A Garota das Minas: A História de Wiress escrita por Rob Sugar


Capítulo 23
Ultraje


Notas iniciais do capítulo

O título do capítulo é um trocadilho, quem pegou, pegou.



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Chegamos à Capital.

De novo.

Nenhum outro Distrito chegou ainda... Desta vez não somos acompanhados por ninguém, apenas informados para ir depressa nos prepararmos para o Desfile. Me dou conta que Snow nos quer mortos tão rápido que ele está apressando as coisas mais que nunca.

Sigo o que a voz metálica e estranha diz no alto-falante e vou ao setor do Distrito 3.

Sou surpreendida quando os três membros da equipe de preparação praticamente surgem na minha frente.

–Oh, querida! Você deve ser a Wandess! – o homem, ou não, de cabelos amarelos diz. Fico realmente surpresa em ver quantas pessoas da Capital pensam, de verdade, que este é o meu nome – Adoramos você! Você com aquele machado foi ótima na sua arena!

–Não usei machados. – respondo friamente – Ninguém do meu Distrito usou machados. Usamos a inteligência.

–Temos certeza de que você usou machados, Wandess!

–Meu nome... É... Wiress... – digo tremendo antes de notar que não há abajures aqui de novo. Algumas coisas nunca mudam – Vamos acabar logo com isso.

A Equipe de Preparação ajeita meus cabelos secos e um pouco sujos com um hidratante com cheiro de amêndoas e amoras. Estou mergulhada numa banheira com um líquido branco que me dá coceira, ouço-os dizendo que é um novo método de depilação na Capital, muito mais rápido e eficiente.

Parece que estou deitada em um agulheiro.

Estou liberada após uma hora e meia de gritos e suspiros dos estilistas e sou endereçada a sala do Estilista Chefe. Descubro que é, na verdade, uma estilista. Ela lembra muito Caesar. Podem ser parentes, ela parece ter a idade um pouco avançada; e ele apresenta as entrevistas e os Jogos desde que eu me lembro.

–Olá, Wiress. – sinto um alívio no corpo inteiro quando ela acerta meu nome. Normalmente eu não me importaria, mas é bom saber que ao menos o nome dos tributos ela sabe – Me chamo Vleela. Por favor, sente-se na cama.

Obedeço suas ordens para tornar isto o mais rápido possível. Ela começa a perguntar se eu tenho alguma ideia do que ela está pensando para meu traje.

Nego com a cabeça.

–Quero que você fique atraente, mas se sentindo bem consigo mesma. – ela diz me olhando nos olhos e sorrindo de leve – Totalmente o contrário daquela roupa horrível que você vestiu quando venceu os Jogos.

Lembro de como me vesti.

Vestido Cinza. Partes da pele pretas. Luzes vermelhas. A Garota das Minas.

–Vamos apagar esta impressão, certo? – ela pergunta e confirmo com a cabeça. Ela parece ser mais humana que Illyana e a equipe de preparação – Vou fazer com que eles fiquem estonteados com você, mas de um jeito bom.

Ela está me tranquilizando para que eu não recuse nada do que ela vai fazer para mim, o que não vai adiantar nada, porque não pretendo recusar nem por um momento nada disso.

Só quero que acabe.

Ela trás um cavalete e põe uma tela completamente em branco em cima dele.

–Como você quer a base do vestido? – ela pergunta segurando um lápis. Ela vai desenhar o vestido na minha frente. Eu sou parte da criação e sou a criatura – Digo, ajustado ou de gala?

–De gala... Pode atrair patrocinadores... – respondo e Vleela levanta as sobrancelhas em concordância.

Ela desliza o lápis sobre o papel e o esboço está ótimo. Não sou uma especialista em artes gráficas ou plásticas, mas sei que é um ótimo começo. Me sinto bem fazendo isso.

–Claro que, como do Distrito 3, faremos algo tecnológico na sua roupa. – ela diz e acrescenta um adorno na cabeça do esboço – Pensei em pôr plumas com alguns fios que as iluminassem quando você se sentisse pronta para abalar. O que acha?

Concordo com a cabeça. Isto está divertido. Sugiro que ela ponha algum tipo de “cobertura” transparente sobre a parte de baixo do vestido.

–Você pareceria uma fada da tecnologia... – ela diz e encolho os ombros – É isto! Wiress! – ela grita e começa a rabiscar de leve sobre o desenho do vestido – A Fada do Amanhã!

De fato, é muito melhor que A Garota das Minas.

Vleela segura minhas mãos e diz que foi a melhor ideia que ela já ouviu.

–Vou tomar todas as providências para que fique o mais parecido com nossa ideia possível, muito bem? – ela pergunta e me abraça.

Ela me dispensa e diz que mesmo apressando tudo, o vestido ficará lindo.

Vou para o quarto do Distrito 3. Beetee já está lá com seu terno para o desfile.

É algo bonito.

É completamente preto, mas sua gravata é dourada e há um chapéu sobre a mesa que me lembra das plumas que Vleela falou.

–Você demorou muito... – ele diz pondo o chapéu e se levantando – Algum motivo em especial?

Respiro fundo e esboço um pequeno sorriso.

–Sou uma estilista da Capital.


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