Quando O Vento Selvagem Sopra. escrita por Anna


Capítulo 41
Quarenta e um


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente. Como vão? Peço desculpas pela demora, mas a escola já está tomando meu tempo. Boa leitura e espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451688/chapter/41

—Você fez o que?

—Você não precisa gritar, Gina.

—Hermione, onde está sua sanidade metal? O que achou que aconteceria ao ir na casa de Anges? Que vocês se abraçariam, ela te pediria desculpas e virariam amiguinhas? – a ruiva ergue os braços, indignada.

—Eu só achei que ela poderia esclarecer o que aconteceu, não que ela iria me atacar depois de cinco segundos na casa dela. –respondo, com um saquinho de gelo na cabeça, tentado disfarçar a tontura que me atingia.

—Claro que ela faria isso! Você tem sorte por Anthony aparecer lá. –ela volta a se sentar ao meu lado, suspirando. –Está melhor?

—Ainda estou tonta, mas estou sim. –respondo, sem olhá-la.

—Eu vou tomar água, quer algo? –a ruiva se levanta.

—Não, obrigada. E Gina, -chamo quando ela alcança a porta. –os copos estão na segunda porta.

—Okay. –ela sorri, descendo para a cozinha.

Levanto da cama assim que Gina some de vista e caminho até o espelho do banheiro. Analiso o corte na minha cabeça, e percebo como foi profundo. Levo meus dedos até ele, molhando eles de sangue. Volto para o quarto e pego o pano úmido mais uma vez, estancando o corte feito pela garota, que me odeia mais que nunca.

Vou lhe resumir o nosso encontro.

Assim que entrei na casa de Anges, que estava sozinha, tentei conversar com ela, o que não deu muito certo. Ela disse que sabia o porquê de eu estar ali, e que não tinha nada para me falar, que ela não era a culpada de tudo, pelo menos não sozinha. Aí então, quando tentei dizer algo, ela meio que perdeu o controle, falando sobre eu ter roubado Harry dela, que eles estavam bem juntos até eu aparecer, e muitas outras coisas sem sentido. E sacou a varinha, sem me dar tempo para fazer o mesmo e me defender. Eu apenas me lembro de cair e bater a cabeça em alguma coisa. Quando consegui me levantar, travamos uma pequena batalha, feitiços voando por todos os lados. E então, Anthony chegou, imobilizando a irmã e me dando chances de sair de lá. Não, eu não vou dizer que fugi, pode perder suas esperanças. Quando voltei para minha casa, a ruiva me esperava na sala de estar, e começou a cuidar do corte –e de alguns outros ferimentos – enquanto me xingava o máximo que podia.

Acho que ela tem razão. Eu não deveria ter ido até lá.

Mas, quem sabe, as palavras de Ange estejam certas. Ela não tinha culpa sozinha. Mesmo que fosse mínima, Harry também tinha sua parcela de culpa. Ou eu apenas havia batido a cabeça com força demais?

‘’Acho que a segunda opção.’’

‘’Consciência, você voltou!’’

‘’Sim, percebi que você não é nada sem mim. Só faz besteiras..’’

‘’Certo, já pode voltar para onde estava.’’

‘’Eu também te amo, Granger.’’

Deitei-me na cama, fechando os olhos e afastando os pensamentos estranhos que me ocorriam agora. Aproveitei que Gina não demorou muito para voltar e me distraí, até que ela resolve ir embora, mesmo relutante.

—Gina, qual o problema em você dormir aqui? –pergunto, pela milésima vez.

—Eu tenho que ajudar Su amanhã cedo, e não quero te acordar por isso. –ela pareceu pensar. –Mas você não pode ficar sozinha aqui.

—E por que não? –pergunto, sem acreditar no que ela diz. –Gina, vão fazer três anos que eu moro aqui.

—Sim, mas você nunca teve um corte super gigante na sua cabeça, a ponto de estourar para cuidar. Eu já sei. –ela diz, depois de instantes pensado.

—O que vai fazer? –pergunto, mesmo com medo da resposta.

—Você verá. Agora, quietinha aí, senhorita. E nada de querer fugir, entendeu bem? –ela veio até mim e me abraçou, enquanto eu associava suas palavras.

—Gina, não! Ele não, por favor.

—E por que não? Vocês precisam de um tempo para conversarem, e ele pode cuidar de você se precisar.

—Eu não quero vê-lo, Gina. Não agora. –digo, voltando para a cama de onde me levantei.

—Hermione, olhe para mim. –ergo os olhos, encarando a ruiva. –Eu não sei o que aquela cretina lhe disse, mas você prefere acreditar nela a acreditar em Harry, que te conhece há onze anos? –eu desvio o olhar, encarando a parede ao meu lado. –Achei que sim. Até logo, Hermione.

Escuto o som dela aparatando, e me preparo psicologicamente para explicar o que aconteceu mais uma vez. Visto o pijama e desço até a cozinha, preparando uma xícara de café um tanto forte.

Uns cinco minutos depois, ouço uma batida na porta. Respiro fundo e vou até ela, verificando pelo olho ‘mágico’ quem é. Respiro fundo e abro a porta, tentando sorrir.

—Oi. –cumprimento ele, que entra ainda me olhando.

—Oi.

—Sinta-se em casa. –digo, fechando a porta novamente.

—Gina me disse o que aconteceu. –ele fala, depois de um tempo em silêncio. –Por que fez isso?

—Eu... eu queria falar com ela, só isso. –respondo, largando a xícara na pia.

—E então?

—Então o que? –tento não olhar para seus olhos.

—Qual sua conclusão? Conseguiu o que queria, além de um corte gigante? –ele me pergunta, sua expressão séria e preocupada.

—Isso não vem ao caso agora. –digo, me virando em direção à sala.

—Não? Tem certeza? Então você foi lá porque queria um pouco de emoção na sua vida, Hermione? Não pensou que ela poderia querer te machucar caso fosse lá?

—Isso não importa agora, Harry, okay?! Aconteceu. E, caso queira realmente saber, não, não me ajudou em nada. Quer dizer, quase nada.

—Como assim? –ele pergunta, seu rosto se contraindo quase imperceptivelmente.

—Ela teve suas razões, Harry. E quer saber quais são? Ela te ama. Anges disse isso com todas as letras. Ela te ama, e a única coisa que atrapalha vocês dois, para que possam ficar juntos, sou eu. E é por isso que ela vai fazer de tudo para que eu sofra tanto quanto ela sofreu. E acho que ela pode ter razão. –sinto meu rosto molhando, lágrimas que não consigo controlar.

—Hermione...

—Vai ver, Harry, ela está certa. Talvez você deva ficar com ela. Acho que assim, finalmente teria sossego na vida, sabe? Viver como alguém normal, sem bilhetes, ou ameaças. Quem sabe isso não seja melhor para todos...

—Hermione, não fale besteiras. Eu nunca ficaria com ela, mesmo ela tendo mudado.

—Ela mudou? Tem certeza? –pergunto, limpando o rosto com as costas da mão.

—Ela estava normal há algumas semanas. Não psicótica desse jeito..

—Isso não importa, acho melhor você...

—Hermione? –a voz de Harry fica cada vez mais distante, como se eu fosse puxada para um universo paralelo. –Hermione?

A única coisa da qual me lembro, são os braços de Harry em torno da minha cintura, antes de eu apagar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem, favoritem... essas coisas. E aproveitem, porque a partir de agora, são somente mais dez capítulos. Sim, eu sei. Estou triste, mas fazer o que?! Até logo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando O Vento Selvagem Sopra." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.