One and Only escrita por Jessie Austen


Capítulo 14
Décimo Terceiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Tudo culpa do novo CD do Ed Sheeran! *_*



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Sherlock se surpreendeu quando ao invés de Victor, outro homem – com traços finos e cabelos muito escuros, atendeu sua porta no quarto de hotel:

Avanti! – este disse sorrindo e de maneira simpática dando espaço para ele entrar.

– Ah, o italiano da balada. – Holmes concluiu enquanto encontrava Trevor estirado na cama.

– Ei, Sherlock! Entre, venha.. – este disse sorrindo.

Èil tuo amico detective?! Sherlock Holmes? – o italiano perguntou enquanto mostrava o banco para o moreno se sentar.

– Sim, é ele mesmo! Obrigado querido.

VuoI saperne di più tè?

– Não, obrigado. Na minha xícara ainda tem. Venha aqui. – Victor disse e isso fez o italiano pular na cama e beijá-lo cuidadosamente por conta do curativo em seu nariz.

Lo Comprerò Più Sigarette.

– Ok, traz mais dois maços pra mim?

Si, si! Arrivederci! – este saiu saindo apressadamente pela porta, deixando os dois sozinhos.

– Uau. Ele foi ligado em alguma tomada? – Sherlock reparou.

– Ele é tão fofo. Acha que o fato de eu ser daqui faz com que eu viva tomando chá! Imagina essa energia toda na cama... - Victor piscou.

– Não quero. Como você está? O nariz? – o detetive apontou.

– Melhor. O médico disse que eu teria que ficar com o curativo por 9 dias, mas me sinto bem melhor após esses quase cinco dias.

– Ótimo.

– O Giovanni me ligou...você sabe, trocamos telefones mas eu nunca pensei que ele me ligaria de volta. Nunca ligam. Mas ele me ligou e eu não conseguia falar direito...ele ficou preocupado e quis saber o que tinha acontecido e onde eu estava hospedado. Desde então tem cuidado de mim. Ele é tão esforçado...e carinhoso. É bom ter alguém para cuidar da gente, né? – Victor explicou.

– Fico feliz por você, Victor. De verdade.

– Mas e aí? Novidades? Da Mary...ou John?

– Na realidade não. Quero dizer, a Molly me ligou ontem querendo saber se eu sabia de algo, já que no facebook, a Mary havia postado algo sobre passar um mês na Grécia com as amigas, onde eles deveriam ir para a lua de mel.

– E o John?

– Não falei mais com ele desde então.

– Mas por quê? Você sabe onde ele está?

– Poderia descobrir facilmente. Mas acredito que ele não queira me ver agora. – Holmes respondeu.

– Oh, eu sinto muito, Sherlock. Mas eles não podiam se casar de qualquer modo...ok, eu fui um precipitado idiota e enxerido. Mas ainda assim, jamais poderia prever que tudo ia ser desse jeito...

– Eu sinto muito, Victor...- Sherlock respirou fundo e disse após um tempo, fazendo este encará-lo surpreso.

– Ok.Você não tem culpa de nada! Quero dizer, como você ia saber que o John ia...

– Não é por isso. Bom, por isso também...apesar de que de certa forma você mereceu também. Mas, eu quero pedir desculpas por aquela vez no hotel. Nós dois.

Os dois se encararam e Trevor se ajeitou na cama, tentando disfarçar a surpresa.

– Você poderia repetir? Eu queria gravar esse momento. – respondeu.

– Cale a boca, Victor.

– Uau...você me pedindo desculpas. O médico mexeu com você mesmo. – Victor sorriu – É claro que eu aceito suas desculpas. Mas, por que isso agora?

– Eu percebi o quanto eu fui idiota naquele dia mesmo. Você foi também e isso é inevitável...mas você era, ainda é meu amigo e eu te tratei...bem, eu não precisava ter lidado daquela forma. Sinto muito.

– Oh, Sherlock...nós éramos novos...idiotas. Fumávamos maconha, éramos uns estúpidos rebeldes...

– Eu sei Victor. Mas você era apaixonado, você sabe...

– E eu ainda sou, você sabe! Mas eu quis aquilo. Eu precisava daquilo. Está tudo bem. É sério.

– A que custo? Depois disso você foi embora...nos afastamos e...

– Eu precisava, Sherlock. Acredite. Você não fez nada que eu não pudesse lidar na época. Pelo contrário, eu despertei pra muitas coisas. – Trevor tentou confortá-lo.

Sherlock o encarou muito sério e se silenciou, encarando seus próprios pés.

– A gente não tem como controlar esse tipo de coisa quando ela acontece com a gente, Holmes.

– É. Eu me lembro que você disse isso também.

– Você quer ir falar com o John? Porque eu sinceramente acho que você deveria...

– Mas e se ele...

– Tenho certeza que você vai saber lidar muito bem com o que vier. Tem pensado muito nele né? – Trevor questionou.

– Fazer tal afirmação implicaria que há momentos em que não penso em John Watson, o que é mentira. Minha mente, minha consciência é dividida em duas partes, uma delas é ele...somente ele. E a outra é todo o resto.

– Vê? Simplesmente vá. – este sorriu.

Neste momento o atraente italiano retornou ao quarto fazendo os dois encerrarem o assunto.

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Quando John o viu não pode deixar de sentir um alívio. Lá estava Sherlock, olhando-o do lado de fora de seu pequeno apartamento alugado em cima da hora.

– Descobriu em quanto tempo que eu estava aqui? – tentou sorrir enquanto este passava por ele, entrando e observando tudo ao seu redor: uma cama de solteiro, um armário e uma mesa com o computador.

– Não descobri. Sabia que você só poderia estar aqui. O apartamento que vivia antes de nos conhecermos. Logo após que voltou do Afeganistão. – respondeu enquanto tirava se cachecol azul.

– É difícil de alugar. Longe do metrô. – este respondeu encostando a porta.

– Como você está? – Sherlock perguntou agora enquanto os dois se encaravam a passos de distância.

– Horrível. Péssimo. Em pedaços...- John sorriu tristemente.

– Eu sinto muito. Por tudo.

– A Mary...ela...bem, eu não quero falar sobre isso. Por favor. –o médico respondeu sentando-se na cama sem olhar para o detetive que o assistia ainda de pé.

– Sim.

Um momento em silêncio e Sherlock sabia que não podia e não queria mais controlar. John, com sua cabeça baixa, sua roupa de dormir, sua barba por fazer, ainda mais convidativo do que o usual.

– John...- disse sem conseguir se mexer um passo.

– E como o Victor está? – Watson finalmente o encarou, o sarcasmo e o ciúme escorrendo por sua voz.

– Muito melhor.

– Oh. Excelente. Bom, eu não sinto muito, de forma alguma. Se é por isso que veio...

– O quê? Não, eu vim porque...

– Porque a essa altura todo mundo sabe o que aconteceu comigo e com a Mary. Que ela me odeia mais que tudo e que a família dela só não mandou alguém me matar porque todos são pessoas boas. E eu fiz isso. Tudo isso. E agora, nesse apartamento eu nem sei o porquê mais. Honestamente.

Holmes pensou em dizer “por mim, por nós”, mas ao invés disso respondeu:

– Como você quiser. Você sabe onde me encontrar quando realmente quiser falar sobre. Até mais...

– Já vai embora? Vai cuidar do seu amigo não vai?!

– De onde você tirou isso? John, eu vim porque eu queria ver você.

– E por quê? Você não sabia já como me encontraria? Eu me sinto tão sozinho...como nunca estive antes, Sherlock. – John respondeu, seus olhos pedindo desculpas e implorando para ele ficar.

– Você não precisa estar. Você tem a mim. Não precisava sequer ter hesitado.

– Eu contei para ela sobre você...bem, sobre o que eu sinto. – revelou.

Sherlock queria poder dizer tantas coisas, queria poder fazer, mas seus pés não se moviam. Naquele momento sentia seu coração bater tão rápido, que chegava a ser ridículo. E tudo naquele espaço e momento se tornou tão perfeito como em um sonho.

– Você não quer saber? – John perguntou, e Sherlock apenas concordou rapidamente – Eu me sinto perdido. Porque você deve saber tudo o que se passa na minha mente, no meu coração e no corpo quando estou perto de você. Mas é irreversível. Droga, eu sou péssimo para essas coisas...

– Você está indo bem...- Sherlock sussurrou e isso fez John sorrir, iluminando ainda mais aquele ambiente.

– Você não saberia dizer. – o médico respondeu.

– Não, eu não poderia.

– E é por isso talvez que eu ame tanto você, Sherlock. Porque você é a pessoa mais maravilhosa que poderia conhecer. Sou completamente fascinado desde a primeira dedução.

Sherlock sentiu seus sentidos falharem. Aqueles olhos gentis o encaravam de maneira corajosa e ele só conseguia sentir as pontas de seus dedos formigando, pedindo contato, qualquer um e todos de uma vez só. Ajoelhou-se perto das pernas de John, sem dizer nada.

– Eu tenho a plena certeza que não poderia exigir nada de volta. Nada em troca. Porque eu sei que é contra quem você é e o que acredita e faz. Mas eu não consegui evitar...então, viu? É uma situação complicada a nossa, mas conseguimos lidar com ela muito bem até o dia que você me beijou de uma forma que me faz questionar tudo...até mesmo quem eu sou. E antes disso apareceu esse seu amigo e...- Sherlock o interrompe ao se aproximar e o beijar, calando-o enquanto os dois se abraçam muito forte agora.

As mãos de John passam sobre o pescoço, sobre o queixo e sobre os cachos de Holmes que se inclina, fazendo o beijo ficar mais apressado, mais intenso. Ambos ainda não acreditando e ainda assim desejando sentir todos os detalhes no outro.

Ao se separarem se encaram, John com uma expressão de surpresa e delícia.

– O problema John, é que você nunca cogitou a possibilidade de que eu sempre quis isso também.

Watson o beijou de volta, puxando pela gola de seu sobretudo, enquanto Sherlock desabotoava sua camisa. Tomando o fôlego, o detetive tirou rapidamente seu casaco e camisa agora enquanto os dois se olhavam ofegantes.

John então repentinamente se levantou, afastando-se e isso o fez seguir, prendendo-o contra a porta com força.

– Eu só vim trancar a porta. – John explicou puxando-o contra si, fazendo Sherlock sorrir. E foi neste momento que eles tiveram toda a certeza que não queriam mais questionar nada. Que não que não poderiam mais guardar, aguardar, sequer esperar um segundo a mais.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :B E já sabem né? Capítulo que vem...TEM! o/



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