Sinceridades com Olivia escrita por Tia Julia


Capítulo 23
Dia Dos Namorados, o Começo do Fim


Notas iniciais do capítulo

Esse é o ULTIMO capitulo da fic! MAS CALME CALME! Vai ter 2' TEMPORADA! Mais informaçoes vão ocorrer na pagina >.< Espero que gostem desse comprido cap



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Hoje, o dia amanheceu frio.

Não foi um frio ruim, nem nublado. Apenas frio.

Geralmente eu digo algo como '' Hoje, o dia amanheceu como meu humor.'' Mas hoje surpreendentemente, eu estava com o humor diferente. Apesar do céu claro da manhã estar frio com brisas geladas, eu me sentia quente por dentro. Por que será?

Não demorei muito para me arrumar, usando apenas uma blusa de manga comprida, calça jeans e meu casaco de moleton, acrescentei um cachecol fofinho e vermelho por preucaução. Sai de casa sem esperar David (que ainda não havia nem saido da cama, depois reclama de mim.) e comecei a andar pelas vazias ruas da cidade.

Caminhei pensando nos acontecimentos recentes. Ja fazia cerca de uma semana desde os incidentes envolvendo Alex, desde então não à vi. Não é como se ela tivesse se mudado da escola ou algo assim, mas preferiu ir para o turno das aulas noturnas (daria mais tempo para suas sessões de modelo, aparentemente). Não é como se eu estivesse reclamando, mas de alguma forma senti algo como... caridade, pena? Comecei a pensar sobre isso recentemente, apesar de não saber se havia um real motivo por trás de suas ações ou ela estava simplesmente... Apaixonada.

Parei de andar ao ouvir o barulho do alarme do trem que passava pelos trilhos, cortando parte da rua, e fiquei esperando o trem passar. Ao sumir de vista, pude ver que havia outra pessoa do outro lado, igualmente a mim, esperando o trem.

A pessoa não era ninguém menos que a própria Alex.

Ela estava vestida de um casaco pesado rosa com pelos envolta de seu capus, uma saia jeans, meia-calça preta e botas. Nossos olhos se encontraram, ambos surpresos.

Imediatamente olhei para o chão como se ele fosse muito interessante. Olhar para ela me lembrava muitas coisas, talvez eu tivesse medo de encara-la ou não soubesse como faze-lo.

Ouvi o barulho das botas quando ela atravessava e se aproximava. Ela andou ficando a mais ou menos 1 metro de distância de mim, eu continuava a encarar o chão.

Ouvi um suspiro tedioso dela.

– Pelo amor, não acredito que perdi para isso...- Ela disse tediosamente. Ouvir isso me assutou um pouco, ela logo continuou.- Você me superou quando achei que ninguém pudesse faze-lo, pelo menos olhe para cima orgulhosamente. Não quero sentir que fui superada por alguém tão miserável.

Por alguma razão, aquilo me surpreendeu. Levantei a cabeça ficando cara-a-cara com ela em um olhar determinado. Ela soltou um pequeno riso.

– Bem melhor. - Ela passou por mim parando um pouco depois e virando, apontando o dedo para mim,sorrindo. - Mas eu ainda não desisti! Não pense que vai ficar assim!

– Vo-você não desistiu? - Eu disse me virando para ela.

– Claro que não! Não sou do tipo que simplesmente se esntrega para uma rival!

–... Rival? - Essa foi a primeira vez que ouvi alguém me chamando assim.

– Claro! Somos rivais, não somos? - Ela disse dando língua.

– ... Sim! - Por alguma razão , isso me deixou incrivelmente feliz.- Também darei o meu melhor!

– Ha! É o que veremos. - Ela se virou, ficando de costas para mim. - Por hora, te darei a vantagem. Afinal, ninguém anuncia um assasinato em voz alta.

Ela continuou

– Principalmente no dia de amanhã!

– Amanhã? O que tem amanh-- Ela me interrompeu antes de eu acabar.

– Até mais!

Ela disse sorrindo determinada e voltou a andar seu caminho. Continuei minha trilha até a escola, por razões estranhas eu estava feliz. É a primeira vez que tenho uma rival.

Não demorou muito para chegar à escola, a maioria das pessoas vestia casacos pesados e/ou cachecois, se prevenindo contra uma futura friaca.

Não demorou muito para o sinal tocar e eu ir para minha sala.

Também não demorou para duas meninas saltitantes pularem em mim quando me sentava em minha cadeira.

– Hey hey hey Olivia! Bom dia! - Lucy pulava animada.

–...Ola, para que tanta animação?

– Estamos ansiosas para amanhã! - Wendy sorria.

– Amanhã?

– Sim! O Dia dos Namorados! - Elas disseram juntas.

– .................. EH? É AMANHÃ??? - Eu havia esquecido completamente, eu sabia que estava proximo, mas não que era amanhã!

Nossa escola tem um tipo de ''evento'' do dia dos namorados. É um dia em que todos (a maioria) dos alunos traz chocolates ou presentes para os outros. Não só chocolates amorosos, mas também de amizade e tals. É uma boa época para se declarar, ou simplesmente saber se esta popular.

Nunca me interessei por esse evento.

– Hehehe Você vai participar do evento esse ano, certo Olivia? - Lucy dizia com uma pontada de malícia.

– Hein? Por que?

– Ora! Para dar chocolates para o Lyon! - Wendy disse enxendo as bochechas.

– O QUE? Eu não... - Olhei para o chão... Droga, eu realmente quero fazer esses chocolates. -...Acho que .... Talvez...

Elas riam e me abraçaram, o que me deixou com mais vergonha ainda.

Amanhã... Acho que era sobre isso que Alex havia dito mais cedo.

Dia dos Namorados... Esse pensamento me distraiu durante a aula inteira.

**********************************

Eu realmente vou precisar estudar, depois de tantas aulas que passei olhando para o horizonte mergulhada em pensamentos.

Dito isso, o dia passou milagrosamente rápido. Antes que eu percebesse eu estava em casa tacando minha mochila no sofá enquanto sentava no mesmo.

– Hey, Olivia, vai almoçar? - David dizia saindo da cozinha com um avental rosa, mesmo vendo ele usando isso todo dia, nunca deixa de ser engraçado. - Hoje tem macarão com molho branco.

– .... Passa essa bagaça pra cá. - Eu disse enquanto ele pegava um pranto de comida e sentava ao meu lado no sofá. Macarrão é muito bom.

– Hey hey, Você sabia? Eu tenho uma meta para amanhã!

– Uma meta? - Eu dizia, dando uma garfada na comida e levanto até a boca. - Tipo o que?

– Eu pretendo receber 50 CHOCOLATES amanhã! - Ele dizia metido. - Claro, para alguém como eu, não será dificil Hehehe.

Revirei os olhos.

– Não pense muito sobre isso, as meninas de hoje em dia tem um péssimo gosto para garotos. - Eu disse enquanto dava outra garfada.

– Ei! O que você quer dizer com isso?!

– Disse o que eu quis dizer. - Eu disse me levantando com o prato agora vazio, ignorando os resmungos de David. Levei o prato até a cozinha e deixei dentro da pia, to nem aí, ele que lave a louça.

Peguei novamente minha bolsa e fui em direção a porta.

– Hum? Aonde vai? - Ele perguntou

– Fazer umas comprinhas. - Saí sem dar mais explicações. Se dissesse que estava indo comprar igredientes para chocolate ele iria ter um ataque.

Andei um pouco olhando as pessoas e o ambiente a minha volta. A brisa fria que levava folhas esverdeadas pelo ar, os casais andando pela rua decidindo o que fariam no dia de amanhã, crianças brincando no parquinho... Olhei um pouco e percebi que aquele lugar lembrava um pouco com o lugar em que eu morava quando era menor. As pequenas árvores que enfeitavam a rua, a rua em si não tinha muitos prédios, era formada por casas humildes e alguns edificios de 5 andares. Isso me deixou um pouco triste, talvez... nostálgica? Muitos podem dizer que minha infância foi de veras ruim, mas teve seus pontos bons.

Ouvi o som barulhento das cigarras nas árvores proximas, isso também me lembrou da infância... Costumávamos caçar cigarras e besouros...

Cheguei a uma loja de conveniências que era relativamente grande, entrei e fui para a parte de doces e confeitos.

Passando pelas prateleiras, fiquei indecisa sobre o que comprar.

– Talvez.... Chocolate com morangos? Ou ao leite seria melhor... Com menta é muito bom também... Caramelo, marshmallow, baunillha... - Eu dizia os sabores , e quanto mais dizia, mais indecisa eu ficava.- Arrrg! O que eu faço??

''Acho que vou fazer alguns bicoitos para as meninas também, como agradecimento e tal...''–Pensei

No fim, acabei pegando igredientes para biscoitos. Peguei diferentes sabores, iria pensar no que fazer mais tarde.

Passei rapidamente numa livraria por perto para comprar um livrinho de receitas, para facilitar.

Fui andando o caminho de volta para casa com a sacola de compras na mão, o céu já escurecia aos poucos. Ouvi meu telefone vibrar dentro da bolsa. Era uma mensagem de Lucy.

'' Hey hey gatinha, trabalhe duro nesses chocolates,hein! O melhor jeito de se conquistar um homem é pelo estômago! (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧''

Mandei uma mensagem de volta, ignorando a recebida;

'' Você também vai fazer chocolates?''

'' Não, não tenho motivos para isso. Mas vou comprar uns biscoitos para dar ao Hideki como agradecimento. >.< ''

'' Agradecimento.... sei... '' - Mandei, fingindo acreditar.

'' Hahaha Cale a boca Olivia! ''

Com essa última mensagem recebida, entrei em casa. Coloquei os igredientes em cima do balcão e abri o livro procurando por biscoitos.

Tinham muitas variedades de biscoitos, resolvi fazer sabor morango com marshmallow para Wendy, menta com baunilha para Lucy e chocolate com baunilha para Lyon.

Vesti o avental branco e comecei a fazer a massa.

Demorou um pouco para ficar da maneira que eu queria pois minhas habilidades na cozinha eram um pouco precárias (já que era David quem sempre cozinhava para mim), mas no fim ficou mais ou menos bom.

Separei-a em três potes, uma para cada sabor de biscoito, e fui fazendo um por um, o sabor determinado.

********************************************

Finalmente havia terminado os biscoitos, ja estava escuro. Os de morango estavam em formatos de flores, os de menta estava com estrelas e os de chocolates estavam em quadradinhos e bolinhas. Passou pela minha cabeça fazer corações, mas o pensamento saiu quando senti meu rosto enrubecer e eu me ecolher de vergonha no balcão da cozinha.

Como tinha sobrado um pouco de massa e igredientes, fiz uns de chocolate com morango para mim e os amarrei num saquinho.

– Hum? O que está fazendo ? - David desceu as escadas, parecia estar se preparando para ir dormir.

– Biscoitos e chocolates. - Eu disse, logo completando. - Para dar ao pessoal amanhã.

– Aonde estão os meus?

– Seus? Você é meu irmão, não tenho que te dar chocolates. - Eu disse ,dando de ombros.

– QUE CRUEL! - Ele disse, chorando dramáticamente. - Você é minha irmãnzinha! Deveria me amar mais do que tudo no mundo! Faço tudo por você e é isso que eu recebo em troca?! Cruel! Cruel!! - Ele continuava a encenar uma tragédia ao estilo Hamlet.

Suspirei e peguei o saquinho de biscoitos que sobraram, taquei em sua direção e ele os pegou no ar.

– Pronto, são para você. - Eu disse, revirando os olhos.

– .... - Uma única lágrima de felicidade apareceu em seu olho castanho. - OLIVIAAAAAA!

Ele pulou e me abraçou forte enquanto me sacudia de um lado para o outro.

– Hey! Pare com isso! Ei! Eeiii! - Eu o chamei, bagunçando seus cabelos para faze-lo parar enquanto ele me colocava sobre o ombro como um saco de batatas e sacudia, me provovando. - Ah! Pare com isso! Idiota, o que está fazendo??

– Hahaha Eu te amo, irmãnzinha! - Ele dizia rindo, me sacudindo ainda mais e mais, eu o batia para faze-lo parar. Aproveitando minha posição, peguei o pedacinho de tecido de sua cueca cinza que aparecia sob a calça e o puxei com força, fazendo-o me soltar para gritar de dor e desconforto. - AI AI AI AI!!

Peguei os biscoitos sobre a bancada e fui em direção a escada, parando no meio para virar para ele ( enquanto ele tentava arrumar sua peça intima ).

– Eu também te amo, idiota! - Eu falei, virando-me logo depois e subindo as escadas. Ignorei David, que agora ria de minha fala, mas com um sorriso sincero de irmão no rosto.

***************************************

Acordei com pressa hoje.

Era sexta-feira, mas era a única coisa que eu sabia sobre hoje.

Ah, hoje também é dia dos namorados.

Levantei da cama apressadamente e fiz tudo o que tinha que fazer. Infelizemente, meu casaco moleton estava muito sujo então fui obrigada a por para lavar, peguei uma blusa qualquer (era uma blusa fina cor magenta) e usei um casaquinho de lã preto como subtituto.

Peguei um cachecol avermelhado (em caso de esfriar mais) e corri pelas escadas, parei quando ouvi meu irmão me chamar na cozinha enquanto comia uma torrada.

– Ei, ochê fai andano prla excola hooge? - Ele dizia com a boca cheia de pão. Acho que ele quis dizer '' Você vai andando para a escola hoje?''

– Hum? Sim, vou, porque? - Perguntei me virando, enquanto ele engolia o resto da comida e falava com mais clareza.

– Ah, eu vi no noticiário que choveu muito essa madrugada, então algumas ruas estão muito alagadas para ir a pé,...

– Ah, tudo bem, eu me viro.

– Se não tiver jeito, vá de ônibus ou de metrô. - Ele falou, me entregando um pouco de dinheiro. - Hoje eu chegou um pouco mais tarde.

– Ok, valeu. - Sai de casa e corri pela rua.

Andei alguns metros , indo na direção da escola que eu estava acostumada.

Definitivamente

Não iria me virar.

A rua era praticamente uma piscina pública.

A estrada estava completamente alagada e a calçada não estava muito melhor. Não conseguia nem ver o fundo.

Suspirei pesadamente e dei meia volta, olhei o relógio de meu celular, daria tempo se eu fosse de trem.

***********************

Estava passando pela catraca da pequena estação de trem que haia não muito longe. Pensei em ir de ônibus, mas a rua estava tão ruim que duvido que algúm veículo fosse chegar até mim.

Diferente do metrô, o trem é um pouco menos tecnológico e mais aberto, além de andar por cima dos trilho em terra, e não pelo subsolo.

Peguei meu tiket e esperei uns 3 minutos até o trem vir e eu entrar nele, logo sentando numa cadeira livre perto da janela. Agradeci a mim mesma por me apressar essa manhã, teria sido um sufoco se eu tivesse saido mais tarde. O trem começou a andar e eu fiquei olhando para a vista da janela, para nenhum lugar em especial.

Uma senhora que estava procurando um acento no trem passou por mim.

– Ah, senhora, pode sentar aqui se quiser! - Eu disse, cedendo meu lugar para a mulher idosa.

– Oh! Muito obrigada, criança! - A senhora, agradecida, se sentou enquanto eu ficava em pé segurando no ferro preso na lateral, proxima dela. - Tem problema se eu abrir a janela um pouco?

– Oh, não, tudo bem. - Eu falei, enquanto a senhorinha abria a janela e sentia a brisa do lado de fora batendo em seu rosto.

Peguei minha mochila e retirei um dos saquinhos de biscoitos enfeitados. Era tranparente com algumas bolinhas cor-de-rosa bem clarinhas, dava para ver o conteúdo dentro (biscoitos de chocolate e baunilha em formatos de quadrados e bolas) e no topo, estava fixada uma fita verde. O mesmo verde dos olhos daquela pessoa.

Adimirei os biscoitos, imaginando se o gosto havia ficado bom.

....

COMO EU IRIA ENTREGA-LOS?

De repente, comecei a me sentir nervosa para ir a escola, comecei a tremer e a sentir meu rosto queimar. Como eu teria CORAGEM para entregar??

Sem que eu percebesse, uma pessoa tentou passar pelo pequeno corredor do trem e acabou esbarrando em mim com força. Fui empurrada contra a parede e senti o pequeno saquinho sair de minhas mãos e ir em direção a janela.

Por puro reflexo e desespero, me taquei contra a parede em direção a abertura e estendi minha mão tentando pegar os biscoitos.

Ele saiu pela janela aberta e sumiram de minha vista.

– Ah....Ah..... O-os... B-biscoitos... N-Não... Pode...- Olhei para a paisagem sem saber aonde estava exatamente para poder busca-lo depois. Olhei em volta querendo desesperadamente pedir para pararem o trem, mas sabia que isso não era possivel. Senti vontade de gritar de raiva e tristeza mas só o que eu fiz foi escorregar pela parede do trem até o chão, onde me agachei e fiquei esperando automóvel chegar ao seu destino enquanto uma bondoza senhora de meia-idade me olhava curiosa e com pena.

************************************

A primeira coisa que notei ao chegar na escola foi algumas decorações.

Alguns corações feitos de papel cor-de-rosa estavam colados nas paredes e em algumas janelas, e mesmo no portão pessoas já trocavam doces entre eles. Passei por essas pessoas e entrei na escola.

Subi as escadas e fui em direção à minha sala de aula. Sentei em minha cadeira , onde ao lado dela, duas meninas aguardavam minha chegada.

– Bom dia. - Eu disse para elas, sorrindo. - Como vão as coisas aí?

– Ah! Olivia, bom dia! - Wendy disse feliz. - Você não vai acreditar mas Lucy ganhou muitos chocolates!

– Que desperdício...- Lucy disse olhando para os doces decorados em sua mesa.- Mas acho que não posso fazer nada se sou popular Hahahaha! - Ela ria metidamente.

Revirei os olhos rindo, não é como se eu já não esperasse por isso.

– E você, Wendy? - Eu perguntei curiosa.

– O que? Eu?! Claro que não, eu... - Ela ficou vermelha e olhou para o chão nervosa.

– Ela recebeu uma cartinha de coração! - Lucy ria, o que deixava a pobre menina ainda mais vermelha.

– O que!? De quem!? - Eu perguntei surpresa.

– Não se sabe, apenas tinha uma cartinha em formato de coração na carteira dela!

– P-Parem com isso, por favor! - Coitada, ela praticamente estava entrando na cadeira de vergonha.

– Porque? Significa que você é popular! - Lucy falou, logo passando o braço envolta do pescoço de Wendy e bagunçando seus cabelos. - Mas é melhor nenhum moleque tentar roubar minha coelhinha de mim! - Ela ria brincando.

Antes de eu disse qualquer coisa, um irritantes garoto de cabelos castanhos e olhos heterocromáticos aparareceu na porta de minha sala de aula caregando uma sacola grande.

Ele sorria largamente e parecia estar correndo pelos corredores, como se estivesse sendo perseguido.

– Haha Não são nem 10 horas e ja ganhei 20 chocolates! - Ele ria alto, mostrando a sacola na qual havia varios doces e chocolates em formato de coração.

– Nossa, essas meninas de hoje tem um péssimo gosto! - Lucy disse, dando língua.

– Foi exatamete o que eu disse! - Eu falei.

– Ha! Você está com ciúmes delas! - Ele continuava a rir esnobemente.

– Ah? - Lucy disse confusa.

– Sinto muito Lucy, mas acho que não dariamos certo... - Ele falava dramáticamente, como em um teatro em que ele era o principe encantado. - Mas, eu entendo. Simplesmente não existe como resistir à minha pessoa. Um cara legal, bonito, sexy, irrestivel...

Antes de alguém sequer falar alguma coisa, Lucy pegou o estojo em cima da mesa e atirou com a força de um touro na cara de David. O estojo voou atingindo seu alvo com sucesso, deixando uma marca vermelha, derrubando tanto meu irmão quanto os materiais dentro.

Uau, objetos cotidianos podem ser armas perigosas... Meu irmão não tem muita sorte com essas coisas. ( Abajures, estojos e tals.)

David estava esparramado no chão, mas Lucy não se arrependia.

Eu me perguntava quando poderia ver Lyon.

**********************************************************

– Ah! Quase que esqueço! - Estávamos nós tês sentadas num pequeno espaço atrás da escola, comendo nosso lanche quando eu retirei dois saquinhos eneitados de biscoitos da mochila. -Tome, são para vocês!

Ela piscaram para mim surpresas, logo depois, ficaram levemente vermelhas e uma lágrima de felicidade lhes escorria o rosto.

Nos proximos minutos, elas estava fungando e chorando enquanto riam, as duas, em cima de mim me abraçando.

– A-ah... Os seus são de menta... e os seus são de morango... - Eu dizia com pouco ar devido ao aperto.

– Não esperava que você fosse fazer para nós também! - Wendy falou, abrindo o pequeno pacotinho. - Me sinto culpada por não ter feito nada !

– Não se preocupem, é só uma coisa para nós podermos comemorar..... - Fiquei com vergonha repentinamente, então a última palavra saiu baixa e rouca. - nossa........ Ami.......zade...

– OH SANTO DEU OLIVIA, VOCÊ É TÃO FOFA! - Lucy me agarrou e apertou.

– ! - Wendy se mexeu de repente. - Oh... isso está muito bom, Olivia!

– S-sério?

– Sim! - Lucy compeltou, comendo vários de uma só vez. - Está ótimo! Você quem fez??

– S-sim... - Eu parei. Pensei no que eu ia falar, e ao pensar, meus olhos se encheram de água.

– ... Olivia? - Wendy perguntou preoucupada.

– Eu.... Amo vocês meninas... - Eu disse chorando, escondendo meu rosto com a franja. - ....... Obrigada.

– .... - Wendy me abraçou , chorando também. - Nós também te amamos Olivia!!

– OLIVIAAAAAAAAAAAA! - Lucy chorava escandalosamente e me abraçava também. - Sua boba! Não fale cosias assim de repente!

No meio daquele montinho de choro, eu dei uma pequena risada. Estavamos rindo com lágrimas nos olhos enquanto comiamos biscoitos de dia dos namorados atrás da escola. Chorando pela nossa amizade.

Rindo pela nossa amizade.

Não sei por que, mas achei que aquela hora era a hora perfeita para dizer tudo o que sentia.

Eu amo ter amigas.

****************************************************

Já estavamos no intervalo para a última aula do dia, quando novamente meu irmão chegou na sala de aula.

– OLIVIAAAA! - Ele gritou em desespero. - JA ESTAMOS NO FINAL DA AULA MAS AINDA FALTA 1 CHOCOLATE PARA COMPLETAR 50!!! O QUE EU FAÇO??

– Co-como é que eu vou saber??

– HEEY, TEM ALGUMA MENINA NESSA SALA QUE QUEIRA ME DAR CHOCOLATES??? - Ele gritou, olhando em volta.

........... Uau, que silêncio triste.

– HAHAHA Ficou se gabando tanto, mas não conseguiu passar dos 49! - Lucy ria de meu irmão que agora estava no chão em depressão.

– Huaaaa O QUE EU FAÇO? MEU ORGULHO ESTÁ QUEBRADO EM MILHÕES DE PEDAÇOS!

– Sem drama, por favor. - Eu disse impaciente.

– .... - De repente, Lucy suspirou e foi em direção ao meu irmão. - Toma.

Ela arremessou um dos chocolates que ela havia ganho na direção de meu irmão que o pegou no ar.

– Huh?

– Pode ficar, eu não ligo para chocolate mesmo. E parece que você precisa mais do que eu. - Ela disse, cruzando os braços e dando de ombros.

– Huh....... L-Lu-Lucy... - Ele dizia chorando. - OBRIGADOOOOOOOO!!VOCÊ É LINDA! A GAROTA MAIS LINDA DA ESCOLA!!

Ele pulou em cima dela que se assustou. Ela ficou batendo nele para faze-lo sair de cima dela.

Enquanto isso, eu e Wendy riamos.

Mesmo rindo, uma coisa me incomodava.

A aula ja estava acabando e até agora não pude ver Lyon.

*********************************

Com o fim da aula, fui andando pelos corredores em busca de apesnas e exclusivamente uma pessoa.

Achei essa pessoa no corredor, recebendo chocolates de uma garota que eu não conhecia.

Lyon apenas agradeceu o chocolate e o colocou dentro de uma sacolinha que havia em sua mão.

Devia ter mais ou menos 5 ou 6 chocolates na sacola.

Depois que a menina foi embora, tomei coragem e fui andando até ele.

– Hey, Lyon!

– Olivia! - Ele se aproximou. - Desculpe, não consegui ver você nem as garotas hoje.

– Pois é... - Eu falei, e olhei para a sacola. - Recebeu muitos chocolates hoje?

– Sim, mas foram só de amizade. Não recebi nenhuma confissão ou coisas assim, por sorte. - Ele disse passando a mão na nuca.

''Só de amizade'' ...

– Você.... - Aquela simples frase me deixou nervosa e envergonhada. - Quer que eu te leve em casa?

Apenas acenei com a cabeça, envergonhada.

****************************************

A rua que antes estava alagada, agora estava seca.

O Sol já estava quase indo, dando lugar a noite. Mas o céu estava em tom alaranjado.

Uma brisa fria espalhava meus cabelos e gelava meu nariz, peguei meu cachecol e escondi minha boca sob ele.

Lyon estava com um cachecol azul, ele estava usando um casaco marrom que ia até seu joelho, uma blusa preta rasgada e calça jeans. Ele olhava para algo além da rua na qual andávamos, como se buscasse algo além do horizonte.

A caminhada foi quieta, fria mas ao mesmo tempo aconchegante. Eu estava imersa em meus pensamentos, deixando então um clima quieto mas não tenso.

Cortando caminho, nós rápidamente chegamos à minha casa.

– Obrigada... Por me levar. - Eu disse.

– Haha De nada! Até! - Ele se virou para voltar ao seu caminho.

... Não vá embora...

Ainda há...

Coisas que quero dizer....

Corri um pouco e segurei a sua manga, o que o fez parar e olhar para trás, surpreso.

– Eu....- Droga, como estava nervosa. - Feliz,... Dia dos.... namorados...

– Hum? - Ele estava surpreso, e pareceu não perceber o que eu disse.

– Eu... fiz biscoitos para você.... - Olhei para ele, esperando alguma reação. Ele arregalou levemente os olhos. - Mas eu... os perdi...

Ficamos um tempo assim, ele me olhando, eu segurando sua manga, e pensando.

O que ele estaria pensando agora?

Nessa fração de segundos, muitas imagens vieram a minha mente.

Das mais recentes, como Alex.

As mais antigas, como o parque de dirversões.

E à mais antigas ainda, quando eramos crianças e você me ajudou no parquinho de alguns garotos que me maltratavam, sem nem mesmo saber que era eu, e logo foi embora como o vento.

Mas eu lembro.

E eu nunca esqueci seus olhos.

Por isso eu sei.

– Oh, é uma pena. - Ele disse, me tirando dos meus pensamentos. - Eu realmente... estava esperando por seus chocolates hoje... - Ele disse com o braço na nuca.

–... Sério? - Eu perguntei nervosa. - E-eu posso fazer mais.. e te dar amanhã!

– Não, não... não vai ser a mesma coisa... - Ele disse um pouco triste, mas logo depois ele parecia estar pensando. - Você precisa me compensar, com algo mais doce ainda que esses biscoitos...

– Mais doce? O que eu poderia fazer mais doce do que... - Eu fui calada.

Foi rápido. Fui pega de suspresa.

Não reagi. Estava paralizada.

Ao sentir

seus lábios nos meus.

~Clique para ver Imagem~

A diferença de altura devia fazer parecer uma cena engraçada.

Mas eu não ligava para a diferença de altura.

Foi rápido demais, não demorou nem 5 segundos.

Não foi nada demais também, não teve língua nem nada, apenas um toque de lábios.

Como apenas um pequeno toque de uma pessoa

pode fazer seu coraçã palpitar, e fazer você se arrepiar dos pés a cabeça?

O mundo parecia ter se apagado, apenas nós estavamos lá.

Esses 5 segundos

Pareciam uma eternidade.

Mas eu não ligava.

Queria que tivesse durado mais.

Você se separou, mas meus olhos ainda estavam arregalados em surpresa. Você estava um pouco vermelho.

– Exatamente como eu imaginei...- Lyon disse, lambendo os lábios.- Mais doce do que qualquer chocolate!

Quando finalmente entendi o que havia acontecido, peguei o cachecol e escondi meu rosto nele. Meu rosto que agora queimava das orelhas ao pescoço. Comecei a chorar.

–... Olivia? - Ele pareceu desesperado como se precebesse que tivesse feito algo errado, ficando muito vermelho. - Oh meu deus Olivia! Desculpe, eu não...

– Eu... - Interrompi - ...Obrigada....

As lágrimas de vergonha e felicidade escorriam pelo meu rosto ainda escondido pelo cachecol.

–... Feliz... dia dos namorados... - Eu dizia em soluços.

–.... Feliz... dia dos namorados. - Ele disse também, olhando para o chão com o rosto vermelho.

Em um dia frio, no Dia dos Namorados.

Eu tive meu primeiro beijo

Com a pessoa que eu gosto.

O que acontecerá apartir disso?

Não importa o que digam, isso está longe do fim.

Na verdade.

Está só começando.


******************************************************

O Sol já se punha a alguns minutos, e dois garotos andavam na grama, pertos dos trilhos do trem.

– Uah! Já está tão tarde! - O menino com a jaqueta vermelha dizia, olhando para o céu, enquanto olhava seu telefone. - Oh, Cara. Será que Nash está por aqui?

– Quem é ele mesmo? - O outro menino, com óculos e cabelos desarrumados naturalmente , perguntou.

– Haha! É verdade, tenho que te apresentar algum dia. - O outro dizia, pondo os braços atrás das costas. - Hum? O que é isso?

O meninos apontava para uma pequena sacolinha decorada que estava caido na grama, a maioria dos biscoitos estavam quebrados ou rachados.

– Parece ... Biscoitos. - O de óculos dizia. - Hoje foi dia dos namorados, certo?

– Sim, acho que alguma garota apaixoada acabou deixando cair... Ou foi rejeitada e acabou jogando fora. - O outro dava de ombros.

O menino de cabelos bagunçados abriu a sacolinha, retirando a fita verde. Ele pegou um dos biscoitos e levou à boca.

–... E então? - O outro apenas observava.

– Isso é... - O garoto dizia, lembrando-se de um lugar mais distante, num lugar branco que cheirava a formol, onde ele comia biscoitos , uma pequena felicidade que havia ficado em seu coração.

– .... Delicioso.

AVISO : A segunda temporada já foi postada, ela se encontra AQUI!


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? >.< A segunda temporada vai ser postada como ''uma nova historia'' Mas eu vou postar aqui e ná pagina tim tim por tim tim sobre tudo isso!
Espero que tenhm gostado