Capítulo VI – Surprise!

Gina Weasley

Naquela noite demorei muito para que eu conseguisse pegar no sono, embora eu estivesse realmente exausta e meio sonolenta de tanto que eu havia chorado pelo trasgo montanhês do Robert, mas o que realmente me impediu de dormir era o que Harry havia me dito.

Ele realmente me amava e sempre me amara, mesmo quando eu jurava que nunca mais poderia ouvi-lo dizer palavras doces para mim ele me ainda me amava. Eu realmente fora uma tola ao acreditar que ele não me queria mais, afinal a realidade era que havíamos sido feitos um para o outro. Isso soa como um conto de fadas, não é?

Mas em contos de fadas seriamos felizes para sempre, o que na vida real, não seria assim já que ele tinha uma namorada que o amava e eu só poderia rezar para que depois dessas minhas férias aprendesse a superar toda a nossa história novamente, e para que isso ficasse mais fácil, eu, a partir de agora, evitaria ter contato com ele, o máximo seria “Olá!”, “Bom dia!”, “Boa tarde!” e um breve “Boa noite!”. Fácil? Não, isso não seria nem de perto fácil, mas se eu quisesse ficar inteira após as férias dele, eu precisaria fazer isto.

Na verdade eu acho que nosso destino não queria um ao lado do outro, caso contrário tudo teria sido muito mais fácil desde o início.

Lembro-me de quando o vi pela primeira vez, no portal que levava à Plataforma 9 3/4, antes de embarcar pela primeira vez no majestoso e incrível Expresso de Hogwarts. Desde aquele dia eu havia ficado encantada com sua beleza, seus lindos olhos cor de esmeralda, emoldurado por cílios longos e espessos, sua pele pálida e seu cabelo negro desgrenhado. Mas, o problema é que ele sempre me vira como a irmã caçula de seu melhor amigo, enquanto eu, tola, fazia de tudo para que ele me notasse.

Quando enfim conseguimos ficar juntos aconteceu o que aconteceu. Tivemos que nos separar por causa de um time que agora desistira de mim. Realmente, nosso destino não estava entrelaçado...

— Gina! – minha mãe chamava do pé da escada.

— Já estou indo mãe. – coloquei meu travesseiro, que eu abraçava, na cabeceira de minha cama e desci para a sala onde ela estava. – O que foi? – indaguei.

— Preciso de sua ajuda com uma coisa. – disse-me com um sorriso maroto.

— Por Merlin, o que está aprontando desta vez, mamãe? – questionei colocando a mão na testa.

— Venha até a cozinha e eu lhe contarei, pois ninguém pode ficar sabendo disto. – disse-me arrastando para a cozinha onde não havia ninguém, exceto nossa coruja Errol empoleirada na janela.

Harry Potter

Pronto! Agora tudo seria mais fácil, quer dizer, nem tão mais fácil assim, porém um pouco mais.

Eu havia contado toda a verdade a Gina, a verdade de que eu ainda a amava assim como sempre a amei, e agora que Robert havia terminado com ela havia uma chama de esperança, mesmo que mínima. Claro que ela deveria estar terrivelmente chateada com a carta que recebera daquele idiota, mas logo ela ficaria melhor, com a ajuda da Hermione e Luna.

Mas, ainda havia a questão de Karen, que era outro assunto muito delicado a se tratar. Embora eu não a amasse não poderia magoá-la, isso ia contra meus princípios, magoar uma garota, então eu precisaria arrumar um modo sutil e menos drástico de terminar com ela. Isso é claro, levando em consideração que não havia um modo legal de terminar com alguém.

Eu precisaria conversar com Gina, explicar a ela que eu precisava de um tempo para achar um modo de terminar com Karen e então poderíamos ficar juntos de uma vez por todas.

— Pelos calções sujos de Merlin, Harry! Estou falando com você! – resmungou Rony.

— Oh, me desculpe Rony, estava com a cabeça longe. – desculpei-me.

— Aposto que sua cabeça estava em certa ruiva, que por um acaso do destino é minha irmã, acertei? – sorriu maroto.

— É. – ri sem graça – Acertou.

— Então vão ficar juntos de vez ou não?

— Não é tão fácil quanto pensa, Ron. – expliquei – Embora ela já esteja livre do Robert, eu ainda tenho a Karen e preciso terminar com ela para depois pedir Gina em namoro, isso se ela aceitar.

— Claro que vai, ora essa! – retrucou – Ela é louca por você!

— E eu por ela. – completei – Porém, eu tenho a Karen, não posso simplesmente terminar com ela, não quero magoá-la.

— Entendo você, cara. Mas, é melhor agir rápido com isso, antes que seja tarde demais. – alertou.

— Certo.

Como eu terminaria com ela? Por uma carta? Fora de cogitação, se eu vou terminar com ela tenho que ser homem e terminar com ela pessoalmente e não igual ao covarde do Robert. Mas, então teria de esperar o fim das minhas férias para terminar com ela? Não. Preciso arrumar um modo de falar com ela antes que minhas férias terminem. Vou então marcar de encontrar com ela, mandarei uma coruja.

— Já sei! – exclamei. – Vou mandar uma coruja para ela, eu marco de encontrar com ela e então converso com ela.

— Boa ideia, mas acho melhor mandar amanhã, hoje Errol já vez uma viagem e sabe como essa coruja é estabanada fazendo apenas uma quem dirá duas por dia. – avisou.

— Tudo bem, amanhã de manhã eu mando. – disse decidido.

Claro que eu estava nervoso com isso tudo, não gostava de terminar com ninguém. Lembro-me quando tive que terminar com Gina, me preparei durante uma semana emocionalmente, e mesmo assim fiquei horrivelmente mal quando terminei com ela.

Rony, como se lesse meus pensamentos, segurou no meu braço – que estava apoiado no joelho – e o sacudiu, um claro sinal que diz: “Não se preocupe, dará tudo certo. Estou com você.”.

... Na manhã seguinte...

Uma noite mal dormida é o mesmo que uma semana em claro. Mas, eu já sabia que não conseguiria dormir, passei a noite em claro pensando no que eu escreveria naquela maldita carta, e até agora eu não conseguia ter uma ideia formada sobre o que escreveria nela.

Levantei-me da cama e estendi o lençol sobre ela arrumando-a, em seguida fui tomar um bom banho matinal para que tirasse um pouco do sono que estava impregnando em meu corpo. A água estava fria, propositalmente, e isso ajudou um pouco me deixando mais alerto, assim que terminei de tomar o banho troquei-me e desci para a cozinha a fim de tomar o delicioso café da manhã preparado pela senhora Weasley.

— Harry! – Rony alcançou-me antes de descer o último lance de escada – Se eu fosse você não iria até a cozinha.

— O que? Por quê? – questionei confuso.

— Porque a...

— Harry! – uma voz o interrompeu e fui atingido por um abraço apertado.

Olhei em volta sem entender, não deu para ver o rosto da pessoa que havia me abraçado, mas não havia ninguém diferente na cozinha. Não poderia ser Hermione nem Luna, elas já haviam me visto...

Esse perfume não me é estranho. Espere ai! Esse perfume é da...

— Quanto tempo meu amor, eu não te avisei porque queria fazer uma surpresa. – Karen!

— Karen está ai. – Rony terminou seu raciocínio após o ataque que recebi.

— Está surpreso? – indagou com os olhinhos brilhantes.

— Pode acreditar que ele está. – Rony disse atrás de mim, recebendo e seguida um olhar fulminante.

— Estou. – disse em seguida.

— Ai que bom! – sorriu e deu-me um selinho.

— Com licença, preciso vomitar. – disse Gina.

— O que? – indagou à senhora Weasley.

— Disse que preciso de ar. – corrigiu-se antes de sair pela porta.

Olhei sugestivamente para Rony, que entendeu de imediato o que eu queria dizer e foi atrás dela.

Tudo o que eu precisava era que Karen viesse até A Toca agora, justamente quando eu estava me acertando com Gina.

Obrigada Merlin!