas: ou a estratégia dele também era descobrir os pontos fracos dos outros, ou ele estava morrendo de medo. Thed preferiu acreditar que era a primeira.

Alegre, finalmente se aproximou de sua dupla, que agora mexia freneticamente no bracelete.

Thed: Shinra Kishitani – disse, chamando sua atenção.

Shinra: Thed Spencer? – perguntou, recebendo um aceno positivo – estava curioso para saber quem era.

Ele sorriu glorioso por dentro, feliz por realmente não ter sido visto.

Thed: Eu estava ali o tempo todo – apontou com a cabeça para o canto de onde saiu.

Shinra: Eu sei, eu te vi – respondeu, voltando para o bracelete – estou falando de quando as portas abriram.

"Eu sei, eu te vi? Que tipo de resposta é essa?" pensou Thed. "Ele não me viu!".

Thed: Tem certeza que me viu? – perguntou, desconfiado.

Shinra: Absoluta. Estava naquele canto, não estava? Observando todo mundo. Também vi você olhando pra mim algumas vezes.

Thed se sentiu idiota. Aquele tempo todo pensando que passou despercebido, quando Shinra, além de vê-lo, não foi pego. "Esse cara é bom". O moreno pensou se mais alguém estava prestando atenção nele.

Shinra: Não se preocupe, ninguém te viu, só aquela morena e aquele cara ali – disse, como se lesse a mente de Thed. Mas os dois sabiam que era diferente: ele estava lendo a expressão.

Thed: Você sabia exatamente o que eu estava pensando – sussurrou – estou sendo descuidado. Confesso que o subestimei. Pensei que fosse bom, mas desatento, como os outros aqui.

Shinra: Todo mundo diz isso – ele levantou os olhos por um instante – e eu, pelo contrário, acho que te superestimei.

Thed sentiu vontade de enterrar a cara no chão. Nunca em sua vida alguém o fez se sentir tão idiota.

Shinra: Enfim – seus pensamentos foram interrompidos – devo dizer que te encontrei primeiro por aqui – Shinra mostrou o bracelete – então um ponto a menos pra mim.

Thed: O que tem aí? – ele se aproximou para ver.

Sobre a pequena tela, surgiu um projetor que fez o desenho perfeito de um mapa no ar. Não um mapa exatamente, era como o desenho do pátio em meio círculo com os quartos em volta.

Thed: Isso é onde estamos – deduziu.

Shinra: Sim. Vê? Aqui aparecem os nomes das pessoas – ele mostrou vários pontinhos cinzas com nomes em cima – foi assim que te encontrei.

Thed: É verdade que R falou algo sobre rastrear... Parece que mais ninguém lembrou disso. Muito bom, Kishitani – eles trocaram um sorriso.

Shinra: Mas o problema é que aqui só aparece o lugar onde estamos – seu rosto estampou desaprovação.

Thed: Deixa eu dar uma olhada – ele ligou o próprio bracelete e encontrou o mapa com facilidade. Depois de mexer nas configurações por algum tempo, uma tela com códigos de letras e números apareceu.
Shinra apenas o observava enquanto decifrava os códigos – o que ele fazia com facilidade. Em pouco mais de um minuto, acabou e voltou ao mapa.

Quando o holograma se projetou para fora do bracelete, a imagem mostrava dezenas de corredores ao redor da sala.

Shinra: Como você...? – perguntou, impressionado.

Thed: Foi simples – ele ajeitou os óculos – muito fácil. Eu até diria que esses códigos foram feitos para serem decifrados. Qualquer idiota faria isso.

Shinra o encarou, perplexo.

Thed: Ei, não faça essa cara – ele deu um meio sorriso – deveria se concentrar no mapa.

Shinra: Ah, claro – ele abaixou os olhos – e olha, parece que temos companhia.

O mapa mostrava a sala ao lado do pátio onde estavam – que na verdade era a outra parte de um círculo completo, também com pontinhos cinzas.

Shinra: Interessante... Tem gente do outro lado – ele olhou com mais cuidado os nomes – mas por que fizeram isso? Tem um motivo para dividirem as pessoas?

Thed: Talvez... Talvez algumas pessoas daqui se conheçam, e aí R ou seja lá quem for resolveu separá-los.

Shinra: Está certo – respondeu rápido, os olhos grudados em um ponto no mapa – está certo, é isso mesmo. Izaya Orihara...

Thed: Conhece ele?

Shinra: Sim. Eu devia ter imaginado que ele está aqui. O cara pode ser estranho, mas é um gênio. Muito mais inteligente que eu.

Thed: E está do outro lado – disse ao encontrar o nome – então posso ter razão.

Shinra: Com certeza tem. Veja aqui, Hinata Hyuuga e Neji Hyuuga. Devem ser da mesma família, e estão separados.

Thed: Sim – concordou – não tem out—

Ele parou no meio da frase. Shinra levantou os olhos.

Shinra: O que foi?

Thed: O-o-o que... O que... – ele continuou com os olhos arregalados – o que aquele idiota está fazendo aqui??

Shinra: Idiota? – ele franziu a testa.

Thed: Rick. A pessoa mais inútil que você pode imaginar.

Ele observou os movimentos do pontinho cinza no “outro pátio” por algum tempo, a indignação pura em sua cara. Por fim, disse:

Thed: Talvez esse "desafio" não seja realmente para gênios... – ele encarou Shinra, as sobrancelhas erguidas – depois dessa, tenho certeza que podemos sair vivos daqui.

Lado esquerdo – Neji e Rick

Rick demorou para encontrar sua dupla. Poderia ter só olhado o número na roupa de cada um, mas preferiu fazer do jeito mais difícil: perguntar para todo mundo se era Neji Hyuuga até encontrar.

Infelizmente demorou mais do que ele esperava. Atravessou o pátio inteiro perguntando para cada um e não encontrou o maldito. Quando só faltavam dois garotos, ele começou a imaginar se não estava dizendo o nome errado.

Os garotos que faltavam estavam longe dos outros. Um tinha cabelo preto rebelde na altura do ombro, e o outro, cabelo castanho bem maior, com estranhos olhos brancos e uma marca verde na testa. Rick se aproximou, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, o segundo perguntou:

XxX: Você é Rick?

O ruivo se surpreendeu. Imaginou que os dois eram uma dupla, então não entendeu por que ele sabia seu nome.

Rick: Sou.

XxX: Finalmente te encontrei – ele suspirou.

Rick: Você é Neji Hyuuga?

Ele fez que sim com a cabeça. Rick levantou os braços em um "aleluia".

Rick: Cara, te procurei pelo pátio todo.

Neji: Por que simplesmente não procurou o 5-A na roupa?

Rick: Perderia toda a graça – ele sorriu de lado.

Neji: Era só o que me faltava, tenho um idiota como dupla – Neji cobriu o rosto com a mão.

Rick: Não sou idiota. Pelo menos não muito – seu sorriso cresceu.

Neji: Certo, certo. Vamos logo com isso – ele colocou a senha no bracelete.

Rick: Conectar?

Neji: É – respondeu entre dentes. Enquanto Rick mexia em seu bracelete, Neji virou para o outro garoto do cabelo preto, que ainda estava parado no mesmo lugar – é melhor você procurar seu parceiro, Shikamaru.

Shikamaru: Eu já achei.

Neji: E por que não vai lá?

Shikamaru: Uma hora ele me vê aqui – respondeu, entediado. Neji revirou os olhos e voltou a atenção para Rick.

Neji: Pronto?

Rick: Pronto.

Eles apertaram "conexão" ao mesmo tempo. Rick sentiu como se agulhas perfurassem sua cabeça de dentro para fora. Ao mesmo tempo, pontos brancos apareceram na frente de seus olhos, o impedindo de ver qualquer coisa.

Isso continuou por pouco mais de trinta segundos. Depois, embora alguns pontos continuassem aparecendo, a dor parou. Ele piscou os olhos com força.

"Essa dor foi desnecessária", pensou. Ao abrir os olhos, deu de cara com Neji assustado, os olhos brancos com o dobro do tamanho.

Rick: O que foi? – perguntou.

"Que coisa estranha", disse a voz do outro em sua mente. Ele ainda encarava Rick. "Qualquer coisa que eu pensar o idiota vai ouvir. É um genjutsu?"

"Primeiro: eu não sou idiota" devolveu o ruivo. "E segundo: o que é um genjutsu?"

"Nada que um idiota vai entender" ele lançou um olhar desafiador.

Shikamaru: Ei, vocês dois – ele tirou a atenção deles – por que estão aí se encarando? Podem parar com isso? Eu tenho uma coisa pra falar.

Neji: O que foi? – perguntou, sacudindo brevemente a cabeça.

Shikamaru: Uma pergunta... – ele olhou para Neji, praticamente ignorando Rick – no quarto onde você estava tinha um quadro de fotos, certo?

Neji: Certo.

Shikamaru: Com fotos suas? – o Hyuuga fez que sim com a cabeça – e de quem mais?

Neji: Por que? – perguntou, desconfiado.

Shikamaru: Apenas responda.

Neji: Tinham duas fotos suas – respondeu – algumas do Kiba, eu acho... E uma da Hinata comigo.

Shikamaru: Kiba e Hinata?

Neji: É.

Shikamaru: Certo – ele suspirou – acredito que os dois podem estar aqui.

Neji: O que?? – ele quase gritou.

Shikamaru: Isso mesmo. Também tinham fotos deles no meu quarto.

Neji: Mas... A Hinata? – ele pareceu preocupado. Rick pensou "quem é essa Hinata que te faz ficar todo preocupadinho, hein? Sua namorada?". Neji nem respondeu – por que ela estaria...?

Shikamaru: Não sei – respondeu – mas tem um jeito de descobrir.

Neji: Como?

Shikamaru: Use o Byakugan. Naquela parede ali – ele apontou para a parede sem portas.

Neji: Por que ali? – perguntou, mas ao ver a expressão do outro, não discutiu.

"O que é Byakugan?" perguntou Rick. Neji posicionou as mãos na frente do rosto enquanto respondia "você vai ver".

Neji: Byakugan – disse, fazendo veias aparecerem ao lado de seus olhos.

Rick viu outra imagem em sua mente – provavelmente a mesma coisa que Neji estava vendo. Fechou os olhos e se concentrou apenas na segunda visão.

Era tudo em preto e branco, e as coisas pareciam acontecer em câmera lenta. Sem contar que ele via quase tudo ao redor. E o mais estranho... As paredes pareciam não existir.

Do outro lado da parede sem portas, havia várias outras pessoas com roupas iguais à deles. Assim que bateu os olhos, Neji pensou "o Kiba está mesmo aqui". Rick perguntou "quem é ele?", tendo em resposta "esse bem aqui na frente, com marcas no rosto". Poucos segundos depois, ele viu Hinata do outro lado.

Neji: Droga – grunhiu – Kiba e Hinata... Estou vendo os dois.

Shikamaru: Tem mais alguém que conhecemos?

Neji: Não.

"Ei! Espera aí!"

"O que foi?" Neji devolveu.

"Eu conheço esse cara. Aquele ali de cabelo lambido. Thed Spencer".

"E ele é bom?"

"Ele é nerd. É hacker também. E é o cara mais chato que eu já vi".

"Não foi isso que eu quis dizer".

"Ok, ok. Ele é um adversário forte".

"Droga".

"Mas calma" Rick sorriu. "Isso só deixa as coisas mais interessantes".

"Muito interessantes" respondeu Neji, irônico.

"Ele me subestima".

"Por que será?".

"E isso pode ser uma vantagem" ele ignorou o moreno "vamos pega-lo de surpresa, você vai ver".

"Se você diz..."

Rick abriu os olhos ao mesmo tempo que Neji desativou o Byakugan. Eles se encararam por um instante antes de Shikamaru interromper.

Shikamaru: Ok, já sabemos que eles estão aqui. O que vamos fazer?

Neji: Eu não vou deixar ninguém chegar perto da Hinata – respondeu, sem nem pensar – e tenho certeza que o Kiba também não vai.

Shikamaru: Certo. Mas nós sabemos que só uma dupla vai sair viva. Ou seja: de nós quatro, pelo menos três vão morrer.

Neji: Não importa. Para matarem ela, vão ter que passar por cima de mim – ele soou tão ameaçador que Rick se sentiu sortudo por não ser seu inimigo – mas antes que possam nos matar, eu vou arrumar um jeito de sair daqui.

Shikamaru: Cuidado, Neji – ele alertou – não sabemos com o que estamos lidando.

Neji: Não importa – ele virou de costas.

Um clima pesado tomou conta dos três. Por fim, Shikamaru disse:

Shikamaru: Certo. Vamos sair desse lugar.


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Notas finais do capítulo

Aye >w< Espero que tenham gostado!
Sobre o Neji estar preocupado com a Hinata... Eu sei que foge um pouco (muito) do anime, pelo menos no clássico (ainda não vi o Shippuden, não sei se ele muda). Mas eu acho ele tão mais divo assim, querendo proteger ela *w* ~aike parei~ E se eu distorci a personalidade de alguém, foi mal x.x Não sei se eu consigo acertar sempre...
Tá, chega de falar. Eu não calo a boca nunca e-e
Comentem! :D Até logo o/