Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 7
Talvez... ele não seja assim tão ruim


Notas iniciais do capítulo

Pov da Estela!



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Acordei com a luz do sol entrando pela porta de vidro da sacada. Me sentei na cama. Flashes da noite anterior vieram a minha mente. Como eu pude ser tão burra a ponto de acreditar no Brian? Ele com certeza ia me estuprar se não fosse pelo... Pedro. É era difícil de acreditar, mas ele havia me salvado. Tinha que agradecê-lo. Ah, e me desculpar por não ter acreditado no que ele disse sobre o Brian.

Olhei o horário no celular: 10:45. Estava cedo para os meus padrões. E... puxa vida! Eu não estava de ressaca! Que milagre. Desbloqueei meu celular para olhar meu twitter (sim,eu era viciada em twittar), mas outra coisa, ou melhor, mensagem me chamou a atenção: Era do Pedro (eu havia salvado seu número):

Espero que tenha dormido bem. Tive que sair mais cedo, vai que o seu pai decide entrar no quarto? Enfim, espero que não me odeie ainda mais por ter dormido com você.

Com carinho, Pedro

Um sorriso involuntário se formou em minha boca. Respondi.

Não sabia desse seu lado fofo, Superman. Não estou brava com você, pelo contrário, ainda não acredito que me ajudou. Obrigada, sério. -E

Superman, sério? E de nada nutella.-P

É, apelido novo. Nutella?- E

É rima com estela – P

Depois dessa tive que rir. Decidi ir até a casa dele agradecer pessoalmente. Vesti um short jeans qualquer e uma regata do Starbucks, com meu vans. Desci as escadas e peguei uma maçã na fruteira. Depois fui. Tomara que a Su esteja em casa, pelo menos tenho uma desculpa, e não precisaria admitir que fui na sua casa especialmente pra vê-lo.

Assim que fechei a porta da minha casa, vi Pedro saindo furioso . Corri atrás dele. Ainda bem que era meio atleta, porque ele andava rápido. Puxei sua mão.

– Ei, não precisa fugir de mim agora e... o que houve? Aconteceu algo com a Susana? – perguntei assim que vi sua feição abatida

– Não. Ela ta bem. Não é nada.

– Certeza? Olha eu posso tentar ajudar

– Vamos andar por aí. Não quero voltar pra casa tão cedo. – pediu ele e eu assenti

Ficamos andando em silêncio por uns 5 minutos. Eu esperando ele falar. Era um silêncio confortável, mas a tensão emanava dele. Não agüentei mais.

– Olha, eu sei que talvez você sinta muita raiva de mim, Superman, até porque eu sou chata pra cacete, mas pode se abrir comigo sabia? Eu não vou fofocar pra Jacqueline McLean. – falei num fôlego só

Ele sorriu com a menção do apelido – Eu sei que você é muito chata, já percebi. Nutella. – revirei os olhos e ele suspirou – ok, eu vou contar logo. É que meus pais vão se separar.

– Ah. Mas isso é tão ruim assim?

– Bom, já faz tempo que percebi que meu pai não amava mais a minha mãe e vice-versa. Esse não é o problema. O problema é que o escroto do meu pai vai levar o Edmundo e a Lúcia com ele pra Nova York.

– Ah não. Isso é horrível. Como ele pode simplesmente separar vocês? – exclamei indignada

– Pois é. Esse é meu pai. – disse ele desanimado

Fiquei triste. Ele tinha corrido o risco de se machucar com o Brian por mim, e agora estava ali sofrendo e eu parada que nem uma retardada ao seu lado. Tive uma idéia.

– Já sei. Por que a gente não vai espairecer um pouco? – sugeri

– Como?

– Vamos patinar no gelo!

– Ah legal, ótima idéia. Só tem um problema: eu não sei patinar – exclamou sarcástico

– Acontece Sr. Pevensie, vulgo Superman, que eu sou uma excelente professora

– Ah é? – assenti com firmeza – É o que veremos.

Arrastei-o até a minha garagem e entramos no meu carro. Eu ri. Ele ainda babava no meu bebê. Dei a partida e dirigi até o ring de patinação mais próximo. Estava vazio. As pessoas daqui não gostam de patinar? Que sem culturas! Fomos alugar um patins pra ele, pois eu já tinha o meu.

Assim que entramos no ring, Pedro se agarrou ao corrimão das laterais. Eu gargalhei. Segurei em sua mão e o guiei pela pista. Eu ri muito com as suas quedas. Era só eu soltar minha mão da dele que ele caia.

– Vai rindo. Não é você que vai ficar toda roxa. – resmungou e eu ri.

– Então vai lá pra arquibancada e veja a profissional em ação.

Patinei em direção ao centro do ring. Ainda me lembrava da minha última competição. Foi a minha despedida. Segurei minhas lágrimas,não podia chorar agora. Comecei e deixei que meu corpo se movimentasse automaticamente. Meus movimentos eram naturais, eu não precisava pensar muito para patinar. A patinação era parte de mim. Quando terminei, Pedro aplaudia e sorria pra mim. Sorri de volta e fiz uma reverência, como fazia para os jurados das competições. Fui em sua direção.

– E aí? Sou ou não uma profissional? – desafiei

– Com certeza. Sabe, a Daisy patinava – revirei os olhos a menção do nome da Sra. Vadia Suprema – Mas ela era tão travada. Você não. Parece que nasceu patinando. – elogiou.

– Obrigado. E, foi quase isso. Minha mãe estava patinando quando entrou em trabalho de parto.

– Sério? – assenti - Caralho garota. Realmente sua vida teve emoção desde sempre.

– É. Emoções demais eu diria. Bom vamos pra casa? Eu to com fome.

– É, vamos. Tenho que encarar meus pais uma hora ou outra. Ah, e, sua gorda!

– Não sou gorda – reclamei e cruzei os braços sob o peito, fazendo birra – sou gostosa – completei

– Ok então. Modesta.- ele riu e passou o braço pelos meu ombros, puxando-me – Vambora Nutella.

E, assim fomos. Conversando rindo e provocando de vez em quando. De repente estávamos em frente a minha casa. Ele se despediu de mim com um beijo na bochecha, me causando um arrepio. Eu ri e balancei a cabeça, entrando em casa. Fui pra cozinha comer e achei um pote de nutella. Gargalhei. “É, talvez...ele não seja assim tão ruim”, pensei.


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