Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 28
Nosso pequeno infinito chegou ao fim


Notas iniciais do capítulo

Gente olha o capítulo novo! Só pra deixar claro: Não é o final da fic. Vai ter segunda temporada. Ah, uma coisa. Muitos pediram pra eu colocar Suspian, então coloco ou não? Respondam, só depende de vocês. Beijos!
Pov Pedro



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Eu não conseguia mais ignorar o comportamento estranho da Estela. Ela estava sempre pensativa, preocupada, e isso era muito estranho. Até mesmo Mikayla e Paul, que a conheciam desde pequena admitiram isso. E o pior é que ela insistia que não era nada, que era só estresse porque as férias estavam acabando e nosso último ano na escola ia começar.

Hoje pela manhã, ela disse que ia caminhar um pouco. Precisava esfriar a cabeça, porque tínhamos discutido de novo. Mais uma vez eu achei estranho, porque ela não era disso.

Desci até a cozinha emburrado e encontrei os dois casais felizes conversando e rindo. Uma coisa eu tinha que admitir: Paul e Mikayla eram muito legais. Nessa uma semana, deu pra perceber porque a Estela gostava tanto deles.

– Pedro. – chamou Susana – Onde a Estela foi?

– Ela foi caminhar. – respondi de má vontade – Disse que precisava esfriar a cabeça. Discutimos de novo.

– Mas por que? – questionou Mikayla

– Porque eu quero saber o verdadeiro motivo de ela estar tão estranha. E ela insiste em não contar! – respondi, frustrado.

– Acho que você pode relaxar, Pedro. – disse Mikayla – A Estela é bipolar assim mesmo.

– Não consigo. – admiti – Estou com um pressentimento ruim sobre isso.

– Credo, Pedro. – censurou Susana – Vira essa boca pra lá.

Sorri minimamente. Embora ainda estivesse bastante temeroso quanto ao comportamento da minha namorada. Resolvi começar a procurar alguma coisa que me dissesse esse motivo, então subi para o seu quarto.

Chegando lá, comecei procurando em sua gaveta. Nada. Revirei tudo quanto é gaveta e caixa, mas não encontrei nada que fosse relevante. Então lembrei de um papel que eu a vi colocando embaixo do travesseiro. Fui até ele e peguei o papel. Quase caí pra trás quando li:

“ Para a senhorita Estela Cambridge,

Temos a alegria de lhe comunicar que foi aceita na Universidade de Oxford para cursar a faculdade de Direito. Informamos através desta, que deverá responder se aceita ou não a vaga até dia 1 de outubro. Caso não comunique sua resposta até lá, concluiremos que recusou a oferta,e, portanto, perderá automaticamente a vaga.

Atensiosamente,

Peter Michaels

Reitor.”

Não. Ela não podia ter feito isso. Dia 1 de outubro foi ontem. E ela nem sequer falou comigo sobre isso. Era difícil de acreditar, mas ela mentiu pra mim! Mas isso não ia ficar assim, não mesmo. Fui até o meu quarto e preparei minhas malas. Peguei meu celular e disquei um número.

– Alô? Pai? – perguntei – Será que eu posso me mudar pra aí?

– ~-

– Pedro, - disse Estela entrando no meu quarto – Desculpa ter brigado com você. Eu...

– O quê é isso, Estela? – perguntei mostrando-lhe a carta de Oxford

Ela ficou pálida.

– Pedro, você mexeu nas minhas coisas? – ela questionou

– Quer saber ? Mexi. – respondi irritadíssimo – Eu tinha o direito de saber, Estela. Pelo amor de Deus! Esperava que confiasse em mim!

– Você ia brigar comigo! – ela retrucou – Ia ficar louco e me acusar sem nem sequer me ouvir!

– Qual foi a sua resposta? – perguntei

Ela não respondeu. Apenas abaixou o rosto. Isso foi o suficiente.

– Então ta. – falei – Não me procure mais, Cambridge. Eu achava que você realmente me amava. Pelo visto, estava muito enganado.

– Pedro, não. – ela pediu, com lágrimas nos olhos. – Eu ia contar. Juro. Eu não quis preocupar você. Queria poupar você disso.

– Me poupar? – falei irônico – Mentindo pra mim? Se você tivesse pelo menos contado, eu ia tentar entender. Mas preferiu esconder tudo. Desde o início. A escolha foi sua. Agora sai da minha frente que eu tenho um vôo pra pegar.

– Aonde você vai? – ela perguntou

– Pra longe de você.

– Pedro espera. Você tem que entender. É o meu sonho! Eu sempre quis estudar lá! Por favor, me perdoa?

– O que você fez não tem perdão. Se você tivesse falado, talvez eu compreenderia. Mas você mentiu, e isso foi demais. Adeus, Cambridge.

Passei por ela e vi suas lágrimas borrando completamente sua maquiagem. Minha vontade era voltar ali e dizer que entendia, mas ao lembrar das mentiras que ela contou pra mim, a tristeza foi substituída pelo mais profundo ódio.

Peguei meu carro na garagem e acelerei em direção ao aeroporto. Pude ver que um porshe azul me seguia, porém, peguei um desvio e o perdi de vista. Eu não ia voltar. Ela fez a escolha dela.

– ~-

Me sentia vazio enquanto embarcava no avião. Embora estivesse odiando a Estela por mentir pra mim, estava muito magoado e despedaçado por ter que deixá-la. Eu só me perguntava POR QUÊ?

Estava quase chegando no avião quando ouvi sua voz gritando em meio a chuva:

– PEDRO!

– Não adianta mais, Estela. Devia ter pensado melhor antes de mentir para mim. Como pude acreditar que você me amava? Você é desprezível. Odeio você.

Então virei as costas para ela. Pude ver ainda ela caindo no chão com as mãos na cabeça, chorando compulsivamente. Ignorei e entrei no avião, virando as costas de uma vez por todas para a pessoa que eu amava e que partiu meu coração.

Entrei no avião e me sentei no meu banco. Ao meu lado, estava sentada uma menina loira, que parecia completamente compenetrada em sua leitura. Sua bolsa estava jogada no meu banco. Pigarreei. Ela levantou seus olhos, que possuíam uma coloração azul clara.

– Pois não? – ela perguntou

– É que sua bolsa está no meu banco. – respondi envergonhado

– Ah, desculpe. É que estava numa parte boa do livro. Não consegui esperar. – ela respondeu e em seguida estendeu a mão. – Sou Caroline Gates.

– Pedro Pevensie. – respondi e me sentei - Vai morar em Nova York?

– Infelizmente sim. – ela falou com um suspiro – Meu pai ganhou a minha guarda e agora vou ter morar com ele e estudar em uma escola para riquinhos mimados. Você vai morar lá também?

– Sim. – respondi olhando para baixo – Fugindo de um relacionamento que não deu certo.

– Parece que nós dois temos muitos problemas.

– É. Pelo menos já tenho uma nova amiga.

– Sim, é um ótimo começo. Mas vou logo avisar, não pretendo ficar muito tempo. Quero voltar logo pra Los Angeles.

– Você é de Los Angeles? – questionei surpreso

– Sim, por quê?

– Também sou de lá.

– Como a gente nunca se esbarrou?

– Sei lá. – eu disse – Mas vamos fazer assim: quando você for voltar, eu volto junto.

– Combinado.

– ~-

Fazia uma semana que eu estava morando em Nova York. Embora eu ficasse muito tempo com Caroline, eu ainda pensava muito em Estela, o que era horrível. Minha cabeça ainda não processou a idéia de que eu havia significado tão pouco para ela.

Mas, a presença de Caroline em minha vida me trazia uma perspectiva diferente. Eu esperava que em pouco tempo ela me fizesse esquecer a morena que ainda habitava meus sonhos.

– ~-

– Sabe Lúcia – começou Caroline – Você é uma garota muito linda. Logo, logo vai ter um namorado.

Estávamos eu, Caroline, Lúcia e Edmundo na sala da nossa casa, conversando. Carol, já havia conquistado meus irmãos e vinha me conquistando gradativamente. Estava muito divertido ali, mas logo a campainha tocou.

Fui atender e dei de cara com a pessoa que eu menos queria ver. Estela.

– Olá Pedro. – ela disse com um sorriso amarelo

– O que você quer? – eu disse, seco.

– Eu queria apenas conversar e... – ela começou mas viu Caroline atrás de mim

– Pedro, nós vamos comprar sorvete. – disse Caroline

– Quem é ela? – perguntou Estela, com raiva nos olhos

– É a minha NAMORADA. – eu menti

Caroline me olhou feio, mas não disse nada. Olhei novamente para Estela, que a fuzilava com o olhar.

– Parece que me esqueceu rapidinho. – ela comentou, fria.

– É, como pode ver, eu me enganei ao achar que você era indispensável na minha vida. Não me importo mais com você. Você foi só mais uma na minha vida.

– Tudo bem. Só quero que saiba que eu te amava. De verdade. – ela disse, com a voz trêmula - Errei? Eu sei que sim. Mas me arrependi. Então não me sinto mais culpada.

E saiu, na direção do taxi que a esperava. É, era definitivo. Não tinha mais volta. Nosso pequeno infinito chegou ao fim.


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Notas finais do capítulo

Então? Chorando?