Until my last breath escrita por Holly Robin


Capítulo 1
Ùnico


Notas iniciais do capítulo

Esta fic foi feita para o Amigo Oculto da Liga. Espero que o meu sorteado, Mauricio Carneiro goste, pois foi difícil escrever e eu não fiz nada deste fandom. Então... Boa Leitura! E um feliz Natal para todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453093/chapter/1

Em toda alegria há um mancha escura chamada tristeza.

Não soube dizer o porquê, mas Lilian acordou com esta frase na cabeça. Ao seu lado Thiago dormia, parecia sonhar algo bem agradável. Diferente dela. Não havia conseguido dormir.

Não sentia cansaço, muito pelo contrário, era capaz de sorrir perante algo tão incômodo como a insônia. Não tinha o que reclamar de sua vida, era boa e agora ela tinha mais um motivo de orgulho: seu filho, Harry. Tinha certeza de que ele se tornaria um bom bruxo e era a cara do pai.

Fechou os olhos e respirou fundo, o dia seria incrível. Nada poderia dar errado.

Jogou as cobertas para o lado e caminhou em direção ao berço, talvez, no futuro, pudesse dar um irmão para Harry, não queria que ele se sentisse sozinho. Claro, não o deixaria por nada, mas um irmão sempre fazia falta.

Petunia não havia sido a melhor irmã do mundo, mas sabia que por trás da inveja, ela era uma boa pessoa e a amava. Se algo acontecesse ao seu filho ela iria ajudar, tinha certeza disso. Apesar de não confiar muito no tipo de ajuda que seria oferecida.

Em meio aos seus devaneios, foi envolvida em um abraço apertado, podia sentir a respiração de Thiago em seu pescoço, os lábios próximos de sua pele. Incrível como ele conseguia ser tão soturno, nem havia reparado na sua aproximação. Uma pequena onde de eletricidade percorreu seu corpo com o simples e rápido movimento de sua boca ao dizer ‘Bom dia’.

Realmente, não havia errado na escolha de seu marido. Pelo menos não em sua consciência, o passado não precisava se fazer presente. Alisou o braço de seu marido, sentir o toque suave de seu pijama era algo agradável. Virou o rosto para o lado e sorriu, selando seus lábios ao dele, sentindo o calor que tal ato de carinho proporcionava.

Ao mesmo tempo, lembrou-se do calor que sentiu quando perdeu seu melhor, algo que só a raiva e a decepção seriam capazes de proporcionar, mas porque estava pensando em algo assim? Mal havia começado seu dia e sua mente se espreitava nos cantos mais obscuros. Não precisava se preocupar com isso, não naquele momento.

Por que o passado cismava em persegui-la?

Levou seu dia com tranquilidade, não queria se preocupar com nada. Queria evitar pensamentos sombrios, mas logo sua mente voltou-se para outro problema, o Lorde das Trevas. Na hora pensou em Harry e em Thiago, não poderia deixar os dois sofrerem, na verdade se preocupava mais com o filho, mas era melhor evitar o assunto.

Olhou pela janela o início da noite, tímidos, mas reluzentes feixes de luz adentravam a sala de estar, sentada em sua poltrona ela sentiu o peso da noite mal dormida. As pálpebras pesaram, as cores não demoraram a ficar mais escuras. Queria sonhar com algo bom como o seu dia, mas apenas as lembranças apareceram.

Lembranças de seu tempo de estudante em Hogwarts, dos seus estudos, dos colegas e da sua perseverança em defender um antigo amigo. Não conseguia discernir seu rosto, pois estava borrado, mas conseguiu ver Thiago com a sua turma. Ele era lindo, mas sua beleza não a tocou, era algo estático e sem vida. Sem importância.

Sangue-ruim...

Não sabia da onde o som tinha vindo, mas conhecia a voz. Em meio ao pátio lotado aquela palavra ecoou como uma maldição, tomou forma e expandiu-se por todos os lugares. Rostos conhecidos viravam-se em sua direção e de suas bocas só escutou isso. O que havia feito de errado?

Aos poucos tudo ia escurecendo, as vozes se converteram em um leve sibilar, estava jovem ainda, mas viu Harry. Começou acorrer em sua direção, sentiu um aperto estranho no peito, seria vontade de chorar? Mas por que?

Não importava o quanto corresse, por mais que suas pernas doessem nunca alcançava o seu objetivo, uma sombra passou do seu lado, tinha o formato de uma serpente, ia alcançar seu filho. Não podia ser, quis gritar, mas o som não saiu. O ar faltou em seus pulmões e as lágrimas desceram, a serpente tomaria a vida do seu bem mais precioso e ela não poderia fazer nada. Por que Thiago não estava lá para ajudar? Por que ninguém aparecia?

Onde estava sua varinha?

Diante de seus olhos ela só via dor e desespero.

Precisava acordar. Tudo não passava de um sonho.

A serpente ia dar o bote.

Ele não podia morrer.

Ela tinha que alcançá-lo, precisava...

Acordou exausta, como se todo o esforço tivesse sido real. Passou a mão em seu rosto e viu que estava suado. Thiago estava na sua frente, a preocupação estampada no rosto. Ela sabia o que estava por vir. Você-Sabe-Quem.

Eles correram até o quarto do pequeno Harry, ela estava com o coração na garganta. O inimigo não demoraria a chegar, aliás, já estava lá. Olhar para o seu filho e ver que ele estava bem lhe deu um alívio imediato, virou-se na direção de Thiago, ele também parecia aliviado, não deixariam nada acontecer ao garoto.

Mais uma vez o passado voltou para atormentá-la e o mesmo rosto borrado apareceu para tirar sua atenção. Ele lhe dava um aperto no peito, como se tivesse feito uma escolha errada, o que havia deixado para trás? Não podia se distrair agora.

Olhar para Você-Sabe-Quem se aproximando não a amedrontou, não sentia medo, mas um grande pesar. Era como se suas ações estivessem em câmera lenta, ele queria matar seu filho e ela não tinha tempo de sacar sua varinha, porque o tempo tinha que se esvair daquele jeito? Foi como no pesadelo, mas dessa vez poderia proteger seu tesouro, ao ver o raio esverdeado saindo da ponta daquela varinha tudo o que pode fazer foi pular na frente.

Viu o olhar de desespero de Thiago enquanto tentava protegê-la, sua varinha a meio caminho de seu alvo, mas já era tarde. As cores se extinguiam de sua visão, não sentia dor, mas culpa. Todas as suas lembranças vieram à tona mais uma vez, se sentia culpada por não ter conseguido defender quem... Amava? Logo percebia que seu amor se tornava obsoleto, denominou com palavras erradas seus sentimentos.

Quem cuidaria de Harry? Sua irmã ajudaria, sabia disso, mas quem iria protegê-lo? Não queria que ele sofresse. Nenhuma mãe quer que seu filho sofra isso é fato, mas estava a poucos segundos da morte. O corpo caindo no chão enquanto os restos das cores voavam para longe e os sentidos a enganavam.

Então o rosto borrado tomou forma e ela soube quem era. Queria chorar, mas não tinha mais tempo para isso. Se havia feito uma escolha errada, já não tinha mais importância, pois sabia que seu filho não estaria sozinho.

Por mais que o ódio e a mágoa fossem grandes, sempre haveria esperança e alegria e sua única lembrança para este mundo, estava salva.

Agora poderia descansar em paz ao lado de quem partilhou tamanho carinho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!