Falling in Love escrita por Susannah Grey


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Meus amoores!!! Eu sei, eu não mereço leitores tão lindos quanto vocês... Estou me sentindo péssima por ter ficado tanto tempo sem postar, de verdade!! Mas eu quase não paro em casa e minha internet está pior que péssima!! Nesse momento mesmo eu não estou em casa, mas como não tenho previsão de quando volto estou tentando postar pelo celular (já tem mais de 4 horas que estou tentando)...
Para aqueles que eu ainda não respondi os reviews, vou respondê-los assim que chegar em casa (não esqueci de vocês!)
Enfim, eu sei que o capítulo não ficou dos melhores, mas eu tive que reescrevê-lo duas vezes por erro meu, e a primeira vez estava com quase 5000 palavras..
Espero que gostem e que me perdoem pela demora...
Feliz ano novoo!!!! Nosso primeiro capítulo esse ano *---*



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– Bom dia, dorminhoca! - disse abrindo as cortinas do quarto de Ashley, deixando a luz do sol entrar.

– Desliga o sol. - escutei-a murmurar e esconder o rosto com o travesseiro. - Só mais cinco minutos, mãe. - ri quando ela disse isso e sentei-me na beirada de sua cama.

– Acorda. - sussurrei perto de seu ouvido. Ela murmurou alguma coisa que não entendi. Comecei a fazer cócegas nela que começou a rir e logo se levantou da cama.

– Ok. Ok. Eu me rendo. Estou de pé. - ela olhou pra mim e fez uma careta. - Pensei que fosse minha mãe. Ai. Minha cabeça tá estourando de dor. - a careta dela aumentou.

– Depois de ontem, se não estivesse eu acharia estranho. - comentei pegando o remédio para ressaca e o copo de água que eu trouxera. - Beba isso e vá tomar um banho. - entreguei a ela que bebeu sem reclamar. - Vou te esperar aqui.

Ela entrou um pouco cambaleante no banheiro e logo pude ouvir o som do chuveiro ligado. Tentei me ocupar arrumando o quarto dela que estava ligeiramente bagunçado. A roupa que ela usava ontem estava jogada em cima da poltrona e os saltos estavam embaixo da sua mesa de estudos. Sem contar com a bagunça que sua cama estava.

Comecei com a mesa, empilhando os módulos da escola e organizando os livros nas estantes, guardei seus saltos na sapateira e coloquei seu vestido no cesto de roupa suja, já que estava com um cheiro forte de álcool. E, por fim, arrumei sua cama. Assim que terminei ela saiu do banheiro apenas enrolada na toalha, o cabelo preso em uma outra para secar mais rápido. Sentei-me na cama dela.

– Que horas você saiu da festa ontem? Na me lembro de muita coisa que aconteceu. - ela disse pegando um vestido branco leve no guarda-roupa e suas roupas íntimas e voltando para se vestir no banheiro.

– Eram quase duas da manhã. Você tinha bebido muito. - eu disse. Essa era a desculpa que ficava repetindo a mim mesma para não ficar magoada com ela. - Quando a ressaca começar a passar você vai se lembrar.

Ela saiu do banheiro já vestida e com o cabelo penteado e ainda úmido e sentou-se ao meu lado.

– Eu fiz merda ontem a noite, não fiz? - ela perguntou receosa e sem olhar nos meus olhos. Segurei-me para não rir.

– Um pouco. Mas não fiquei pra ver se você foi muito longe. Digamos que você não estava querendo me escutar ontem. - respondi dando de ombros.

– Por favor, me diz que eu não gritei com você.

– Não, você não gritou. Só disse algumas coisas que eu não concordo muito. - olhei pra ela que agora me olhava. Podia ver a tristeza em seu olhar, sorri amigavelmente. - Não fica assim. Quem sabe você ainda consegue ficar com Phillipe? - disse tentando encorajá-la.

– Eu sou uma idiota! - vi seus olhos se encherem de lágrimas, puxei-a para um abraço bem apertado.

– Não, você não é. E eu não quero que você fique mal por isso. - afastei-a um pouco e limpei suas lágrimas. - Vamos fazer o que deveríamos ter feito ao invés de ir àquela festa. - levantei e puxei-a junto comigo. - Vamos passar o dia assistindo filme. Só nós duas, como se fosse nossa festa do pijama, o que acha?

– Você não existe. - ela disse sorrindo de lado, eu sorri ainda mais.

Acompanhei-a até o andar de baixo e ficamos conversando enquanto ela tomava seu café. Logo depois disso fomos para a sala escolher alguns filmes para assistirmos depois do almoço. Ashley ligou para seu pai e pediu-lhe que trouxesse dois potes de sorvete quando ele chegasse do trabalho para o almoço. Pelo que ela me disse, essa era a melhor forma de assistir filme: cada uma com seu pote de sorvete. Depois de separarmos três filmes fomos fazer o almoço.

Os pais de Ashley eram divorciados e seu pai não era rico, mas também nunca deixou nada faltar para a filha. Sua casa não era nem de perto do tamanho da minha, mas era aconchegante e como as vezes eu gostaria que a minha fosse. Diferente do pai dela, a mãe de Ashley era muito rica. Ela era uma estilista muito famosa e agora morava em Nova Iorque com seu novo marido e filho. Pelo que Ashley dizia, a mãe dela não era muito presente, mas estava sempre depositando um valor razoavelmente alto em sua conta e ajudando com as despesas dela.

Ashley morava sozinha com o pai e nos finais de semana era ela quem fazia o almoço, já que durante a semana, como ela passava a maior parte do dia na escola, uma senhora tinha sido contratada pra limpar e fazer a comida para o pai dela.

Terminamos de fazer uma macarronada e filé à milanesa assim que pai dela chegou. Almoçamos todos juntos, o pouco tempo que eu conhecia o pai dela já fora o suficiente para ele gostar de mim. Até chegou a comentar que eu seria uma boa influência. E me fez prometer que faria um dos pratos típicos do Brasil quando soube que eu era de lá. O pai de Ashley levantou-se da mesa depois de quase uma hora de conversa, dizendo que precisava preparar algumas aulas e provas. Ele era professor de química orgânica avançada na faculdade.

Enquanto eu lavava os pratos Ashley fazia pipoca para comermos durante o filme. Assim que terminamos de arrumar a cozinha fomos pro quarto dela com dois potes de sorvete, de baunilha pra mim e morango pra ela, pipoca e alguns chocolates. Eu tinha ligado pra minha mãe e dito que iria chegar um pouco tarde em casa, porque iria assistir alguns filmes com Ashley.

Passamos a tarde toda assistindo filmes e comendo besteiras. Por volta das dez da noite minha mãe ligou avisando que Will estava vindo me buscar. Não demorou muito e ele chegou. Despedi-me de Ashley e de seu pai, Paul e entrei no carro.

– Oi sumida. - Will falou iniciando o caminho para casa.

– Eu? Sumida? - perguntei rindo. - Porquê?

– Não ti vi chegando da festa e não a vi saindo hoje. - ele respondeu com um sorriso de canto. Eu gargalhei alto.

– Sei ser silenciosa quando quero. Saí depois que você começou a trabalhar e não comi de manhã, por isso que você não me viu saindo. E eu cheguei um pouco tarde da festa.

– E você gostou? Digo, da festa. Até onde eu sei foi sua primeira festa.

– Foi minha segunda, a primeira foi no Brasil. Mas respondendo sua pergunta, até que não foi tão ruim. - respondi sem dar muita importância, preferia esquecer essas festas. Se todas elas se resumissem a isso então eu estava muito bem com meus livros, obrigada.

– Ashley te deixou em casa ontem? Como ela conseguiu? Tenho certeza que ela estava bêbada logo no início. - ele comentou sorrindo.

– Não voltei com a Ashley, ela estava ocupada com outras coisas. - disse revirando os olhos. - Chris me deixou em casa, parece que ele quis voltar mais cedo da festa. - dei de ombros.

– Christopher Mills saindo de uma festa mais cedo? Tá. Vou fingir que acredito. - ele disse em tom de deboche. Revirei os olhos. Ele continuou com uma raiva contida na voz. - Só tem duas explicações possíveis pra isso. Ou essa festa estava horrível ou você tá na lista de conquistas dele. E se a segunda opção for a certa, que é a mais provável, pode ter certeza que ele voltou pra festa depois que te deixou em casa.

– Lista de conquistas? Sério? - perguntei em tom de deboche. Revirei os olhos novamente. - Ele não vai conseguir nada assim comigo.

– Acredite em mim, ele sempre consegue o que quer.

– Isso não importa. Não sou igual as outras meninas que ele costuma pegar. - falei sem deixar transparecer o mínimo da raiva que eu sentia.

– Eu conheço aquele ali. Ele não tem estilo. Se a garota for bonita ela pega e pronto. Só estou te avisando porque gosto de você, não quero que você fique mal caso você caia na dele e se magoe.

Engoli em seco. Ele tinha acabado de colocar em palavras o que eu mais temia. Sair magoada de algum tipo de relacionamento.

A conversa cessou ali mesmo, fomos tomados por nossos pensamentos e o restante do caminho foi feito em silêncio. Ele voltou a se pronunciar apenas quando já parava o carro na garagem.

– Sua mãe mandou avisar que ela e seu pai querem conversar com você. Disse que estão te esperando no escritório de seu pai.

– Tem alguma ideia do que seja? - perguntei já saindo do carro, seguida por ele.

– Nenhuma, mas não deve ser nada muito grave, né? - ele perguntou tentando descontrair e diminuir a tensão que havia se instalado. Dei de ombros e fui pro escritório do meu pai, parando apenas pra desejar-lhe boa noite.

Encontrei a porta entreaberta, a luz estava ligada e a sala em silêncio. Bati antes de entrar.

– Mãe? Pai? Queriam falar comigo?

– Ah querida, você chegou. - Minha mãe levantou-se e indicou a cadeira ao lado da sua. Falando em português, ou seja, os funcionários não poderiam escutar. O escritório do meu pai era igual ao que ele tinha no Brasil, percebi assim que entrei. - Sente-se, queremos te contar uma coisa.

Observei o rosto da minha mãe. Sorriso forçado, olhar vacilante e inquietação. Ela estava nervosa e preocupada. Não pude saber como meu pai estava porque ele olhava alguns papéis em cima da mesa. Depois de anos treinando meu controle, regras de etiqueta e comportamento com minha mãe e algumas governantas eu tinha aprendido também a ler as reações das pessoas. Por mais que tentem disfarçar, seu corpo acaba mostrando a verdade.

Sentei-me já me preparando psicologicamente para o que poderia estar por vir. Minha mãe se sentou ao meu lado e meu pai olhou de mim para minha mãe e pousou novamente seu olhos em mim.

– Emily querida, como você sabe nós deixamos muita coisa no Brasil quando resolvemos abrir um negócio aqui. - Meu pai começou e eu assenti, sem entender onde ele queria chegar. - Você deixou seus amigos e uma brilhante carreira como médica. Sua mãe deixou a diretoria do hospital. E nós deixamos todas as empresas tanto do as Brasil quanto as dos países vizinhos que tinham acabado de assinar um contrato conosco. - ele fez uma pausa. Comprimi os lábios, estava ficando tensa e com medo do que estava por vir. - Há um tempo recebi uma ligação da empresa sede lá do Brasil e ao que parece eles estão com problemas e precisam que eu volte pra resolvê-los.

– Espera. Isso quer dizer que teremos de voltar para o Brasil?! - perguntei exaltada. Sentia a adrenalina se espalhando. - Não estou entendendo onde o senhor quer chegar. Primeiro me diz que teremos de deixar tudo pra trás e nos mudarmos para um país diferente. Tudo bem, nos mudamos e já nos instalamos. E, por incrível que pareça, eu já tenho amigos por aqui. Pela primeira vez eu consegui fazer amizade sem precisar de vários anos para saber se poderia confiar ou não neles. E agora o senhor está me dizendo que vamos voltar?

– Emily! - repreendeu minha mãe. Eu já estava segurando minhas lágrimas de raiva, não podia acreditar nisso! - Onde estão os seus modos? Escute o que seu pai tem a dizer. - Respirei fundo na tentativa de me acalmar.

– Você não vai voltar conosco, só eu e sua mãe que vamos e não iremos morar lá. Nós vamos, resolvemos os problemas e voltamos. Você não pode ir, está em aula e não podemos te atrasar mais um ano. Você precisa fazer seu histórico aqui se quiser entrar em uma faculdade, porque não tem chance de voltarmos a morar no Brasil. Entenda isso. - ele fez uma pausa e respirou fundo para se acalmar também. Parecia cansado. - Não sei quanto tempo vamos ficar. Uma, talvez duas semanas ou até mais. Não dá pra saber o tamanho do problema nem do tempo que ficaremos lá.

– Você pode escolher onde quer ficar. Se prefere ficar aqui ou na casa de Robert. Já conversamos com ele e ele não vê nenhum problema em você ficar em algum dos quartos de hóspedes. E considerando que ele tem dois filhos da sua idade e que estudam com você, seria bom pra você ficar lá. - minha mãe continuou.- Nós vamos dar folga para a maioria dos empregados, vamos deixar aqui apenas os que forem extremamente necessários. Tudo bem pra você?

– Há quanto tempo vocês estão pensando em voltar pro Brasil? - perguntei ignorando a pergunta que ela havia me feito. Vi a troca de olhares, eu não ia gostar nada disso.

– Cerca de duas semanas. - minha mãe respondeu.

– Vai fazer dois meses que nos mudamos e eles já precisam que vocês voltem? - perguntei rindo. Eu sempre ria quando estava nervosa.

– Fazem dois meses que você se mudou. Eu e seu pai viemos há três meses.

– Como se três meses fossem muita coisa. - respondi sarcástica.

– Filha, não estou entendendo o que está acontecendo com você. Nós só vamos viajar, logo estamos em casa de novo. - ela com certeza estava espantada. Eu nunca havia agido assim com eles. Sempre fiz o que fui treinada pra fazer. Bons modos, educada, inteligente, a filha perfeita. Sempre gostei de agir assim, por isso nunca reclamei, mas as vezes eu não suporto ter que fingir gostar de alguma coisa só pra ser educada.

– Quantas vezes? - perguntei sem olha-la nos olhos.

– Quantas vezes o que?

– Quantas vezes será só uma viagem? - perguntei elevando minha voz e olhando-a nos olhos. Ela apenas desviou o olhar e não respondeu. - Não acredito que fazem duas semanas que vocês já pensam em voltar e sequer comentaram comigo. - falei deixando explícita toda a minha frustração. Levantei-me, queria sair logo dali antes que eu dissesse algo do qual me arrependesse.

– Aonde você pensa que vai mocinha? Não terminamos de conversar ainda. - observei minha mãe se levantar, ela estava estressada. Sorri cansada disso.

– E desde quando vocês precisam de mim para decidir as coisas? - perguntei e saí, batendo a porta atrás de mim, antes que eles tivessem a chance de falar alguma outra coisa.

Fui direto ao meu quarto e assim que entrei tranquei a porta. Desabei ali mesmo no chão. Eu nunca tinha tratado meus pais daquela forma, mas eu estava começando a sentir falta de sequer ter pais. Não deixei que nenhuma das lágrimas acumuladas caíssem. Não iria ceder. Seria forte até quando não aguentasse mais. Era uma promessa.

Levantei-me do chão e ativei meu modo automático. Tomei banho, arrumei meu quarto para poder dormir, separei uma roupa qualquer para ir a escola e arrumei minha bolsa com o que poderia precisar na aula. Por mais que eu estivesse com uma vontade imensurável de subir até o sótão e tocar piano até cansar, eu não podia. Então apenas deitei na minha cama e tentei esvaziar minha mente para dormir.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se tiverem me perdoado adoraria saber a opinião de vocês sobre essa briga dela com os pais *--*
P.S.: como escrevi e postei pelo celular, não tive como revisar, mas quando eu chegar em casa com toda certeza vou fazê-lo... E não só esse, mas sim toda a fic...