One and Only escrita por Jessie Austen


Capítulo 11
Décimo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Ebaaa...voltei finalmente! E com dobradinha...espero q gostem! ;3



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Uma parte que Sherlock não gostava e sequer admitia possuir sentia muita raiva de John agora.

Sim, ele sabia que tal sensação era inútil, verdadeira perda de tempo. Mas pensar sobre isso também o fazia ter novamente a sensação dos lábios do loiro contra o seu e seus dedos passando sobre o cinto de sua calça, resultando na perda de sua linha de raciocínio lógica sobre tal assunto.

A verdade é que o detetive conhecia John muito bem. Até melhor do que ele próprio e mesmo assim havia duvidado dos sentimentos do loiro, de suas preferências.

Insegurança ou não, Sherlock tinha que admitir que agora não havia mais erro e tentava se colocar no lugar de Watson.

Criado principalmente com seus avós paternos e de família anglicana muito religiosa, John sempre havia sido muito podado, sua educação sempre muito regrada.

Encontrou na medicina seu refúgio e verdadeira vocação e na mesma época descobriu que ser atraente e charmoso lhe dava e muitas vantagens sobre as mulheres.

Sempre romântico, sonhava em passar o resto da vida com alguém que realmente amasse, mas o amor em si parecia um sentimento irreal após tantos relacionamentos.

Sonhava em ser pai. E em usar aliança e todas essas outras pequenas coisas que Sherlock não conseguia compreender de fato.

Quando foi para o Afeganistão e foi ferido mentalmente, fisicamente e principalmente emocionalmente, ele mudou. Seu retorno para casa foi solitário e antes uma vida que parecia ser sem sentido havia se tornado também obscura. Até sua chegada repentina, naquela tarde em St. Barts.

Sherlock deu um longo suspiro com tais pensamentos involuntários e desagradáveis e deu de ombros para Lestrade que o encarava muito sério.

– E...e então? – o inspetor questionou aflito.

– Os exames ainda não saíram, mas é o que eu já disse umas cinco vezes só nesta última hora: ele a envenenou por causa do seguro de vida. – respondeu sem interesse algum.

– Certo, eu entendi...mas ainda assim...não faz sentido, pelo amor de Deus!

– Para você.

– É, sabichão...para mim e para o resto da polícia!

– Isso já não é um problema meu. Ei, olha...14h20! Hora do almoço, certo? Estou faminto...até amanhã. – mentiu saindo rapidamente da sala de Greg que continuou a investigação com outros três profissionais.

Enquanto seguia pelo frio e largo corredor da polícia local, Sherlock sentiu o celular vibrar no bolso interno de seu casaco e apenas isso fez o seu coração disparar, o que o fez exclamar em voz alta: “Tolice, não é ele”. E não era. Era Victor.

– Como vai meu detetive consultor londrino favorito?

– Da mesma maneira que ontem. O que está fazendo?

– Além de estar ouvindo essa sua voz que acorda até uma pessoa em coma, estou indo para sua casa, afinal de contas...marcamos de almoçar juntos. Ou você já esqueceu?

– Oh. Almoço. Certo.

– OK, eu te perdôo por ter esquecido. Te vejo daqui a pouco?Devo chegar lá em 40 minutos...

– Estou longe de casa e não conseguirei almoçar. Vamos deixar para outro dia.

– OK, eu te perdôo por isso também. E o rei dos Cardigans já deu sinal de vida?

– Não. – Holmes mentiu. A última coisa que queria falar agora com alguém era sobre John e sabia que se Trevor o visse, desconfiaria de maneira mágica que algo estava acontecendo.

– Hm. Que pena. Vai ver ele ainda não terminou de fazer todas as coisas héteras dele...

– Eu posso saber o motivo de tanto bom humor?

– Por que se interessa, Sherl? – este gargalhou.

– Porque está insuportável. Pare agora mesmo. Ainda é terça-feira, e segundo a sua própria teoria, ninguém consegue ser realmente feliz antes de sexta e depois de domingo às 19hs.

– Ah, mas quando a gente conhece um italiano bem dotado numa balada estranha de segunda-feira essa teoria não é válida!

– Você me enoja, Victor. Adeus. – Sherlock respondeu enquanto já entrava num táxi em de volta para casa.

– Eu te amo, a noite a gente se vê então? Passo lá de novo para te agarrar. Digo, te abraçar.

– Não é necessário. Vá procurar ajuda nos Alcoólatras anônimos ao invés disso.

– OK, depois eu passo por lá também e agarro eles. Beijo! – brincou desligando.

Holmes então sorriu e por um momento pensou que seria fácil ser como Victor. Como alguém comum. Que não lesse e questionasse e soubesse de tudo e de todos, ou pelo menos deduzisse que sabia.

Ao chegar em casa, ficou feliz por concluir que a senhora Hudson estava fora e que não teria que responder perguntas tolas e fingir que ouvia ou se importava com suas histórias.

Olhou ansiosamente para o relógio: 14h50. Não sabia o que estava esperando, mas sentia uma inquietação tomá-lo de novo. E por inteiro.

Jogou-se com tudo no sofá da sala e encarou o teto. E a raiva de John voltou tão forte quanto a lembrança do seu perfume. Levemente cítrico.

Pegou seu celular e gastou só 5 minutos ao checar seus emails importantes. Pegou o maço de cigarro e acendeu um, tragando-o até quanto pode.

Não ligaria, seria inútil. Sabia que o loiro não atenderia e se atendesse não iria acontecer nada de agradável. Ele provavelmente agora estava fazendo alguma prova de doces para a festa ou experimento o traje que experimentaria na tal ocasião.

Pensou nele com Mary e quase se sufocou com a fumaça, tossindo nervosamente.

Levantando-se inquieto foi até sua poltrona e reviu o pedaço de papel que havia iniciado tudo aquilo. Lendo-o mais uma vez, o rasgou em mil pedaços e o jogou na lareira desligada.

Seu coração novamente disparou a escutar a campainha. Descendo as escadas de maneira mais rápida do que desejava, viu que novamente era apenas ele, Victor.

– Ué...mas você não estava longe demais para nos encontrarmos pro almoço? Depois de velho deu pra mentir, Sherlock? – este disse já subindo as escadas animadamente.

– Meu irmão me trouxe de helicóptero. – este respondeu apagando o cigarro e fechando a porta.

– Mentiroso compulsivo. Bom, pelo visto a senhora Hudson não está...fiquei de trazer uns livros franceses para ela e ver se ela queria ir almoçar comigo já que o senhor me deu o fora.

– Deve estar com o namorado secreto dela, que todos nós sabemos que é o dono da confeitaria aí do lado...sempre me esqueço do nome dele.

– Ok! Nossa...aconteceu alguma coisa com você? – Trevor perguntou se aproximando.

– Não. Absolutamente. Só trabalho, um caso está complicado de se resolver e eu...

– Eu não sei, Sherlock...mas me parece que você ainda está mentindo. Por que eu acho que tem a ver com o John...tem algo que eu possa fazer para você?

– Não seja tolo. John está cuidando das coisas dele...

– É, você sempre me fala isso...mas eu não sei. Tem certeza que vocês não se falaram desde aquele dia?

Sherlock encarou seu amigo e negou com a cabeça, sentando-se na poltrona novamente.

– Bom, vou indo nessa porque vi que hoje, só para variar, você está um porre. Tchau...- este disse já abrindo a porta.

– Eu e o John nos beijamos. Nós nos beijamos ontem à noite, Victor. – as palavras de Sherlock escaparam de seus lábios, mas em seguida ele sentiu um alivio em dizê-las, enquanto assistia Victor voltar e dar um ataque histérico de surpresa e alegria.


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