POV Daniel

Os meus olhos estavam fixos no olhar e na expressão de Margarida, ela passava as mãos pelas fotos parecendo relembrar todos aqueles momentos. Porém uma foto lhe chamou mais a atenção - não só a dela, a minha também -, ela estava com os pais e embaixo tinha um simbolo da cruz, que significa morte. Lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto e a primeira coisa que veio em minha mente era te abraçar forte.

– Nós vamos descobrir quem está fazendo isso e mandando os bilhetes. - disse e ela me abriu um sorriso.. Encarei seus olhos e sorri ao vê-los , coloquei uma de minhas mãos em sua cintura e a outra em sua nuca, Margarida estava com as bochechas vermelhas e isso me fez rir fraco, aproximei dela e a beijei. Suas mãos passaram em volta do meu pescoço e ela ficava arranhando a minha nuca, pedi passagem com a língua e ela cedeu soltando um sorriso, seu beijo era diferente de qualquer garota que eu já tinha beijado, digo assim.. era especial. Me separei dela depois de alguns segundos tentando tomar o fôlego e a abracei de lado. - Vamos embora daqui.

– Alicia tinha me dito que vocês teriam um encontro ontem, porém não deu pois ela estava.. bêbada demais. - falou e eu ri.

– Não é um encontro, era para gente resolver esses bilhetes. Hoje de madrugada nós três podíamos nos contar no jardim, os meninos não estão nem aí pra esses bilhetes exceto o Paulo que ficou nervosinho por quê tinha uma foto dele e da Alicia se beijando atrás do chalé em um dos bilhetes que ele recebeu. - disse.

– Licia também recebeu esse bilhete e quase estrangulou a Maria Joaquina no saguão, você parece que estava no lago. - assenti. Uma garota que tinha um capuz na cabeça passou por nós quase correndo, quando olhamos para trás ela tinha sumido no meio do mato. - Isso é muito estranho, muito mesmo.

– Eu concordo. - entramos no saguão e os olhares vieram a nós. - O que foi?

– Deixa eu ver.. chegaram juntos, abraçados e a sua boca tá suja de gloss. - Bruna disse e eu cocei a nuca.

– É que..

– Não se explica, todo mundo já sabe que vocês estão juntos. - Marcelina disse e eu a encarei erguendo a sobrancelha.

– Não estamos juntos e eu já disse que a Marga é como uma pirralha pra mim, somos irmãos, não de sangue, mas somos. - respondi enquanto pegava duas bandejas de lanche, entreguei para Margarida e me sentei ao lado de Alicia. - Alicia que porra, dá pra parar com esse olhar malicioso?

– Desculpa mais não dá. - começou a rir sem parar e vi Margarida revirar os olhos. Em alguns minutos Maria Joaquina voltou com um sorriso cínico no rosto e se sentou ao lado de Valéria.

– MEUS AMIGOS LINDOS DO PEITO! - Eduardo veio gritando e causando risos em todos nós. - Vão logo para o jardim tem uma atividade especial pra vocês hoje. E como eu sei que o Paulo e a Alicia estão vivendo em guerra, vocês serão a dupla do dia e não adianta reclamar entendeu?

– Eu não vou ficar com ele! - murmurou Alicia. - Tudo bem, eu fico com esse traste, só não ouse aprontar comigo.

POV Alicia

Eduardo tinha levado a gente até o jardim e tinha tipo um pula-pula de futebol lá cheio de sabão escorregadio. Eu e Paulo iriamos competir junto com Marcelina e Jorge, e ele não estava gostando nada disso. O guia - Eduardo - jogou a bola para nós quatro e Paulo já foi dando um de fominha e fazendo um gol na dupla oposta.
– ALICIA PEGA A BOLA! - gritou e assim eu fui, mais adivinha quem conseguiu escorregar e cair com tudo na possa de sabão e água? Eu. - Você tá legal?

– Eu creio que sim. - ri e Jorge veio chutar a bola pra fazer gol, porém ele caiu e uma coisa não deu certo, ele acabou puxando Marcelina junto que caiu em cima da sua barriga rindo sem parar. Paulo já ia falar alguma coisa porém eu tapei sua boca. - Fica tranquilo, tenta dar uma chance pra ele!

– Eu vou tentar. - disse e depois de três tentativas conseguimos fazer outro gol, Marcelina aproveitou que eu estava distraída e fez um gol. Paulo chutou a bola forte e acabou acertando a minha barriga, o mesmo achou que tinha machucado mais eu continuava intacta no lugar, tinha ardido aquilo.. mas não era pra tanto.

Ficamos atarde toda nesse negocio, meus cabelos estavam cheios de sabão e a minha blusa que era branca ficou transparente deixando amostra o meu sutiã preto, os meninos começaram a fazer comentários, não só de mim mais de outras meninas também. Jaime tinha dito uma coisa desagradável e Paulo quase acertou outro soco em seu rosto, mais foi impedido por Daniel.

Entrei debaixo d'água e tomei um banho demorado. Um arrepio surgia no meu corpo só de pensar que daqui algumas semanas eu vou estar em um colégio militar cheio de meninas patricinhas e meninos playboy's. Peguei um moletom grande cinza e vesti um short por baixo, calcei o chinelo e fui com Margarida até o jardim aonde Daniel tacava pedras no lago.

– Nós vamos para a floresta assim que vermos algo suspeito aqui ok? Eu peguei algumas lanternas na sala da diretora e salgadinhos caso a gente fique com fome. - disse e assentimos, ficamos conversando enquanto ninguém passava por ali. Eram quase duas da manhã e Margarida tinha adormecido no colo do mesmo. - Alicia olha, quem é aquele ser ali?

– Pelo formato do corpo é uma menina. - disse. - Leva a Margarida no colo e começa a me seguir ok? Quando essa daí dorme.. só acorda com um balde de água fria, mais séria sacanagem fazer isso com ela agora.

Daniel assentiu e colocou Margarida nos braços. Ele resmungou algo dela parecer uma boneca de pano de tão leve e continuou a andar, paramos atrás de um tronco e ficamos observando a pessoa dentro da cabana. Não dava pra ver direito o que ela estava fazendo, parecia estar pregando algo na parede e rindo ao mesmo tempo.

– Daniel, olha pra lá! - bati em seu ombro para ele ver quem estava saindo da casa verde. - Eu sabia que era ela. Eu sabia.