Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 20
Garotas




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No dia seguinte, acordei e saí para comer alguma coisa. Caminhei até a sala de jantar, onde não encontrei ninguém. Quando estava saindo para encontrar a cozinha, uma voz me chamou:

–Hey menino Owteman! Aonde vai? – uma voz infantil falou.

Vire-me para olhar quem era. Deparei-me com uma menina baixinha, de olhos castanhos, cabelo em um tom de rosa claro e pele levemente esverdeada. Ela estava sentada sobre a mesa, ao lado de um vaso de flores, rosas como seu cabelo.

–Você é uma ninfa? – perguntei.

–Sim! Não é legal? – respondeu, animada.

–Sim... – respondi, sem entender.

–Ah, desculpe pela empolgação, é que sou nova! Eu era uma menina normal, mas quando morri me tornei uma ninfa!

–Oh, não sabia que isso era possível!

–Pois é! E não é comum, mas às vezes as almas que não atingem seu objetivo de vida têm uma segunda chance...

–Uau, que legal! Espero que aproveite a sua segunda chance.

–Ah, eu estou aproveitando!

–Sabe onde a minha tia está?

–Ah, ela saiu! Foi para uma reunião do conselho, parece que estão tentando romper o véu entre os dois mundos...

–Ah, obrigada. Sabe onde é a cozinha?

–Oh, espere! Eu vou chamar as outras para te servir!

E assim, a garotinha sumiu, deixando um perfume no ar. Em alguns segundos, ela voltou com outras, que arrumaram a minha comida. Enquanto elas colocavam as coisas na mesa, pude observá-las melhor.

Eram cinco: a menina que falou comigo, que estava com a louça na mão. A outra era alta, com o cabelo comprido, liso e azulado, pele clara e olhos azuis. Esta estava limpando a mesa e usava um vestido azul claro tão solto que parecia ondular como água. Outra alta, com a pele clara, cabelos brancos e olhos cinza trazia pães e ovos mexidos e usava um vestido super soltinho, branco. Uma baixa, com a pele negra, olhos vermelhos e cabelos castanhos avermelhados acendia a lareira com magia e também usava um vestido, mas este era vermelho e parecia crepitar como fogo às vezes. E a que mais me chamou a atenção foi uma garota de estatura média, pele clara, cabelos ruivos e cacheados, olhos verdes e um corpo lindo com várias sardas. Esta tinha o corpo completamente despido.

Quando a menina ruiva me viu a encarando, corou e rapidamente fez aparecer um vestido rosa claro em seu corpo, tapando a linda visão que eu tinha.

–Desculpe-me, senhor Owteman! Eu me esqueci que os humanos não estão acostumados com este tipo de coisa!

–Ah, tudo bem, não tem problema. Por mim você pode ficar daquele jeito o quanto você quiser!

–Oh, senhor Andrew! Você está dando em cima de mim? – a garota perguntou, chegando mais perto.

–Talvez... – respondi, sem pensar.

Ela chegou mais perto, de modo que podia sentir seu cheiro. Ela cheirava como as mais belas flores e isso me fazia bem. Era como se todos os meus problemas tivessem sumido e por um momento a minha vida fosse perfeita.

Quando nossos lábios estavam quase se tocando, ela desviou e sussurrou no meu ouvido:

–Você é muito novo, menino Owteman. Tem muito o que aprender. – e desapareceu no ar, me deixando com um ponto de interrogação do meio da testa.

–Venha comer, menino Owteman! – chamou a ninfa de cabelos brancos.

–O-ok, to indo!

Sentei-me à mesa e comecei a comer daquele delicioso café da manhã. Enquanto comia, as ninfas sentaram nas cadeiras à minha volta e até sobre a mesa e ficaram me observando.

–O que foi? – perguntei.

–Você é bonito, menino Owteman. – respondeu a negra.

–Oh, obrigado.

–Muito, muito bonito – enfatizou a de cabelos azulados.

–Sim, realmente. – a de olhos cinza concordou.

–Obrigado – respondi extremamente envergonhado. – não querem comer comigo?

–Oh, obrigada, mas não comemos. – respondeu a de cabelos azulados.

–Como assim não comem?

–Não sentimos fome! – respondeu a menina baixinha. – não é legal?

–Mas como assim não sentem fome?

–Nós somos espíritos, senhor Owteman. – respondeu a de olhos cinza.

–E como nutrem o corpo de vocês?

–Bem, não sei se o senhor entendeu, mas não temos corpo. Somos espíritos!

–Ok, mas isso é estranho.

Decidi comer mais rápido, para sair daquele lugar o quanto antes. Quando acabei, me despedi das garotas.

–Quando precisar é só chamar Liquamine, querido! – falou a de cabelos azulados, me dando um beijo no rosto.

–Ou Calidum – disse a negra, me dando um beijo no rosto

–Chame Caeli quando quiser querido! – disse a de cabelos cinza me dando um beijo também.

–Se precisar, meu nome é Linteum! – disse a baixinha, sorrindo.

–Tchau meninas! – respondi, enquanto elas iam embora.

Estava voltando para o meu quarto, para fazer qualquer coisa aleatória, quando uma voz me chama. Olho para trás e vejo uma ninfa correndo atrás de mim.

–O que foi?

–Tem um amigo seu no portão, ele quer falar contigo!

–Quem?

–Hugo. Posso deixar entrar?

–Oh, pode deixar que eu vou falar com ele! – respondi, já saindo de perto e indo até o portão.

Ao chegar, encontrei com um Hugo sorridente, que logo me cumprimentou.

–E aí, cara? Ainda se recuperando da briga com o Pietro?

–Ah, ele nem me bateu tanto!

–Cara, eu fiquei sabendo que ele te jogou contra as paredes várias vezes! – ele disse.

–Ah, isso não é verdade.

–Soube de uma fonte confiável. Ela me disse até que ele te deu um soco, o que não é comum para bruxos!

–E posso saber que fonte é essa? – perguntei.

–Sophia, cara. Eu e ela temos estado bastante próximos ultimamente.

–É, notei. Há algum tempo que vocês vivem juntos.

–Nossa, que exagero!

–Hugo, você sabe que não é.

–Tá, mas agora me explica que história é essa de sonho erótico com a Margot?

–Sonho erótico? O que? Sophia te disse isso? – perguntei, espantado.

–Na verdade não, mas pelo o seu desespero é verdade. – ele respondeu sorrindo.

–Claro que não, cara! Eu sonhei que ela aparecia aqui e me falava algumas coisas... – respondi.

–Mas eu fiquei sabendo que teve beijo! – ele exclamou.

–Essa Sophia é bastante fofoqueira, não? – perguntei, irritado.

–Não! Eu e ela somos muito amigos, por isso ela me contou. Mas até onde eu sei, ela só contou pra mim. – respondeu.

–É bom mesmo. Não quero que isso vire boato. – disse.

–Mas agora me explica!

–Vamos andando até o quintal, lá eu te explico melhor.

Chegamos a um lugar que mais parecia um pequeno bosque, cheio de todo tipo de planta. Sentei-me no chão, junto ao Hugo, e voltamos a conversar.

–Então, agora você pode me explicar?

–Cara, foi muito louco. Eu sonhei que encontrei com a Margot aqui perto, aí ela me disse que tava morrendo, que quis me ver antes de ir. E me deu um beijo de despedida. Só.

–Olha, até é possível entrar nos sonhos de outra pessoa, mas é muito difícil. Requer muito poder, e isso a Margot não tem mais.

–É, eu deveria saber que não era ela, mas parecia tão real...

–Não dá pra confiar em sonhos, cara. Normalmente nós ficamos loucos tentando entender e não chegamos a nenhuma conclusão.

–Minha vida está tão estranha que não sei mais em que acreditar, amigo.

–Bem, acreditaria se eu dissesse que as meninas combinaram uma noite juntas para comemorar a saúde da Margot?

–Sério?!

–Sim! E eu, claro, não posso ficar sem saber o que vai acontecer.

–Como pretende descobrir? – perguntei.

–Espere e verá. – me respondeu, com um sorriso de quem tem um plano no rosto.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço comentários? :3



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