POV ANNABETH

– vamos lá Percy! Deixa de ser um molenga. – Eu disse o empurrando na cama.

– hm.

– Perseu Jackson! Levante dessa cama agora.

– hm, o que foi... – Ele resmungou ainda de olhos fechados.

– Sério isso? Hoje é sábado, o único dia que saímos do acampamento e você quer continuar deitado?

– Hm?

Cara, eu não estava estressada, mas esse hm já tava me tirando o sério.

– Tudo bem pescador! Fique ai babando em quanto dorme que eu vou aproveitar a praia.

Andei até a porta, e dei uma última olhada para trás. Dormindo. Bufei. E me virei novamente para à saída. Abri a porta e quando fui dar o primeiro passo para fora, uma barreira de água se formou, cobrindo cada milímetro da passagem.

– Onde minha garota pensa que vai? – Ele murmurou ainda deitado.
– Sua garota? Bom, sua garota vai à praia, já que eu me arriscar estando nesse chalé sozinha, não basta para te tirar daqui.

– Oh, ficou chatiadinha?

– HAHAHA nem me venha com gracinha, pode tratar de tirar essa água daqui? Eu quero sair.

– Birra? – Ele disse rindo e cruzando os braços.

– Percy! Vai logo.

– Nananinanão.

– Quem é o infantil? E eu tô falando sério vai, não vou mais perder meu dia.

– Deita aqui, deixa de ser chata.

– Chata? Eu? – Olhei para o teto em busca de calma. – Eu não escolhi ficar no acampamento pra ficar deitada, perder o dia, e ter que ouvir isso.

– Ei calma, – Começou a rir. – não acredito que ficou irritada mesmo.

– Para de rir. E é sério, vai ou não?

– Vou, vou sim. Quem é o filho de Poseidon aqui? – E foi para o banheiro.

– Nossa que hilário.
Percy tomou banho, trocou de roupa e voltou para o quarto.

– Vamos?

– Até que fim né.

– Ei, vem cá. – Disse me puxando.

– Sim?

– Não está esquecendo-se de nada?

– Você não merece.

– Mas é claro que sim. – E me beijou. – Ainda irritada?

Por fim, sorri.

– Não. Não tem como continuar irritada com você, cabeça de alga. Agora vamos logo.
Saímos do chalé de mãos dadas, o que trouxe mais olhares dos campistas.

– Ignore. – Percy parecia ler meus pensamentos. – Depois eles nos ignoram também.

Chegamos à casa grande para nos autorizarem sair.
– O Horário de saída já passou.

– O QUE? – Percy apertou minha mão, me pedindo pra não se irritar.

– Abaixe esse tom Annabell, o horário era no máximo 11:00 e já são 11:02. – Disse o Sr. D na forma mais despreocupada possível.

– Eu não acred...

– Esquece Annie, não adianta ficar aqui. – Ele disse passando o braço pela minha cintura e me levando pra fora.

– Eu não acredito Pers, perdemos o sábado.

– Desculpa - me deu um selinho – a culpa foi minha pelo atraso.

– Não, tudo bem, ainda podemos passar o sábado juntos. – E sorri. – Ele ia me beijar novamente, mas fomos interrompidos.

– ANNABETH. – Chamou Thalia correndo em nossa direção.

– O que foi? – Eu disse rolando os olhos.

– Tem uma campista nova, meus deuses, é uma oferecida! Já deu em cima de metade do chalé de Apolo. – Institivamente apertei a mão do cabeça de algas.

– Espero que ela não venha olhar o que é meu. – E o beijei.

– Pelos Deuses, não na minha frente.

– Dá um tempo Thalia.

– Okay né seu irritante, só pensei que queriam ver quem é a nova bitch do acampamento.

Eu e Percy trocamos olhares como se disséssemos “vamos?” E resolvemos segui-la.

Ao chegar à frente do chalé de Afrodite, arrependi-me de ter ido ate ali. Ou melhor, de ter levado o Percy ali.

A roupa daquele ser era totalmente inapropriada pro acampamento, e para a visão de certos garotos.

Um short jeans MEGA curto, que mais parecia uma calcinha, e a blusa do CHB bem colada e acima do umbigo. Estava pronta para puxar o Percy e dar meia volta, quando ela parou de se agarrar com um qualquer, e veio em nossa direção.

– Eu mereço.

– Calma sabidinha.

– Olá queridos, vieram me dar boas vindas? – Ela falou, secando descaradamente Percy. – Prazer, Drew Tanaka, mas pode me chamar só de Drew. – E estendeu a mão pro Pers.

– Ah oi, eu sou Perseu...

– Sei muito bem quem você é, garotão. Então Percy...

– Perseu. – Eu a interrompi, cortando qualquer conversa fora.
Ela me deu uma boa avaliada e ignorou minha presença ao seu lado, me deixando com mais raiva.

– Então baby, quer me mostrar o acampamento?

– Não, ele não quer.

– Dá o fora, por favor?

PERAI, o que ela disse? Respira... Conta até 10...

– Annie calma...

– Não Percy. – Dei um passo à frente para ficar cara a cara com a vadia-sem-noção. - Escuta aqui você, esse cara aqui tem dona, e é bom achar o seu lugar no acampamento, que certamente não é perto de nós, além de que, se der em cima dele novamente, não irei apenas falar. Vamos Pers. – Dei a volta ignorando qualquer coisa que ela fosse falar, e saí de lá com ele.

Caminhamos em silêncio, em direção a lugar nenhum, até Percy se pronunciar.

– Annabeth o que foi aquilo? Foi tão UAU. – Eu olhei pra sua expressão com cara de “o que você tá falando?” e vi a emoção em seus olhos.

– Não vi nada de “uau”. – Disse imitando sua voz.

– Sabidinha tô falando sério, foi lindo te ver com ciúmes. – Ele disse começando a rir, e eu parei de andar na hora. – O que foi?

– Não foi nada lindo, e eu não estava com ciúmes. – Disse cruzando os braços.

– Ah estava sim! – E me abraçou.

– Não, não estava Pers.

– Ah não?

– Não.

– “esse cara aqui tem dona” – Fez uma horrível imitação da minha voz e me beijou. – “se der em cima dele novamente...”

– Tá tá, já entendi. – Passei os braços pelo seu pescoço e nos beijamos de novo.

– E então?

– Então o que?

– Vai admitir que estava com ciúmes?

– Não mesmo. – E nos dois rimos. – Só estava cuidando do que realmente é meu. – Bem, ele não era meu, mas eu queria que fosse.

– E desde quando sou de alguém?

Arqueei as sobrancelhas.

– O que disse cabeça de algas? – Falei saindo dos seus braços.

– Sabidinha volta aqui! Sou todo seu sim, minha linda.

– Só meu?

– Só seu. – E me deu mais um beijão, só nos separamos por falta de ar.

– Eu gosto tanto de você. Como nunca percebeu?

Ele pareceu refletir por alguns segundos, enquanto andávamos pelo gramado perfeito do acampamento.

– Não sei. Acho que eu era só um idiota. – Fez uma pausa e logo prosseguiu. - Mas uma sabidinha irritante conseguiu abrir meus olhos de vez.

– Agora eu sou irritante?

– Sim, e finalmente eu percebi que, quem eu tanto procurava para seguir ao meu lado, sempre esteve perto de mim.

– Percy, eu nem sei o que dizer. – E o abracei. Ele envolveu seus braços na minha cintura, e foi inevitável não me sentir segura em seu abraço forte.

– Então não diga, apenas fique comigo. – Levantei a cabeça demonstrando um pouco confusa, e ele me olhou nos olhos. Ainda abraçados, sustentamos o olhar um no outro. O verde no cinza. Uma combinação diferente, mas incrível. – Eu queria que fosse muito mais romântico, mas eu não quero demorar com essa incerteza. Annabeth, minha incrível sabidinha, aceita namorar comigo?

Um sorriso automaticamente brotou em meus lábios. Meus olhos já estavam marejados, e agora, uma lágrima de felicidade desceu lentamente em meu rosto. Perseu Jackson, o meu amigo pelo qual descobri sentimentos a um bom tempo, estava ali, diante de mim, me pedindo para ficar ao seu lado, não apenas como amiga. Foi um momento incrível, difícil de descrever. E pela explosão de sentimentos, demorei a falar algo, mas finalmente minha voz saiu.

– Sim! Claro, cabeça de algas!

– Ufa! Pensei que... – Mas não o deixei terminar, o beijei com uma felicidade imensa, queria que aquele momento durasse, e por sorte ninguém nos interrompeu.

– Eu estou tão feliz Percy! Eu aguardei por esse momento. – Falei, enquanto ele limpava com o polegar as lágrimas do meu rosto.

– Eu queria ter feito algo a mais sabe...

– Não Pers, não precisava. Esse seu jeito fofo, cavalheiro e gentil já é incrível. – Eu disse olhando em seus olhos e ele corou.

– Me deixa sem jeito com esses elogios, sabidinha.

– Você merece. Eu tenho o melhor namorado do mundo.

– E eu tenho sorte de ter você. – Nos beijamos.

– Caramba, vocês não desgrudam não? – Revirei os olhos, Thalia.

– E você não tem o que fazer? Cara de pinheiro.

– Tão doce esse priminho... Não tem medo de morrer.

– Eieiei, chega né? Thalia, você não sabe! – Falei com empolgação.

– O quê? Vai me levar no show do Green Day? – Ela disse entrando na empolgação também.

– Não. – rolei os olhos. – Eu e Percy estamos namorando!

– Ahh.

– Thalia! Não tá feliz?

– Claro que sim, finalmente o cabeça de alga deixou de ser lerdo. – Ela disse rindo e empurrou o Percy de leve. – Se sair da linha com ela, já sabe né?

– Claro que sim, priminha. – E sorrio pra mim.

– Okay né, já vi que vou sobrar aqui, fui.

– Vamos jantar?

– Vamos.

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Tudo bem, o pavilhão já estava lotado, e nos chegarmos por ultimo e de mãos dadas, atraiu completamente todos os olhares, o que me fez ficar envergonhada.

– Até depois.

– Até. – E nos despedimos com um selinho. É, provavelmente todos sabiam que tínhamos algo.

O jantar se seguiu com muitos olhares sobre mim e o Percy, as pessoas olhavam pra ele, cochichavam, e olhavam pra mim. Eu estava doida pra acabar o jantar logo. E assim o fiz, terminei e andei até a parte das oferendas para logo em seguida me dirigi ao meu chalé. Estava quase chegando ao terraço quando braços seguram minha cintura por trás.

– Oi.

– Oi. Desculpa ter saído logo de lá, é que eu não aguentava sentir o olhar das pessoas em mim.

– Tudo bem, também não gosto. Mas jaja eles cuidam da vida deles e esquece-se de nos.

– Eu sei, vou tentar ignorar.

– Isso mesmo. Só vim aqui dar boa noite. – E me deu um beijo.

– Boa noite. Sonha com os anjos.

– Vou sonhar com você. – E deu um daqueles sorrisos perfeitos. – Tchau.

– Tchau. – Entrei no meu chalé, para finalmente dormi e ter um bom sonho com um moreno dos olhos verdes.