Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 17
Por amor e amizade fazemos qualquer coisa


Notas iniciais do capítulo

Pov do Caspian.



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Ok, já chega. Ver aquele loiro branquelo ficar o tempo todo paparicando a Susana já estava me dando nos nervos. Sim, eu sabia que a culpa disso era totalmente minha, mas eu não conseguia evitar ficar com raiva. Principalmente de mim.

Você deve estar se perguntando: “mas e a Liliandil? Ela não está com você? Não é sua amiga?” A resposta é não. Ela encontrou outra “presa”. E pra piorar um pouquinho mais, hoje eu pretendia pedir desculpas à Estela, por ter duvidado dela, mas ela não apareceu. Nem ela, nem o Pedro. Huuum. Aí tem.

Resumindo: eu estava sozinho nessa. O que me dava uma mínima esperança era que a Susana ainda olhava pra mim, e seu olhar era preocupado. Será que ela percebeu meu estado deplorável? “não, imagina”, falou minha consciência, “ você só está parecendo um mendigo emo, que não interage com ninguém.”

É, eu tava acabado. E a aula? Sei la de que era. Não me importava. Então o professor saiu para buscar alguma coisa e pediu ajuda ao Yew. Logo que os dois saíram, recebi uma mensagem no celular. Me surpreendi ao ver o nome da Susana na tela.

Não que eu me preocupe, mas, você ta bem? _ S

To indo. Que bom que perguntou. _C

É, sabe como é. Não gosto de ver ninguém ficando excluído. Fico com pena. _ S

Ai! Essa doeu! Ela sente só pena de mim? Depois dessa não respondi mais. Estúpido? Talvez. Mas eu não queria a pena dela, queria que ela sentisse minha falta. Só que, pelo jeito, ela não sentia. Depois dessa, parei de responder. Como eu disse, se fosse para ter somente a pena dela, preferia não ter nada.

– ~ -

No intervalo, eu estava novamente sentado sozinho no pátio, longe do resto da escola. Odiava ver todos os olhares do pessoal em mim. O idiota que se f** por acreditar em uma menina que se vestia como uma biscate. Não sabia se eles pensavam isso mesmo, mas o que eu pensava de mim mesmo era essa triste realidade.

Então um cheiro adocicado de morangos preencheu o ar ao meu lado. Virei minha cabeça naquela direção e vi Susana sentada ao meu lado. Fiquei surpreso, e acho que fiz uma cara bastante engraçada, porque ela riu:

– Não fique tão surpreso! – ela pediu – Sou só eu.

– Achei que não fosse mais olhar na minha cara. – falei, estupidamente

– É, eu também. Mas eu falei sério naquela mensagem. Você parece mal.

– Susana, vou falar a verdade pra você, mas não quero que pense que estou tentando bancar o pobrezinho, ok? – pedi e ela assentiu – A pior merda que eu já fiz até hoje, foi ter acreditado na Liliandil e ter perdido você.

– Eu fico feliz de você perceber o seu erro. E, acho que se arrependeu de verdade. Então eu pensei muito sobre isso, e decidi tentar não odiar tanto você.

– Nossa, obrigada, Susie. – falei, surpreso, sinceramente

– É, mas não tente fazer nenhuma gracinha, ouviu? – ela perguntou e eu assenti, animado – Ótimo. Se precisar de alguma ajuda em alguma matéria, é só pedir.

– Ok. Obrigada de novo, Susana. Você é incrível – agradeci, feliz

– Obrigada. - ela respondeu, corando em seguida – vou indo agora. Tchau, Caspian.

Aquilo me deixou feliz de uma maneira inexplicável. Era um minúsculo avanço, mas era um avanço mesmo assim. Só então percebi que o branquelo não estava com ela. Será que eles tinham brigado? Seria bom. Ou não. A Susana estaria triste se isso tivesse acontecido, e ela não estava.

– ~ -

Naquela tarde, tínhamos treino de basquete no colégio, e eu queria aproveitar para falar com o Pedro. Comecei a aquecer sozinho, mas logo Pedro estava me acompanhando.

– Eae Caspian? – ele cumprimentou

– Pedro? Melhorando. E você? – perguntei de volta

– Castigo. Porque matei aula. Eu e a Estela. Foi divertido. – ele falou – A Susana me falou que resolveu dar uma chance pra você voltar a ser nosso amigo. Isso é bom. Preciso falar com alguém que não seja a minha irmã.

– Legal parceiro. Mas e o Yew? Você não conversa com ele? – perguntei

– Até converso, mas não é mesma coisa. Cara, você conheceu o aluno novo?

– Sim – falei lembrando do garoto que entrou na nossa sala hoje – Cabelo castanho, olhos verdes?

– Esse mesmo. – confirmou – Acredita que ele é melhor amigo da Estela e tem uma queda por ela?

– Ta falando sério? – perguntei e ele assentiu – Mas e ela?

– Ela diz que não sente o mesmo, só que não vai se distanciar dele. Acho que isso vai dar merda pro meu lado.

– Se ela disse isso, confia nela. Não erra a mesma coisa que eu.

– Pelo menos eu sei o que acontece quando não se acredita nela. – ele zombou

– Ah, vai a merda, Pedro – xinguei

Gargalhamos e levamos uma bronca do treinador, que disse que era pra parar de gracinhas e se concentrar no treino. Tínhamos um jogo importante pela frente e os treinos dessa semana eram cruciais para o sucesso no jogo.

Quando o treino acabou e eu voltei pra casa, decidi que era hora de pedir desculpas para a Estela. Andei até a casa dela, toquei a campainha e uma empregada me deixou entrar. Na sala, estavam Estela e o menino novo, rindo histericamente. Então o garoto me viu e indicou para ela. Estela virou-se pra mim e seu rosto assumiu uma expressão de indiferença.

– Ben, acho melhor você ir – ela pediu ao garoto.

– Tudo bem. – ele respondeu – Tchau Estrelinha.

– Tchau – ela despediu-se – O que quer Caspian?

– Pedir desculpas. Por ter sido um estúpido e não ter acreditado em você. Me perdoa, Estela. Eu to arrependido. Só quero ter meus amigos de volta.

– Ok, Caspian. Está perdoado. – ela respondeu

– Sério?

– Claro né?

– Valeu – agradeci, abraçando-a em seguida – Não quero ser intrometido, nem nada. Mas esse é aquele “amigo colorido” que você disse pra mim que tinha?

– É ele sim. – respondeu desanimada

– Mas então por quê você fica sozinha com ele? Não está traindo o Pedro, né?

– Não! – respondeu – Claro que não! É que... – ela começou, mas se interrompeu, respirando fundo – O Ben ainda faz parte da minha vida. É meu melhor amigo. Eu não consigo ignorá-lo. Me sinto culpada quando faço isso. Afinal ele me ajudou quando eu mais precisei.

Ela me contou o que aconteceu quando ela se apaixonou pela primeira vez e eu fiquei chocado. Não fazia idéia que ela tinha sofrido tudo aquilo. E tinha que confessar: o tal do Ben tinha sido importantíssimo pra ela. Se ela não tivesse ele como amigo, talvez não teria se recuperado.

– Eu nunca me senti com o Ben o que eu sinto quando estou com o Pedro. Quando eu estou com o Pedro, eu me sinto nervosa, quase não raciocino direito. Com o Ben, eu me sinto tranqüila, consigo pensar antes de agir. – ela contou – Mas eu amo o Pedro. E isso não vai mudar.

– A única coisa que eu posso te dizer é: tente imaginar a sua vida sem algum deles. Ou pense quem é que faz você mais feliz. Com quem seu coração acelera. – tentei ajudar – Mas a decisão é sua.

Ela assentiu,mesmo parecendo temerosa. Eu a admirava por isso. Por mais que sentisse medo, ela enfrentava. Nunca baixava a cabeça. E era por isso que eu a considerava minha melhor amiga.

– Tenho que ir agora – falei – Pensa no que eu te falei. E fica bem.

Ela acenou e eu acenei de volta. Sai da casa dela preocupado. Parece que o Pedro não estava tão errado assim em ficar inseguro. Eu não tinha certeza se a Estela já tinha contado para o Pedro daquela época sombria da sua vida, mas com certeza ele já sabia da importância do Ben na vida da Estela. Já eu tinha minha cabeça no lugar agora. Iria recuperar a confiança da Susana e tentar ajudar meus dois melhores amigos. Afinal, por amor e amizade fazemos qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

E então?
Pessoas, mudando de assunto, estou pensando em fazer uma segunda temporada, mas dessa vez com a Lúcia e o Edmundo como personagens principais, que tal?



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