When I Was Your Man escrita por Mell Annie


Capítulo 4
I remember how much you loved to dance


Notas iniciais do capítulo

Deeeemorei?
Mas voltei... hehehe
Agradeço a todos os reviews vocês são lindos!!
E a linda da Nagela que recomendou???... Florzinha linda, muito obrigada amei sua recomendação, fiquei super emocionada... é sério!

Sem mais delongas...



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Assim que chegamos pegamos nossos lugares e a apresentação começou em seguida.

Katniss sempre amou dançar, e eu... Bem eu nunca curti muito esse negócio de dança, muito menos ballet, eu raramente ia às suas apresentações.

Enquanto as crianças se apresentam, percebo o quão bobo fui na minha adolescência não querendo acompanhar Katniss em suas apresentações, eu não tenho a mesma sensibilidade que ela tem com a dança, mas é impossível não se envolver com os gestos, dança e música. Fico extasiado com a combinação de passos, delicadeza e disciplina que eles demonstram, até reconhecer uma em especial.

— Vovó aquela ali é a Rue? – pergunto apontando para o palco.

— Sim, aquela é a nossa pequena Rue, não está tão pequena assim... – Ela diz sorrindo.

Rue é a irmã mais nova de um amigo meu de infância, eu sempre frequentava a casa dele, então acompanhei seu nascimento e uma parte de sua infância. Katniss e eu sempre nós desmanchávamos nela, principalmente eu que sou filho único, e o mesmo acontecia com Prim, falando nela, ela também apresenta uma coreografia e está um mulherão. Ela deve estar com uns 18 ou 19 anos, e se não fosse por seus cabelos loiros e olhos azuis poderia confundi-la facilmente com Katniss, até mesmo no jeito de dançar, em pensar que eu vi essa menina nascer, a carreguei em meu colo, vejo o quanto estou ficando velho. Prim e eu sempre nos demos bem, quando pequena ela dizia que eu era irmão dela e não Katniss, por sermos loiros e termos os olhos da mesma cor, então sempre tivemos essa cumplicidade. Divago um pouco com as lembranças de minha infância, quando o apresentador que também é o diretor do colégio Ceaser anuncia a última apresentação, é então que sou inundado pela mais bela visão que não tenho em anos, Katniss aparece no palco tomando seu lugar no centro dele, ela não está vestida como as outras bailarinas com o típico tutu de ballet, nem com os cabelos presos em um coque, ao contrário ela usa os cabelos ondulados meio preso, sua franja que antigamente ela prendia com uma presilha agora estão de lado e caídas em seus olhos, que aliada à maquiagem brilhante que ilumina seu rosto causa um efeito de inocência, um olhar inocente de uma criança ingênua... Ah se eu não a conhecesse bem, se eu não tivesse vivida em minha memória todas as noites que passamos em claro nos amando, eu mesmo acreditaria em sua inocência. E ao lembrar das nossas muitas noites, é impossível ver inocência alguma naquele olhar e naquele corpo, coberto por um vestido branco de pano fino, que apesar de não ser justo, realça suas tão delineadas curvas. Tudo nela é perfeito, perfeito e provocante demais para minha sanidade.

Pra minha sorte a música começou e logo Katniss começou a se movimentar me tirando do transe, aliás não sei bem se foi pra minha sorte, porque vê-la dançando me deixou pior, me deixou com saudades de tudo que tivemos e que poderíamos ter tido, mas agora ela tem outro homem, e por tudo que eu fiz pra ela, sei que não a mereço.

A música começa lenta,

Just Give Me A Reason - Pink

Bem desde o começo

Você foi um ladrão, você roubou meu coração

E eu, sua vítima condescendente

Deixei que você visse partes de mim

Que não eram tão bonitas

E, a cada toque

Você as consertou

Agora, você tem falado durante o sono, oh oh

Coisas que nunca diz para mim, oh oh

Diga-me que você já teve o bastante

Do nosso amor

Nosso amor

Eu não conhecia a música, mas a letra não me era estranha, pelo menos não por completo, eu já me senti assim algum dia, e já ouvi palavras parecidas vinda de uma voz familiar.

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações

Não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

A música continua lenta, mas agora uma voz masculina preenche o espaço, daí então entra um bailarino que completa a coreografia de Katniss. O incomodo foi inevitável, sei que ela não está sozinha, mas será esse o cara? Fico o encarando procurando o que eu nem sei o que, até que um sorriso começa a se formar em meus lábios, pois a compreensão me acerta em cheio, ele não pode ser o cara, eu conheço esse pirralho, que não é mais tão pirralho assim, é o irmão do meio do meu amigo Treash e de Rue, Marvel, ele sempre foi apaixonado pela Katniss, e todos suspeitávamos que ele havia começado a fazer ballet por causa dela, ele dizia que não, mas nós não víamos outro motivo pra ele aguentar tanta “pegação no pé” que sofria, por dançar ballet. Mas pelo jeito ele gosta mesmo.

Desculpe-me se não entendo

De onde é que tudo isto está vindo

Pensei que estivéssemos bem (oh, tínhamos tudo)

Sua cabeça está perdendo o controle novamente

Minha querida, ainda temos tudo

E está tudo na sua mente (Sim, mas isto está acontecendo)

Você tem tido sonhos muito ruins, oh, oh

Você costumava deitar-se tão perto de mim, oh, oh

Não há nada além de lençóis vazios

Entre o nosso amor, nosso amor

Oh, o nosso amor, o nosso amor

A música se torna agitada, e é como se eles realmente estivessem vivendo a letra da música, pois tudo é intenso demais, as trocas de olhares, os passos sincronizados, eles realmente estão sentindo o que a música diz.

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações

Não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Oh, podemos aprender a amar novamente

Oh, podemos aprender a amar novamente

Oh, que não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

É isso que sinto nesse exato momento que estou quebrado e a única pessoa que pode me consertar está com outro homem, e o pior por culpa minha. Não aguentando mais a pressão daquele lugar, levanto sem ao menos dizer a vovó onde estou indo.

Assim que chego a porta do teatro do colégio, respiro fundo fechando meus olhos e sentindo brisa fria em meu rosto.

— Mellark... – escuto uma voz familiar e me viro.

— Treash, cara como você está? – assim que me viro vejo meu amigo de infância e o comprimento alegre por reencontra-lo.

— Eu estou ótimo... E você sumiu cara, há quanto tempo não nos falamos. – Ele diz ao me abraçar e dar uns tapas nas minhas costas.

— Estou ótimo também, há muitos anos... – digo sorrindo, e evitando falar “desde que eu fui embora”, resolvo mudar de assunto — Eu vi a Rue ela está enorme e linda... – ele exibe um sorriso largo quando falo de sua irmãzinha.

— Sim minha pequena cresceu... Estou passando um “doce” com ela, tentando botar os gaviões pra correr... – ele fala e caímos na gargalhada. — Vim prestigiar minhas duas princesas... – ele fala e ergue uma sobrancelha, quase implorando que eu pergunte qual sua outra princesa.

— Marvel... – digo brincando e Treash faz uma cara cômica de ofendido e caímos na risada novamente. — Desculpe amigo estou brincando.

— Eu sei Mellark, só não faça esse tipo de brincadeira com ele, o carinha está forte e eu não vou poder te ajudar.

— Percebi... Nem ouso fazer essa brincadeira com ele. – Digo.

— Minha outra princesa é Amandla. – Seus olhos brilham ao falar da tal Amandla.

— Namorada?... – Pergunto.

— Melhor... – ele diz e não entendo o que ele quer dizer, mas logo ele esclarece. — Minha filha.

— Filha... Sério?... – Digo entusiasmado, nunca imaginei Treash como pai, apesar do cuidado que sempre teve com Rue, mas ele sempre foi muito solto pra se prender a responsabilidade de um filho.

— Sim filha, ela tem três anos... Me casei cara. – Ele fala e meus olhos automaticamente focam sua mão exibindo uma enorme aliança.

— Wow... – levo as mãos à boca pela surpresa... — Cara parabéns, quem é a coitada, o que ela fez a humanidade pra ser tão castigada e ser sua esposa. – Digo abraçando meu amigo, e aproveitando para pegar um pouquinho no pé dele, no colégio sempre fomos assim, os mais brincalhões, falávamos com todos do colégio e todos queriam ser nossos amigos.

— Que isso cara, é a mais sortuda, tem o melhor e mais gato marido do mundo... – ele diz dando uma volta e se exibindo.

— Uhum sim, muito sortuda... Mas quem é a felizarda? Eu conheço? Ela é daqui? – pergunto.

— Sim, ela é daqui e você a conhece... A Jacqueline... – fico confuso, pois não me lembro de nenhuma garota com esse nome.

— Jacqueline? – repito o nome tentando buscar alguma lembrança, mas ela não vem. — Tem certeza que eu a conheço? — pergunto desconfiado.

— Sim, tenho certeza... Ela estudava com a gente...

— Cara não lembro, acho que tive um lapso de memória, não sei quem é a garota.

— Mellark, vou te falar algo que você irá se lembrar imediatamente quem é, mas você tem que me prometer que jamais contara para ela que eu falei isso, senão ela me mata. – Ele fala sério, mas eu não o levo tão a sério assim...

— Fala logo Treash. – Digo e ele respira fundo.

— Foxface...

— O que??? – foi só o que eu consegui falar, antes de soltar o enorme nó que estava na minha garganta por segurar a gargalhada.

— Ri pode rir... Mas não fala isso pra ela, ela odeia esse apelido... E pense numa mulher braaaava quando alguém a chama assim, e ela me culpa pelo apelido então sempre sobra pra mim. – Eu não conseguia parar de rir, tentei me conter um pouco.

— Nossa como eu nunca percebi, você pegava tanto no pé da garota, é claro que era paixão recolhida... – digo já controlando o meu surto de riso.

— Sim, mas vocês também, e não fui eu quem inventou o apelido.

— Nem eu... – digo levantando as mãos, e o humor foi embora. — Foi a Katniss... – Treash percebe meu desconforto e diz:

— Está tudo bem com vocês... Quero dizer, vocês já se viram, se falaram?

 Sim, quando cheguei à casa do meu pai ela estava lá, mas não nos falamos muito, quase nada diria. – Falo e somos surpreendidos por uma das bailarinas, que vem gritando “papai” e corre para os braços de Treash enquanto ele se abaixa para pega-la, sorrio com a cena, o meu amigo todo babão com a filha no colo.

— Filha esse o amigo do papai... O tio Peeta... – a menininha vira e me encara sorrindo... Ela é linda, e me lembra muito a Rue quando criança, tem os mesmos olhos grandes só que não são castanhos igual ao de Rue, são verdes, os cabelos cacheados e castanho claro, e sua pele morena.. Uma mistura perfeita do Treash e da Fox... ops Jacqueline.

— Você é linda Amms... – digo já cheio de intimidade com a pequena.

— Obrigada tio, mas meu nome é Amandla... – ela me corrigiu.

— Nós vamos numa pizzaria agora, reunir a galera... Vem com a gente, vai estar toda a galera das “antigas” ...

— Vou ver com a vovó...

— Leva ela, vai ser legal...

— Vou falar com ela então... – digo e percebo que a apresentação terminou, pois várias pessoas estão saindo do teatro.

— Cara te vejo lá viu... Não fura!... – Treash diz antes de desaparecer na multidão.

— Filho, você saiu sem me falar nada... Está tudo bem? – minha vó me achou.

— Oi Vó, desculpe precisara respirar um pouco, daí encontrei Treash e passamos a conversar...

— Eu sei meu filho, vim atrás de você pra ver se estava tudo bem e te vi conversando animado com ele e fiquei mais tranquila.

— Sim, tínhamos bastante assunto... Nunca o imaginaria casado com a Foxface... – minha vó faz uma careta.

— Não a chame assim, ela fica brava... – ela diz e passo a entender o drama que o Treash fez ao me contar com quem estava casado.

— Já fui avisado... Não a chamarei assim...

— Vó o pessoal irá se encontrar numa pizzaria... A senhora está a fim de ir?

— Ah sim... Estou sabendo, vamos sim, você fica um pouco com seus amigos de infância, enquanto eu coloco a conversa em dia com uma amiga, falando nela, olha ela ali... Venha comigo, vou te apresentar a ela... – Minha vó me puxa em meio às pessoas.

— Hazelle esse é meu neto Peeta.

— Muito prazer... – Eu cumprimentei a senhora com os cabelos negros e olhos cinzas, com um beijo no rosto, ela aparentava ser alguns anos mais nova que minha vó, mas elas parecem ser grandes amigas.

— Nossa Mags, bem que você disse que seu neto era lindo...

— Obrigado... – agradeço e sinto meu rosto pegar fogo...

— Vamos filho... – me despeço da senhora, pego o carro e vamos para a pizzaria.

Chegamos à pizzaria e logo nos juntamos ao pessoal, e realmente estava toda a galera... Além do Treash e a Fox, estavam Marvel, Rue, Clove, Glimmer, Annie, Finnick, Johanna, Cashmere, Gloss... Enfim quase todos meus amigos de infância... Engraçado como eles não saíram da cidade, e formaram casais entre si, uns foram embora, mas voltaram a morar aqui.

Começamos a conversar e lembrar da nossa infância e adolescência, em como Finnick, Treash e eu éramos amigos inseparáveis e aprontávamos muito... A conversa estava gostosa, eu estava feliz e relaxado como há muito tempo não fazia... Até que tudo mudou quando um certo casal que já era esperado chegou, engraçado que eu fui o único a ficar surpreso com a chegada deles, mas não fui o único a ficar incomodado, senti meus amigos um pouco tensos... Até que o Odair que estava sentado a meu lado, disse com a voz baixa.

— Desculpe, não sabíamos se eles viriam ou não. – Tentei fazer minha melhor cara de descaso e disse

— Imagina Odair, não tem problema nenhum... – tenho uma leve impressão que não o convenci.

Katniss sorria abertamente abraçada ao namorado, que até então eu tinha evitado de olhar, e quando me viu seu sorriso foi murchando, até se transformar num sorriso tímido enquanto ela se sentava a grande mesa, eles se sentaram na ponta da mesa, um lugar estratégico onde eu podia vê-los nitidamente e eles a mim, apesar do clima tenso a conversa logo voltou e passamos a dar boas risadas, eu brincava mas agora estava alheio a conversa minha mente estava na outra ponta da mesa com o casal, passo a disfarçadamente a encarar o “talzinho”, e o que posso dizer, ele tem o mesmo tom de cabelo de Katniss e seus olhos são da mesma cor também, eu até poderia dizer que são irmãos, ele parece ser tímido igual a Katniss, mas mesmo não fazendo parte do assunto de nossa conversa, está interessado e sempre comenta algo que Katniss contou ou que ele achou engraçado... Cara chato! Sou brutalmente tirado de meus insultos mentais quanto ao namoradinho da Katniss por Finnick que me deu uma cotovelada na costela.

— Eiii... – protesto, e ele me olha exasperado...

— Né Peeta Mellark... – a Fox fala e vejo que todos estão me olhando...

— É o que Fox?... – Pergunto confuso...

— Peetaaaa... – ela quase grita... Só então percebo que acabei de chamá-la pelo apelido que ela odeia. Olho em volta e todos seguram o riso, menos uma pessoa...

— Kaaaatniss... – olho para Katniss e ela me lança um olhar cúmplice, impossível não rir...

— Desculpe Fox, sempre te chamei assim vai ser difícil mudar... É um apelido carinhoso poxa... – digo e todos caem na gargalhada.

— Desculpe amiga... – Katniss se pronuncia, quase chorando de tanto rir.

— Desculpa nada, foi você que inventou esse apelido... Peeta! – essa eu não sabia.

— Eu??? – pergunto indignado, mal sabe ela o apelido que dei a primeira vez que a vi, a única pessoa que sabe é a Katniss, nem para o Tresh falei, a chamava de “Cavalo de Fogo” como no desenho animado, por ela ser ruiva e por sempre estar com os cabelos presos num “rabo de cavalo”, tento segurar o riso por lembrar do apelido, agradeço mentalmente por não ser mais o foco, todos agora olham para Katniss...

— Jack amiga, não foi o Mellark... Fui eu... – Katniss revela, e a “Jack” fica surpresa com a revelação.

Continuamos nossa conversa enquanto Katniss tentava se desculpar com a amiga, e o cara não tirava a mão dela, acariciava suas costas, hora suas mãos e agora ele repousava sua mão sobre a coxa de Katniss... Okay isso é demais pra mim, peço licença e vou ao banheiro... Assim que entro vou até a pia, lavo meu rosto e nuca e me encaro no espelho...

— Que dia, Peeta Mellark... QUE DIA!... – Digo a mim mesmo, seco meu rosto e saio do banheiro decidido que já está na hora de ir embora...

— Peeta Mellark, não acredito... – antes que eu pudesse me virar e ver quem era, sou agarrado e quase esmagado pela garota loira.

— Primrose Everdeen... – digo enquanto ela deposita um beijo em minha bochecha.

— Me disseram que você estava aqui, mas não acreditei...

— Olha só você, está enorme... E linda...

— Ahh para Peeta... – ela diz tímida... — Linda eu sempre fui...

— É... Humilde e modesta também... – digo abraçando-a novamente... — Minha irmãzinha...

— Meu irmãozão que me abandona... – ela faz drama...

— Abandonei nada...

— Não é?... – Ela me encara arqueando as sobrancelhas.

— Só um pouquinho me desculpe por isso... Mas você acabou de chegar? Porque não sentou com a gente...

— Cheguei faz um tempinho... Estou com meu namorado... – ela aponta pra onde o namorado está...

— Namorado como assim??? – pergunto sério e ela revira os olhos. – Nome completo, RG e CPF???...

— Para Peeta...

— Para nada, quero conhecer o garoto... Saber as intenções dele... – Digo e ela ri de mim, desaforada.

— As melhores possíveis... – ela faz uma carinha de apaixonada... — ele me ajudou muito, na hora que eu mais precisei ele estava do meu lado. – Imagino qual foi este momento.

— Prim, quando soube do seu pai... – como explicar algo inexplicável? — Me desculpe não estar com vocês, eu me sinto péssimo por isso... – digo me sentindo muito mal pela situação...

— Nós sentimos muito a sua falta maninho... Muito mesmo, mas naquele momento eu entendi o porquê de você ter ido embora, pois eu senti o mesmo, queria sumir, era inconcebível viver num mundo onde meu pai não estava mais... – ela diz com algumas lagrimas nos olhos — Foi ai que o Darius apareceu e me salvou, como um anjo... Meu anjo ruivo, se não fosse por ele com certeza não aguentaria a ausência do meu pai... – assim que ela fala do namorado, seus olhos passam a brilhar, e de repente não há mais aquela dor da perda, mas sim uma faísca de esperança.

— Me perdoa maninha, eu fui covarde... Covarde em fugir, e mais covarde ainda em não querer voltar atrás... – eu a abraço e deixo escapar algumas lagrimas também, e é claro que disse isso com um nó imenso na garganta. — Prim e a Kat, quando ela começou a namorar? – pergunto ainda abraçado a ela, evitando encarar seus olhos.

— Ele veio morar aqui um pouco antes de meu pai morrer, ele se interessou pela Kat de cara, mas ela ainda estava muito retraída e magoada e não deu brecha pra ele, então foi fazendo amizade com o pessoal da cidade e consequentemente se aproximando de Katniss, colocou a irmãzinha dele pra fazer aulas com ela, e assim passaram a se ver com frequência... Quando o papai morreu ele não saiu do lado dela um minuto sequer, ele nos ajudou muito, sempre foi muito presente... Aí quando as coisas começaram a acalmar ela deu uma chance a ele...

— Ela o ama? – a pergunta saiu sem ao mesmo eu pensar em faze-la.

— Sim... – uma faca foi cravada no meu peito. — Mas não como ela te amou... Acho que ela nunca vai amar alguém como te amou.

— Mas ela o ama, e querendo ou não estão juntos... – faço uma pausa — O talzinho a faz feliz? Vocês gostam dele? – ainda abraçados percebo que Prim está sorrindo.

— Está com ciúmes Peeta Mellark??

— Morrendo... – ela se afasta pra me encarar...

— Quanta sinceridade... – ela sorri abertamente e eu dou de ombros, é a verdade... Acho que está impossível de esconder... — O talzinho tem nome e é Gale... – que nome é esse?

— Gayle? – pergunto desaforado.

— Para Peeta... – ela pede um pouco mais séria... Levanto as mãos em sinal de rendição e ela continua. — Ele é muito bom, apesar de ser um pouco tímido é mais social que a Katniss, e faz amizades com mais facilidade, no começo eu detestei ele... Muito quieto, muito sério, não entendia minhas piadas e brincadeiras, mas depois ele mudou ou eu me acostumei, não sei direito... O fato é que ele faz bem a minha irmã, eles conversam bastante e ele sempre consegue arrancar um sorriso dela, e isso me basta... – Doeu, cada palavra que saia da boca de Prim, era como um facada no meu coração, o ar chegou a me faltar de tanto que doía, e acho que minha expressão denunciava isso... — Me desculpe Peeta, eu não falei por mal, você sabe que te amo... Não fica assim... – Ela volta a me abraçar.

— Imagina Prim, não precisa se desculpar... Eu perguntei você só falou a verdade... Fico feliz pela Kat, o cara parece ser legal e ela merece isso... Eu não a mereço, acho que nunca a mereci, eu Deveria ter dado as minhas horas quando tive a chance, mas ao invés disso eu preferi me afastar e fingir que nunca aconteceu nada, apesar de doer, serei o primeiro a dizer que eu estava errado, sei que provavelmente estou muito atrasado, para tentar me desculpar pelos meus errosmas eu vou tentar Prim... Mesmo que sua irmã não queira me ouvir, eu preciso, eu devo isso a ela... – deixo uma lagrima escapar e Prim a seca.

— Você pode contar comigo, irmãozão... – ela diz e isso me traz um imenso conforto.

— Obrigado, você também... Prometo não sumir mais...

— Acho bom... – ela diz e nós rimos... — agora vamos porque meu namorado deve estar pensando que eu o larguei.

Nos recompomos e voltamos ao salão, o pessoal ainda está na mesa conversando como se nada estivesse acontecendo... Porém um certo rapaz se juntou a eles, o namorado de Prim, o Darius estava na ponta da mesa conversando com o Gayle, ops Gale... Prim me puxa até o local segurando meu braço.

— Amorzinho... – ela grita assustando o rapaz.

— Que isso Prim... Me assustou... Onde a senhorita estava? – ele pergunta confuso e me encarando... Só então percebo que estamos de braços dados.

— Conversando com ele... – Prim ergue o braço, me mostrando. — Amor me deixa te apresentar... Esse é o Peeta Mellark, neto da Mags... Meu irmãozão... Lembra que te falei dele?... – O garoto concorda com a cabeça e me estende a mão pra me cumprimentar.

— Prazer Peeta, eu sou o Darius... Prim fala muito de você.

— O prazer é meu, ela também me falou muito de você. – Fico um pouco sem jeito, mas meu ego infla, pois Prim deixou bem claro sua preferência por mim, ao invés do Gayle, mas isso parece não incomoda-lo, pelo ao contrario ele parece até compreensivo... Que cara insuportável.

Me despeço do pessoal e vou chamar a vovó pra irmos e ela continua a conversar com sua amiga, que abre um largo sorriso ao me ver.

— Vamos vovó?

— Vamos sim meu filho... Hazele quer uma carona? Peeta você se incomoda de deixa-la em casa?

— Claro que não vó... – faço a melhor cara de bom moço.

— Obrigada Mags e Peeta, mas não precisam se incomodar... Meu filho está aqui também, vou voltar com ele.

— Ah ele está aqui, então nós já vamos... – minha vó fala surpresa e um pouco exasperada também. — Vamos filho. – Ela pega no meu braço.

— Espera um pouquinho, deixa eu apresentar o Peeta ao meu filho...

— Numa próxima oportunidade eles se conhecem... – minha vó falou tentando ser cortês e eu não entendi seu comportamento, tão atípico dela.

— Ah Mags é rapidinho... – Hazele puxou meu braço e me levou até a mesa que eu acabara de sair, só então a ficha caiu, comportamento da minha vó era justamente para evitar esta apresentação, mas acho que a senhora a meu lado não sabe minha história por completo... Pois agora ela repousa a mão livre no ombro da única pessoa que eu não gostaria de ser apresentado.

— Filho... – ele vira para encarar a mãe, e vejo minha surpresa refletida em seu rosto... Nem ouso olhar para Katniss, que neste momento deve estar querendo que o chão se abra sobre seus pés.

— Oi mãe... — ele diz sem graça.

— Filho, este é o Peeta neto da Mags... – ele tenta falar, mas Sra. Hazele não permiti.

— Peeta, este é meu filho Gale, e minha nora Katniss... – agora encaro Katniss que retribui o olhar com os olhos arregalados e extremamente corada.

— Mãe já nos conhecemos, ele estava aqui na mesa conosco...

— Ahh que maravilha... Que bom que se conhecem, espero que se tornem grandes amigos... Como Mags e eu... – A Sra. Hazele fala, e volto encarar Gale, que solta um leve sorriso que não consigo decifrar o que há por traz dele. Damos um aperto de mãos e dou a ele meu melhor sorriso malicioso, um sorriso torto que Katniss conhece bem.

— Prazer em conhece-lo Gale.

— O prazer é todo meu Peeta – o Gayle faz o mesmo que eu.

— Sra. Hawthorne foi um prazer imenso conhece-la... – digo depositando um beijo em sua mão, CLICHÊ eu sei... Me viro para o “casal” mais especificamente para Katniss.

— Boa noite Everdeen.

— Boa noite Mellark. – Ela diz sem me encarar, mas pelo tom da sua voz sei que ela está segurando o riso.

 


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Notas finais do capítulo

Eai o que acharam???
Mereço reviews e recomendações??? Favoritar a Fic???

Amadinhos tenho 29 acompanhamentos, então o próximo capítulo só vem com pelo menos metade disto.... Okay??? To sendo má? Não.... rsrs

Gostaram do Spoiler? Eu AMEI, obrigada mais uma vez Lary Miguel e Bia Mellark suas lindas!!!

Bjão e a até o próximo...