A melhor derrota de Son Goten escrita por Branvermelha


Capítulo 9
E se ela ganhar?


Notas iniciais do capítulo

Vamos ver como foi o encontro da Marron e da Bra !



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451723/chapter/9

Bra seguiu com o treinamento até às 14h:30min.

Dado esse horário, ela saiu da câmara gravitacional e foi para seu quarto a fim de tomar um banho e trocar de roupa.

Assim fez. Vestiu uma saia amarela, uma regata vermelha, secou e deixou o cabelo comprido solto. Escolheu e calçou um de seus mais de 50 pares de sandálias.

Ás 15h em ponto, a Briefs já estava na varanda de seu quarto, olhando para o céu azul e esperando. Um sorriso malvado não conseguiu ser reprimido ao repassar mentalmente sua estratégia a ser usada quando a sua amiga chegasse. Ela podia até não saber ser sexy, contudo sabia muito bem ser má. Alguém duvidaria disso?

15h:48min.

– Pensei até que tinha desistido de aparecer... – Bra comentou alto quando Marron, vestindo um terninho feminino e segurando uma pasta lotada de papéis, pousou na varanda.

– Desculpe o atraso. Meu chefe dificultou a minha saída... Ufa – A garota disse passando a mão no cabelo a fim de conferir o quão arrepiado se encontrava.

Bra convidou a loirinha para entrar no aposento, indicou uma estante onde ela poderia colocar a pasta pesada e as duas se sentaram e se acomodaram na cama.

Ali conversariam.

– Nervosa? Ansiosa? Por que essas sensações são normais quando se está a um dia de beijar um rapaz pela primeira vez – Marron perguntou dando uma piscadela para a menina a sua frente seguida de sorriso irritante.

A caçulinha dos Briefs até sentiu aquelas borboletas no estômago ao ouvir a pergunta, mas comparado aos dias anteriores, ela, além de atuar bem, estava verdadeiramente muito mais segura da vitória. Além do mais, ceder a esses sentimentos enfraquecedores não faz parte do seu plano. Foi por isso que sua voz sequer tremeu quando respondeu em tom de desafio.

– Eu? Haha. Eu não. É você que devia se preocupar, pois será minha secretária por um semestre inteiro e não pretendo ser boazinha, fique sabendo.

Marron ergueu as sobrancelhas intrigada. Se não lhe falhasse a memória, no dia em que o desafio foi proposto, Bra, mesmo disfarçando ao máximo, transparecia nervosismo e insegurança. Porém, agora, todos esses sentimentos pareciam ter desaparecido. Ela observava as feições da menina, procurando qualquer sinal de ansiedade. Quem disse que achava? “Será que essa moleca de língua afiada está blefando ou será que realmente achou uma forma de sair vitoriosa? Mais que bobagem. Essa patricinha está blefando... E por sinal muito bem”.

– Quer dizer que está mesmo aberta ao aumento das apostas?

– Eu estou. E você? Está disposta a aceitar uma cova mais funda?

Essa meteu medo na loira, não se pode negar, pois a mesma estremeceu internamente. “Muito, muito estranho. Ela está segura demais... Mas não posso deixar ela me intimidar. Puts, sou mais velha que ela!”.

Bra, em contrapartida e, percebendo a hesitação da colega a sua frente, lhe ofereceu o seu sorriso mais zombeteiro.

– Precisamos de uma testemunha. Vou ligar para Pan vir para cá. De qualquer forma, ela também está metida nisso – A loira declarou tirando do bolso seu celular e já discando o número. – Alô? Pan? Pode falar agora?

Meia hora depois, uma Pan desconfiada se junta às duas garotas. Ela estava em casa, terminando de digitar um trabalho, no momento da ligação e veio o mais rápido possível.

Ao constar a veracidade das novas notícias e ouvir as mesmas dos próprios lábios da colega loira, não conseguiu evitar empalidecer.

Desde o início, quando a aposta foi feita, Pan não achou boa ideia. Entretanto Marron lhe convenceu que não havia nada para se preocupar, afinal, nunca seria o dia em que a Bra derrotaria o Goten, certo?

A menina de cabelos pretos arregalou os olhos. A aposta ia ser aumentada e o rosto da Briefs era mais sereno do que brisa e, ao mesmo tempo, mais traiçoeiro que cobra.

Naquele instante, ela soube: perderiam.

Branca como a neve, Pan pediu licença e puxou a garota loira para um canto do cômodo onde pudessem conversar rapidamente sem serem ouvidas.

– Vamos acabar com tudo isso, Mah, por favor – Pan sussurrou em tom de súplica.

– De jeito nenhum. É isso que ela quer, não vê? Está blefando com força – Marron cochichou de volta tentando também convencer a si mesma. – Se ela quer aumentar mais a aposta. Azar o dela, porque é ela que vai perder mesmo.

– Mas... E se ela ganhar?

– Im-pos-sí-vel. Confie em mim – dito isso, a loira puxou sua colega para voltarem para onde a outra menina de cabelos azuis aguardava sentada na cama, pernas cruzadas, olhando as unhas.

– Ouça bem. Se você perder, além de beijar o Goten, vai ter que... Que... – Marron parou para refletir por alguns instantes e prosseguiu. – Próxima semana vai ser o aniversário da Pan e sei que Videl vai fazer uma festona e convidar todo mundo. Pois bem, quero que, logo após “o parabéns para você”, você anuncie um brinde comemorativo em homenagem a Pan e, nesse brinde, você vai confessar, em alto e bom som, sua enorme atração FÍSICA e emocional pelo Goten para todo mundo, inclusive o próprio Goten e seu pai, ouvirem!

Maldita seja a filha vadia do Kuririn e da Número dezoito!”, Bra não conseguiu reter esse pensamento. Apesar disso, não desceria do salto.

– Ok, diabo loiro. Foi bom você bom me lembrar dessa festa de aniversário, porque se eu ganhar, você - apontou para Pan a qual ficou mais branca ainda – vai se declarar para meu irmão no típico discurso de aniversariante E vai anunciar que não está usando calcinha no momento e você – apontou para Marron a qual ergueu uma das sobrancelhas, em provocação – vai fazer TUDO o que eu mandar até o fim desse semestre. E minha primeira ordem será para você cortar seu cabelo acima do pescoço!

– Que seja – Marron falou inconscientemente agarrando as pontas do seu cabelo. Ela amava seu cabelo assim comprido. “Demônia!”. – Mesmo esquema. Apertamos as mãos e está feito.

– Esperem!! – Pan gritou poucos segundos antes de suas duas colegas firmarem o acordo com o aperto de mãos. – Pra mim já chega! Quero sair disso!

“Menos uma...” Bra contou mentalmente feliz. A estratégia deu certo. Ela só queria acertar contas com idealizadora dessa babaquice toda no final das contas.

– Pan, não! - A garota gritou temendo ficar sozinha nessa. – Ela só está tentando nos intimidar!

– Não importa se ela está ou não blefando! Eu estou fora! Podem me chamar de covarde, furona... Não me importo.

– Pan... – Marron parou a fala, pois pela expressão exposta no rosto da Son, não havia volta. –... Fica para ser a testemunha então?

– Fico sim – A garota de cabelos pretos disse já respirando melhor e com a cor voltando a sua face.

– Hey, Mah. Você devia ser tão inteligente como a Pan e pular fora enquanto pode – Bra falou fazendo uma cara épica de cínica e já estendendo a mão direita.

A Briefs percebeu a hesitação por parte da loira, mas depois viu a mesma lançar lhe um olhar raivoso enquanto apertava sua mão. Já se esperava a não desistência dela no final das contas.

– Senhoritas, a aposta está aumentada – Pan declarou olhando para uma Marron trêmula de raiva e para uma Bra inabalada.

Em seguida, Pan e Marron se despediram (a primeira com um aceno incerto de mão e a segunda com um olhar gélido) reforçando a presença no encontro de amanhã às 19 horas naquele lugar deserto distante de West City.

A partir de agora, não só o orgulho de duas garotas estava em jogo, mas também a amizade entre elas.

Bra até refletiu sobre isso. No fim deixou para lá. “Foi ela que começou e pretendo terminar...”.

A noite trouxe os ventos frios. E também trouxe um rapaz de cabelos roxos do trabalho para casa.

Bra reforçou o comunicado da mudança do horário da luta para ele após o jantar.

– Certo. Depois do trabalho em vez de vir para cara, eu vou direto para lá – Trunks disse cruzando os braços.

A Briefs agradecia por ele ter chegado a essa conclusão. Dessa forma ele não veria o uniforme dela antes do confronto de jeito nenhum e, portanto, sem obstáculos. Ele ia ficar irado quando a visse lá, mas fazer o quê... É a vida. Além do mais, vai ser tarde demais.

– Ótim..., digo, é melhor para você mesmo. Hehe – “Porcaria, foi por pouco”.

– Só pra eu saber, qual será a desculpa que você dará para sair de casa a essa hora?

– Sei lá. Vou dizer que vou dormir na casa da Pan.

– Mmm. Tá. E o uniforme? A mamãe fez para você?

– Ah. Sim, sim. – Realmente tinha feito. Top, short, botas de cano alto, luvas. Ele estava nesse momento muito bem escondido dentro de um compartimento secreto do seu guarda-roupa. – Ele é... Mais ou menos do jeito que você sugeriu.

– Sério?

– Claro, claro. Só não te mostro agora, por que quero ver sua cara de... Surpresa quando o vir. Hehe. É inspirado na roupa do papai, sabe – Essa última parte era até verdade por causa das cores azul e branco. Só por isso. “Kamisama, o quanto de mentira que já contei só nesses 3 dias me condena”.

– Legal, Bra! – Trunks sorriu e Bra suspirou aliviada. – Então está pronta para amanhã mesmo? Estou curioso para saber o que você vai aprontar, pois posso sentir que seu ki aumentou um pouco, sabia? Estou orgulhoso de você. Mesmo que você perca, saiba que seu esforço pra mim já valeu.

Ao ouvir isso, Bra se sentiu mal. Sim, sabia ser má, mas seu coração estava longe de ser gelo ou pedra. “Preciso focar no importante dessa história que é derrotar o idiota do Goten e nada mais”.

– Só tenho medo que você acabe ficando muito bravo comigo... – A menina comentou baixinho. Tão baixinho que seu irmão sequer ouviu.

Aquela noite seria longa. Bra sentia que ia demorar a dormir.

Fim do terceiro dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se não me engano o próximo capítulo será a concentração final para o início da luta entre o Goten e a Bra.
Beijos !