– Dá para você parar de rir e dirigir mais rápido para alguma droga de lojinha, por favor? – comecei a gritar com Ian, ele estava rindo da minha cara só porque eu disse pra ele que precisava comer alguma balinha Fini ou Tubes.

– Não, desculpa. É que você tá parecendo uma criancinha mimada com essa cara emburrada pra mim. Tá tão bonitinha. – ele tirou uma mão do volante e apertou a minha bochecha de leve.

– Sai, Ian. – empurrei a mão dele. E cruzei os braços, olhando pra frente. É, tinha que admitir, eu estava parecendo uma criança mimada.

– Oh, bebê do Ian, não fica assim não. Ó, eu to correndo até mais rápido do que o permitido só pra fazer a sua vontade.

– Não, para de correr, pelo amor de Deus. Não quero morrer no meu primeiro diaaqui.

– Você é quem manda. Mas você tá falando sério sobre essas balinhas aí? Você quer mesmo? – ele olhava para mim com dúvida.

– Claro né, se eu to pedindo é sério.

– Então seu desejo é uma ordem, baby. – sorriu. O sorriso mais bonito daquele lugar.

Ficamos o resto do caminho em silêncio. Até o Ian estacionar em frente á uma lojinha de conveniência.

– Fica aí dentro que eu já volto com as suas balinhas.

– Espera Ian, tenho que pegar o dinheiro na minha bolsa.

– Que dinheiro? Eu que vou pagar. Seu primeiro dia, tudo por conta da casa. – ele abriu a porta e antes que eu pudesse fazer algo para impedir ele já estava lá fora.

Enquanto o Ian comprava as minhas balinhas, resolvi mandar um sms para Sam. Queria saber se ela já estava na casa estudantil.

Hey, Sam.

Logo que mandei ela respondeu.

Já com saudades Lolita? Eu disse queficar em casade família era um saco.

Comecei a rir.

Claro, a minha saudade tá tão grande que acho que posso morrer, tipo agora. E para sua informação aqui está bom.

Bom? Sem a minha ilustre presença? Corta essa. Não pode estar melhor que aqui. Aliás, acabou de passar um moreno, alto e forte aqui na minha frente e sorriu. Com quem você tá agora? Com o vovô da família? rs.

Olhei para frente e vi que Ian já estava voltando. Então respondi a mensagem, rápido.

Bom, um garoto, alto, loiro deolhos azuisnão seria bem considerado vovô por mim. Depois te ligo Sam, o “vovô” está chegando. Bjs

Joguei meu celular na bolsa assim que Ian entrou no carro.

– Opa, escondendo alguma coisa de mim? – perguntou ele olhando pra minha bolsa.

– Ah, claro que não. O que eu teria para esconder de um garoto que eu conheço á poucas horas?

– Bom, não sei. Mas você escondeu bem rápido o seu celular assim que cheguei, mas não rápido o suficiente para que eu não percebesse.

– Ah, droga. Agora é o momento que você descobre que eu sou uma serial killer e que estou pronta para matar você, já que descobriu.

Ele olhou para mim assustado e depois começou a rir.

– Tudo bem, tudo bem. Seu senso de humor é muito grande.

– Quem disse que estou brincando? – o encarei. Era engraçado ver como ele ficava assustado de verdade com isso. – Tá bom, pode relaxar Gate eu não quero matar você, ok?

– Bom, você não me mataria mesmo já que estou com as suas balinhas na mão, não é?

– Já tinha até me esquecido das balinhas...

Ele jogou a sacola no meu colo e deu a partida. Estávamos realmente atrasados para o jogo.