Stay escrita por Paanic


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fiquei um bom tempo decidindo se começava outra fic aqui no Nyah ou não, acabei que não consegui não escrever e não postar, mas essa é minha primeira fanfic que não é JakeNess então eu to um pouco nervosa. Não conheço ninguém do fandom Peeniss/Everlark/Peetniss, mas eu li os livros e fiquei completamente louca da cabeça pelo Peeta e apesar de saber que o foco do livro eram os jogos e a revolução achei que a titia Suzanne poderia dar alegria a nação e descrever melhor aquele finalzinho meio jogado do Peeta e da Kat ne, então eu humildemente vou tentar colocar o que eu imagino na minha cabeça aqui pra vocês haha qualquer review, qualquer dica ou crítica ajuda. Espero que vocês gostem (:



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Minha respiração está descompassada e eu não consigo me controlar, lágrimas molham os meus olhos. Se isso estivesse acontecendo um ano atrás eu com certeza me conteria até o último instante, tudo o que eu faço agora é tapar meus ouvidos com as mãos, como se isso fosse capaz de calar os pensamentos. A maior droga está dentro da minha cabeça. Eu deixo as lágrimas rolarem pelo meu rosto, porque nada que eu faça vai para-las algum dia, porque a dor é demais para ser contida.

Na minha cabeça sempre se repete a mesma história, a ordem das coisas, o início de tudo, o que eu poderia ter feito para mudar o final e não fiz. O início está nítido em minha mente: Eu me oferecendo no lugar de minha irmã, tornando-me a garota em chamas, o início dos jogos, o modo como cobri o corpo de Rue com as flores, o falso romance dos amantes desafortunados e por fim as amoras. Esse foi o começo, depois disso tudo se embaralha em uma confusão de ruínas, frustrações, dúvidas, preocupações e por último todo meu ser se desfalecendo em dor, meu peito ardendo cada segundo depois disso.

Eu deveria ser forte e não me deixar levar por tudo isso, me reerguer, ser a garota dos jogos, a garota que se voluntariou pela irmã e não derramou uma lágrima, ou se arrependeu por nem mesmo um segundo depois, mas é difícil quando se está sozinha. A minha cabeça só dá voltas e mais voltas e para sempre no mesmo ponto. Quem eu sou sem Prim para cuidar?

Me encolho nos cobertores, tento fazer as perdas não soarem assim tão irreparáveis, tento diminuir o zumbido na minha cabeça e o som dos meus soluços, mas tenho certeza que estão altos quando sinto a calda de Buttercup roçar em minhas costas, eu havia o acordado mais uma vez. Ele vem até mim, se enrosca ao redor da minha barriga. No fim ele ficou mais afetivo comigo, provavelmente porque sou tudo o que ainda lhe resta.

– Você ainda acha que ela vai voltar? – pergunto acariciando seus pelos e logo novas lágrimas se juntam as velhas, mas passar os dedos entre os pelos de Buttercup me acalma.

Aos poucos minha respiração se normaliza, minhas pálpebras pesam e tudo o que tenho tempo de desejar antes de fechar os olhos é não ter outro pesadelo essa noite. Isso é em vão.

Quando abro os olhos estou assustada e banhada pelo suor, pesadelos de mutações da Capital preencheram minha madrugada. Claros raios de sol invadem o meu quarto. Eu sinto meu corpo cansado pela noite mal dormida, moído pelo pesadelo, porém saio debaixo das cobertas, entro no banheiro e sem saber ao certo porquê tomo um banho, penteio os cabelos fazendo minha costumeira trança e visto minhas roupas.

Desço as escadas e já posso escutar barulho vindo da cozinha, Greasy Sae prepara o café da manhã.

—Katniss —ela diz com um sorriso muito alegre no rosto e eu sei por que ela faz isso, para ver se minha tristeza diminuía.

— Oi —falo forçando um pequeno sorriso a ela e a sua neta que come um pão doce sentada ao lado da mesa.

Fazem exatamente dois dias em que eu tinha me recomposto minimamente ao ponto de me importar com algumas coisas. Agora eu falava, comia sem ser forçada, tomava banho, penteava os cabelos e mudava de roupa, porque antes havia apenas uma garota inerte em uma cadeira de balanço para Greasy Sue cuidar.

Logo que sento na cadeira sinto o cheiro do chá, do leite, do café, do bacon frito e do pão. Peeta, seu nome vem automaticamente em minha mente. Fazem dois dias que não o vejo, a última vez foi quando ele cavava ao pé da janela do meu quarto, preparando o espaço para plantar a Evening Primrose.

Ter Peeta novamente no Distrito 12 dava um novo ar ao lugar, não tão isolado, não tão devastado, não tão melancólico.

Enquanto eu como, Greasy fala de tudo o que está acontecendo pelo distrito, de algumas pessoas voltando do 13, de outras novas chegando.

Depois de tomar café da manhã vou direto para a floresta. Pego meu arco e aljavas que ainda estão guardados no tronco oco da arvore e respiro profundamente aquele ar puro pela primeira vez em meses, por um momento, um segundo, se parece com os velhos tempos, até cheira puro e vivo como um, como quando eu estava aqui para caçar e ir para minha casa na costura, levando os mantimentos e a comida que tanto precisávamos para apenas sobreviver, mas tudo se dissolve tão rápido quanto veio quando percebo que não tem mais Gale ao meu lado, e que a casa na costura já deixou de existir, e que estou tão vazia e sozinha como nunca estive antes.

Fico sentada na grama com o peru selvagem que cacei ao meu lado sentindo toda a força que eu tinha quando comecei o dia ir embora. Observo as folhas se agitarem com o vento frio e quando o sol está para se pôr sei que é hora de voltar.

Levanto, guardo o arco e as flechas na fenda da árvore, e em passos rápidos saio da floresta. Eu saio em torno do buraco que usei toda a minha vida para escapar para a floresta, não que fosse necessário. A cerca não é mais carregada e é apoiada com ramos longos apenas para manter fora os predadores e não mais a população dentro.

Eu sei que as coisas a minha volta estão mudando, aos poucos, mas estão, eu só estava entorpecida demais pra poder notar isso antes. As cinzas já não tomam mais conta do distrito, nem os corpos, as pessoas agora estão tomando seus espaços, mas não gosto de ver as coisas de perto, por isso passo o mais rápido possível por seus olhares e rostos. Parece que em todo lugar contém lembranças, por mais insignificantes e pequenas que fossem, elas doem. Eu ainda não estou preparada para encarar aquilo tudo de frente.

Chego o mais rápido que posso à aldeia dos vitoriosos, mas paro bruscamente antes de entrar em casa porque reconheço a voz dele. Me movo devagar, para poder visualizá-lo da janela junto com Greasy Sue na cozinha. Me escondo porque algo me diz que eles estão falando sobre mim.

—Eu não sei explicar, ainda tem tantas coisas misturadas em minha mente, mas... —há uma breve pausa, Peeta suspira —mas quando uma imagem dela surge em minha mente é como se toda a confusão sumisse. Eu não sei realmente o que pensar, mas meu coração do nada começa a disparar, e por mais que eu acredite ser uma sensação nova, no fundo é como se já tivesse sentido isso constantemente.

Ele parece confuso, mas Greasy Sue ri.

—Você sempre foi tão louco por ela. Não importa o que a Capital tenha feito com a sua cabeça. Eu me lembro de quando você deveria ter uns doze anos e estava passando com o seu pai em frente ao prego, e vi do jeito que você ficou todo encantado quando viu Katniss tomando uma sopa, mas logo você pareceu ficar com raiva porque ela estava junto com o Gale.

Greasy dessa vez não segura a gargalhada, como se a lembrança estivesse se passando em sua frente. Peeta muda de confuso para sorridente, seus olhos se iluminam.

—Eu me lembro! —Ele também da uma gargalhada. —Eu fiquei morrendo de ciúmes.

E por um momento eu sinto vontade de rir também. Não por me lembrar do fato, tudo o que posso fazer é imaginá-lo, mas porque algo dentro de mim parece finalmente se aquecer.

Aquela garota de antes dos jogos e da guerra que eles lembravam não vivia mais em mim. Eu era algo novo, indefinido, um tanto mais quebrado, mas que havia despertado mesmo assim, procurando uma forma de continuar respirando.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Se vocês deixarem reviews eu posto o capítulo 2 até o Natal.
Beijosbeijosbeijos



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