Depois de falar com a Rosângela e com o Gabriel eu não conseguia mais prestar atenção nas aulas, estava eufórica. Queria que o sinal batesse o mais rápido possível para o intervalo e eu contar a novidade para os meus amigos. Depois de 2 aulas seguidas de física e 1 de biologia finalmente tocou o sinal, sai correndo e apressei a todos.

Chegando no pátio todos estavam sentados ocupando exatamente 3 bancos, eles olhavam pra mim querendo saber porque eu estava tão feliz. Depois de 2 minutos olhando um para o outro sem falar nada e eu apenas sorrindo igual uma boba, Dan resolve falar:

– Eaí Luna?

– Eaí o que Dan? – quis me fazer de desentendida.

– Ah, sem essa de “Eaí o que Dan”. Você sabe o quer quero saber.

– Sei? – me fiz de mais desentendida ainda, adorava provoca-los ainda mais agora.

– FALA LOGO, LUNAAAAAAAA! – todos gritaram em coro.

Eu pude jurar que com esse grito todos os habitantes do planeta Terra e do Universo sabiam o meu nome.

– Nossa gente, RELAXEM! – ao falar isso dei uma risadinha e eles ficaram mais impacientes.

– Luna, você vai falar o que aconteceu na sala da Rosângela ou não? – disse Guilherme calmo.

– Ah, era isso o que vocês queriam saber? Porque não falaram antes?

– Você tá com algum problema mental garota? É claro que é isso que queremos saber. Você saiu da sala toda desanimada e voltou parecendo que tinha visto um daqueles cantorzinhos... – disse Dan

Se fosse em outro momento eu teria xingado o Dan até a morte, mas eu estava muito feliz pra poder debater com ele, agora nada poderia estragar a minha felicidade.

– Vou fingir que não ouvi o seu último comentário ok? Ok! Eu não vi nenhum dos meninos da 4street, infelizmente, mas foi quase isso, tipo um “aquecimento” entenderam?

– Hã? Meu Deus, essa garota está mesmo com problemas. Como assim aquecimento Luna? – Guilherme já não estava tão calmo quanto antes, aliás ninguém estava, eles queriam que eu abrisse a boca logo e foi isso que eu fiz.

– Ai gente, simples. A Rosângela me chamou na sala dela para me convidar para fazer um intercâmbio em LONDRES em novembro.

– Como assim? – Dan me olhou desconfiado.

– Sério? – Gritou Bia, que era tão louca quanto eu pelos meninos.

– Ah, meu Deus! Como você é sortuda. – disse Alice toda feliz.

– Sim, sim! Estou tão feliz, imagina eu em Londres? O que mais eu ia querer? No mesmo lugar a onde os meus bebês estão, Pietro, Lincoln, Marco, Noah...

– E claro HENRY! – disse Roberto com ironia e saiu de perto.

– Alguém entendeu este ataque do Rô?

Um olhou pro outro e depois para o chão e em coro disseram “Sei lá”. Bom tinha algo de estranho ali, mas não me importava com isso, daqui á 4 meses eu estaria em Londres, nada mais parecia importar.

As duas últimas aulas passaram tão rápido que eu nem percebi, estava imersa em meus pensamentos, em minha viagem, na possibilidade de encontrar os meninos...

– Luna? Hm, já acabou a aula vamos?

– Sim, vamos Rê.

Me despedi de todos e fui para casa com a Renata, falamos sobre a minha viagem e como eu estava animada. Até que a Renata perguntou:

– Mas a Rosângela já falou com seus pais?

Puts, meus pais. Eu estava tão feliz com a ideia que nem pensei nisso, imagina se eles dissessem não? Todo o meu sonho iria por água abaixo, todas as minhas chances...

– Bom, não sei. Mas se ela não falou acho que eu preciso falar né?

– É, uma hora ou outra você vai ter que pedir permissão.

– Verdade, mas seja o que Deus quiser.

– E ele há de querer. – Eu amava isso na Renata, ela era sempre tão confiante, eu queria ser assim igual á ela. As palavras dela me confortaram e quando cheguei na porta de casa me despedi da Rê e peguei na maçaneta decidida a conseguir a autorização pra viagem.

“Seja o que Deus quiser” pensei e então abri a porta de casa e logo vi minha mãe e meu pai na cozinha conversando. Respirei fundo e entrei.