Falling in Love escrita por Susannah Grey


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Ooie amoores ^^
Voltei mais cedo dessa vez... Então, estou deixando esse capítulo programado porque estou viajando e muito provavelmente não poderei entrar no Nyah durante a viagem... Isso não é desculpa para não comentário, prometo responder a todos os reviews quando voltar de viagem (lá pro dia 08/12)
Como alguns daqui já sabem, o capítulo passado estava muito grande então tive que devidi-lo em dois... Aqui está a segunda parte, espero que gostem!
Boa leitura ^^



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Estava em um parque ou em um jardim, não consegui distinguir, mas sabia que nunca tinha ido a esse lugar antes. Ele me transmitia uma sensação de paz e tranquilidade. Sentei-me embaixo da sombra de um carvalho que tinha ali e fechei os olhos pra absorver um pouco o clima gostoso que se formava a minha volta. O sol conseguia passar por entre algumas folhas conforme o vento as balançava, esquentando as pontas dos meus dedos. Concentrei-me no canto dos pássaros e no som de água corrente que podia escutar ao longe. Meu corpo foi tomado por uma tranquilidade absoluta, de imediato eu esqueci completamente todas as minhas preocupações, meus medos e, principalmente, a saudade que estava me corroendo por dentro e eu tanto escondia de todos. Deixei-me levar por essa sensação que eu tanto ansiava. Tudo estava perfeito, até que um trovão soou ao longe e tudo voltou mais rápido do que se foi.

Meu coração foi tomado por uma angústia conforme o céu escurecia, tomado por nuvens carregadas de chuva, os pássaros fugiam e o vento balançava meus cabelos e as folhas das árvores violentamente. Senti o ar ficar carregado e úmido, o medo tomou conta de todo o meu ser e podia sentir a adrenalina pulsando em minhas veias. Levantei-me assim que eu vi uma cabeleira loira familiar surgir por entre as árvores, e logo meus olhos se encontraram com os seus. Azul escuro, a cor do anoitecer, do mar à noite. Esperei aquela sensação reconfortante, mas ao invés dela, a minha inquietação só aumentou ao ver a dor existente em seus olhos. Logo entendi o porquê.

Escondido atrás dele estava um rapaz, que só consegui ver por causa da curvatura de seu braço nas costas do loiro. Sabia que conhecia esse rapaz de algum lugar, mas não conseguia saber de onde. Tentei dar um passo na direção dele, mas um gemido do loiro me fez parar.

– Quanto mais perto você chegar, mais dor ele vai sentir. - escutei o rapaz falar ao longe, o vento trazendo cada palavra na mesma frieza em que foram pronunciadas. - Ou você ou ele. A escolha é simples. Quem vai ser o escolhido?

Escutei a risada maldosa dele. Uma risada que eu já tinha escutado antes, mas nunca a associei a essa imensa maldade. Instintivamente meu corpo se arrepiou por completo. Tentei gritar, correr, ou fazer qualquer outra coisa que indicasse para ele me levar no lugar do loiro, mas não consegui mover um músculo. Era como se eu estivesse paralisada, como se tivesse perdido completamente o poder do meu corpo.

– Tempo esgotado. - cantarolou o rapaz, deixando transparecer a satisfação que sentia ao fazer isso.

O silêncio da noite foi cortado por um grito de dor do loiro misturado ao meu de terror. O rapaz acabara de cravar uma faca nas costas dele. Finalmente consegui me mover, e corri o mais rápido que pude em direção a corpo do loiro, que estava se aproximando cada vez mais rápido do chão. Consegui segurar sua cabeça antes que ela se batesse violentamente, como o restante do seu corpo fizera. Eu já estava chorando descontroladamente, lágrimas cada vez mais pesadas caíam, escorrendo pelas minhas bochechas e caindo no rosto, já sem vida dele. Tentei todas as formas pra reanima-lo que eu conhecia. Mas nada adiantava.

Chris estava morto.

Acordei sobressaltada. Suando e chorando muito por causa do pesadelo. Levantei depressa da cama e fui para o banheiro cambaleando, parei em frente ao espelho da pia e enchi minhas mãos de água. Só então percebi o quanto elas tremiam. Coloquei a banheira pra encher, tirei minha roupa e entrei. Deixei as lágrimas escorrerem, a água levar embora qualquer sensação ruim que eu tivera do sonho.

Chris estava bem. Nada tinha acontecido a ele. Ele estava nesse momento em sua casa dormindo. Tentei falar pra mim mesma, mas enquanto tentava focalizar nisso, outros pensamentos apareciam. E se ele não estiver bem? E se meu sonho tiver algum significado? E se ele não estiver em casa nesse momento?

Senti um arrepio percorrer minha espinha, não pensei duas vezes antes de me enrolar em uma toalha, voltar ao meu quarto e ligar para Chris. Parecia que tinha se passado uma eternidade antes de um Chris sonolento atender a ligação.

– Alô? - ele perguntou, e eu pude, enfim, soltar o ar que vinha prendendo sem nem perceber. O alívio foi tanto que deslizei da beirada da cama até o chão, onde me sentei e tive que me segurar para não chorar de alívio.

– Chris? - minha voz estava um pouco rouca por causa do tempo que passará chorando, ouvi-o endireitar-se.

– Amy? Aconteceu alguma coisa pra você tá me ligando a essa hora? - ele parecia um pouco aborrecido, mas também notei um tom preocupado em sua voz. Só então me dei conta que até agora não tinha olhado que horas eram. Olhei no visor do celular. Ele marcava 5:15 da manhã.

– Você está em casa? - perguntei ignorando a pergunta dele.

– Estou. Estava dormindo até a hora em que você me ligou. - ele fez uma pausa, ouvi-o suspirar. - Poderia me dizer por que diabos você está me ligando as 5:15 da manhã? - percebi a raiva contida em sua voz, ele estava se segurando para não gritar. Fiz uma nota mental: nunca acordar Chris cedo.

– Você está bem mesmo, né? - falei com a voz um pouco trêmula e continuei sem responder as perguntas dele, em parte porque já estava me arrependendo de ter ligado e porque eu não tinha nenhuma resposta lógica para isso. Ou melhor, nenhuma que não soasse muito vergonhosa ou oferecida. Não podia falar simplesmente: "liguei pra saber se você estava bem porque eu sonhei que você estava sendo assassinado e eu queria morrer no seu lugar." Ok, isso seria dramático demais.

– Além de com sono? - ele perguntou irônico, me encolhi perto da cama. Ele suspirou pesadamente. - Estou bem sim. Nada de errado comigo. Você não vai responder minhas perguntas, vai? - notei um tom de decepção e frustração em sua voz.

– Desculpa. Pode voltar a dormir. - falei sentindo meu rosto queimar de tamanha vergonha que eu estava sentindo naquele momento. Não sei comi eu iria encara-lo na festa. Naquele momento eu só queria sumir, desaparecer.

– Você ainda vai pra festa do Damen, né? - ele perguntou, eu queria muito poder dizer um lindo e grande não, mas minha aposta não me permitia isso.

– Vou sim. Ashley vai me levar. - respondi a uma pergunta que eu pude perceber que estava por entre suas palavras: "Will vai com você?"

– A tá. Nos vemos lá então? - ele perguntou, percebi que ele ainda estava com sono.

– Acho que sim. Vai dormir, você deve estar com sono. - falei. Ele murmurou alguma coisa, se despediu e desligou.

Apoiei a cabeça entre os joelhos e respirei fundo. Ele estava bem, nada tinha acontecido com ele.

Assim que consegui me acalmar, levantei-me da cama e voltei à banheira. Só então a ficha caiu e a vergonha apareceu. Eu tinha acabado de ligar pra Chris, sem nenhum motivo aparente e ainda não tinha nem dado à mínima atenção às coisas que ele me perguntava.

Afundei-me completamente na banheira e permaneci submersa até sentir meus pulmões queimando, ansiando por ar. Sequei a banheira, vesti um biquíni, peguei meu roupão e desci. Não me importava se ainda eram 5:53 da manhã de um sábado. Eu só queria nadar um pouco, sem me importar com qualquer coisa. Esquecer e enterrar qualquer lembrança e sensação daquele pesadelo.

Saí pela porta de trás da casa, aproveitando que se alguém já estivesse acordado provavelmente não me veria, já que estariam na cozinha. Deixei meu roupão em uma espreguiçadeira e entrei na água, fazendo o mínimo de barulho possível. Preocupei-me com cada braçada que eu dava sem dar qualquer espaço para as lembranças ou pensamentos tomarem minha mente. Senti meus braços doerem, mas não parei, senti meus pulmões pedindo um descanso, mas eu não queria parar. Só fiz uma pausa quando não aguentava mais, senti meus braços se arrepiando.

– Achei que não fosse parar. - virei-me e vi Will apoiado no batente da porta de vidro que eu passara para chegar ali, um sorriso de canto apareceu em seus lábios quando notou meu susto. - Bom dia.

– Bom dia. - respondi com um pouco de dificuldade, tanto por causa do esforço, quanto por causa do susto. Saí da piscina e me enrolei em meu roupão. Senti seus olhos seguindo cada um dos meus movimentos. - Há quanto tempo está aí?

– Uns 10 ou 15 minutos, talvez. Você acordou que horas?

– Que horas são? - perguntei ao sentar na espreguiçadeira e torcer meu cabelo para secar mais rápido.

– Vai dar 7.

– Então não tem muito tempo. - respondi dando de ombros, não precisava que ele se preocupasse comigo.

– Caiu da cama? - ele perguntou ainda rindo, sentando a minha frente.

– Mais ou menos. - respondi fingindo um sorriso. Acho que ele acreditou, já que sorriu mais ainda. - E você, o que faz aqui a essa hora? - tentei mudar de assunto, para um que não fosse direcionado a mim.

– Trabalho no jardim quando não sou seu motorista pessoal. - ele riu e eu o acompanhei. - Enfim, eu rego as plantas, podo as árvores, retiro as folhas da grama e também limpo a piscina. É o trabalho do meu pai, mas ele precisa de ajuda às vezes. - ele respondeu dando de ombros.

– Onde você mora pra chegar aqui tão cedo?

– Você já olhou todo o jardim que cerca sua casa? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça, eu ainda não tivera tempo de explorar o jardim. Planejava fazer isso amanhã, no domingo. - Então, seguindo esse caminho de pedra que passa por entre as árvores, você vai chegar a um aglomerado de casas. Cada pessoa que trabalha aqui tem uma casa lá. Moro com meu pai, ao lado da casa de Samantha.

– Entendi agora o porquê que vocês sempre chegam tão cedo por aqui. - comentei sorrindo. Ele sorriu também.

– A casa não é tão grande quanto essa, - ele disse rindo, sorri também. Era fácil sorrir quando ele estava sorrindo. - mas dá pra morar. E como só vive eu e meu pai na casa, ela não precisa ser muito grande.

– E sua mãe? - perguntei percebendo que até agora ele não tinha dito nada sobre ela.

– Ela se separou do meu pai quando eu tinha um ano e meio. Não costumo vê-la com muita frequência, mas não tenho nada contra ela e nem ela contra mim. Hoje ela é casada e já tem uma filha. Até que nos damos razoavelmente bem.

– Isso é muito bom! Mas é seu pai? Ele aceitou bem isso? - perguntei receosa.

– Logo no início ele ficou muito triste. Lembro que até quando eu tinha uns cinco anos ainda o via chorar no quarto, escondido. Hoje em dia ele já superou, as vezes até o vejo conversando com outras mulheres. Antes nem isso ele fazia.

– Pelo menos ele superou, né? - falei, um pouco mal por ter puxado esse assunto.

– Vai fazer alguma coisa hoje? - ele perguntou esperançoso.

– Vou sair com Ashley, por quê? - perguntei curiosa, mas agradecendo mentalmente por ir a essa festa. Não podia nem pensar em ter um encontro.

– Nada não. Se você fosse ficar em casa ia te chamar pra jantar comigo e com a Sam. - ele respondeu um pouco desapontado. Comecei a sentir frio quando um vento gelado passou por nós. Abracei-me no roupão. Will se levantou. - Vou voltar ao trabalho. Vá vestir uma roupa mais quente, você parece que está com frio.

– E estou. - falei rindo, ele sorriu também é saiu em direção a estrada de pedra que tinha ali. No qual, segundo ele, levava diretamente à casa dos empregados.

Entrei e subi direto ao meu quarto. Tomei um banho rápido no chuveiro, com água quente, apenas para lavar meu cabelo e tirar o cloro da piscina. Vesti um short e um blusão confortável e parei em frente ao espelho da pia, olhando meu reflexo enquanto penteava meu cabelo.

– Ashley vai me matar. - sussurrei pra mim mesma ao notar as pequenas olheiras embaixo dos meus olhos. Contive um bocejo.

Decidi tirar um cochilo enquanto ela não chegava. Liguei a TV do quarto e deitei na cama. Precisava de algo pra distrair a mente, mesmo que minha intenção fosse dormir.

– Amy, acorda! Você ainda não almoçou e temos que começar a nos arrumar. - fui acordada por uma Ashley me balançando freneticamente pelo braço.

– Que horas são? - perguntei bocejando enquanto me sentava na cama. A televisão já estava desligada. Parecia que eu tinha dormido apenas alguns minutos.

– Vai dar duas da tarde. E a Sam me disse que você ainda não almoçou. - ela disse demonstrando que estava levemente irritada. Só então me liguei na hora que ela disse.

– Já vai dar duas horas da tarde? - perguntei pausadamente, ainda incrédula. Ela acenou com a cabeça e eu levantei rápido da cama indo direto para o banheiro, lavar meu rosto para dissipar o sono. Voltei para o quarto e encontrei Ashley sentada na cama mexendo no celular.

– Então, não sabia que você dormia até tão tarde assim. Se e soubesse teria vindo mais cedo pra adiantarmos nosso lado. - ela disse. Bloqueou o celular e me olhou. Seu olhar passou de divertido para espanto e raiva. - Emily Johansson Neeson, como a senhorita conseguiu essas olheiras horríveis em seus olhos? - ela perguntou. Ok, não sabia ainda como ela tinha descoberto meu nome todo, mas sabia que ela estava com raiva. Lascou!

– Não consegui dormir direito. - contei parte da verdade, ela me olhou desconfiada, como se pudesse ler minha alma. Vindo dela não duvidaria se ela adivinhasse.

– Por que você não conseguiu dormir direito? - perguntou olhando nos meus olhos. Sabia que ela veria se eu estava mentindo pelas minhas pupilas. Já que quando as pessoas mentem suas pupilas dilatam.

– Acordei muito cedo não me sentindo muito bem. Demorei pouco mais de uma hora pra dormir de novo. - novamente não menti. Não queria falar do pesadelo, até porque agora eu só tinha curtos flashes do que tinha acontecido. Só me lembrava do campo, do carvalho, do olhar de dor de Chris e um grito de dor que eu nunca escutara antes, mas só de pensar nele sentia um calafrio percorrer meu corpo.

– Pesadelos? - ela perguntou depois de um tempo pensando. Apenas assenti. - Quer falar sobre isso?

– Acho melhor não, nem me lembro mais de como foi. É como se nunca tivesse sonhado. - respondi dando de ombros, aproveitando que ela desviara os olhos no momento em que eu disse que não lembrava.

– Tudo bem, nada que corretivo, base e pó não resolvam. - ela disse também dando de ombros. Suspirei, minha tarde seria longa. - Vá comer alguma coisa que eu vou arrumar as coisas que vamos usar aqui. Se quiser pode chamar Sam pra nos ajudar.

Apenas assenti novamente e saí. Ashley já sabia sobre o que eu decidi sobre Sam, e ao que parecia, elas tinham uma boa relação. Almocei rapidamente, comi muito pouco, já que não estava com fome, e voltei para meu quarto com Sam. Encontrei-a no closet, olhando minhas joias.

– Acho que esses vão ficar ótimos. - ela disse assim que entrei no closet, me mostrando um par de argolas, um bracelete e um colar de ouro.

– Gostei das argolas e do bracelete, mas não vou trocar meu colar. Posso até tirar as pulseiras, mas o colar não. - falei segurando meu colar, ela se aproximou e pegou para analisá-lo.

– Tudo bem, ele é lindo mesmo e combina com o vestido. - ela disse voltando para a gaveta de joias que ela deixara aberta. - Por que você não quer tirá-lo?

– É como se fosse meu amuleto da sorte, não costumo tirá-lo. - disse dando de ombros e me sentando no sofá que tinha no meio do closet, entre as imensas prateleiras de roupas, sapatos e joias que não estavam nem metade cheias.

– Deixe-me adivinhar, suas pulseiras também? Ah, e o anel também. - ela disse e eu assenti. - Sabia que já vieram me perguntar se você é casada? Acho que te viram usando uma aliança e desconfiaram.

– Tanto faz. Também não pretendo tirá-la. Posso saber com qual roupa eu vou para essa festa?

– Ainda não. Primeiro vamos arrumar nossos cabelos, depois maquiagem e por último roupa. - revirei os olhos com isso. Se o último seria a roupa, provavelmente seria bem próximo a hora da festa, ou seja, sem chances de trocar antes de ir.

A tarde até que foi divertida. Aproveitamos que era sábado e fizemos uma videoconferência com Belle. Ela, Ashley e Sam ficavam discutindo sobre como deveria ser meu cabelo, que estava uma bagunça completa já que eu dormi com ele molhado. Elas decidiram modelar os cachos e deixá-los presos até decidirem se eu iria com o cabelo solto ou com algum tipo de penteado.

Quando terminaram de prender os cachos, fui tomar um banho enquanto Ashley arrumava o dela. Já devia ser umas 5 horas da tarde quando tinham terminado de refazer meus cachos. Tomei um banho rápido e logo voltei ao quarto enrolada em um roupão, usando apenas minhas roupas íntimas por baixo. Ordens de Ashley. Segundo ela, se eu colocasse alguma roupa, quando eu fosse tirar pra colocar o vestido da festa, bagunçaria todo meu cabelo.

Eu tinha virado boneca de teste nas mãos daquelas três, que se uniram pra ficar fazendo e desfazendo coisas no meu cabelo e rosto.

Ashley já tinha terminado o banho e estava terminando de fazer seu penteado, ela deixara seus cabelos quase que completamente soltos, exceto pela parte frontal, que estava presa em um coque um pouco bagunçado, com alguns cachos pendendo dele. Enquanto ela terminava o próprio cabelo, com ajuda de Sam, eu pintava minhas unhas com um vermelho sangue que Belle tinha escolhido. Ao que parecia, enquanto eu tomava banho Ashley mostrou meu vestido para Belle, agora ela estava sempre opinando sobre como poderia ser a maquiagem e o penteado.

Quando Ashley terminou com seu próprio cabelo e maquiagem, veio terminar o meu e soltou cada cacho com a ajuda de Sam. As vezes ela jogava meu cabelo de um lado pro outro, outras puxava parte dele pra cima ou pros lados. No final ela optou por um coque malfeito que, segundo Belle, me "daria um ar mais sexy quando estivesse com o vestido". Ela não pesou muito na maquiagem. Delineador bem marcado, rímel e lápis preto apenas para destacar a cor dos olhos e um batom vermelho sangue, da mesma cor do esmalte, para destacar os lábios. Sem contar, é claro, com o pó, corretivo e base que ela teve que usar pra cobrir minhas recém adquiridas olheiras.

Ambas terminamos de nos arrumar às 6:43, faltava apenas o vestido e o sapato. Até as joias já estávamos usando.

Ashley pegou primeiro seu vestido, um vermelho tomara-que-caia, justo ao seu corpo, com um decote que ia até o final do seu busto. Olhando o vestido dela, fiquei com medo de como seria o meu. Embora ela estivesse muito bonita naquele vestido, vestidos muito justos não faziam meu tipo. Por fim ela pegou o meu. Ele era preto e coberto por camadas de franjas da mesma cor. Era justo e muito curto. Não cobria nem metade das minhas coxas.

– Eu não vou usar isso. - falei olhando-me no espelho. Analisando bem o vestido.

– Por que não? Você está linda! - as três disseram juntas. Olhei feio para todas elas que deram de ombros, Belle mandou um beijinho só pra me provocar. Revirei os olhos e voltei-me para o espelho. Eu estava realmente bonita, mas ainda não meu sentia confortável com aquele vestido que deixava minhas pernas e braços descobertos. E nem tinha o cabelo pra disfarçar um pouco.

– Posso pelo menos... - Ahley me cortou assim que comecei.

– Não, não pode. Eu ganhei a aposta. E você está muito linda, você não vai estragar a nossa produção. - Ela respondeu levemente irritada. E eu só ia pedir pra soltar o cabelo... - Agora calce seus sapatos e vamos, porque já são 7:18 e a festa já deve ter começado daqui que a gente chegue lá. - ela completou me entregando um sapato preto de salto vermelho, muito alto por sinal. - Ah! E sua bolsa, pra combinar com o salto do sapato e destacar mais ainda seu batom. - ela me entregou uma bolsinha de mão de um vermelho escuro.

Só fiz o que ela mandou, calcei meus sapatos, guardei meu celular, o batom quer estava usando, minha chave e meu remédio para alergia dentro da bolsa e saí com Ashley logo depois de encerrar a chamada com Isabelle e nos despedir de Sam, que disse que avisaram aos meus pais que eu tinha saído. Depois da ameaça disfarçada que Lindsey tinha feito, dificilmente saía de casa sem meu remédio de alergia.

– Não é melhor levar um casaco? - perguntei enquanto descíamos as escadas.

– Pra quê?

– Sei lá. E se ficarmos com frio? As noites costumam fazer muito frio por aqui. - respondi dando de ombros. Ashley parou onde estava e se virou.

– Amy, você está indo para uma festa de colegial, na casa de seu colega onde não terá nenhum responsável presente. Vai ter muita bebida, comida, dança e pegação. Você acha mesmo que você vai ficar com frio? - ela ergueu uma sobrancelha, o que me irritou levemente. Tudo mundo sabia fazer aquilo?!

– E se eu não quiser beber, nem comer, nem dançar e nem me "pegar" com ninguém? - perguntei fazendo aspas no ar quando usei o mesmo que ela usara a pouco.

– Você vai achar alguma coisa pra fazer. Agora vamos se não chegaremos atrasadas e eu não quero perder nem um minuto dessa festa. - ela disse descendo as escadas animadamente.

– Deixe-me adivinhar, você pretende beber, comer, dançar e pegar geral essa noite? - eu já estava, de certa forma, acostumada com isso. Isabelle sempre foi de fazer isso muito, de ir a festas e ficar com uns dois ou três garotos. Ela só não bebia até ficar muito bêbada porque, segundo ela, ressaca é uma droga.

– Como você adivinhou? - percebi a animação na voz dela.

– Estou indecisa ainda. Estou entre sua animação palpável para ir, o fato de você estar andando aos pulos ou sua pressa pra chegar logo lá. - fingi que pensava. - Hum.... Acho que foram os três juntos.

Ela riu e eu a acompanhei. Quando estávamos perto do carro dela, senti um calafrio percorrer meu corpo. Olhei para todos os lados em busca de alguma coisa, qualquer coisa que fosse. Não achei nada além do jardim que rodeava e abria caminho à casa. Estava tudo normal. Dei de ombros e entrei no carro junto com Ashley.

– Essa festa vai ser épica! - ela disse dando partida no carro.

– Me promete que não vai ficar bêbada. - falei, era pra ser uma pergunta, mas soou mais como uma imposição.

– Posso te prometer que um dia você ainda vai me agradecer por estar te levando a essa festa. - ela disse e eu revirei os olhos.

– Não tá ajudando. Sou capaz de apostar que você vai me deixar sozinha lá.

– Igual quando você apostou que os meninos não perguntariam de novo? - ela perguntou rindo e eu decidi deixar pra lá. Sabia que de uma forma ou de outra iria sobrar nessa história, só esperava que ela não ficasse tão bêbada a ponto de não poder me deixar em casa. Não queria ter que ligar pra Will ir me pegar no meio da madrugada.


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Notas finais do capítulo

Iai, gostaram? O que acharam do sonho? Alguma expectativa pra festa? Então, eu tenho esquecido de colocar os links da história aqui... Então aqui estão eles:

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140906891&.locale=pt-br - Capítulo 20

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140907031&.locale=pt-br - Capítulo 21

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140907237&.locale=pt-br - Capítulo 22

E o desse capítulo: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140907363&.locale=pt-br

Se tiver algum erro me avisem por favor ^^ Obrigada por estarem acompanhando, isso me deixa muito feliz!!!



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