Stay escrita por Paanic


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Uhh, bom sabadão!
Gente, preciso que vocês me alertem se eu misturar os tempos presente/passado, porque eu ando lendo umas fanfics Everlark e isso acontece muito, então fiquei meio paranoica de estar fazendo isso aqui também. Jogos Vorazes foi o primeiro livro no presente que eu li. Eu não curtia muito antes, agora to lendo A culpa é das estrelas ~maravilhoso!! *.*~. O que conta é, ainda tenho um pouco de dificuldade nisso hahah Então, qualquer coisa avisem.
Demorei um pouco mais dessa vez porque não consegui escrever nada até ontem. Minha semana foi uma loucurinha, mas enfim, aqui estamos de volta aos trabalhos. ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450890/chapter/6

Os beijos de Peeta são famintos, devoram minha boca. Suas mãos passeiam pelo meu corpo inteiro e eu não posso parar, não quero parar.

Um fogo interno consome todo o meu corpo e quando ele adentra com as mãos suaves em minha camiseta eu sinto que não posso respirar mais e nem conter o gemido que sai pela minha garganta.

Peeta é tão bom com as mãos parece que independentemente do que elas façam... Pães, bolos, pinturas, carícias... E nesse momento eu não sei, de verdade, como pude não sentir nada além do contato de nossas bocas nos primeiros jogos vorazes quando eu fingia que poderia fugir do que estava acontecendo aqui e agora.

Eu nunca poderia fugir, não importa o quanto eu quisesse, o quanto eu tentasse. Peeta havia implantado suas raízes - na marra - tão fundo dentro de mim que depois de um tempo tentar fugir disso se tornou ridículo e impossível.

Os dedos dele sobem pela minha barriga, eu ofego sob o seu corpo enquanto seus lábios devoram o meu pescoço. Nossas pernas estão entrelaçadas e estamos tão próximos como nunca antes. Seus dedos deslizam pela minha pele e sua mão está em meus seios e algo desperta dentro de mim e é... Pânico! Eu consigo dizer isso de uma forma quase palpável embora mal consiga respirar.

Eu não posso fazer isso! Me sinto sufocar.Onde diabos eu estava com a cabeça?

Peeta toma minha falta de ação como um estímulo e passa a comprimir sua mão sobre meus seios e isso é tão bom, tão bom que por um momento estou entorpecida e afogada na sensação e deixo que ele continue e que o calor sufocante se alastre.

É tudo tão novo para mim. Cada beijo, cada toque, parece um desconhecido mundo que Peeta está me ajudando a conhecer e eu quero tanto... Mas eu não posso. Por isso reunindo todo o controle que eu ainda tenho minhas mãos pressionam o seu braço e eu o empurro, só o mínimo para ele perceber. Ele percebe rápido. Não é a primeira, não é a segunda e nem mesmo a terceira ou quarta vez em que eu o paro e Peeta nunca parece reclamar de verdade disso.

Beijo seus lábios de forma contida, o que parece meio infantil e desajeitado ao lado do que estávamos perto de fazer. É um pedido de desculpas e um agradecimento interno e explosivo por aquele ser Peeta e nenhum outro além dele.

Eu espero que ele assuma o seu lado da cama, mas diferente disso ele continua em cima de mim, as mãos nos meus braços e seu corpo agora quieto, me analisando com seus puros olhos azuis até que sussurra:

— Você precisa relaxar um pouco Katniss.

Então ele faz o que faz todas as noites. Toma uma de minhas mãos entre as suas e desliza para o seu lado da cama. Me envolve em seus braços e não diz mais uma palavra sequer.

Em poucos minutos Peeta ressoa em um sono tranquilo enquanto eu estou bombardeada demais de pensamentos para fazer o mesmo.

O que me levou a parar? Talvez Haymitch irrompendo pela porta? É o que ele sempre faz aqui em casa, mas não. São duas da manhã e ele está provavelmente agora desmaiado e bêbado em algum cômodo sujo de sua casa. Medo do desconhecido? Sim, com certeza. Não do desconhecido, mas das sensações que eu não conhecia antes e que agora borbulham dentro de mim. Sim, essa é uma boa questão, só não é tão boa a ponto de me conter. Há outra crucial, tão crucial na situação como respirar. Não quero admiti-la, mas é necessário. Gravidez. Sei que se eu e Peeta nos deixarmos levar, eventualmente levara à isso e eu não quero. Gravidez me lembra a necessidade de proteger outro alguém, e isso me lembra Prim, e isso me deixa sem ar como um soco no estômago porque eu lembro o quanto falhei com ela.

Fecho os olhos fortemente enquanto as lágrimas ardem em meus olhos para descer.

Eu não poderia nunca ter filhos. Tenha a nação mudado ou não, as pessoas não mudam tão fácil. A minha cabeça se vê em um labirinto a cada ângulo que eu olho. Não posso negar meu corpo a Peeta porque eu não quero negá-lo, porque cada vez que estou perto dele eu estou verdadeiramente em chamas e isso é a única coisa genuinamente boa que eu ainda tenho, porque a essa altura da minha vida eu dificilmente poderia negar qualquer coisa que fosse pra ele e eu sei que se não der um jeito na situação eu própria não conseguiria me parar da próxima vez e bem... Peeta nunca foi o tipo de garoto que me afastasse qualquer que fosse a situação, sabendo ele ou não os meus motivos e insegurança, então eu tenho que arrumar alguma droga de solução.

Como as mulheres fazem para não engravidar? Na capital elas usam algum tipo de pílula, mas estamos no Distrito 12, onde isso nunca havia chegado até antes da revolução. Eu certamente posso pedir algumas pílulas para Effie, estou tão desesperada que de fato estou quase fazendo isso, mas o pensamento na Capital faz meu estômago se contorcer como nos tempos do presidente Snow e dos Jogos e o pensamento de qualquer influência dela aqui deixa uma ruim sensação fria no meu estômago então eu forço a memória de novo. Tem que haver algo que funcione aqui no Distrito 12...

E minha memória me leva para casa, anos atrás. A casa pequena, de madeira, precária na Costura, com Prim empoleirada na cama acariciando a feia cara de Buttercup e a imagem de uma mulher jovem, a que posso reconhecer como sendo uma das mulheres que trocavam favores sexuais pelo que quer que fosse com Cray, nosso antigo capitão dos pacificadores.

Ela parece nervosa e seus olhos inchados e chorosos imploram por uma solução à minha mãe. Minha mãe então remexe em uma velha bolsa de pano encardido e retira de lá algumas folhas dando instruções para a mulher fazer um viscoso e verde chá. "Não adicione açúcar, beba ainda quente" ela diz.

A mulher magra e com a cara faminta de antes da revolução está contente agora e agradece ferozmente a minha mãe. Ela estava querendo se livrar de uma criança que esperava e essa criança de fato nunca chegou a nascer. Eu não posso culpá-la por fazer isso, eu faria o mesmo naquele tempo, mas eu jamais faria aquilo com um filho meu, não por ele ser meu, mas por ele ser de Peeta, por mais que a ideia de ser mãe me deixe a beira de um colapso.

Minha mente pensa, bem a frente de mim... Se existem ervas para tirar crianças, devem haver ervas para se evitá-las, é claro!

Meu impulso é de levantar na hora e revirar o livro de plantas antigo do meu pai. Ele me enerva, deixa meu corpo inquieto, mas Peeta balbucia alguma coisa ao meu lado e me aperta mais firme ao redor dos seus braços. Lembro que ele tem o sono leve, por isso reprimo o impulso. Por algum motivo que não sei dizer não quero que ele saiba que estou por aí na madrugada procurando formas para não engravidar dele.

É estranho como a minha relação com Peeta demorou tanto para mudar ao longo dos meses, mas que depois da noite do pesadelo tudo mudou tão rápido que eu mal tenho tempo de tomar um fôlego antes que todas as sensações e pensamentos e vontades me guiem. Eu me sinto cega, eu me sinto com sede e à mercê dele e isso me incomoda. Peeta quebrou tão rápido todos os muros que eu construí que isso me assusta.

Amanhã de manhã, decido fazendo o máximo para me conter na cama em seus braços.

Quando o dia amanhece Peeta não está mais do meu lado. Eu desço as escadas e tudo o que encontro são pães frescos e Greasy Sae limpando a mesa da cozinha.

— Bom dia menina! — Ela diz me dando um beijo na cabeça. Eu não preciso perguntar, pois com um sorriso no rosto ela diz:

— Ele acordou bem cedo hoje. Pintou, fez os pães e depois foi para a padaria.

A padaria ainda não está pronta, mas está bem perto disso.

Eu me concentro em devorar os pães quentes, forço o suco forte de laranja à descer pela minha garganta e quando me dou conta estou inclinada sobre o livro folheando página por página até que a encontro: Árvore do entroncamento. Não vai ser tão fácil, tento em vista que as anotações são do meu pai, não minhas e de Peeta, e por isso não possui os seus desenhos e suas cores perfeitamente detalhados e profissionais, mas terá de servir.

Calço minhas botas, minha jaqueta de couro e parto para a floresta como em qualquer outro dia normal de caça, a não ser que por hoje não estou atrás de animais.

Passo pela campina e por alguns olhares curiosos. O Distrito cresce rápido e cada vez mais pessoas chegam, mas logo estou sozinha além da cerca, andando na linha das árvores altas até então, finalmente, achar o rastro de um riacho. Segundo o livro o magro tronco da planta cresce a cerca de água doce, por isso caminho atenta seguindo o seu fluxo até encontra-la. É uma coisa magra e pálida que se ergue da terra enlamassada até mais ou menos a minha altura, mas com folhas grandes de um verde forte.

Eu pego o tanto quanto acho que posso, o tanto quanto acho que precisarei já que não é fácil encontrá-la e logo estou de volta ao Distrito enquanto meus pés seguem para a área onde antes era comercial e ao que parece vai continuar assim.

Você já consegue ver o comércio voltando. Algumas pessoas vendendo morangos e outras negociando sal e condimentos por aveia em barracas precárias e de madeira que mal conseguem se manter em pé, mas Peeta quer fazer tudo certo, tudo do melhor pela memória da sua família e eu o entendo. O fato é que então o Distrito ainda não tem nenhuma padaria, entretanto já pode ser vista a estrutura cinza de cimento erguida no mesmo local onde antes era a padaria da família. Peeta quer honrar isso colocando tudo o que tem de si e de sua memória no projeto.

Quando passo pela porta todos os amigos de construção de Peeta param o que estão fazendo e olham para mim como se eu fosse algo extraordinário demais. Amigos de construção. É assim que Peeta os chama já que ninguém ali aceitou receber dinheiro para ajudar na obra.

Eu posso reconhecer alguns rostos como colegas de Peeta do tempo da escola, outros não. Entretanto todos me olham sem exceção. Eu sei que olhar é esse. O olhar das pessoas ainda olhando o Mockingjay e eu não posso culpá-los. Diferente de Peeta eu evito sair muito de casa e só havia vindo na padaria em construção uma vez, quando ainda não era nada além de destroços e madeira carbonizada e Peeta avaliava o local para a possível nova padaria e via se alguma coisa da família conseguiria ser salva, alguma lembrança que o ajudasse, que o lembrasse melhor da família. Não havia nada. As bombas destruíram tudo. Inclusive os ossos, o que eu achei muito melhor. Peeta ainda é instável. Qualquer coisa, qualquer gesto agressivo pode ativar um flash e caminhar sobre os ossos da própria família não é algo que ajude.

— Katniss! — ele diz caloroso depois do que parece ser uma eternidade de olhares embasbacados e silêncio. Peeta está surpreso e contente e não hesita quando vem até mim e toma os meus lábios como se não tivesse gente a nossa volta. Quando ele me solta me apresenta a todos. — Katniss, este é August, Tris, Patrick, Delano, Brent e Ournak cabeça vermelha.

Eu sorrio.

— É um prazer. Peeta sempre me conta sobre a ajuda de vocês aqui. Eu quero agradecer também. É impressionante o que fizeram em tão pouco tempo. — E isso é de verdade. Quero agradecer sobretudo porque com toda a ajuda Peeta não fica sobrecarregado e consegue passar mais tempo em casa, comigo.

— Não precisa agradecer senhorita Everdeen. A gente só não poderia deixar o trabalho para o pessoal da Capital, que sabemos que são uns preguiçosos e demorariam bem mais tempo do que a gente. Estamos fazendo isso porque o Distrito precisa do pão de Peeta. — É obviamente Ournak quem responde, mesmo sem conhecê-lo antes fica fácil de identificar por ser o único que tem uma densa cabeleira vermelha.

É estranho ouvir qualquer pessoa me chamando de senhorita, eu ainda tenho dezoito anos, Ournak cabeça vermelha só faz aquilo ser ainda mais estranho.

Por um segundo eu nem sei o que responder, a não ser concordar com o seu comentário sobre o pessoal da Capital, mas aí todos riem e retomam uma conversa onde o foco principal é rir da cara da Capital e das suas pessoas. Eu penso em minha equipe de preparação, sempre a postos, sempre fazendo milagres e no tempo perfeito, e em Cinna, a evocação de perfeição em uma pessoa. Em tudo na vida se tem exceções e a Capital não fugia a isso.

Por meio da conversa descubro que Ournak foi um soldado rebelde do Distrito 5, por isso acho que Ournak cabeça vermelha se encaixa tão bem a ele. Ele odeia a Capital e tudo o que vem dela até mais do que eu e seus cabelos ruivos e atípicos no Distrito 12 têm uma falha acima da têmpora no lado esquerdo. Ferimento da guerra. Delano, que eu me lembro vagamente dos tempos da escola só ficou bastante ferido depois do bombardeio, mas se recuperou. Todos eles tem suas próprias histórias da Revolução e isso não é diferente do resto de Panem. A revolução afetou a todos.

— O forno chegou hoje — Peeta nos interrompe. — Você tem que ver, me ajudar a testá-lo.

Logo suas mãos estão me levando à cozinha branca pela massa corrida. Eu não sei que tipo de comentário Peeta espera quando me fala do seu novo forno levando em conta que eu não entendo nada disso, então quando vejo aquela coisa grande e cinza reluzente tudo o que eu consigo fizer é “UAU!” e isso parece ser o suficiente para fazer ele sorrir.

— O que temos aqui?

Seus olhos passam pela minha bolsa de caça e ele rapidamente a pega das minhas costas.

— Está tão leve. Anda caçando minhocas agora Katniss?

Um pânico se instala dentro de mim porque não quero que ele saiba o que há na bolsa, mesmo sem saber o porquê direito disso, então quando suas mãos estão prestes a vasculhar dentro dela eu pesco a bolsa de suas mãos no último minuto.

— Nada. Não tem nada na bolsa.

Por um segundo Peeta parece não acreditar.

— Katniss Everdeen foi para a floresta e não me trouxe uma caça? Ok, o que está errado?

— Nada — eu me apresso em dizer. — Eu só não conseguia me concentrar o suficiente para caçar porque estava o tempo inteiro pensando em você.

Isso é uma meia verdade, por isso não me sinto culpada ao contá-la. Aquilo faz o rosto de Peeta se acender também e um sorriso maravilhoso brota em seus lábios.

— Então temos que dar um jeito nisso não? — ele diz se aproximando e sussurrando no meu ouvido. O meu corpo todo responde, se arrepia e eu não acho que ele faz a mínima noção do que faz comigo. — Agora vamos fazer pão?

Peeta tem essa ideia de me ensinar a fazer pão. Ele tem tentado isso desde a primeira semana que voltou ao Distrito e todas as vezes resultaram em desastre e massa crua nas paredes e no chão.

— Acho melhor te ajudar com a massa já que não quero sujar minha cozinha novinha.

O meu corpo e o dele estão todo cobertos pela farinha branca. Peeta se posiciona as minhas costas me ensinando como sovar a massa como ele já fez antes e é tão difícil e desgastante como foi das outras vezes, exige muito mais força nos braços do que parece, mas eu não reclamo porque o corpo dele está todo colado no meu. Seu braço envolve a minha cintura, me apertando ao seu redor enquanto trabalha na massa junto comigo para ela crescer como deve crescer. Quando ele desliza o seu queixo com a barba por fazer no meu ombro para espiar a massa eu sinto como se meu coração fosse sair do meu peito, fazendo o fogo interno se acender novamente e eu não consigo refrear os pensamentos e a ânsia por hoje a noite.

— Delly voltou para o Distrito. Convidou a gente para um jantar na casa dela hoje a noite — ele diz com casualidade.

Então os meus planos para a noite são postos por água abaixo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deus, se o Peeta diz que eu preciso relaxar um pouco eu relaxo na hora! Nos bracinhos e sexual power dele se é que vocês me entendem... hahahaha Enfim, Katniss Everdeen tem um controle que eu nunca teria na vida se estivesse com o Peeta. Fala sério meninas, quem iria parar? Quem conseguiria? Quem ia pensar em talvez engravidar, ou em qualquer outra coisa, numa hora dessas, com um homão maravilhoso em cima de vocês? Hahahahaha Mas ok... Vamos lá, Kat já deu um jeito nisso e o que vocês acharam do Ournak? Ele veio surgindo na minha cabeça enquanto eu escrevia o capítulo. Quem mais quer fazer pãezinhos com o Peeta? o/o/
Eu quero reviews!! O que vocês querem que role nesse jantar? Preciso de inspiração.
Beijinhos, beijnhoss Panpan (;